Relativamente à capacidade de um navio submarino «assentar» no fundo, não há submarinos de combate que sejam feitos com esse objectivo
Bom, na verdade não há realmente nenhuma marinha que construa um submarino com esse objectivo «assentar no fundo». Eu estava num tom irónico...

= = =
Quanto à questão dos submarinos com capacidade para lançamento de mísseis, aquilo que eu referi, foi que essa capacidade não pode ser separada do objectivo conhecido da marinha da Alemanha, de ser capaz de integrar os navios com novos sistemas de comunicações e combate, permitindo que eles actuem de forma coordenada, o que permite aumentar o poder de um submarino enormemente.
Eu não posso estar desfasado da realidade, porque eu estou apenas a fazer referência a projectos de futuro, e não à realidade actual.
Lembro que falamos no IDAS, e esse sistema ainda está em desenvolvimento.
Eu afirmei, que presentemente o IDAS não tem grande utilidade e que ele só se compreende em face dos sistemas que estão neste momento a ser desenhados e projectados para utilização no futuro.
O IDAS só estará operacional na segunda série de U212 da Alemanha.
E essa operacionalidade depende de uma nova geração de sistemas electrónicos
O sistema das bóias é de certo uma grande inovação, coisa que não vamos ter, para já. Estas bóias têm umas dimensões consideráveis devido à dificuldade de se conseguir transmitir mensagens não gralhadas (refletidas e incidentes) à superfície da água do mar. Para a bóia poder trocar informação em tempo real, principalmente receber e passar para o interior do submarino terá de estar ligada ao mesmo, e voltamos a ter uma indiscrição. Não esquecer que 10Km no mar é bem menos do que em terra, no sentido figurado e não métrico, visto o alcance visual estar facilitado.
Se desse para passar informação sob a forma de energia electromagnética na água tudo seria mais fácil, mas não dá.
Neste caso, eu diria, e friso sempre o «diria», que a empresa que está a desenvolver o sistema, terá isso em consideração.
Eu diria também, que a marinha da Alemanha, não vai «atar» uma boia a um submarino caríssimo se a bóia puder dar uma indicação de onde se encontra o submarino.
Eu poderia dizer, que provavelmente o que está neste momento a ser estudado, não é necessáriamente que sistemas de comunicações, mas sim o tipo de material de que será constituido o cabo que será rebocado e que vai ligar à bóia. A bóia será como um Iceberg. A maior parte dela fica debaixo de água. Será essencialmente em material plástico e de detecção seguramente difícil
O problema principal será o peso do cabo, porque quanto mais longo for o cabo, mais pesada vai ficar a boia e maior terá que ser a sua dimensão.
A distância entre a boia rebocável e o navio é naturalmente importante.
De qualquer das formas, o objectivo da marinha da Alemanha, considerando os comentários e as informações da imprensa especializada sobre o assunto, desde há anos, é o de possuir um submarino que possa comunicar com a superficie mesmo mergulhado a 300m.
Essa necessidade, implica que o objectivo é permitir a utilização de novos sistemas e lembro mais uma vez:
O actual U212 não dispara mísseis de nenhum tipo.
O futuro U212, de que dois já foram encomendados, terá esta capacidade.
Portanto, não entendi muito bem quando disse:
Para aplicar uma arma contra um aéreo a 10Km, o aéreo tem de ser sempre detectado pelo submarino devido ao risco de detecção das antenas do submarino. Antenas estas que são o único meio de manter o link do submarino em contacto com as outras unidades amigas.
O submarino não tem que detectar nada. Ele apenas tem que ter a ligação de dados estabelecida através da antena que está a quilometros de distância do próprio submarino, embora ligada a ele. O submarino só precisa (eventualmente) de detectar o alvo, depois de lançado o míssil e mesmo assim isso será discutível, uma vez que o próprio míssil é pré programado com a posição onde se espera que esteja o alvo, antes de ser lançado. Dirige-se na direcção geral indicada e depois procura o alvo pelos seus próprios meios.
O submarino, para agir de forma adequada, não poderá estar demasiado longe, ou fora da capacidade de cobertura aérea de qualquer tipo de meios de vigilância, que possam identificar alvos aéreos. Sejam radares das fragatas de defesa aérea, sejam meios aéreos de vigilância.
Isto implica que o submarino será como que um componente de um sistema de armas, imagine-se um sistema de lançamento de mísseis e torpedos controlado à distância.
Este tipo de cenário, permite concluir que o submarino não será mais um «lobo solitário» com uma missão X ou Y e completamente isolado do resto do mundo, pelo menos no Báltico.
De qualquer das formas, eu pessoalmente também vejo este tipo de sistema como útil para mares fechados, e sinceramente duvido da sua operacionalidade ou utilidade prática no Oceano. Pelo menos com as características e capacidades que se prevê que o conjunto IDAS + U212 (batch II) possam vir a ter.
No entanto, é o tipo de arma que dará um leque alargado de opções à força naval que o possuir.
Cumprimentos