Pelo que sei, houve problemas durante a década de 30, provocados pelo despontar da situação em Espanha.
Até 1935, a prioridade das forças armadas portuguesas era a marinha. Daí os planos megalomanos de que já falámos, relativamente aos sete cruzadores. Depois de 1935, a situação ficou mais complicada no que respeita ao exército.
O Exército tinha sido algo esquecido porque a prioridade tinha sido dada á marinha e em 1936 a situação era complicada porque Portugal apoiava Franco, mesmo quando não era seguro que Franco ganhasse a guerra.
Estou a falar de cabeça, mas acho que houve uma batalha em 1938 em Terruel (posso estar errado) em que os Italianos foram completamente humilhados por tropas das brigadas internacionais essencialmente constituidas por italianos. Em Portugal, considerou-se essa batalha como de mau augurio.
Em caso de vitória das forças governamentais espanholas, uma guerra com a espanha não era de todo impossível.
Em 1935 o Exército tinha 18750 recrutas (com 12 meses na tropa) e mais 3600 oficiais.
Em 1935-36 o programa militar prevê criar á pressa (pensam que é só de hoje
) um exército que atinja 49240 homens treinados, em caso de mobilização. Esse numero numa segunda fase deveria atingir 109.000 homens. Uma terceira fase, apontava para a criação de um exército com 10 divisões, mais 5 divisões de reserva, o que era considerado suficiente para resistir a uma eventual invasão espanhola.
Nesta altura, o rearmamento sofre um precalço, porque toda a gente sabía que Portugal não cumpria os acordos de neutralidade relativamente á guerra em Espanha. Os ingleses recusaram-se a fornecer armas a Portugal (os franceses também) porque argumentavam que as armas seríam utilzadas para apoiar Franco.
O resultado foi uma fase de ligação á Alemanha. Desta fase vieram os Junkers que chegaram a operar em África (e que os franceses proibiram de passar por cima da França aquando da entrega a Portugal) e por exemplo as espingardas Mauser, das quais encomendámos 50.000, que nunca chegaríamos a comprar, pois entretanto foi decidido que seriam fabricadas as armas ligeiras em Portugal, na fábrica de Braço-de-Prata.
Estas compras acabaram com o programa naval, que de qualquer forma nunca tería chegado a nenhum lugar, pelas razões que já discutimos.
De qualquer forma os nossos efectivos seriam inuteis em qualquer circunstância.
Os americanos tinham um plano para invadir os Açores com 25.000 homens se Portugal fosse ocupado pela Alemanha e os Alemães, brindar-nos-íam com duas divisões (cerca de 20.000 homens da Wermacht).
Não teriamos como resistir.
Sobre a Legião, tenho alguns sobre o assunto, mas não sei deles. Se encontrar coloco aqui.
Cumprimentos