As opiniões dos portugueses - SONDAGEM

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Marauder

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As opiniões dos portugueses - SONDAGEM
« em: Abril 07, 2006, 11:23:17 am »
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Maioria dos portugueses aprova programa Simplex

A maioria dos portugueses aprova o programa de desburocratização (Simplex) apresentado na semana passada pelo Governo, considerando-o útil, segundo um estudo da Eurosondagem.

Realizado para a Rádio Renascença, SIC e Expresso, este estudo analisa a avaliação das últimas iniciativas do Governo.
Em relação ao Simplex, a grande maioria - 67% - dos inquiridos considera «úteis» as 333 medidas de desburocratização apresentadas pelo Executivo.

A sondagem revela ainda que a maioria dos inquiridos (47%) considera que o Governo deveria promover um novo referendo sobre a regionalização antes de avançar com qualquer medida nesta área.

Já 40% diz que a estratégia seguida pelo Executivo, em avançar imediatamente com a reorganização administrativa do país em cinco regiões, é a estratégia correcta.

Verifica-se ainda que 60% dá credibilidade entre as várias medidas anunciadas pelo Executivo e a sua concretização. No entanto, 47% da amostra é contra o sistema de quotas aprovado pelo PS, que obriga um número mínimo de mulheres nas listas de deputados e às autarquias.

O estudo foi realizado entre 30 de Março e 4 de Abril com base em 1016 entrevistas telefónicas. O erro máximo da amostra é de 3.07% para um grau de probabilidade de 95%.

07-04-2006 10:20:56
 
de:
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... news=65650

  Claro que sondagens não podem ser considerados factos mas..o contrário também não se verifica...não se pode fazer referendos a tudo ! :shock: No entanto são uteis para dar uma ideia do que o tuga pensa..
 

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emarques

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« Responder #1 em: Abril 07, 2006, 02:24:04 pm »
Um dos grandes problemas desta história da regionalização administrativa é que ninguém parece ter muita vontade de reconhecer que essa regionalização já existe, mas que cada ministério fez uma diferente.

Lembro-me na altura do referendo anterior de se falar de um sítio qualquer que pertencia (isto vai saír meio inventado, porque não me lembro exactamente) ao Distrito de Viseu, sub-região de saúde de Aveiro, região de turismo Douro Sul (Lamego), Região Militar Norte, e mais não sei quantas sedes de região diferentes.

Ao que pude perceber, o que o governo quer fazer é harmonizar todos esses mapas de regiões administrativas para que coincidam (mais ou menos) com as fronteiras das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (que também já existiam). Ou seja, pôr um pouco de ordem na banda, que até agora cada um tocava para o seu lado.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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dremanu

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« Responder #2 em: Abril 07, 2006, 05:39:39 pm »
A unica regionalização que se requere é a dos políticos. Se os políticos tiverem que passar a ser eleitos diretamente pelo povo que representam, e depois terem que se justificar perante esse mesmo, muda tudo por completo.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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papatango

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(sem assunto)
« Responder #3 em: Abril 07, 2006, 08:50:11 pm »
Eu acho que não se deveria chamar regionalização administrativa, mas sim Racionalização Administrativa.

Ou seja: Mesmo os mais ardentes defensores da regionalização sabem perfeitamente, que pelas dimensões do país, a sua regionalização não faz nenhum sentido e serve apenas para criar mais Máfias e organismos onde empregar a nossa enorme e gorda classe política.

Mas também sabem eles e sabemos todos que o país está numa desorganização tremenda, resultado de 48 anos de imobilismo e 30 anos de "deixa-andarismo" conivente.

A racionalização administrativa e a descentralização da administração central, fazem sentido.

O Estado deve estar mais próximo das pessoas em vez de estar concentrado em Lisboa.

Hoje é possível por causa da Internet, tratar de assuntos sem ser necessário deslocar-se "à Capital" e esse é o caminho.

A macrocefalía de Lisboa é por natureza "enquilosante", mas não devemos tentar criar outras Lisboazinhas, que vão acabar por padecer do mesmo problema.

A descentralização e racionalização fazem sentido, o que não faz sentido é a criação futura de Regiões Autónomas, apresentadas como "facto consumado" que depois se referenda.

É de facto uma Zé Espertice. E se o Sócrates tem levado a cabo reformas que há muito tempo deviriam ter começado, esta "Xicoespertice" não pode passar despercebida.

O país pode viver perfeitamente com uma única administração central. Só é preciso que ela funcione.
Muitas das regiões de alguns países europeus, são maiores que Portugal inteiro.

A regionalização, com os meios técnicos que hoje existem, é mais que nunca uma desculpa para criar empregos.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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AugustoBizarro

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Sobre a Regionalização.
« Responder #4 em: Abril 08, 2006, 01:56:32 am »
1. Bairrismo

Um dos problemas quando se discutem ideias, em Portugal, é que sofremos dum mal terrível, chamado bairrismo.

A rivalidade Lisboa-Porto (e muitas outras), que é muito alimentada pelo futebol.
O bairrismo faz com que um cidadão do Porto menos esclarecido não compreenda que o desenvolvimento de Lisboa só traz vantagens.
E vice-versa.
O problema da concentração de pessoas e empresas em Lisboa e no Porto (e outros pontos) , básicamente no Litoral, é que como está claramente á vista, sofremos dum gravíssimo problema de falta de planeamento urbano, de planeamento em larga escala. "Built to last."(Algo que ainda não está bem interiorizado na mente do português)

O português ainda não compreende o conceito de Grupo.
O bairrismo no fundo equivale a tribalismo. O que é perigoso, porque Portugal já é suficientemente pequeno e irrelevante internacionalmente. Divisões internas adicionais complicam tudo.

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2. (A Ausência de) Planeamento Urbano das Cidades

Faz-se uma avenida com 2 faixas, sem se perceber que no futuro a mesma avenida necessitará de 3 ou 4 para o transito fluir.
Como é óbvio, a compra de bairros inteiros com o propósito de demolição para construção de artérias vitais (para resolver o estrangulamento) é algo que é tão dispendioso que está fora de questão.
Este tipo de situações normalmente só acontece com expropriações que obviamente não são bem aceites.
Recuperar uma cidade mal desenhada é uma tarefa hercúlea.
A somar ao problema temos uma situação de excesso de uso de viatura pessoal, em parte compreensível por uma ausência dum serviço de transportes verdadeirmente amplo, em parte porque o português está perfeitamente obcecado pelo automóvel, e o vê como uma espécie de símbolo de identidade pessoal, sem compreender que uma cidade com um sistema de metro verdadeiramente moderno e eficiente é infinitamente mais comfortável e barato, mas apenas se pensado em larga escala e com o objectivo de servir o máximo número de cidadãos possível.
E não esquecer a enorme quantidade de dinheiro que é enviada para o estrangeiro, cada vez que um automóvel é adquirido, dado que a Indústria Automóvel Nacional é inexistente.(Para os fans da Ford-Volkswagen e afins, gostava de frisar que nenhuma empresa vem para cá para fazer caridade, e que o lucro, após pagos impostos e salários, vai direitinho para os cofres da empresa, no estrangeiro, como é óbvio.)

O português que compra o automóvel não compreende portanto, que no seu acto individual está a prejudicar o seu país, (O grupo!), porque nem sequer consider a hipotese, de que ele mesmo, pertence a esse grupo, quer queira quer não. (Isto é o Individualismo em acção , ou seja o Bairrismo/Tribalismo levado ao extremo).

Portanto enquanto não existir uma Indústria Automóvel NACIONAL, o uso do Transporte público é a opção mais económico-patriótica possível.
(Ou se preferirem, agora está na moda dizer Nacionalismo Económico.)

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3. Dimensão

Portugal , sendo tão pequeno e tendo poucos recursos (não me refiro a recursos minerais) perde bastante se enveredar por uma política de governo verdadeiramente descentralizado, como já foi referido inúmeras vezes, a duplicação de tarefas, e sobretudo a ausência de coordenação entre as mesmas.

Dou um exemplo. A área metropolitana do Porto, tem em números muito redondos, qualquer coisa como 1,5 milhões de habitantes, contudo a gestão desta área é dividida por variadas câmaras com inúmeras chefias, inúmeras decisões, inevitávelmente contraditórias.

Hipotéticamente, a fusão de todas as Câmaras numa só permitiria que todo o planeamento fosse feito duma forma clara pensando a área como uma só, (que é de facto). Desenhando toda a rede de transportes e serviços municipais duma forma perfeitamente orgânica no Todo.
Mas outra vez, o bairrismo persiste, o municipe do município X nunca aceitaria ver o SEU município "desaparecer". Encararia isso como um ataque pessoal, sem perceber que os destinos da sua area metropolitana afectam-no,por exemplo, porque nomeadamente muito provávelmente tem um emprego num município vizinho. Queixa-se de que perde muito tempo da sua vida quando se desloca ao seu local de trabalho sem compreender que o controlo do planeamento é dividido. Que por exemplo os problemas de estacionamento em Lisboa não interessam ao Presidente da Câmara de Oeiras, visto não pertencer ao seu município.

Como o tempo perdido na deslocação é elevado, cria-se uma falsa noção de distância, como se o outro município fosse longe, quando no fundo é ao lado. Por exemplo, o que se designa por Moscovo central, tem um raio de 25 km. Mas pouco importa se um cidadão vive num extremo da cidade e trabalha no outro extremo, pois se utilizar o metro, rápidamente lá chega.

Outra questão: Devido a Portugal ser um país pequeno e economicamente fraco, uma empresa monopolista Portuguesa, lá fora, é uma formiga,  contudo ainda assim a legislação Europeia ataca-la-á com toda a força. Isto é extremamente complicado. Para quem como eu, acredita que, ao contrário do que muita gente diz, a solução Económica reside em Grandes Grupos Industrais, e não, Pequenas-Médias Empresas (Que invariávelmente pertencem á area dos Serviços.)
Aliás por definição, Indústria é algo em larga escala.  Favorecer Pequeno e Médio , é automaticamente negar a Indústria.  Uma Oficina não é uma Indústria.

É extremamente popular criticar os grandes grupos (quer dizer.. serão tão grandes assim?, para mim, parecem-me grupos internacionalmente insignificantes..).   Não me recordo de ver um político que seja, vir a público dizer, "É imprescindível que Portugal tenha grandes grupos económicos".  Ou seja, defende-se a mercearia e ataca-se a Fábrica.
O Português ainda não compreende que tem básicamente 2 opções,  ou lida com Grandes grupos Portugueses,  ou lida com Grandes grupos estrangeiros. (as tais multinacionais, que não são tão multi como isso).

Porquê esta obsessão no discurso polítco, esta vergonha de admitir uma ambição por grupos económicos fortes? Todos os países o fazem, "National Champions",  quer o admitam quer não.

A legislação Europeia, com as suas leis anti-monopólio, favorece os estados de grande dimensão (económica,geográfica,populacional,etc) e prejudica os estados pequenos.

Posição dominante em Portugal = 5% 10% na Alemanha.

O Objectivo Secreto (nem é tão secreto como isso..) da Europa do Norte e manter a Europa do Sul fraca.

Enrico Mattei, o criador da ENI, foi assassinado. (e não foram os Russos)
http://en.wikipedia.org/wiki/Enrico_Mattei
http://en.wikipedia.org/wiki/ENI_S.p.A.

Podem ter a certeza que se surgir um indivíduo em Portugal que realmente tenha um plano para Industralizar Portugal, ou criar grupos a sério (com significado internacional), esse indíviduo corre risco de vida.

Pois se tal suceder, Portugal passa de país dominado por areas de influencia estrangeiras, a ser uma força independente.

Enrico Mattei era filho de um Carabinieri,  e no fundo, acabou mesmo por "levar um tiro" pela nação.

Óbviamente os nossos Advogados-Políticos obesos, nunca se arriscariam a tanto. É melhor deixar como está , não fazer ondas e ter uma vida calma/comfortável. O País que se lixe.

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4. Poder

Regionalização no fundo, é a dispersão do Poder, algo que por muitos é encarado como uma extensão do pensamento democrático. Falem de concentração de poder (concentração da decisão), e arriscam-se a serem apelidados de fascistas.
Acontece que, num País de grandes dimensões, e com realidades muito diferentes, faz sentido haver alguma dispersão de poder.

Mas num País como Portugal que tem tão pouco Poder,  dividir esse mesmo Poder é no mínimo suícida.

É como ter umas Forças Armadas com 50.000 homens, e decidir organiza-las em 50 Exércitos, cada um com 5 divisões de 200 homens. (Teria uma certa graça uma Companhia ser composta por 1 soldado. (Uma Companhia sem companhia!)  No fundo, isto acontece um pouco, indirectamente, a quantidade absolutemente excessiva de chefias que Portugal tem, tanto no exército como na política etc.

Resta saber é o que é que afinal existe para chefiar!

Já agora, falando de Piramides de Poder, imaginem por exemplo o Antigo Egipto governado por 1000 Faraós em simultaneo, cada um a fazer a sua mini-piramide, 1/1000 ou 0,1% do tamanho da Grande Pirâmide.
http://en.wikipedia.org/wiki/Pyramid_of_Khufu

Tendo aproxidamente 138.75 metros,  em numeros muito grosseiros, cada mini-pirâmide teria qualquer coisa como 13 centímetros.

Isto é apenas um exercício de hipótese, pois se houvesse divisão de poder naquela altura, a civilização egípcia pura e simplesmente não teria existido.

Tal como, se não houvesse concentração de Poder, no reinado do Rei D. João II,  não haveria Portugal Quinhentista para ser governado por D. Manuel, D. João III, etc. Os Ingleses não beberiam chá, a Batalha de Diu (1509) nunca teria ocorrido, e o controlo do negócio das especiarias seria controlado pelos Turcos, Egípcios.

Voltando ao Presente, Portugal é um país étnicamente e linguísticamente , culturalmente, religiosamente,   Homogéneo.

Portugal não é uma Alemanha nem uma Itália. E se esses países têm uma herança de regionalismo, isso tem motivos históricos. Portugal é uno e sempre o foi. (À custa de muita espadeirada.)

Partindo do princípio que,  Centralização = Larga Escala,  Regionalização = Pequena Escala,   torna-se um bocado óbvio, que  regionalizando os problemas de planeamento agravar-se-ão.E até numa perspectiva estética e de qualidade de vida continuaremos a ter cidades onde numa só rua existe um monumento histórico, rodeado por construção fraca dos anos 70/80, e imediatamente ao lado um prédio moderno, tudo com os mais variados estilos, dimensões, correntes arquitéctonicas, ideias sui generis do arquitecto faraó (piramide versão 13 centimentros claro), que dá um aspecto caótico á cidade, e lhe tira a identidade.

Por exemplo, aqui no Porto, para construir a Estação de São Bento, demoliu-se um convento antigo.Quer dizer, com governantes e arquitectos que praticam planeamento urbano á moda de Átila o Huno, destruindo a herança cultural.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7 ... %A3o_Bento

A construção termina em 1916, portanto periodo Republicano (sim aquela altura com 1 governo por mês)

Portanto... muitos Chefes = Muitas decisões = Muito maior Probabilidade de decisões contraditórias, de remoínhos.

Eu acredito que é importante ter uma direcção qualquer que ela seja, boa ou má, mas que seja algo coerente, consistente, contínuo.



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5. Desenvolvimento

Eu acredito que é possível combater a Macro-Encefalia de Lisboa e Porto, com um governo centralizado, desde que, o governo o queira.
Isto aliás é um problema histórico, visto que no passado Lisboa foi sempre o grande centro, sem qualquer outra cidade para a rivalizar.

Eu penso ser do interesse de todos os portugueses, que se faça crescer cidades no interior, e que o Litoral cresça menos, para que haja um aproveitamento mais inteligente do território nacional que é um todo.

O projecto do TGV apesar de ser melhor do que se gastar o dinheiro em BMW's ou Audi's para governantes,  é no fundo,  um erro estratégico.
O TGV não desenvolve a Indústria, o TGV é inútil para transporte de mercadorias.

No meu entender o Comboio tem que existir para servir a Indústria em primeiro lugar,(porque o custo de transporte é infinitamente menor do que comparado com o transporte por camião(já para nem dizer que há certas coisas que um camião não transporta..) , e em segundo lugar para transporte de cidadãos, para não desperdiçar um investimento tão avultado que é, o comboio.

Com o custo do TGV, poder-se ia criar uma série de novas ligações ferroviárias a várias cidades do interior e até criar uma segunda linha vertical de Trás-os-montes ao Algarve, para verdadeiramente cobrir o territorio nacional.

Ora , estes grandes projectos , no meu entender não se tornariam mais próvaveis se houvesse regionalização, pois, somente o Governo central tem (será que tem? ou pede emprestado aos suiços?) capacidade financeira para tais investimentos.

Mas confundir a questão do TGV vs Alternativas(Uma rede nacional de comboios convencionais modernos),   e equiparar isto a Centralização vs Regionalização é um erro.

A questão do TGV , tem mais a ver com uma opção duma Economia baseada em Serviços. O Modelo Económico Inglês  (o publicitado claro, se verificaram a quantidade de empresas inglesas no sector mineiro e matérias primas... já se apercebem que estes senhores dão propaganda a um modelo de serviços quando no fundo praticam um misto de serviços apoiados por um sector primário fortíssimo).

http://en.wikipedia.org/wiki/Anglo_Amer ... 8mining%29
http://en.wikipedia.org/wiki/BHP_Billiton
http://en.wikipedia.org/wiki/Rio_Tinto_Group
http://en.wikipedia.org/wiki/BP
http://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Dutch_Shell





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Por fim,   o argumento que muitos cidadãos têm que a Centralização é terrível, porque depois têm todos que se deslocar a Lisboa quando precisarem de lidar com o Estado/Grande Município , é falso, porque.. o Estado ou um Grande Município, pode ter uma presença (balcões) espalhada, aliás, até pode ter muito mais presença, com o que se poupa em chefias.


Já em 400 A.C. dizia(Escrevia) Aristófanes:
"Ah! The generals! They are numerous, but not good for much! "

Em 2006 AD. penso ser este um dos problemas de Portugal.
Hoje em dia, a "Nobreza" é forte, e o "Rei" é fraco.  


Augusto.
« Última modificação: Abril 08, 2006, 06:32:26 am por AugustoBizarro »
 

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NVF

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« Responder #5 em: Abril 08, 2006, 04:54:20 am »
Augusto, entao o Aristofanes ja' falava ingles?
Talent de ne rien faire
 

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AugustoBizarro

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« Responder #6 em: Abril 08, 2006, 07:01:31 am »
Na verdade estas palavras não foram faladas , são as palavras de um personagem duma peça escrita por Aristófanes. O seu nome era Lamachus, um General Ateniense, que participou na Guerra do Peloponeso.

http://en.wikipedia.org/wiki/The_Acharnians
http://en.wikipedia.org/wiki/Lamachus
http://en.wikipedia.org/wiki/Aristophanes

versão em inglês em:

http://drama.eserver.org/plays/classica ... rnians.txt
http://www.gutenberg.org/dirs/etext02/achar10.txt


Quanto à linguagem, provavelmente tratar-se-ia de Grego antigo, sob a forma de um dialecto.

http://en.wikipedia.org/wiki/Attic_Greek
http://en.wikipedia.org/wiki/Ancient_Greek

Como não estou em posse de uma tradução em português, não falo grego moderno, muito menos variantes antigas, achei por bem apresentar a tradução em inglês.
Uma linguagem que suponho ser do conhecimento da maioria dos utilizadores deste forum.

Até porque , cada vez que se faz uma tradução há algo que se perde.
Traduzir os Lusíadas por exemplo. não seria o mesmo.

Teve alguma dificuldade em compreender a frase? Posso arriscar uma tradução se o seu domínio do inglês não for muito bom.
 

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NVF

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« Responder #7 em: Abril 08, 2006, 03:55:32 pm »
Nao se chateie homem, estava so' a entrar consigo. Quanto ao meu dominio do ingles, nao e' muito bom, mas deu para perceber o sentido da frase (alias, quando voltar para PT estou a pensar tirar um cursinho daqueles do cambridge para ver se melhoro o meu ingles).*

* Nao ligue, estou a outra vez a entrar consigo.
Talent de ne rien faire
 

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dremanu

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Re: Sobre a Regionalização.
« Responder #8 em: Abril 08, 2006, 05:21:04 pm »
Citação de: "AugustoBizarro"
1. Bairrismo

Um dos problemas quando se discutem ideias, em Portugal, é que sofremos dum mal terrível, chamado bairrismo.

A rivalidade Lisboa-Porto (e muitas outras), que é muito alimentada pelo futebol.
O bairrismo faz com que um cidadão do Porto menos esclarecido não compreenda que o desenvolvimento de Lisboa só traz vantagens.
E vice-versa.

O problema da concentração de pessoas e empresas em Lisboa e no Porto (e outros pontos) , básicamente no Litoral, é que como está claramente á vista, sofremos dum gravíssimo problema de falta de planeamento urbano, de planeamento em larga escala. "Built to last."(Algo que ainda não está bem interiorizado na mente do português)

O português ainda não compreende o conceito de Grupo.
O bairrismo no fundo equivale a tribalismo. O que é perigoso, porque Portugal já é suficientemente pequeno e irrelevante internacionalmente. Divisões internas adicionais complicam tudo.

- Rivalidades entre cidades existe em todas as nações da Europa ocidental, de forma alguma é um fenómeno exclusivamente Lusitano.
- As pessoas concentram-se nos grandes centros urbanos do litoral porque vêm à procura de melhores condições económicas, não tem nada haver com mau planeamente urbano
- Tanto o bairrismo, quanto o tribalismo são conceitos de grupo.

Citação de: "AugustoBizarro"
A somar ao problema temos uma situação de excesso de uso de viatura pessoal, em parte compreensível por uma ausência dum serviço de transportes verdadeirmente amplo, em parte porque o português está perfeitamente obcecado pelo automóvel, e o vê como uma espécie de símbolo de identidade pessoal, sem compreender que uma cidade com um sistema de metro verdadeiramente moderno e eficiente é infinitamente mais comfortável e barato, mas apenas se pensado em larga escala e com o objectivo de servir o máximo número de cidadãos possível.

O indíviduo tem o direito de escolher qual é o meio de transporte que pretende utilizar para se descolar, por qualquer razão que seja que esteja de acordo com seu sistema valores internos. Negar esse direito é atacar a liberdade indivídual.

Citação de: "AugustoBizarro"
E não esquecer a enorme quantidade de dinheiro que é enviada para o estrangeiro, cada vez que um automóvel é adquirido, dado que a Indústria Automóvel Nacional é inexistente.(Para os fans da Ford-Volkswagen e afins, gostava de frisar que nenhuma empresa vem para cá para fazer caridade, e que o lucro, após pagos impostos e salários, vai direitinho para os cofres da empresa, no estrangeiro, como é óbvio.)

As empresas estrangeiras em Portugal mandam os lucros do país para fora, enquanto as empresas Portuguesas mandam os seus lucros obtidos no estrangeiro de retorno para Portugal. Se a balança é negativa, é porque o que é necessário é que existam mais empresas Portuguesas a trabalhar, e a ganhar dinheiro, e a obter lucros, no estrangeiro, e que depois os enviem para Portugal.

Citação de: "AugustoBizarro"
O português que compra o automóvel não compreende portanto, que no seu acto individual está a prejudicar o seu país, (O grupo!), porque nem sequer consider a hipotese, de que ele mesmo, pertence a esse grupo, quer queira quer não. (Isto é o Individualismo em acção , ou seja o Bairrismo/Tribalismo levado ao extremo).

O Português que compra o automóvel estrangeiro, que é fábricado em Portugal, está a beneficiar o grupo, pois se não o comprasse, não havia trabalho para o outro Português que trabalha na fábrica a montar o veículo. E caso o Português compre no estrangeiro o automóvel, faze-o porque ganhou dinheiro noutro lado qualquer para o poder fazer, esse lado qualquer pode ter sido a fábrica que montou em Portugal para por exemplo, vender sapatos, onde deu trabalho aos seus compatriotas. De novo o grupo beneficiou, pois o desejo de comprar o automóvel motivou o tal Português a encontrar uma forma de obter os recursos necessários para o fazer.

Citação de: "AugustoBizarro"
Portanto enquanto não existir uma Indústria Automóvel NACIONAL, o uso do Transporte público é a opção mais económico-patriótica possível. (Ou se preferirem, agora está na moda dizer Nacionalismo Económico.)

Mesmo que Portugal fosse um país produtor de automoveís, nunca conseguiria ser um país capaz de produzir todos os tipos de modelos com capacidade de satisfazer todos os gostos. Isto é óbvio, porque e a não ser que, se viva num sistema económico completamente fechado, não existe um só país no planeta, que produza veículos, do qual toda a sua produção é exclusivamente utilizada pelos cidadão desse país. A exceção a esta regra seria provavelmente a Coreía do Norte.


Citação de: "AugustoBizarro"
3. Dimensão

Portugal , sendo tão pequeno e tendo poucos recursos (não me refiro a recursos minerais) perde bastante se enveredar por uma política de governo verdadeiramente descentralizado, como já foi referido inúmeras vezes, a duplicação de tarefas, e sobretudo a ausência de coordenação entre as mesmas.

Dou um exemplo. A área metropolitana do Porto, tem em números muito redondos, qualquer coisa como 1,5 milhões de habitantes, contudo a gestão desta área é dividida por variadas câmaras com inúmeras chefias, inúmeras decisões, inevitávelmente contraditórias.

Hipotéticamente, a fusão de todas as Câmaras numa só permitiria que todo o planeamento fosse feito duma forma clara pensando a área como uma só, (que é de facto). Desenhando toda a rede de transportes e serviços municipais duma forma perfeitamente orgânica no Todo.
Mas outra vez, o bairrismo persiste, o municipe do município X nunca aceitaria ver o SEU município "desaparecer". Encararia isso como um ataque pessoal, sem perceber que os destinos da sua area metropolitana afectam-no,por exemplo, porque nomeadamente muito provávelmente tem um emprego num município vizinho. Queixa-se de que perde muito tempo da sua vida quando se desloca ao seu local de trabalho sem compreender que o controlo do planeamento é dividido. Que por exemplo os problemas de estacionamento em Lisboa não interessam ao Presidente da Câmara de Oeiras, visto não pertencer ao seu município.

Como o tempo perdido na deslocação é elevado, cria-se uma falsa noção de distância, como se o outro município fosse longe, quando no fundo é ao lado. Por exemplo, o que se designa por Moscovo central, tem um raio de 25 km. Mas pouco importa se um cidadão vive num extremo da cidade e trabalha no outro extremo, pois se utilizar o metro, rápidamente lá chega.

Concordo com este ponto de vista.

Citação de: "AugustoBizarro"
Outra questão: Devido a Portugal ser um país pequeno e economicamente fraco, uma empresa monopolista Portuguesa, lá fora, é uma formiga,  contudo ainda assim a legislação Europeia ataca-la-á com toda a força. Isto é extremamente complicado. Para quem como eu, acredita que, ao contrário do que muita gente diz, a solução Económica reside em Grandes Grupos Industrais, e não, Pequenas-Médias Empresas (Que invariávelmente pertencem á area dos Serviços.) Aliás por definição, Indústria é algo em larga escala.  Favorecer Pequeno e Médio , é automaticamente negar a Indústria.  Uma Oficina não é uma Indústria.

É extremamente popular criticar os grandes grupos (quer dizer.. serão tão grandes assim?, para mim, parecem-me grupos internacionalmente insignificantes..).   Não me recordo de ver um político que seja, vir a público dizer, "É imprescindível que Portugal tenha grandes grupos económicos".  Ou seja, defende-se a mercearia e ataca-se a Fábrica. O Português ainda não compreende que tem básicamente 2 opções,  ou lida com Grandes grupos Portugueses,  ou lida com Grandes grupos estrangeiros. (as tais multinacionais, que não são tão multi como isso).

Porquê esta obsessão no discurso polítco, esta vergonha de admitir uma ambição por grupos económicos fortes? Todos os países o fazem, "National Champions",  quer o admitam quer não.

A legislação Europeia, com as suas leis anti-monopólio, favorece os estados de grande dimensão (económica,geográfica,populacional,etc) e prejudica os estados pequenos.

Posição dominante em Portugal = 5% 10% na Alemanha.

Também concordo com estas opiniões.

Citação de: "AugustoBizarro"
O Objectivo Secreto (nem é tão secreto como isso..) da Europa do Norte e manter a Europa do Sul fraca.

Enrico Mattei, o criador da ENI, foi assassinado. (e não foram os Russos)
http://en.wikipedia.org/wiki/Enrico_Mattei
http://en.wikipedia.org/wiki/ENI_S.p.A.

Podem ter a certeza que se surgir um indivíduo em Portugal que realmente tenha um plano para Industralizar Portugal, ou criar grupos a sério (com significado internacional), esse indíviduo corre risco de vida.

Pois se tal suceder, Portugal passa de país dominado por areas de influencia estrangeiras, a ser uma força independente.

Enrico Mattei era filho de um Carabinieri,  e no fundo, acabou mesmo por "levar um tiro" pela nação.

Óbviamente os nossos Advogados-Políticos obesos, nunca se arriscariam a tanto. É melhor deixar como está , não fazer ondas e ter uma vida calma/comfortável. O País que se lixe.

Aqui já é um bocado de paranóia, mas existe algum realismo no seu pensamento.

Citação de: "AugustoBizarro"
Regionalização no fundo, é a dispersão do Poder, algo que por muitos é encarado como uma extensão do pensamento democrático. Falem de concentração de poder (concentração da decisão), e arriscam-se a serem apelidados de fascistas.
Acontece que, num País de grandes dimensões, e com realidades muito diferentes, faz sentido haver alguma dispersão de poder.

Mas num País como Portugal que tem tão pouco Poder, dividir esse mesmo Poder é no mínimo suícida. É como ter umas Forças Armadas com 50.000 homens, e decidir organiza-las em 50 Exércitos, cada um com 5 divisões de 200 homens. (Teria uma certa graça uma Companhia ser composta por 1 soldado. (Uma Companhia sem companhia!)  No fundo, isto acontece um pouco, indirectamente, a quantidade absolutemente excessiva de chefias que Portugal tem, tanto no exército como na política etc.

Resta saber é o que é que afinal existe para chefiar!

Já agora, falando de Piramides de Poder, imaginem por exemplo o Antigo Egipto governado por 1000 Faraós em simultaneo, cada um a fazer a sua mini-piramide, 1/1000 ou 0,1% do tamanho da Grande Pirâmide.
http://en.wikipedia.org/wiki/Pyramid_of_Khufu

Tendo aproxidamente 138.75 metros,  em numeros muito grosseiros, cada mini-pirâmide teria qualquer coisa como 13 centímetros. Isto é apenas um exercício de hipótese, pois se houvesse divisão de poder naquela altura, a civilização egípcia pura e simplesmente não teria existido.

Tal como, se não houvesse concentração de Poder, no reinado do Rei D. João II,  não haveria Portugal Quinhentista para ser governado por D. Manuel, D. João III, etc. Os Ingleses não beberiam chá, a Batalha de Diu (1509) nunca teria ocorrido, e o controlo do negócio das especiarias seria controlado pelos Turcos, Egípcios.

Voltando ao Presente, Portugal é um país étnicamente e linguísticamente , culturalmente, religiosamente, Homogéneo. Portugal não é uma Alemanha nem uma Itália. E se esses países têm uma herança de regionalismo, isso tem motivos históricos. Portugal é uno e sempre o foi. (À custa de muita espadeirada.)

Partindo do princípio que,  Centralização = Larga Escala,  Regionalização = Pequena Escala,   torna-se um bocado óbvio, que  regionalizando os problemas de planeamento agravar-se-ão.E até numa perspectiva estética e de qualidade de vida continuaremos a ter cidades onde numa só rua existe um monumento histórico, rodeado por construção fraca dos anos 70/80, e imediatamente ao lado um prédio moderno, tudo com os mais variados estilos, dimensões, correntes arquitéctonicas, ideias sui generis do arquitecto faraó (piramide versão 13 centimentros claro), que dá um aspecto caótico á cidade, e lhe tira a identidade.

Por exemplo, aqui no Porto, para construir a Estação de São Bento, demoliu-se um convento antigo.Quer dizer, com governantes e arquitectos que praticam planeamento urbano á moda de Átila o Huno, destruindo a herança cultural.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7 ... %A3o_Bento

A construção termina em 1916, portanto periodo Republicano (sim aquela altura com 1 governo por mês)

Portanto... muitos Chefes = Muitas decisões = Muito maior Probabilidade de decisões contraditórias, de remoínhos.

Eu acredito que é importante ter uma direcção qualquer que ela seja, boa ou má, mas que seja algo coerente, consistente, contínuo.

OK

Citação de: "AugustoBizarro"
Eu acredito que é possível combater a Macro-Encefalia de Lisboa e Porto, com um governo centralizado, desde que, o governo o queira. Isto aliás é um problema histórico, visto que no passado Lisboa foi sempre o grande centro, sem qualquer outra cidade para a rivalizar.

Eu penso ser do interesse de todos os portugueses, que se faça crescer cidades no interior, e que o Litoral cresça menos, para que haja um aproveitamento mais inteligente do território nacional que é um todo.

100% de acordo

 
Citação de: "AugustoBizarro"
O projecto do TGV apesar de ser melhor do que se gastar o dinheiro em BMW's ou Audi's para governantes,  é no fundo,  um erro estratégico. O TGV não desenvolve a Indústria, o TGV é inútil para transporte de mercadorias.

100% de acordo

Citação de: "AugustoBizarro"
No meu entender o Comboio tem que existir para servir a Indústria em primeiro lugar,(porque o custo de transporte é infinitamente menor do que comparado com o transporte por camião(já para nem dizer que há certas coisas que um camião não transporta..) , e em segundo lugar para transporte de cidadãos, para não desperdiçar um investimento tão avultado que é, o comboio.

Com o custo do TGV, poder-se ia criar uma série de novas ligações ferroviárias a várias cidades do interior e até criar uma segunda linha vertical de Trás-os-montes ao Algarve, para verdadeiramente cobrir o territorio nacional.

Ora , estes grandes projectos , no meu entender não se tornariam mais próvaveis se houvesse regionalização, pois, somente o Governo central tem (será que tem? ou pede emprestado aos suiços?) capacidade financeira para tais investimentos.

Mas confundir a questão do TGV vs Alternativas(Uma rede nacional de comboios convencionais modernos), e equiparar isto a Centralização vs Regionalização é um erro.

De novo 100% de acordo

Citação de: "AugustoBizarro"
A questão do TGV, tem mais a ver com uma opção duma Economia baseada em Serviços. O Modelo Económico Inglês  (o publicitado claro, se verificaram a quantidade de empresas inglesas no sector mineiro e matérias primas... já se apercebem que estes senhores dão propaganda a um modelo de serviços quando no fundo praticam um misto de serviços apoiados por um sector primário fortíssimo).

http://en.wikipedia.org/wiki/Anglo_Amer ... 8mining%29
http://en.wikipedia.org/wiki/BHP_Billiton
http://en.wikipedia.org/wiki/Rio_Tinto_Group
http://en.wikipedia.org/wiki/BP
http://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Dutch_Shell


É verdade, mas Portugal nem indústria primária de relevo têm, então deve dar prioridade a quê?
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Marauder

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Re: Sobre a Regionalização.
« Responder #9 em: Abril 08, 2006, 09:46:30 pm »
Citação de: "dremanu"
O indíviduo tem o direito de escolher qual é o meio de transporte que pretende utilizar para se descolar, por qualquer razão que seja que esteja de acordo com seu sistema valores internos. Negar esse direito é atacar a liberdade indivídual.

Sim, mas o Estado também pode tomar medidas para favorecer o uso dos transportes públicos, passando pelo castigo financeiro de quem traga o seu transporte individual para um centro público com excesso de carros que são as nossas grandes cidades. É claro que isso implica um bom sistema de transportes, mas por exemplo eu não vejo porque é que nas portagens da ponte 25 de Abril não se pode cobrar preços diferentes conforme a quantidade de pessoas no carro...é um começo..

Citação de: "AugustoBizarro"
E não esquecer a enorme quantidade de dinheiro que é enviada para o estrangeiro, cada vez que um automóvel é adquirido, dado que a Indústria Automóvel Nacional é inexistente.(Para os fans da Ford-Volkswagen e afins, gostava de frisar que nenhuma empresa vem para cá para fazer caridade, e que o lucro, após pagos impostos e salários, vai direitinho para os cofres da empresa, no estrangeiro, como é óbvio.)

Acho que existe alguma confusão aqui. Se as peças e componentes que essas fábricas utilizam são compradas no estrangeiro é lógico que o dinheiro sai do país. Mas no caso da Auto-Palmela ainda existe uma grande integração de componentes nacionais visto que temos um cluster de empresas nacionais especializadas nisso. Relativamente ao fazerem lucro e o resto da frase, desculpe mas isso não fazem todas as empresas? A não ser que se fale de empresas públicas, o objectivo é normalmente o lucro. Nos dias que correm a responsabilidade social no entanto está a aumentar, e as empresas realizam mais projectos de caridade, se houver cheta é claro.

Citação de: "AugustoBizarro"
O português que compra o automóvel não compreende portanto, que no seu acto individual está a prejudicar o seu país, (O grupo!), porque nem sequer consider a hipotese, de que ele mesmo, pertence a esse grupo, quer queira quer não. (Isto é o Individualismo em acção , ou seja o Bairrismo/Tribalismo levado ao extremo).

O Dremanu já respondeu a isto, mas esta lógica é terrivel. Basicamente ataca-se a necessidade do movimento que as pessoas tem simplesmente pelo englobar no Conformismo Bairrismo/Tribalismo. Hum...e também comemos carne e vegetais porque os outros também comem, senão seriamos canibais  :lol: !!! Meu caro colega, eu compreendo que muita gente realmente segue uma ideia assim parecida. Cria-se no grupo o sentimento de transmissão de riqueza pela posse de, por exemplo, um potente carro, e logo toda a gente quer ter um para transmitir ao resto do grupo isso. No entanto isto não invalida o facto que a necessidade interna de movimento, neste caso associado ao luxo, exista dentro dessas pessoas. À pessoas que seguem a moda, outras que analizam mais em pormenor o que realmente querem. A influencia social estará sempre presente. A nossa educação, comportamento, isto é..vida... é assim feita...temos influencias hereditárias e sociais. Você quer negar isto tudo e ser um eremita num convento? Ah...e mesmo esses seguem esse grupo lol!!!

Citação de: "AugustoBizarro"
Portanto enquanto não existir uma Indústria Automóvel NACIONAL, o uso do Transporte público é a opção mais económico-patriótica possível. (Ou se preferirem, agora está na moda dizer Nacionalismo Económico.)

Dremanu também já respondeu bem a esta questão. Eu acrescento que essa ideia é muito comunista ou vermelha. Deixe-me adivinhar...e pintariamos os carros todos de preto, tal como Henry Ford assim o diz, porque o bom tuga patriota o iria comprar. Eu só vou dizer a seguinte frase, que critica todo o ideal comunista: As pessoas são diferentes e tem gostos diferentes. Para além que o próprio conceito de benefício nacional está errado. Segundo essa ideia somente empresas portuguesas beneficiam o país. Então e eles dão emprego a quem? A estrangeiros que estão camuflados cá como portugueses? Que eu saiba são os salários de muitas empresas estrangeiras que metem o pão em cima da mesa, tal como algumas das nossas empresas fazem lá fora!!!

A questão da ENI, tal como Dremanu..um bocado paranoia, mas a verdade por vezes tem contornos esquisitos..

Acerca das decisões...pois..somente vendo os moldes da dita regionalização. Pode ser uma má forma de aumentar burocratização e duplicação de serviços desnecessária, mas também pode permitir uma melhor divisão dos investimentos, e até mais jobs para os boys..uma ligeira diminuição do desemprego.

 Mas poucos chefes tende a concentrações que levam a decisões afastadas da realidade e muitos chefes levam a uma maior perda de tempo para atinguir consenso...isto quando está tudo dentro de uma sala.

Citação de: "AugustoBizarro"
Com o custo do TGV, poder-se ia criar uma série de novas ligações ferroviárias a várias cidades do interior e até criar uma segunda linha vertical de Trás-os-montes ao Algarve, para verdadeiramente cobrir o territorio nacional.

 Não concordo com essa segunda linha vertical. Para começar trata-se de terreno dificil em grande parte do terreno, logo, se uma linha normal já requer grande investimento, andar a passar a linha por zonas montanhosas pior é. Segundo, não se compreende....quer-se que a empresa seja rentável, e estão a falar de uma linha económicamente inviável. Se com a centralização do tráfego na Linha do Norte a CP não é viavél, vai-se construir uma linha de Trás-os-Montes para o Algarve para qê? Para inglês ver? Sim..realmente em termos turisticos talvez metendo umas locomotivas velhas ainda desse algum dinheiro, mas não.

Citação de: "AugustoBizarro"
A questão do TGV, tem mais a ver com uma opção duma Economia baseada em Serviços. O Modelo Económico Inglês  (o publicitado claro, se verificaram a quantidade de empresas inglesas no sector mineiro e matérias primas... já se apercebem que estes senhores dão propaganda a um modelo de serviços quando no fundo praticam um misto de serviços apoiados por um sector primário fortíssimo).


    A economia de serviços é algo normal nas sociedades do conhecimento, logo não surpreende. A questão do sector primário realmente é triste, principalmente quando os nossos produtos agrícolas são de qualidade. O TGV requer grande interacção económica, mas para que é que queremos um comboio que vai custar tanto, quando temos um que também anda bem? Eu contento-me com o Alfa...


 Tudo o resto que não falei, concordo com a sua posição.
 

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AugustoBizarro

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« Responder #10 em: Abril 09, 2006, 12:03:41 am »
dremanu escreveu:
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- Rivalidades entre cidades existe em todas as nações da Europa ocidental, de forma alguma é um fenómeno exclusivamente Lusitano.
- As pessoas concentram-se nos grandes centros urbanos do litoral porque vêm à procura de melhores condições económicas, não tem nada haver com mau planeamente urbano
- Tanto o bairrismo, quanto o tribalismo são conceitos de grupo.

A rivalidade pode ser algo que estimula a competição, puxando para cima, mas quando a rivalidade impossibilita qualquer espécie de coordenação então é extremamente nociva, é algo destrutivo. era a isto que me referia.

Sim é verdade que as pessoas vão para os centros urbanos no litoral, não por qualquer desígnio estrátégico Nacional, mas para uma vida melhor, óbvio.  Mas a consequência deste fluxo migratório é que as cidades que já tinham mau planeamento , antes do fluxo, não conseguiram lidar com o fluxo, e portanto a desordem urbanística agravou-se tremendamente. Não estou aqui a defender que o fluxo seja invertido, não estou a falar do Passado, estou meramente a dizer que, o mau planeamento é algo que tira competitividade á economia, e que provoca um enorme desperdício de tempo e dinheiro ao indivíduo e á economia.

O Bairrismo/Tribalismo, são conceitos de grupo pequeno, um mini-grupo, em oposição a um Grupo maior que é Portugal. Uma continente com sociedades com o tribalismo levado ao extremo é Africa.
O tribalismo pode levar uma espécie de "guerra civil" sócio-económica dentro da sociedade,  onde um cidadão de um mini-grupo não encara outro cidadão como sendo do seu mini-grupo. Este Tribalismo, faz com que uma pessoa de uma cidade não compreenda que o desenvolvimento de outra cidade que não a dele, lhe é benéfico. E que defenda somente benefícios para a sua cidade, e se oponha a qualquer benefícios para outras. (cidade ou região)

A situação económica do Estado , é algo que afecta a todos os cidadãos, como tal, não faz sentido o Bairrismo.
Não está aqui em questão que o cidadão tenha orgulho e gosto na sua cidade, mas sabe perfeitamente que isto pode chegar a pontos que ultrapassam os limites do racional/razoável com consequências muito negativas. E repito, isto é muito alimentado pelo fenómeno do futebol.

Quanto ao bairrismo existir noutros países da Europa, por exemplo Itália, isto nada tem a ver com a realidade de Portugal que sempre foi um País unido.



dremanu escreveu:
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O indíviduo tem o direito de escolher qual é o meio de transporte que pretende utilizar para se descolar, por qualquer razão que seja que esteja de acordo com seu sistema valores internos. Negar esse direito é atacar a liberdade indivídual.

Eu não me estou a focar na questão do direito á escolha indivídual, simplesmente,  essa escolha indivídual, a longo prazo prejudica o próprio indivíduo e/ou o seus filhos, descendentes. Todos fazemos escolhas, nem sempre são as melhores.
Por exemplo um empresário português está no seu pleno direito se pegar em todo o seu dinheiro, e se instalar definitivamente noutro país, longe, e nunca mais cá puser os pés. É o seu direito, mas o país não benificia com isso, é meramente isto que estou a dizer.

Não estou a defender legislação policial para forçar o indivíduo a compreender que há escolhas melhores para o seu país, e outras, piores.
Tem que partir do próprio indivíduo. Claro que, o indivíduo pode ser educado, e informado sobre o que se passa no mundo, e chegar á conclusão, ou não. Repito não estou aqui a defender que o Indivíduo seja Patriota á Força, isso, é simplesmente impossível.


dremanu escreveu:
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As empresas estrangeiras em Portugal mandam os lucros do país para fora, enquanto as empresas Portuguesas mandam os seus lucros obtidos no estrangeiro de retorno para Portugal. Se a balança é negativa, é porque o que é necessário é que existam mais empresas Portuguesas a trabalhar, e a ganhar dinheiro, e a obter lucros, no estrangeiro, e que depois os enviem para Portugal.

Discordo em parte, porque, se é possível que empresas portuguesas se estabeleçam no estrangeiro e se abdicar do mercado nacional, isso significa desistir da "Base".   Além do mais, eu defendo que os empregos criados em Portugal devam ser criados por empresas portuguesas na sua maioria (ou seja isto o cenário ideal).

Não defendo a "expulsão"  das empresas estrangeiras, simplesmente é preferível que sejam empresas portuguesas a ocupar o seu lugar.

Ou seja, o ideal é Empresas portuguesas dominarem o mercado Português E terem presença no estrangeiro.

A maioria dos países industrializados são altamente proteccionistas, e não me refiro a países comunistas.  Japão , França, Alemanha, Itália, etc.

Suponhamos que um grupo de empresários portugueses se reuiniam e decidiam tentar comprar o grupo Volkswagen ou a Daimler-Chrysler.
Nem queira imaginar o barulho que os alemães fariam.


dremanu escreveu:
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O Português que compra o automóvel estrangeiro, que é fábricado em Portugal, está a beneficiar o grupo, pois se não o comprasse, não havia trabalho para o outro Português que trabalha na fábrica a montar o veículo. E caso o Português compre no estrangeiro o automóvel, faze-o porque ganhou dinheiro noutro lado qualquer para o poder fazer, esse lado qualquer pode ter sido a fábrica que montou em Portugal para por exemplo, vender sapatos, onde deu trabalho aos seus compatriotas. De novo o grupo beneficiou, pois o desejo de comprar o automóvel motivou o tal Português a encontrar uma forma de obter os recursos necessários para o fazer.

Noutros países, esse desejo assume a forma, de encontrar recursos necessários, para montar uma empresa, e vender produtos aos estrangeiros.

Muitas vezes se diz que em Portugal , havendo pouco dinheiro, é impossível montar empresas fortes.  É verdade que Portugal tem menos dinheiro que outros países, mas quando ando na rua,  vejo muito dinheiro a circular sobre pneus.  Quantas multinacionais não poderiam ser adquiridas se todo esse dinheiro gasto em carros em Portugal, fosse aplicado?
Por exemplo , no Japão , um dos países que mais exporta automóveis, é raro um cidadão ter viatura própria, contudo os cidadãos daquele país têm as maiores poupanças do mundo.  Portanto o Poder do Japão cresce, e os seus cidadãos enriquecem, a Toyota transforma-se no maior grupo automóvel do mundo, enquanto os cidadãos de portugal usufruem de luxos, da sua decisão individual, e no futuro queixam-se que não têm empregos (Os quais consideram como um direito = o direito ao emprego), sem terem tomado uma atitude que seja para incentivar a sua criação. Isto é tribalismo. O Português em geral ainda não se preocupa com o futuro, com o longo-prazo. Está a seguir o modelo Inglês/Americano, de viver o presente, a crédito. Não é este o modelo que defendo para o meu País. Contudo não posso forçar ninguém, meramente passar a minha mensagem.

dremanu escreveu:
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Mesmo que Portugal fosse um país produtor de automoveís, nunca conseguiria ser um país capaz de produzir todos os tipos de modelos com capacidade de satisfazer todos os gostos. Isto é óbvio, porque e a não ser que, se viva num sistema económico completamente fechado, não existe um só país no planeta, que produza veículos, do qual toda a sua produção é exclusivamente utilizada pelos cidadão desse país. A exceção a esta regra seria provavelmente a Coreía do Norte.

Na Coreia do Norte, o carro preferido pelas elites é o Mercedes-Benz, e quanto aos outros veículos, presumo serem versões Russas e Chineses, fabricadas sob licença, portanto não tão nacional quanto isso.
Apesar de tudo, quase ninguém tem viatura na Coreia do Norte, pelo que o exemplo não é o melhor.
Quando me refiro a uma atitude patriótica, não me refiro ao isolamento total, até porque Portugal não tem dimensão para isso, mas há muitos países que praticam uma postura proteccionista e se safam muito bem.
Japão por exemplo. Os direitos de um cidadão não valem absolutamente nada se não houver uma economia forte que os assegure. Esta é a dura realidade. Suponho que o cidadão japonês tem bastante mais direitos assegurados que o comum dos portugueses. nomeadamente saúde, justiça, emprego, etc.
Nenhum país pode produzir todo o tipo de modelos, excepto SE, tiver dimensão para isso, que Portugal não tem, contudo, para minimizar esta questão, mesmo que digamos que, 30% dos automóveis em Portugal fossem de fabrico nacional já não seria mau. Sempre era um travão a este patrocínio da indústria estrangeira.



marauder escreveu:

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O Dremanu já respondeu a isto, mas esta lógica é terrivel. Basicamente ataca-se a necessidade do movimento que as pessoas tem simplesmente pelo englobar no Conformismo Bairrismo/Tribalismo. Hum...e também comemos carne e vegetais porque os outros também comem, senão seriamos canibais  !!! Meu caro colega, eu compreendo que muita gente realmente segue uma ideia assim parecida. Cria-se no grupo o sentimento de transmissão de riqueza pela posse de, por exemplo, um potente carro, e logo toda a gente quer ter um para transmitir ao resto do grupo isso. No entanto isto não invalida o facto que a necessidade interna de movimento, neste caso associado ao luxo, exista dentro dessas pessoas. À pessoas que seguem a moda, outras que analizam mais em pormenor o que realmente querem. A influencia social estará sempre presente. A nossa educação, comportamento, isto é..vida... é assim feita...temos influencias hereditárias e sociais. Você quer negar isto tudo e ser um eremita num convento? Ah...e mesmo esses seguem esse grupo lol!!!

Eu não estou a defender que se deva ilegalizar o uso da viatura privada, e compreendo perfeitamente a sua adopção em massa devido à ausência duma política de transportes públicos a sério. De facto existe a necessidade de movimento.  A minha opinião é que, esta necessidade de movimento podia ser resolvida de forma diferente, sem enviar tantas divisas (que cá fazem tanta falta)  para o estrangeiro.

A influência é uma realidade, simplesmente, o que eu defendo para Portugal, é que soframos menos influências do estrangeiro. E isto é algo extremamente difícil de combater.
Eu não quero negar as influências,  mas gostava que Portugal tivesse a sua opção, o seu caminho, e seguisse menos as influências do estrangeiro, que por sua vez influênciam o cidadão português, moldando-lhe o carácter ao gosto estrangeiro, no fundo, retirando-lhe a identidade.

Eu penso que, a opção não é fazer como o inglês faz, ou , ser eremita, haverá algum meio termo suponho.

marauder escreveu:
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Não concordo com essa segunda linha vertical. Para começar trata-se de terreno dificil em grande parte do terreno, logo, se uma linha normal já requer grande investimento, andar a passar a linha por zonas montanhosas pior é. Segundo, não se compreende....quer-se que a empresa seja rentável, e estão a falar de uma linha económicamente inviável. Se com a centralização do tráfego na Linha do Norte a CP não é viavél, vai-se construir uma linha de Trás-os-Montes para o Algarve para qê? Para inglês ver? Sim..realmente em termos turisticos talvez metendo umas locomotivas velhas ainda desse algum dinheiro, mas não.


Que é caro, é, ainda assim, mais barato que o TGV. Entre um "desperdício" e um investimento arriscado, eu escolheria o segundo.
Mas é preciso alguma coisa para incentivar a fixação de empresas no interior, e lhes garantir que têm uma plataforma para escoamento dos seus produtos a um preço competitivo. A ideia aqui é tentar tirar a pressão que existe sob o litoral e desenvolver o território como um todo.
Se nada for feito, ficamos com um interior sub-desenvolvido, e um litoral a rebentar pelas costuras, sem qualquer qualidade de vida, e com muito dinheiro e tempo desperdiçado, como se assiste no presente.
Não estou aqui a promover o desemprego em Lisboa e no Porto, estou a defender a criação de emprego adicional noutros lugares, para não forçar as pessoas a abandonar as suas regiões, deixando-as vazias e envelhecidas. O desenvolvimento das regiões não depende forçosamente da regionalização. Pode-se ter um estado centralizado e um país mais uniformemente desenvolvido. existem inúmeros exemplos pelo mundo fora. (E que não existissem, fariamos nós primeiro! afinal fomos pioneiros em tanta coisa. podemos repetir o feito.)
 

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Marauder

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« Responder #11 em: Abril 09, 2006, 12:27:47 am »
Caro AugustoBizarro,

              é muito fácil concordar com isso, mas em termos práticos já é muito dificil aplicar certas coisas que diz.

            Até eu já pensei que, a UMM, caso se torna-se numa empresa fabricante de jipes de luxo até poderia ter sucesso. Com uma grande melhoria do producto que vende, eu gostaria de ver o belo do português em vez de comprar jipes estrangeiros, comprar o belo do UMM (EPÁ..a porra do nome tem que mudar..pelo menos se se quiser vender o produto lá fora...é preciso um nome que seja passivel de se tornar numa marca global ou simplesmente internacional), jeep de luxo. Em tempo de crise, os carros de luxo continuam a ter muita saída....era somente apelar ao lado patriótico do tuga.

       O mal é que para isto é preciso homens que tenham cheta para apostar..cabeça para pensar...e neste caso, industria automóvel...ui...realmente é preciso uma muito boa conta bancária.

          Muito que voce diz...bem...é quase senso comum, e dizer o contrário é não só ilógico como anti-patriótico. É claro que todo o português gostaria que as empresas portuguesas ocupassem o lugar das estrangeiras, mas isso não acontece nem nunca acontecerá...neste cenário da UE. Mas á que dizer umas coisas, que se aplicam às empresas tugas mesmo de hoje em dia. 1º à que ser economicamente viáveis e com práticas comuns (isto é, não se podem comportar como nossas empresas publicas), e segundo...o preço convém ser competitivo. Toda a gente gosta de ser patriótico, mas gosta mais de conseguir ter algum dinheiro na carteira com comida em cima da mesa, e em situação de aperto, ou de mero desprezo pela origem, vai-se ao que é mais barato, que não costuma ser tuga.

    Acho que está-se a esquecer de alguns aspectos da vida quotidiana do Japão....veja só quanta gente trabalha lá naquelas cidades....e se toda a gente tivesse a porra de 1 carro?    Eu dou a resposta...o Japão ficaria conhecido como ...ou o maior parque de estacionamento do mundo, e grandes vias ou como o sitio que toda a gente chega atrasado para o trabalho. No Japão existem comboio /metro super lotados todos os 7min....e ficam tão lotados que existem pessoas lá a trabalhar que cuja função é ir com uma vara gigante ajudar a empurrá-los para dentro do metro. Então e se essa malta tivesse carro...como é que seria? Veja se faz favor a densidade populacional do Japão e poderá confirmar isso.

    Eu pessoalmente sou a favor de um bom sistema de transportes públicos, como aqui na Alemanha, e no caso de Lisboa, e talvez Porto também, tentar penalizar os executivos que gostam de ir no seu belo pópó..vazio...para o trabalho. Agora medidas para implementar essa penalização é que podem variar, mas eu já referi uma, que foi usada para combater o Smog em Los Angeles..

     Meu caro colega, eu até tenho 1 ideia que eu considero para a frontex....com as privatizações, o estado se tiver fundo de maneio, deve tentar criar empresas portuguesas, e mais tarde quando lucrativas as privatizar.....estando assim a lançar "feras portuguesas" no mercado hehehe...mas isto sou eu... :o
 

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AugustoBizarro

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« Responder #12 em: Abril 09, 2006, 01:05:39 am »
Caro Marauder !

marauder escreveu:
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Meu caro colega, eu até tenho 1 ideia que eu considero para a frontex....com as privatizações, o estado se tiver fundo de maneio, deve tentar criar empresas portuguesas, e mais tarde quando lucrativas as privatizar.....estando assim a lançar "feras portuguesas" no mercado hehehe...mas isto sou eu..


Sim, mas, isto foi o que foi feito em muitíssimas partes do mundo, há muitíssimos exemplos disto mesmo.  No Brasil, na Coreia, na Itália, em tantos países.
Fazer Indústrias é tremendamente difícil, ou se tem um punhado de empresários com muito dinheiro (o que cá é difícil, até porque foram muitíssimo atacados a seguir á revolução, e depois também, não tinham tanto dinheiro como isso)
Mas eu creio que se os empresários portugueses começassem a ver as coisas por este prisma, se unissem mais, talvez se conseguisse qualquer coisa. Para vencer no mercado internacional, só em grande escala, para minimizar custos de produção. A pequena oficina não tem futuro.

No caso de Portugal, esta seria uma hipótese, mas com um estado sobre-endividado, que nem sequer se consegue gerir, é extremamente difícil de isto acontecer,  era preciso o estado emagrecer muito, mas muito mesmo.

E depois, claro que, uma série de gente atacaria esta ideia com uma ferocidade incrível, apelidando-a de comunista, economia planeada, etc, etc.

Por isso, suponho que o caminho possível, é partir do sector privado.
Mas que não haja qualquer espécie de dúvidas, nenhuma Indústria sobrevive sem um apoio do Estado (apoio, não no sentido financeiro, mas num sentido de protecção).  

Posto isto, eu estou 100% de acordo com esta ideia.
E se os Europeus reclamassem, poderiamos perguntar ao estado Francês porque motivo tem tanta participação no Grupo Renault,  se nos multassem, pagavamos a multa, e continuavamos a cuidar da nossa vida, tal como eles cuidam da deles.

Caro Marauder, agora só precisamos é de Políticos em condições para implementar esta ideia!  Talvez com uns 10-20 anos de crise eles apareçam.
 

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Marauder

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« Responder #13 em: Abril 09, 2006, 01:11:37 am »
Citação de: "AugustoBizarro"
Caro Marauder, agora só precisamos é de Políticos em condições para implementar esta ideia!  Talvez com uns 10-20 anos de crise eles apareçam.


  Eheheh..tenho que me ir filiar num partido (ou talvez não..não quero ganhar novos defeitos e atitudes) ou criar um novo...

  :domador: