Ó mar salgado, quanto do teu sal são... euros para Portugal
Numa pequena área a norte dos Açores, as profundezas do mar escondem cobalto suficiente para 25% das necessidades mundiais do metal. Um pequeno tesouro que pode representar 217 milhões de euros/ano de valor líquido para a economia lusa, metade do rendimento de uma das maiores minas do mundo.
É uma área de 1600 quilómetros quadrados, onde, além de cobalto, há níquel e cobre. Para pôr esta dimensão em perspectiva: Portugal ambiciona ter uma plataforma de 4 milhões de quilómetros quadrados - mais de duas vezes o território da Península, França, Alemanha, Reino Unido e Itália.
O exemplo do cobalto, dado por Manuel Pinto de Abreu, responsável pela missão portuguesa encarregada de garantir a extensão da plataforma continental do país [infografia], serve para ilustrar a importância da última guerra na Terra: a soberania sobre o mar. "O Brasil está preocupado porque há navios alemães e russos na fronteira da plataforma continental brasileira à procura de hidrocarbonetos [petróleo]", relatou o responsável. Na zona em que Portugal procura estender a sua plataforma, há também uma hipótese de encontrar petróleo. "Assim esperamos", diz.
Neste campo, Portugal parece não estar para brincadeiras. "A nossa equipa está no top 5 das mais bem equipadas a nível mundial", assegurou o responsável. O caso não é para menos. "Está em jogo um novo mapa de soberanias, que vai alterar por completo a geopolítica mundial", diz. Juntando as soberanias das nações de língua portuguesa, a influência deste grupo de países pode disparar. "Domingo vamos discutir com os países da CPLP os processos de extensão", apontou Marcos Perestrello, secretário de Estado da Defesa.
A equipa portuguesa que prepara este dossiê vai, a 13 de Abril, apresentar os fundamentos nacionais à ONU. A requisição pode demorar 3/5 anos a ser oficializada. Portugal conta com uma plataforma de 1,85 milhões de quilómetros quadrados, querendo estendê-la mais 2,15 milhões.
Ionline