Sector metalúrgico é o maior exportador nacional
O sector metalúrgico e metalomecânico é, «de longe», o maior exportador nacional, responsável por vendas ao exterior de 11,4 mil milhões de euros, «entre um terço e um quarto» do total nacional, revela um estudo a apresentar hoje.
Elaborado pelo economista Augusto Mateus a pedido da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), o trabalho visa «contribuir para uma maior compreensão e percepção do sector junto da opinião pública, comunicação social e administração pública», adiantou o vice-presidente da associação, Rafael Campos Pereira.
A cargo do economista e ex-ministro da Economia Augusto Mateus, a apresentação do trabalho decorrerá no Museu da Electricidade, em Lisboa, e contará ainda com a presença presidente da AIMMAP, Aníbal Campos, que preside também à Silampos.
Conforme explicou Rafael Campos Pereira, as «características» do sector metalúrgico e metalomecânico - marcado pela heterogeneidade, porque abrange diversos subsectores, desde a louça metálica e cutelaria aos componentes para a indústria automóvel, passando por empresas como de estruturas como a Martifer e de embalagens como a Colep - «acabaram por penalizar a notoriedade que ele justifica».
Isto sobretudo quando o sector se destaca como o principal exportador português, responsável por 11,4 dos 37 mil milhões de euros das exportações totais nacionais em 2010, numa altura em que «as exportações são o que de mais importante há para ajudar a reduzir o défice da balança portuguesa».
De acordo com Rafael Campos Pereira, o sector metalúrgico e metalomecânico exporta mais de 40 por cento do seu volume de negócios de 25 mil milhões de euros, 10 vezes mais do que o calçado.
Aliás, disse, «o calçado, têxtil, vinho e cortiça, todos juntos, não chegam a metade» do que o sector exporta.
No total, as cerca de 15 a 20 mil empresas metalúrgicas e metalomecânicas em Portugal, grande parte das quais de micro e pequena dimensão, empregam cerca de 200 mil trabalhadores.
Segundo o vice-presidente da AIMMAP, a actual crise económica não se tem reflectido no sector, cuja perspectiva é de, «pelo menos, manter o mesmo nível de volume de negócios» este ano.
«Para já, como é um sector muito exportador, as empresas que estão a exportar estão com perspectivas razoavelmente optimistas, embora as que trabalham essencialmente para o mercado nacional estão a começar a ficar muito apreensivas com toda a confusão que aqui vai», afirmou.
Lusa