No aeroporto da capitalNovos confrontos em Díli fazem um morto e dois feridos ligeiros 25.10.2006 - 09h06 Lusa Dois militares da GNR ficaram ligeiramente feridos e um cidadão timorense morreu na sequência de confrontos registados hoje junto ao Aeroporto Internacional de Díli.O director do hospital nacional de Timor-Leste, António Caleres Júnior, deu conta da entrada naquele estabelecimento de quatro vítimas, uma delas mortal.A vítima mortal e um dos feridos foram atingidos por balas e os restantes dois feridos por "rama-ambon" — pequenas flechas impulsionadas por fisgas artesanais.Quanto aos confrontos registados durante a noite na sequência da intervenção de militares australianos no aeroporto, António Caleres Júnior adiantou que das três pessoas que deram entrada no hospital, uma delas morreu devido a ferimentos resultantes de múltiplas facadas.Os confrontos registados ao final da tarde de ontem (hora local) junto ao aeroporto estenderam-se depois a outras zonas da cidade. Os agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE), da PSP, foram obrigados a efectuar disparos para o ar para manter à distância elementos de um grupo que fugia de confrontos com um grupo rival.Estes incidentes ocorreram junto ao Ministério da Educação, que fica paredes-meias com o chamado Bairro da Vila Verde, onde residem professores portugueses, e no qual se encontram também alojados agentes dos GOE.Após os incidentes de hoje junto ao aeroporto — que se encontra encerrado até às 06h30 de quinta-feira (22h30 horas de hoje, hora em Lisboa) — verificaram-se focos de violência nos bairros de Aimutin e Fatuhada.
Entrevista com o chefe das Forças de Defesa da Timor-LesteTaur Matan Ruak diz que comandante do contingente australiano "não é sério" 27.10.2006 - 13h09 Adelino Gomes , (PÚBLICO)O chefe das Forças de Defesa da Timor-Leste (F-FDTL), Taur Matan Ruak, recusou-se a receber o comandante do contingente militar da Austrália, general Slater, que ontem regressou ao seu país, no final da comissão de serviço em Díli.Ruak foi retido, a semana passada, por duas vezes, em "checkpoints" montados pelas forças australianas junto do Quartel-General das FDTL. Em entrevista dada ontem ao PÚBLICO, por telefone, o general timorense diz que australianos e ONU puxam cada um para seu lado, fala em “cowboiada” australiana, e diz esperar que o substituto de Slater, que já chegou a Díli, “tenha consciência do que é o respeito”.P – Esteve retido num checkpoint, a semana passada, por duas vezes consecutivas. Um soldado australiano ter-lhe-á mesmo apontado uma pistola. Membros da sua segurança foram agredidos por militares australianos. Que interpretação dá a estes incidentes?R – Ainda ontem [quarta-feira], numa palestra que fiz aos nossos soldados, mudei o nome da cidade de Díli para “Cidade Far-West” ou “Cow-Boy City”. São seis meses a fazer”cowboiada”, com dois mil efectivos [militares, australianos] aqui. Em qualquer conflito você tem que ter um único comando. Neste, cada um puxa para o seu lado. A gente não sabe o que é que as Nações Unidas fazem, o que é que os australianos fazem (…) P – O primeiro-ministro, Ramos-Horta, disse ao PÚBLICO que o [comandante australiano] general Slater pediu logo desculpas formais ao Governo [pela retenção de Taur num checkpoint] e que pretende fazer o mesmo junto do senhor. Por que é que não o recebeu ainda? R – Já recebi várias desculpas. Mas, como disse ao primeiro-ministro, continuo a ser humilhado, é inaceitável. Ainda por cima no meu país. Pelo qual eu próprio derramei sangue. Acho que [Slater] é muito generoso, só que não é sério. Não é a primeira vez que me pede desculpas.P – Mas acabará por recebê-lo?R – Não. Ele partiu hoje. Aproveito, através do PÚBLICO, para lhe agradecer tudo o que fez nos últimos meses. Esforçou-se por dar o seu melhor, apesar de ter deixado o nosso país ainda com actos de violência nas ruas. P – Já chegou o substituto?R – Já. Espero que a nossa relação seja harmoniosa. Que ambos tenhamos consciência do que é o respeito.P – Rumores persistentes em Díli indicam que foram avistados, nos últimos incidentes, civis armados junto dos militares australianos, que perseguiam alegados lorosae, na zona que vai do aeroporto até junto do Quartel-General das FDTL…R – Estive em Baucau, terça-feira. Não quero pronunciar-me enquanto não tiver dados concretos. Se pudéssemos exportar rumores, seríamos um dos grandes produtores mundiais.
Australia has failed: Timor army chiefLindsay Murdoch in DiliOctober 28, 2006THE commander of East Timor's army has called for an investigation into the behaviour of Australian troops in Dili, including claims they have taken sides in the conflict that plunged the country into violent upheaval.Brigadier-General Taur Matan Ruak also called for Australia's troops to be put under United Nations command, saying their mission had obviously failed because six months after they arrived in the country Dili "looks like cowboy city".Violence has escalated in Dili, with at least eight people killed and many injured in attacks this week, including two youths stabbed to death in a gang attack on Dili's waterfront yesterday."I am asking for an investigation so that the prestige of the Australian force can be recovered," General Ruak told the Herald in a rare interview."The reality is there have been a lot of accusations made. There are a lot of rumours going around. There is an enormous perception [that Australians are taking sides] and now it needs to be made clear that it doesn't exist."Australia's commander in Dili, Brigadier Mal Rerden, strongly defended the behaviour of his 1000 troops, saying that in the past few days there had been an orchestrated campaign targeting the Australians to try to force them to leave the country."I think there are elements out there who have their own agenda, and there are criminal elements who prefer not to have a neutral professional force on the ground to control them," Brigadier Rerden said.His force is trying to find out who was behind the rumours that have provoked gangs to throw rocks at Australian police and troop vehicles.General Ruak said he would make a written submission to the East Timorese Government calling for "state bodies" to conduct the investigation.Having Australian troops and UN forces under different commands had failed, he said."One says to go up and one says to go down," he said. "When dealing with a conflict there should only be one commander."Australia lobbied strongly in the UN to keep command of its troops in Dili, despite objections from many countries. The UN is reviewing the arrangement, which Brigadier Rerden strongly defends.General Ruak said his command's relations with Australia's commanders had collapsed. He said he had twice been held for up to 45 minutes by Australian troops at checkpoints, even though he was in uniform and carried papers authorising free movement.Brigadier Rerden said he was aware of one occasion where General Ruak was held for 10 minutes while his identity was checked.The UN will soon have 1600 international police, including 200 Australians, and 500 civilian personnel deployed in East Timor to help quell violence and organise elections next year.On Thursday General Ruak issued a statement calling for an East Timorese parliamentary committee to investigate what he said had been a coup to bring down the government of Mari Alkatiri, to force the formation of a government of national unity.He also said that a UN inquiry into the violence had failed to consider political issues.The inquiry recommended that General Ruak be prosecuted for distributing weapons to civilians.The Prime Minister, Jose Ramos-Horta, has stood by General Ruak, issuing statements reiterating his "full confidence in him and his leadership".
Timor-Leste: Governo reafirma apoio a militares australianos e neo-zelandeses Díli, 27 Out (Lusa) - O governo timorense reafirmou hoje o seu apoio à intervenção dos militares australianos e neo-zelandeses no país, demarcando-se das críticas feitas nos últimos dias pela população das áreas onde se registaram actos de violência. O governo sublinha a "neutralidade" dos 1.110 militares australianos e neo-zelandeses estacionados no país, frisando em comunicado que esse contingente se pauta por "uma conduta profissional sob circunstâncias difíceis". "Estes soldados são totalmente neutrais e actuam de forma profissional, em circunstâncias difíceis", afirma no comunicado o vice- primeiro-ministro Estanislau da Silva, chefe do governo em exercício dada a ausência do primeiro-ministro José Ramos-Horta no Vaticano, onde hoje foi recebido pelo Papa Bento XVI. As críticas, sobretudo à actuação dos militares australianos (1.000 efectivos), aumentaram nos últimos dias, numa altura em que surgiram novos actos de violência em Dilí, onde morreram sete pessoas desde o passado dia 21. A população, nomeadamente nos campos de deslocados, critica aquilo que considera ser a passividade daqueles militares, que acusam de nada fazerem para impedir os ataques de que são alvo por parte de moradores de bairros vizinhos. Depois de uma operação terça-feira à noite no campo de deslocados do aeroporto, com recurso a granadas de gás lacrimogéneo, mas que não impediu moradores do bairro vizinho de atacarem os deslocados, no dia seguinte os militares australianos voltaram a ver- se envolvidos em confrontos, disparando sobre um timorense, quando residentes do campo cortaram os acessos ao aeroporto de Díli. A Austrália e a Nova Zelândia, bem como a Malásia e Portugal, enviaram em finais de Maio e Junho efectivos militares e de polícia, a pedido das autoridades timorenses, para garantir a ordem pública, na sequência da crise desencadeada em Abril, que resultou na divisão das forças armadas e na desintegração da Polícia Nacional de Timor-Leste. A reafirmação do apoio do governo aos militares australianos e neo-zelandeses surge 24 horas depois de o Parlamento Nacional ter aprovado uma resolução que exige o fim do comando bicéfalo e que aqueles efectivos fiquem submetidos a um comando único, das Nações Unidas. O objectivo é pôr termo à actual escalada de violência e garantir a "restauração da confiança nas forças internacionais estacionadas" em Timor-Leste. "Sem essa direcção única, a protecção de pessoas e bens, em vez de melhorar, está a agravar-se de dia para dia, com o escalar da violência e o aumento de crimes contra a vida e contra o património, praticados muitas vezes em pleno dia e em locais centrais da cidade, onde há uns meses largos era impossível acontecerem", lê-se no texto da resolução. Para o comissário Antero Lopes, comandante dos efectivos policiais da ONU (UNPOL), as críticas à actuação do contingente da Austrália e da Nova Zelândia prendem-se com o desconhecimento das populações das diferenças entre intervenções policiais e militares. "Ouvi por parte dos deslocados no campo do aeroporto comentários bastante hostis aos colegas militares e polícias da Austrália. Tivemos a preocupação de explicar que uma intervenção policial obedece a regras diferentes da intervenção militar e que dentro do contingente UNPOL temos polícias de (até à data) 15 nacionalidades diferentes, entre os quais os colegas australianos", disse. "Aquele grupo (de deslocados) tem, no entanto, pontos de vista muito fortes em relação aos militares e polícias australianos", acrescentou. De acordo com a página na Internet do Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária timorense, o número de deslocados internos, distribuídos pelos 13 distritos de Timor-Leste, totaliza actualmente 178.034 pessoas, perto de 17 por cento da população do país. A violência registada em finais de Abril em Timor-Leste levou muitos timorenses a abandonarem os seus locais de residência por motivos de segurança ou porque as suas casas foram destruídas.
Timor-Leste: Governo está trabalhar para criação comando unificado - Ramos Horta Lisboa, 27 Out (Lusa) - O primeiro-ministro timorense disse hoje que o governo está a trabalhar com a ONU e com o comando das forças militares presentes em Timor-Leste para a criação de um comando unificado para as forças internacionais no país. "Estamos a trabalhar num documento tripartido, ONU, Timor- Leste e comando conjunto, para a definição de um comando unificado", afirmou José Ramos Horta, em declarações por telefone à agência Lusa a partir de Itália, onde hoje de manhã foi recebido pelo Papa. O Parlamento timorense aprovou quinta-feira uma resolução em que defende que as forças militares e policiais internacionais estacionadas em Timor-Leste sejam colocadas "sob o comando da ONU", lamentando que a ausência de um comando unificado não garanta a devida coordenação das intervenções no terreno. Para restaurar a confiança nas forças internacionais, actualmente distribuídas pelas Nações Unidas (cerca de 900 polícias) e pelos contingentes australiano e neo-zelandês (à volta de 1.100 militares, sob comando da Austrália), o Parlamento timorense defende a criação de um comando unificado, sob autoridade da ONU. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deverá entregar hoje um relatório ao Conselho de Segurança para que seja tomada uma decisão sobre a componente militar da missão da organização em Timor-Leste, que a Austrália não aceita que fique sob comando das Nações Unidas. Ramos Horta disse hoje que as Nações Unidas recusaram anteriormente o envio de uma missão de paz para Timor-Leste, assinalando que "o comando unificado não tem de ser da ONU", mas sem precisar. Segundo o primeiro-ministro timorense, "a situação (em Timor- Leste) está agora calma, embora ainda precária". Confrontos registados quarta-feira, junto ao aeroporto de Díli, e hoje, no bairro da Pertamina, na zona ocidental da cidade, saldaram-se por quatro mortos e um número ainda não determinado de feridos. Estes confrontos em Díli entre grupos rivais passaram a incluir pela primeira vez armas de fogo e os polícias da ONU já foram alvejados, mas sem que se tivessem registado baixas, disse hoje à Lusa o comissário Antero Lopes, que comanda os elementos da Polícia das Nações Unidas (UNPOL). Actualmente, a UNPOL conta com cerca de 900 efectivos, de 15 nacionalidades, incluindo portugueses da GNR, além de 75 elementos da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) integrados em equipas mistas. "O posicionamento de um maior número de polícias internacionais nos bairros nas próximas semanas vai garantir mais segurança", declarou Ramos Horta, adiantando que tal permitirá também "o regresso de refugiados às suas casas". O primeiro-ministro timorense disse ainda ter estado quinta- feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Massimo D'Alema, que "manifestou disponibilidade para ajudar" Timor-Leste através da ONU, com efectivos para a polícia, ou a nível bilateral. Por outro lado, "países da nossa região estão a ser contactados para ceder tropas", adiantou. A crise político-militar em Timor-Leste, desencadeada em Abril, provocou mais de meia centena de mortos e a fuga de cerca de 180 mil pessoas, que se encontram em campos de acolhimento distribuídos pelo país. O total de elementos da UNPOL previsto pela resolução 1704 do Conselho de Segurança da ONU, de 25 de Agosto, que criou a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT) é de 1.608. Em declarações à Lusa no passado dia 20, Antero Lopes disse que aquele número deverá ser atingido em Janeiro de 2007. Segundo Antero Lopes, até ao final de Outubro, a UNPOL conta ter 923 efectivos, além de mais agentes da PNTL, num total superior a mil efectivos. "Este é seguramente um marco e tencionamos, a partir dos primeiros dias de Novembro, estender a presença da polícia aos outros distritos do país", disse na mesma altura.
Timor-LesteTaur Matan Ruak admite assumir intervenção cívica mais activa 02.11.2006 - 11h51 Lusa O comandante das Forças Armadas timorenses, Taur Matan Ruak, admite assumir uma intervenção cívica mais activa no país, manifestando-se "disponível para tudo" o que os timorenses esperam dele."Todos os timorenses são responsáveis pelo destino do país. Naturalmente faço parte dessa comunidade. Em qualquer actividade que achem que deveria fazer, estou disponível para tudo", disse o brigadeiro-general Taur Matan Ruak, em entrevista à agência Lusa.Chefe militar com um passado de 24 anos de luta contra a ocupação indonésia, Ruak afirma não estar agarrado ao actual cargo de comandante das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).Instado a responder se nunca tinha tido a ambição de servir o país fora da instituição militar, assumindo uma intervenção cívica - de ordem política - Taur Matan Ruak recordou que em 2005 chegou a pedir em três ocasiões a sua saída ao Presidente Xanana Gusmão."No ano passado pedi por três vezes a minha saída. O senhor Presidente vetou. Respeito a decisão do senhor Presidente, que tem mais visão para a situação do que eu. Acabei por aceitar", salientou.Líder militar critica falta de organização das forças internacionaisCrítico da intervenção que as forças militares internacionais têm levado a cabo para assegurar a manutenção da ordem e paz públicas, Matan Ruak destaca "a falta de organização" evidenciada."Por que é que tantas forças, durante seis meses, não conseguem resolver este problema? Acho estranho", vincou.Para o brigadeiro-general, a criação de um comando unificado permitirá cumprir e executar cabalmente as operações de prevenção e detenção dos responsáveis pela violência no terreno."Senão, às duas por três, a situação complica-se. Há três maneiras de lidar com a situação: uma é esperar e quando há problemas aparecer no local e apanhar toda a gente", correndo o risco de deter quem não tem nada a ver com os incidentes, afirmou."Outra é aguardar. Esta é de tipo preventivo. E a terceira é ficar à espera de onde é que os responsáveis pela violência surgem. Tinham que escolher", salientou.Mas os militares australianos suscitam ainda outro tipo de juízo ao comandante das Forças Armadas timorenses. Há dias, foi protagonista involuntário de um incidente espoletado por militares australianos, que o mantiveram retido até perceberam que se tratava do comandante das Forças Armadas."Eu acho que [os australianos] ficaram muito preocupados com as minhas afirmações, tanto mais que procuraram responder de uma maneira muito inteligente", salientou."Tenho pena que tenha acontecido", adiantou Taur Matan Ruak, que disse já ter falado sobre o assunto com o novo comandante militar do contingente australiano, brigadeiro Mal Rerden."Uma das coisas que eu quero é que haja respeito. Ambos reafirmámos a vontade de continuar a trabalhar juntos, mas acima de tudo observar as regras de respeito. Isso é fundamental", frisou.Depois de ter ficado retido na estrada pelos militares australianos, o brigadeiro-general desdobrou-se em entrevistas, classificando o que lhe tinha sucedido como "uma falta de respeito", questionando a passividade dos soldados enviados por Camberra para por cobro à violência em Díli.Chefia do Estado-mairo só durante seis mesesQuanto à já falada nomeação para chefe do Estado-maior general das F-FDTL, mediante proposta do primeiro-ministro ao Presidente da República, Matan Ruak disse à Lusa que "não tem conhecimento" do que é que está, eventualmente, a ser feito sobre esse assunto."Não tenho conhecimento. Mas mesmo que quisessem, seria, provavelmente, apenas por seis meses. Com as eleições, se vier um outro partido, vão rever tudo e mandam sair o CEMGFA. Agora, se entenderem, fico muito feliz em continuarem a depositar confiança em mim", retorquiu.Nos primeiros dias de Maio, em plena crise político-militar, os efectivos das F-FDTL receberam ordens para se manterem nos quartéis, mantendo-se desde então à margem dos actos de violência que ainda se registam.Recentemente, o primeiro-ministro José Ramos-Horta defendeu que, progressivamente, as F-FDTL poderiam retomar a sua missão, exemplificando com a colocação de efectivos junto à fronteira com a Indonésia e o retomar de operações na parte leste do país.Taur Matan Ruak diz que as ideias do primeiro-ministro "são muito interessantes", mas acrescentou que ainda não há nada de concreto, salientando caber aos políticos timorenses expor uma ideia mais substantiva."Depende daquilo que os nossos políticos acham que nós devemos fazer. Como sempre disse, somos uma das partes interessadas em que a situação do país melhore, até porque para chegarmos onde chegámos é nosso dever contribuirmos naquilo que é possível e naquilo que eles acham que nós podemos dar", afirmou."Já tive uma reunião com o primeiro-ministro. Ele tem uma série de ideias muito interessantes. Isso vai ter de ser ajustado de acordo com a nossa realidade e ver o que podemos dar, dentro das nossas possibilidades e de acordo com o nosso estado de desenvolvimento", respondeu.Caso do major Alfredo Reinado é "um assunto muito complicado"No que diz respeito ao regresso à instituição dos militares como o major Alfredo Reinado, indiciado pelo relatório sobre a violência, produzido por uma comissão da ONU, como devendo ser julgado por crimes de sangue, Taur Matan Ruak reconhece que se trata de "um assunto muito complicado"."É uma pergunta muito difícil de responder. Ainda não tomei uma decisão. No fundo é um problema político, mas espero que nos próximos tempos encontraremos uma solução para este problema, que é muito complicado", reconheceu.Se a saída dos peticionários constituiu "um problema complicado", "então muito mais complicado ainda são os indivíduos que saíram com armas", num referência a Alfredo Reinado, que se envolveu a 23 de Maio num combate com efectivos das F-FDTL."Espero primeiro de tudo que eles contribuam para a paz. O resto, naturalmente, vai ter que ser orientado. Qualquer decisão que venha a ser tomada vai ser na base dos nossos regulamentos, com as regras institucionais que temos", destacou.
Timor-Leste: Forças estrangeiras vão ter comando unificado - PM Ramos-Horta Díli, 07 Nov (Lusa) - As forças estrangeiras estacionadas presentemente em Timor-Leste vão ter um comando unificado, disse hoje à Agência Lusa o primeiro- ministro timorense José Ramos-Horta. O comando unificado, uma exigência do Parlamento Nacional, que aprovou a 2 7 de Outubro uma resolução nesse sentido, resultará do acordo tripartido que est á a ser ultimado entre o governo, as Nações Unidas e a Austrália, acrescentou Ra mos-Horta. Aquele plano, que inclui a saída das forças armadas timorenses dos quartéi s em que se encontram acantonadas desde Maio, vai ser debatido no Conselho de Mi nistros de quarta-feira, revelou o chefe do governo à Lusa. "Vou levar ao Conselho de Ministros o debate sobre o sector da segurança. Queremos ver, em particular, o acordo tripartido, que ainda estou a finalizar co m a ONU e a Austrália, que vai reger a presença de forças estrangeiras no país", disse. Actualmente, cerca de 1.000 polícias da ONU, de 19 nacionalidades diferent es, 1.000 militares australianos e 110 militares neozelandeses, estão em Timor-L este mas sob um comando bicéfalo, que na resolução aprovada pelo Parlamento Naci onal não representa uma mais valia no aumento da segurança, particularmente em D íli. Nas declarações que fez hoje à Lusa, Ramos-Horta reconheceu que a criação de um comando unificado, conforme o referido acordo tripartido, retira argumento s aos que criticam o comando bicéfalo. "É que temos sempre que dar tempo ao tempo e andar prudentemente, sem cria rmos de repente um vazio", frisou. "O que estamos a ensaiar agora no acordo tripartido dá muito mais poder de controlo em relação ao comando político e operacional do que se fosse uma missã o de paz, uma força de paz da ONU", acrescentou. Neste caso, sublinhou, "o poder ficaria todo nas mãos do representante esp ecial do secretário-geral da ONU". Com o acordo tripartido essa situação não se verificará em virtude do envo lvimento das autoridades timorenses, Nações Unidas e da Austrália "nas decisões que terão de ser tomadas". Ramos-Horta destacou que a participação timorense no comando unificado ser á feito através dos ministérios da Defesa e do Interior. "Relacionado com isso vamos ver como reactivar, na sua plenitude, o papel das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste", vincou. Nos primeiros dias de Maio, em plena crise político-militar, os efectivos das F-FDTL receberam ordens para se manterem nos quartéis, ficando desde então à margem dos actos de violência que, agora de forma menos intensa, ainda se regis tam. Recentemente, José Ramos-Horta defendeu que, progressivamente, as F-FDTL p oderiam retomar a sua missão, exemplificando com a colocação de efectivos junto à fronteira com a Indonésia e o retomar de operações na parte leste do país. A 01 de Novembro, em entrevista à Lusa, o brigadeiro-general Taur Matan Ru ak, comandante das F-FDTL, disse que as ideias do primeiro-ministro "são muito i nteressantes", mas acrescentou que ainda não havia nada de concreto, salientando caber aos políticos timorenses expor uma ideia mais substantiva. "Depende daquilo que os nossos políticos acham que nós devemos fazer. Como sempre disse, somos uma das partes interessadas em que a situação do país melho re, até porque para chegarmos onde chegámos é nosso dever contribuirmos naquilo que é possível e naquilo que eles acham que nós podemos dar", afirmou. "Já tive uma reunião com o primeiro-ministro. Ele tem uma série de ideias muito interessantes. Isso vai ter de ser ajustado de acordo com a nossa realidad e e ver o que podemos dar, dentro das nossas possibilidades e de acordo com o no sso estado de desenvolvimento", respondeu o brigadeiro-general.
Timor-Leste: ENI assinou contrato partilha produção petrolídera no Mar de TimorDíli, 07 Nov (Lusa) - A empresa italiana ENI assinou com o Estado timorense um contrato para a exploração de petróleo e gás em cinco áreas sob jurisdição de Timor-Leste, disse hoje à Lusa fonte do Ministério dos Recursos Naturais, Minerais e Política Energética.Este foi o primeiro contrato relativo ao concurso lançado pelo Governo timorense para a exploração de 11 áreas, e que terminou no passado dia 19 de Abril, adiantou a mesma fonte.Das 11 áreas então lançadas a concurso, apenas foram licitadas seis, e as propostas da ENI saíram vencedoras de cinco.A sexta área foi atribuída à empresa indiana Reliance Industries.A empresa portuguesa Galp Energia concorreu, num consórcio que integrava a malaia Petronas e a brasileira Petrobras, a duas áreas.O contrato com a ENI cobre uma área de cerca de 12 mil quilómetros na costa sul de Timor com profundidades até 3.000 metros.Numa declaração à imprensa, o ministro dos Recursos Naturais timorense, José Teixeira, sublinhou que a assinatura do contrato marcou o início de "uma nova era industrial petrolífera nas águas sob a soberania de Timor-Leste".O contrato com a ENI devia ter sido assinado no passado dia 20 de Junho, mas a crise político-militar desencadeada em finais de Abril obrigou a adiar a cerimónia, que decorreu na sexta-feira.O Estado timorense já arrecadou, somente neste concurso internacional, entre taxas de inscrição e levantamento de cadernos de encargos, o total de 2,4 milhões de dólares.EL/ANP.Lusa/Fim
Mais cá fica? Olhem que não sei. Acho que esse dinheiro vai arranjar sempre maneira de fugir a Portugal.Já agora, alguém sabe quanto é que Portugal deu em doações financeira ano passado, ou até mesmo no total, a Timor?Cumprimentos,
Desenvolvimento: estudo elogia esforços e pede mais acção303 milhões em ajudasPortugal “está bem classificado, na perspectiva de um país em desenvolvimento”, no compromisso de ajuda aos países mais desfavorecidos, mas tem de fazer mais. Esta é a conclusão de um estudo do Centro para o Desenvolvimento Global (CDG) que avalia áreas e características do apoio que nem sempre são mensuráveis em termos monetários e que dão ao nosso país um 16.º lugar. No que respeita estritamente a ajudas financeiras, e segundo dados do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, em 2005, a ajuda portuguesa foi de pouco mais de 303 milhões de euros.GOVERNO PREFERE APOIAR PALOPAs áreas do Índice de Compromisso com o Desenvolvimento nas quais Portugal está pior classificado são a ajuda humanitária e a migração. Na primeira, o País é criticado por apenas enviar dinheiro “para um conjunto restrito de países”. Basta olhar para os dados do Instituto de Apoio ao Desenvolvimento, para se perceber que a maior fatia da ajuda financeira vai para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Já no que respeita à migração, o CDG chama a atenção para o facto de apesar de apoiar um grande número de estudantes de países desfavorecidos, Portugal praticamente não recebe refugiados em momentos de crise. APOIO PORTUGUÊS36 millhões de euros foi quanto Portugal deu em ajudas financeiras a Cabo Verde, em 2005.28 millhões de euros foi o que recebeu o povo de Timor-Leste no ano de 2005.18 millhões de euros foi a ajuda dos Estado português ao governo moçambicano no ano passado.16 millhões de euros receberam as autoridades de Luanda em apoios de Portugal.10 millhões de euros em ajudas financeiras foi a fatia que coube à Guiné-Bissau.…Fonte:http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=212141&idCanal=181
Comunicado do Conselho de Ministros de 29 de Dezembro de 2005….III. O Conselho de Ministros aprovou, também, os seguintes diplomas:1. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a participação da República Portuguesa na 8.ª Reconstituição de Recursos do Fundo Asiático de Desenvolvimento, através do depósito do respectivo Instrumento de subscrição e da emissão e resgate das notas promissórias decorrentes da sua participação na reconstituição de recursos….Esta Resolução permite a Portugal participar no 8.º aumento de recursos do Fundo Asiático de Desenvolvimento, cujo objectivo é conceder empréstimos sem juros e doações aos países membros mais pobres do Banco Asiático de Desenvolvimento, onde se inclui Timor-Leste, contribuindo, dessa forma, para a promoção do seu desenvolvimento sustentável e para a melhoria das condições de vida das suas populações.…Por força desta Reconstituição de Recursos, Portugal efectuará uma contribuição no valor de 16.570.341 euros, correspondente a uma quota de 0,60%, a desembolsar a partir do presente ano, por um período de 10 anos.2. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a participação da República Portuguesa na 14.ª Reconstituição de Recursos da Associação Internacional de Desenvolvimento, a proceder ao depósito do respectivo Instrumento de subscrição e a emitir e resgatar as notas promissórias decorrentes da sua participação na Reconstituição de RecursosEsta Resolução permite a Portugal participar na 14.ª reconstituição de recursos da Associação Internacional para o Desenvolvimento, instituição financeira internacional da qual Portugal é membro desde 1992 e cujo objectivo é mobilizar e fornecer recursos financeiros sob a forma de empréstimos a longo prazo (sem juros) e doações, destinados a financiar projectos e programas para o apoio à implementação de políticas, reforço das instituições e de capital humano e criação de infra-estruturas necessários ao desenvolvimento equitativo e sustentável dos Estados Membros em desenvolvimento, incluindo os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Leste.…Por força desta Reconstituição de Recursos, Portugal efectuará uma contribuição no valor de 34,38 milhões de euros, a desembolsar a partir de 2005, durante um período de 10 anos.….3. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a participação da República Portuguesa na 10.ª Reconstituição de Recursos do Fundo Africano de Desenvolvimento, a proceder ao depósito naquela Instituição Financeira do respectivo Instrumento de Subscrição e a emitir e resgatar as notas promissórias decorrentes da sua participação na Reconstituição de RecursosEsta Resolução permite a Portugal participar no 10.º aumento de recursos do Fundo Africano de Desenvolvimento (FAD), instituição financeira internacional da qual Portugal é membro desde 1982 e cujo objectivo é mobilizar e fornecer recursos financeiros sob a forma de empréstimos a longo prazo (sem juros) e doações, para financiamento de projectos e programas destinado a apoiar a redução da pobreza e promover o desenvolvimento económico e social sustentado dos países africanos beneficiários da Instituição. …Por força desta Reconstituição de Recursos, Portugal efectuará uma contribuição no valor de UC 19 239 713, equivalente a 23 209 597 euros a desembolsar a partir de 2005. Fonte: http://64.233.183.104/search?q=cache:e_IhHDIQCK4J:www.portugal.gov.pt/Portal/Print.aspx%3Fguid%3D%257B1CF879D6-67CE-4004-9AFE-87FFB2E53EE7%257D+doa%C3%A7%C3%B5es+timor+2005&hl=pt-PT&gl=pt&ct=clnk&cd=1
Timor-Leste: Mari Alkatiri defende a sua actuação nas negociações com Austrália Maputo, 23 Nov (Lusa) - O ex-primeiro-ministro de Timor-Leste Mari Alka tiri disse hoje em Maputo que não ocupou o cargo "com a cabeça noutra capital", defendendo as suas posições nas negociações com a Austrália sobre delimitação da s fronteiras marítimas. "O meu papel resumiu-se a defender os interesses do povo timorense e nã o a criar inimigos", disse, sobre a suposta hostilidade com o governo da Austrál ia, com o qual Díli assinou um acordo para a exploração dos recursos de petróleo e gás natural no Mar de Timor, adiando por 50 anos a delimitação da sua frontei ra marítima. "Não podia ser primeiro-ministro em Timor-Leste, com a cabeça numa outr a capital", declarou Alkatiri, sustentando a alegada recusa em submeter-se a Cam berra. Em Maputo, onde se encontra desde quarta-feira "para visitar amigos e c amaradas", Mari Alkatiri foi hoje recebido pelo presidente moçambicano, Armando Guebuza, a quem deu, segundo disse, "um informe detalhado sobre os acontecimento s ocorridos em Timor-Leste". Após o encontro, numa entrevista à Agência Lusa, Alkatiri classificou c omo "puro oportunismo" a ligação entre o seu perfil e a experiência de monoparti darismo em Moçambique, dizendo-se magoado com o presidente timorense, Xanana Gus mão, pelos "falsos argumentos" usados contra si. O facto de ter vivido em Moçambique, um país que durante quase 20 anos foi governado pelo regime monopartidário da FRELIMO, tem sido usado para o acusa r de comportamento autocrático, na governação e na gestão do conflito que eclodi u em Timor-Leste em Abril deste ano. "A associação que se faz entre o suposto grupo de Maputo e as causas do conflito timorense é puro oportunismo. Moçambique foi um exemplo de engajamento no apoio à causa timorense, ajudando quando ninguém ou poucos acreditavam nos p ropósitos do povo de Timor-Leste", disse Alkatiri à Agência Lusa. O ex-primeiro-ministro acrescentou que "o grupo de Maputo é responsabil izado pelo que se passa em Timor-Leste, como podia ter sido acusado um outro gru po". "Agora falam dos mestiços, por causa da ascendência portuguesa do actua l primeiro-ministro", José Ramos-Horta, exemplificou. Mari Alkatiri confessou-se "magoado" com Xanana Gusmão por supostamente ter usado "falsos argumentos" para defender a sua demissão. "Não tenho nenhum relacionamento tenso com o Presidente Xanana, mas fic ou a mágoa por ele ter usado falsos argumentos contra a minha pessoa", disse. Mari Alkatiri demitiu-se do cargo de primeiro-ministro a 26 de Junho, d ias depois de Xanana Gusmão ter anunciado que tinha perdido a confiança no chefe do governo depois de denúncias sobre o seu alegado envolvimento na distribuição de armas a civis. Posteriormente, Alkatiri foi constituído arguido num processo sobre dis tribuição de armas a civis em que o seu ex-ministro do Interior Rogério Lobato f igura como acusado. Alkatiri, que já foi ouvido pelo Ministério Público em Díli, tem repeti damente negado essas acusações, insistindo ao mesmo tempo na rápida resolução da investigação em curso. Nas declarações à Lusa em Maputo, Mari Alkatiri, que é secretário-geral da FRETILIN, referiu-se às críticas de Xanana Gusmão ao seu partido, maioritári o em Timor-Leste. "Não é papel do Presidente imiscuir-se na vida interna dos partidos", e nfatizou, numa referência ao facto de Xanana Gusmão ter apontado uma alegada fal ta de democracia na FRETELIN, cuja liderança, saída do congresso de Maio passado , foi eleita por braço no ar e não por voto secreto. O ex-primeiro-ministro timorense sublinhou também que a persistênia da violência em Timor-Leste é uma evidência de que ele nunca foi a causa da crise, imputando a fonte da perturbação a "grupos que não querem respeitar os poderes legitimamemnte eleitos". Mari Alkatiri acrescentou que a missão das Nações Unidas destacada para normalizar a situação em Timor-Leste está a enfrentar dificuldades, porque "não há uma conflitualidade aberta no país, mas sim o imperativo da imposição da lei e ordem". "As missões das Nações Unidas estão orientadas para intervir em casos d e conflitualidade aberta e não para neutralizar bandos de crime, porque isto é j á um problema de lei e ordem", frisou Alkatiri. Sobre pretensas divisões étnicas entre "loromonu" (dos distritos ociden tais de Timor-Leste) e "lorosae" (da parte oriental do país), Alkatiri considero u essa opinião "superficial". "Se fosse verdade haveria uma guerra civil no país. As escaramuças têm sido entre bairros ou alguns bandos, mas não são numa escalada de um conflito ét nico, que, a existir, levaria a uma guerra civil", frisou. Alkatiri pronunciou-se igualmente sobre o seu futuro político, mais con cretamente em relação à sua participação nas eleições legislativas de Março do p róximo ano. "Nunca me candidatei a eleições, assumi sempre as tarefas que o meu par tido me incumbiu, será assim também no futuro, estarei pronto para as tarefas do meu partido", sublinhou, deixando em aberto a hipótese de uma recandidatura à c hefia do Governo timorense.
Rebel military leader Major Alfredo Reinado who escaped from a Dili jail in August shows his bazooka at his hiding place on Saturday 25 November 2006. East Timor Prime Minister Jose Ramos-Horta Friday urged international peacekeepers to arrest rebel military leader Major Alfredo Reinado who has made several public appearances since escaping from jail in August. EPA/ANTONIO