No caso de Cabinda, o mundo poderia estar contra o colonialismo portugues a partir dos anos 60, mas nos anos 40 e 50, quando Portugal incluiu Cabinda na Provinca de Angola, isso foi reconhecido.
E Hoje, o mundo reconhece Cabinda como parte integrante do território angolano.
Aliás, a génese de Cabina decorreu das disputas nos aos 80 do século XIX, que antecederam a Conferência de Berlim:
Portugal estava interessado em ocupar as duas margens do rio Zaire.
Mas isso foi considerado inaceitável pela Bélgica, com o apoio inglês, francês e americano.
Então a margem direita ficou para a Bélgica e França.
Portugal foi compensado dessa "derrota" pelo enclave de Cabinda.
Caro Rui Elias
Nao sei a que se refere sobre o 'reconhecimento' da alteraçao administrativa de Cabinda em relaçao a Angola, e pessoalmente penso que isso pouco devia interessar na altura os outros paises( S.Tomé também chegou a ter prevista mudança administrativa).
Que o Mundo, (enfim... Organizaçoes Internacionais) reconheçam Cabinda como parte integrante do Estado angolano é correcto (quanto mais nao seja por aceitaçao implicita).
A validade intrinseca das fronteiras estabelecidas, especialmente em Africa, é a meu ver caricata.Todos fingem nao ver que Zaire, Nigeria para citar apenas dois 'colossos' africanos deixaram ha muitos anos de ter autoridade central a controlar o territorio, criaram-se divisoes 'de facto' fazem-se eleiçoes 'faz-de-conta' para estrangeiro ver, o poder esta repartido e as tensoes e confrontos sao constantes, mas quem se no fundo com preocupa com isso?... mais facil fechar os olhos ou virar a cara.
Os exemplos de incongruencias fisicas e humanas na divisao oficial dos paises sao tantas que nao vale a pena esmiuçar.Poderia ter-se feito de forma diferente?...porque nao?!
Um verdadeiro plano para Africa exigiria mais tempo para concretizaçao das autonomias, um atraso de 20 ou 30 anos que seria aproveitado para desenvolver as diversas regioes, integra-las democraticamente em paises, unioes ou federaçoes (desde que escolhessem livremente).Custaria dinheiro e esforço? sim...! mas muito menos vitimas (e ja foram largos milhoes) mas a prazo, seguramente menos do que o actualmente dispensado nessa zona do globo (mundialmente o maior valor 'per capita' em ajuda) e sem resultados estaveis e visiveis até os dias de hoje (vai ser instaurada a breve trecho mais uma taxa nos voos internos e externos europeus, para 'alimentar' esse auxilio) ...mas penso que poucos acreditem no real 'impacto' desse manancial de dinheiro que se vai esvaindo, sem muitas vezes chegar ao destinatario final...porque a atribuiçao e controle no terreno acabam por ficar muito dependentes de estruturas locais nao democraticas nem representativas.
Mas a realidade dos factos pode vir, tarde é certo, ao de cima, e com danos.Vimos o que aconteceu na Europa de Leste e Médio Oriente e no que ainda podera suceder em outros paises onde unidade politica nao quer dizer a unidade de 'almas e coraçoes' com a sua 'historia'.Ja reparou a quantidade de paises(até membros da UE) que nunca tinham sido verdadeiramente independentes ao longo da historia?E os que o foram antigamente e entretanto 'desapareceram' ou foram 'absorvidos'?Penso que sempre que possivel sera o povo a determinar o seu destino, e assumir as responsabilidades inerentes, claro...
Como escrevi atras, para mim que conheci o povo cabinda (como conheci outros debaixo do controle portugues), sinto uma dor imensa pelo que lhe sucede(u).Repito que se houver uma possibilidade de acordo incluindo reconhecimento especifico de deveres e obrigaçoes por parte do governo central angolano com os seus naturais ( regiao autonoma, por ex.) talvez seja a melhor soluçao para este caso ( até ver...).
O sangue, dor e lagrimas que por aquela terra passou, merecem uma luz de esperança.
Uma leve nota sobre a sua referencia a Bélgica.A Bélgica nao recebeu territorio nenhum através da conferencia de Berlim !
Ja no séc séc. XX teve uma polémica 'doaçao' ...que o governo belga bem dispensaria, e a avaliar pelos acesos debates que se travam ainda nos nossos dias a esse respeito, muito danosa.Mas sao outras historias...
Cumprimentos