Quando se colocar em cima da mesa a substituição dos actuais submarinos, os principais críticos já não estarão por cá. E até essa altura, muita coisa pode acontecer. Em 2030 ou 2040 a Europa vai continuar a ser "segura"?
É possível que sim, até porque estamos a décadas disso acontecer. Mas a questão não são alguns críticos específicos, nem os submarinos em particular, embora estes sejam o alvo preferencial.
Tem feito caminho uma ideia de oposição total a qualquer aquisição de equipamento militar e à própria existência de forças armadas enquanto tal, e não como uma mera guarda costeira/protecção civil/ONG humanitária. Não sei se essa postura mudará muito face à situação de segurança na Europa, até porque já hoje não há falta de ameaças reais e potenciais.
Ou porque somos pequeninos aqui no nosso cantinho e por isso ninguém nos fará mal, e se fizerem vêm os nossos aliados (se fazemos parte de um mecanismo europeu de protecção civil em que praticamente só recebemos ajuda, porque nem aviões de combate a incêndios em condições temos, porque é que na defesa haveria de ser diferente?) e de qualquer forma nem valeria a pena lutar porque isso seria um transtorno e não teríamos hipóteses, ou porque isso da tropa é imperialismo e capitalismo e opressão (menos se forem os Russos na Crimeia, Ucrânia ou Bálticos, ou o Obeso Líder da Coreia do Norte ou as Forças Armadas Revolucionárias Bolivarianas da Venezuela que praticamente tomaram conta da Administração Pública do país em várias áreas), e temos que acabar mas é com os exércitos (no ocidente, note-se), abrir as portas ao mundo e aceitar o que ele trouxer, que será excelente e se não for, é por nossa culpa e de mais ninguém e por isso temos que aceitar e relativizar.