Acho que o que ficou provado é que não adianta fazer copy-paste ou desejar ter tudo, para depois acabamos por estar numa situação pior.
A Bélgica e outros Países (Irlanda ), sabem quanto podem/querem gastar em defesa, e planearam a sua defesa em função disso, e executam o plano, a Bélgica tem 2 fragatas, são fracos, nós temos 5 mas só uma está a funcionar e disparamos 1 míssil de 10 em 10 anos.
No final quem é que está mais preparado?
Acho que eles tem uma marinha pequena, mas que está completa e funciona, nós queremos ter tudo e no final não temos nada, pois basta umas minas a entrada do Tejo para bloquear toda a nossa Marinha. Ou o facto de não termos reabastecedor, ou não termos helis para todas as fragatas, ou misseis, ...
Aqui ninguém desejou ter tudo, está-se sim a debater se quereríamos ser como a Bélgica no que diz respeito à Marinha, e a resposta curta e grossa é "Não". Se nos dava jeito uns draga-minas como os deles? Claro que dava, mas também dava jeito ter muita coisa que nem nós nem os belgas temos. Ou seja, esta narrativa de usar os belgas como exemplo, não faz sentido. A Dinamarca é por si só um melhor exemplo, e mesmo assim não é o exemplo perfeito.
Teoricamente, Portugal está mais "preparado" para um conflito naval que a Bélgica, pelo menos até estes receberem as novas M. Eles até podem disparar 50 mísseis por dia, que não arruma o facto dos dois navios que possuem serem obsoletos e qualquer aeronave que lance um míssil além do alcance dos mísseis AA das Leopold (ESSM?), arruma com eles. O treino esbarra sempre nas limitações do equipamento, neste caso limitações defensivas das fragatas. A principal diferença é que eles já têm substituto planeado para estes navios obsoletos, nós ainda vamos marrar com os nossos até sabe-se lá quando.
O facto de termos apenas 1 fragata operacional, termos ficado sem reabastecedor, e tantos outros "devaneios", é pura incompetência. Não se justifica ter um navio em modernização à espera de pagamento para ser entregue, o mesmo para os Lynx. A tomada de más decisões sucessivas, é o que arruína a Marinha, e nem podemos culpar o "excesso de ambição" ou "querer ter tudo" por isso.