Dez candidatos ouvidos pela Lusa (há 16 concorrentes) concordam com a decisão, recordando que o português é, a par do tétum, uma das línguas oficiais do país e que o Presidente deve dominar as duas línguas.A maior oposição à ideia tem sido vincada por dirigentes do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), partido que apoia a candidatura da actual vice-primeira-ministra, Berta dos Santos, que evidencia algumas dificuldades a falar português.«Não há regras, procedimentos legais que exijam que o candidato tem que falar português», afirmou à Lusa Antonio Tilman, dirigente e deputado do KHUNTO.«O debate é um meio de os candidatos darem a conhecer as suas políticas à população em geral, que não compreende bem português», afirmou.Questionado sobre se a postura do partido tem a ver com o facto da sua candidata ter dificuldades em português), Tilman insiste que o debate não é sobre a «capacidade de falar ou não» português.Contra a decisão manifestou-se igualmente o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri.«Sou defensor da língua portuguesa. Mas neste caso a mensagem deve ser entendida pelos eleitores. 90% dos eleitores não vão absorver nada das mensagens», disse à Lusa.Além da oposição pública da candidatura de Berta dos Santos, para já nenhum outro candidato criticou publicamente a decisão, anunciada pelo presidente da CNE, José Belo.(...)Lere Anan Timur, general e candidato à presidência, recorda que foi decisão dos timorenses na sua constituição «optar pelo português com o tétum como línguas oficiais» e que por isso o Presidente do país deve defender as duas línguas.Opinião idêntica tem a candidata Milena Pires, que disse à Lusa que «sendo o tétum e o português línguas oficiais de Timor-Leste, consagradas na Constituição da República, é natural que ambas sejam usadas no debate presidencial promovido pela CNE».Opinião idêntica têm Isabel Ferreira, Milena Pires e Virgilio Guterres, candidatos que disseram à Lusa que as línguas estão constitucionalmente consagradas e que por isso devem ser usadas no debate.Ainda assim, Virgilio Guterres reconheceu que «uma percentagem significativa dos eleitores ainda não domina a língua portuguesa».O candidato Mariano Assanami Sabino vinca mesmo que «o Presidente tem papel guardião da constituição e é necessário também usar o português».Outro candidato, Felizberto Duarte lembrou que as leis «a serem promulgadas pelo presidente são escritas em português. Domínio de português dos candidatos para o cargo de presidente é um requisito essencial de competência», disse à Lusa.A utilização da língua portuguesa no debate já devia ter acontecido em eleições anteriores, defendeu o candidato Anacleto Ferreira. «Só espero não esteja a ser usada esta obrigação como uma arma política», disse à Lusa.O debate da CNE está marcado para 8 de Março e a primeira volta das eleições ocorre a 19 de Março.
https://twitter.com/ron__PL/status/1521027071622975488Que intervenção pode a CPLP ter em função de situações como esta?
Imigrantes da CPLP com autorização de residência em Portugal//www.youtube.com/watch?v=CJ-pJUQe5_w