Menacho:
Há coisas que eu não entendo, deste lado e desse lado da fronteira.
Pois bem:
Ponto um)
eu entendo que exista um corpo ou unidade militar, constituida por militares e com veículos militares, que perante uma situação de protecção civil demasiado grave, situação esta que esteja a deixar as forças
normais da protecção civil ( bombeiros, polícia, hospitais, etç ) no limite do esforço exígivel, vá em reforço a essas forças, ainda antes da cooperação internacional.
Óbviamente que esse corpo ou unidade tem pessoal, equipamento e viaturas adaptadas a várias tarefas com componente militar mas que, nesse caso, são utilizáveis em protecção civil.
A coisa é grave, aciona-se mais meios, continua grave e começam a escassear os meios por cansaço e excesso de esforço, vamos ao universo militar, sem tirar nem pôr. A partir daí pedimos ajuda ao abrigo dos protocolos internacionais, isto é, hoje alguém nos ajudará a amanhã seremos nós a ajudar quem ontem nos ajudou.
Ponto dois)
Em termos de utilização militar, não vejo qualquer utilidade militar para os camiões encarnados cujas fotografias postas. Não vejo e tenho dúvidas que haja, exceptuando o combate a incêndios.
São veículos de bombeiros tal e qual como há outros em espanha e em portugal.
Por exemplo este, de entre muitas centenas:

Ponto três)
Pois bem. Se são viaturas de bombeiros porque não são entregues a corpos de bombeiros? os corpos de bombeiros poderão dar mais e melhor utilização a viaturas de combate a incêndios que os militares, ou não será? Ou será que os corpos de bombeiros espanhois já estão tão bem equipados, com viaturas suficientes ou até em excesso, que o estado espanhol resolveu criar uma reserva extra na dependência militar?
Pela minha experiência pessoal já vi alguns quarteis de bombeiros em grande parte da espanha, mas sobretudo na galiza, e a quantidade de veículos que guardavam era muita escassa e a qualidade também tinha de tudo, maus e bons, pelo que disto percebo.
Ponto quatro)
Lembro-me que há dois ou três anos, os bombeiros espanhois foram alvo de criticas na imprensa pela sua ineficácia em vários incêndios florestais mas sobretudo num que se tornou enorme e que atingiu um parque de campismo ( ?? ) e que resultou na morte de bastantes civis.
Será que a espanha, ao contrário de fortalecer o que é fraco nos corpos de bombeiros, está a optar pela via soviética: não funciona, falhou, passa ao regime militar e tem que funcionar.
Eu não entendo.
Se os bombeiros falharam há que ver o porquê? Se é falta de material, compete ao estado assumir que vai fornecer esse material. Não é comprando o material necessário e mantendo-o na esfera militar que resolve a questão.
Ou será que a população fica mais descansada se forem os militares a tomar conta da protecção civil? não me parece, porque creio que também não vai funcionar.
Pois bem. Entendo muito bem que em caso de inundações os fuzileiros colaborem com os corpos de bombeiros. É uma extensão da sua actividade normal. Entendo que em situações para além do normal os helicópteros da força aérea reforcem os helicópteros da protecção civil ou da emergência médica. Entendo que as unidades militares façam vigilância da floresta, reforçando as unidades da guarda, quer como prevenção quer como salvaguarda dos bens que restem em zonas de calamidade. Entendo que as unidades de saúde militar reforcem a protecção civil sempre que se justificar ( terramotos, acidentes muito graves, etç ). Pouco mais do que isto entendo.
Quanto a mim estas viaturas encarnadas fazem mais falta aos corpos de bombeiros espanhois que aos militares de espanha.
Pensando assim, qualquer dia os bombeiros são responsáveis pela defesa antiaérea e os militares pelo combate aos incêndios florestais.
Cumprimentos,