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Concorda com a retirada dos Crucifixos das Escolas?

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Votação encerrada: Novembro 26, 2005, 07:38:05 pm

Crucifixos fora das escolas públicas por ordem do Governo

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JoseMFernandes

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« Responder #30 em: Novembro 27, 2005, 07:16:24 pm »
...é suposto um Estado verdadeiramente democratico ser neutro religiosamente...penso e aceito porém que o mesmo deve e pode em certo modo integrar os  principios religiosos e filosoficos estruturais da sua historia,(chamemos-lhe a sua 'carta genética') na Constituiçao tal como ja existem nos costumes, sem... repito... menosprezar ou discriminar outras religioes ou formas de pensamento.
Parece-me ser o caso de Portugal, pois  se retirarmos a religiao (catolica) à sua historia desde a sua origem aos dias de hoje, o que sobra ? Muito certamente, mas nao o fundamental, sejamos ou nao crentes.
Podemos certamente retirar os crucifixos das escolas, supondo que isso esta incomodando um numero crescente de portugueses(e estrangeiros), mas preocupante seria que numa 'reavaliaçao historica', o papel da Igreja e da religiao fosse subalternizado ou 'adaptado' ao gosto dos novos tempos.Infelizmente parece-me que sera o que se passa(ra) a seguir...
Enquanto qualquer um  verbera regras internas catolicas, como o celibato dos padres, ou a ascensao das mulheres ao sacerdocio etc...vejo, e voces veem como eu, que sem objecçoes ou comentarios negativos generalizados, mulheres diplomatas, jornalistas e outras cobrirem-se  em paises de maioria muçulmana, mesmo nos supostamente 'democraticos'.Vejo e voces veem como eu, os noticiarios e documentarios, mesmo passados em Portugal, nunca mostrarem nas mesquitas as mulheres (separadas 'of course), enquanto os jornalistas aceitam filmar os homens no seu interior em oraçao. E voces sabem porque...?  Lei religiosa muçulmana 'oblige' !!! Pessoalmente, e seguindo os preceitos de igualdade, eu recusar-me-ia a passar alguma imagem, nestas condiçoes perante o vulgar  cidadao,  nao so pelo que 'escondem' mas  por acabarem a 'caucionar' tudo isto. Tal como se vai omitindo a questao dos casamentos poligamicos (questao 'tabu' em França, p.ex onde se sabe existirem dezenas de milhares de casos), casamentos 'arranjados', sacrificios animais rituais caseiros interditos, 'jejuns' e interditos que interferem com a sociedade laica ...etc, etc
Entao porque se atacar a Igreja Catolica?Temos de saber que esta Igreja, que tao profundamente marcou a historia do Ocidente esta em perda...de influencia, de fiéis e de consideraçao.Pois apesar desta clarissima realidade, filmes e 'best-sellers' a todo o momento inventam tenebrosas maquinaçoes oriundas do Vaticano(um dos ultimos beneficiarios em data, é por sinal um portugues que imaginou uma 'tramoia' para a morte de J.Paulo I).Pudera...é facil..da dinheiro (e audiencias) a ganhar com as polémicas, para  no fim de tudo parecer querer 'descobrir' um pouco do 'inacessivel e escondido poder catolico'.Enfim, até porque entrar nos terrenos da confissao muçulmana mesmo que  ao de leve como foi o caso de Salman Rushdie, teria isso sim consequencias... e...complicadas !
O islamismo passa ja a primeira religiao mundial em numero de adeptos, mas especialmente em influencia politica directa.Mesmo com as divisoes internas, mantém uma capacidade estrutural (que advém da sua propria doutrina que mistura poder temporal com espiritual), e infelizmente é com ela que a Europa tera de conviver por largos anos.Aproveitando-se  da fraqueza de muitos regimes islamicos, e com uma capacidade de adaptaçao a tecnologia moderna que deixa siderados os especialistas na matéria, os integristas muçulmanos irao influenciar a politica mundial e europeia em especial,(com a esmagadora maioria dos imigrantes) nos anos que vem.
Modificar e enfraquecer o nosso conceito tradicional de sociedade, é precisamente o que eles pedem e querem.
Nao sou catolico autentico, porque embora fosse educado nessa religiao nao me senti com disposiçao e coragem para cumprir integralmente os seus procedimentos, mas reconheço quao importante foi  na minha formaçao e dela nao me envergonho, mesmo depois, ou especialmente por, como me aconteceu, ter conhecido outras culturas, outros credos, outras formas de estar e encarar a nossa vida na terra.
 

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fgomes

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« Responder #31 em: Novembro 27, 2005, 07:47:49 pm »
Zezoca, você pôs o dedo na ferida!
Gostava de ver o sr. Dan Brown e os seus seguidores, fazerem o mesmo ao islamismo, que fizeram em relação à Igreja Católica. Se o fizessem, provávelmente ou estavam num bunker ou já não faziam parte do número dos vivos.
Há uma espécie de aliança objectiva entre certos sectores laicos ocidentais e os integristas islâmicos, pois nunca os ouvi protestar contra a condição das mulheres islâmicas, só para dar um exemplo.
 

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papatango

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« Responder #32 em: Novembro 27, 2005, 08:05:48 pm »
Citação de: "Luso"
Atenção!
Portugal esteve/está mais sozinho do que pensas, Papatango...
Há cruzes que se combatem.
E uma é nossa.
Os outros, que querem eliminar uma delas é arraia miúda, básica, superfícial, feminina e irrelevante porque jamais perceberá certas coisas.
Quando eu refiro a Carbonária, estou a restringir-me ao periodo do fim do século XIX e primeira década do século XX e não a situações actuais.
A Carbonária, para quem não sabe, era a tropa de choque, o exército da Maçonaria, que servia para atemorizar chantagear e matar quem se lhes opusesse.

Não discordo de que, a eliminação da cruz/crucifixo, seja uma acção levada a cabo por quem não tem ideia nenhuma do que está a fazer.

Partilho também do "desconforto" do zezoca, perante uma situação em que, as sociedades ocidentais capitaneadas às vezes por tontitos bem intencionados criam precedentes, removem barreiras, que pareciam ser ofensivas, mas que são na realidade defesas que a sociedade, ou as sociedades têm.

Não sei se haverá muita gente em Portugal que deteste assim tanto essas cruzes ou crucifixos. Este tipo de medidas em Espanha, destina-se a evitar problemas com a enorme população de origem muçulmana.
Nós temos imigrantes dos PALOP, na sua maioria católicos, do Brasil, ibidem e dos países de leste, que são na esmagadora maioria cristãos ortodoxos. Para qualquer destes, a cruz não é de forma alguma ofensiva.

Há neste momento praticamente tantos muçulmanos na peninsula ibéica, que os que existiram durante a reconquista cristã.

Será que a seguir a Espanha, eles vão fazer um pequeno desvio para ocidente?
Se assim for, retirar os crucifixos sempre ajuda ao multiculturalismo.
Claro que nas madrassas, não haverá esse problema, porque a religião muçulmana proíbe este tipo de simbolos.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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Leonidas

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« Responder #33 em: Novembro 27, 2005, 11:13:53 pm »
Saudações guerreiras.

Eu acredito em Deus, e sou praticante.

O retirar dos símbolos religiosos das escolas ou lugares públicos acho que não tem nada a ver com a laiciadade, mas sim, com a cultura do ateísmo. Essa cultura pode muito bem ser vista como uma ofensiva contra a Igreja católica por não ceder em questões que, para determinados setores da sociedade viria, deste modo, dar uma certa credibilidade e até mesmo em alguns casos legitimar as suas ações. A laicidade não pode, por si só, ser “também” uma “religião”, porque não o é. Se o for então tenho uma teoria que, para ele, tal como, para o ateísmo é a cultura do vazio e do superfúlo, caso a pessoa se encontre sem referencias cívicas ou morais mas que não necessáriamente de origens religiosas.

Acho bem que o estado não se identifique com nenhuma religião em particular, seja ela qual for, mas que, isso também, não deve servir como justificação para desrespeitar aqueles que são religiosos e que a frequentam, tal como outros espaços públicos, e que pela liberdade que o estado português (laico) pelas suas leis de igualdade mas também respeito, confere aos cidadãos, seja, ele, o mesmo e o primeiro, desta maneira, a retira essa liberdade de expressão e de religião. Isso não aceitaria nunca, quer para cristãos, quer para as outras religiões. Cá está mais uma contradição.

Aquilo que, a meu ver, é mais racional e que também vai mais ao encontro daquilo que pode ser interpretado como um dever  em Portugal, por ser um (dito) estado democrático, e também laico, mas que se enquadra, perfeitamente também, no espírito cristão, que é a aceitação, nesses mesmos lugares, de outros símbolos religiosos das outras religiões em Portugal. Isto assim é o verdadeiro espírito de democracia para os laicos. Para os cristãos também, acrescido pela sua condição, porque a aceitação daquilo que é diferente faz parte dessa sua mesma cultura, “… pois aquilo que fizerdes aos outros é a Mim que o fazeis…”.

A não aceitação de símbolos religiosos, para mim, é um dos exemplos acabados de uma grande falta de sensibilidade e total desrespeito pelas pessoas que são religiosas. Nesta, como em muitas outras coisas na nossa sociedade, não pode haver contradições onde, a pretexto de uma qualquer liberdade ou outra coisa qualquer, disto e daquilo, se contorne a questão com leis que não passam de mais um abuso e um atentado á própria liberdade. Já agora, isto tudo, pode muito bem ser mais uma tentativa de manipulação para outros objetivos.

Hoje, se calhar, em Portugal há uma corrente forte de opinião contra o catolissísmo por causa de Salazar. Esse idiota só diferiu da URSS, em relação a este assunto, porque deixou que se praticasse o Catolicismo, mas como uma troca para a aceitação do regime. Ele próprio fez questão que o estado se identificasse oficialmente com a Igreja Católica, por razões politicas, nada mais. Ainda bem que houve a clareza de se chamar a atenção para essa nuance.

Hoje há que ter em conta também, a utilização dos símbolos e o que significam pessoalmente para cada um de nós. Isso é fruto da cultura a que fomos sujeitos e que vamos cultivando ao longo da nossa vida. Hoje, muitos de nós não estamos tão vinculados ao cristianismo, porque optamos ou porque não fomos educados com essa cultura. Há aqueles que, pura e simplesmente, a renegam. Por isso, os símbolos diferem, hoje, na sua interpretação por estas razões e outras que possam vir entretanto a lume. Creio, que o mais importantes, o que não convém, esquecer é aquilo que verdadeiramente significam. Isso não é mutável por causa de tudo o que está para trás, ou seja, a história da humanidade e inclusive a história de Portugal.

O cristianismo é uma cultura universal. Por mais que queiramos ele faz parte de toda a nossa história e negar isso será como renegar o passado. A utilização de símbolos religiosos pelas nossas forças armadas é por si só o reconhecimento do que significa. Não é uma usurpação mas sim uma maneira para um propósito superior de destinguir os português, não por serem vistos como superiores, mas como a justa homenagem por todo o seu passado magnifico. A religião foi também um motivo pelo qual se justificou toda a expansão portuguesa além mar a partir de 1415.

A religião é em si, não sendo levada aos extremos, uma excelente arma para o apaziguamento das sociedades e contribui para uma melhor harmonia entre os seus elementos. Religião, é para mim liberdade e disciplina e isso são valores que cada vez menos são cultivados. Consequência disso é uma completa destruturação e desequilíbrio da sociedade. Não é necessário acreditar num deus para sermos “bons”, mas todos sabemos que a lei do homem é tudo menos a perfeita, por isso, á que escolher muito bem as nossas referências.
Aquilo que mais de belo conseguimos encontrar e fazer é seguramente, para mim, uma manifestação cabal que somos mesmo feitos á Sua imagem e semelhança.  

Cumprimentos
« Última modificação: Novembro 28, 2005, 05:28:34 am por Leonidas »
 

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Yosy

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« Responder #34 em: Novembro 28, 2005, 01:37:25 am »
:shock:  :shock:

Fundamentalismo laico? Ateísmo?

Será que eu li mesmo isto aqui?

Meus senhores, ninguém está a tentar apagar o catolicismo português dos livros de História. Estão se todos a queixar que é um atentado aos valores, cultura de ateísmo, blá, blá, blá. HELLO????!!! Estamos num país com 90 % de católicos. Onde a Igreja tem uma forte presença em qualquer parte. De certeza que não é por uns pedaços de madeira desaparecerem de umas paredes que os putos vão ficar todos ateus, e "sem valores" (como se isto fosse alguma vez possível).

E por causa da bandeira nacional - já entraram nalguma saula de aula ultimamente? A grande maioria tem, muitas vezes mais de uma bandeira nacional afixada - normalmente trabalhos efectuados pelos alunos. E com o Euro 2004, o mundial e os jogos da Selecção o que não falta por aí são bandeiras (e cascóis) de Portugal.
 

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Normando

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« Responder #35 em: Novembro 28, 2005, 03:04:04 am »
Citar
Luso escreveu:
A Cruz de Cristo, a dos aviões da Força Aérea e das naus e caravelas, merece o respeito de todos.
Agora a outra...

 :Palmas:

Citar
p_shadow escreveu:
Se a Escola é realmente de Todos e para Todos, então não deverá "publicitar" qualquer simbologia que não a que represente verdadeiramente a nação: a bandeira Nacional.
Tudo o mais são apenas restícios doutros tempos....


 :G-Ok:
"If you don't have losses, you're not doing enough" - Rear Admiral Richard K. Turner
 

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Leonidas

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« Responder #36 em: Novembro 28, 2005, 03:37:19 am »
Saudações guerreiras. Yosi.

Citação de: "Yosi"
Fundamentalismo laico? Ateísmo?
Será que eu li mesmo isto aqui?
Meus senhores, ninguém está a tentar apagar o catolicismo português dos livros de História. Estão se todos a queixar que é um atentado aos valores, cultura de ateísmo, blá, blá, blá. HELLO????!!! Estamos num país com 90 % de católicos. Onde a Igreja tem uma forte presença em qualquer parte. De certeza que não é por uns pedaços de madeira desaparecerem de umas paredes que os putos vão ficar todos ateus, e "sem valores" (como se isto fosse alguma vez possível).


Caro Yosi, se acha que 90% da população portuguesa é católica, porque não, então, continuar como tudo está? Se ainda há muitos católicos e essa cultura ainda persiste, porque não respeitar a maioria com a conservação dos seus simbolos? Não acha que o seu argumento pode muito bem ser posto ao contrário?

A medida tem tanto de ridiculo como a sua justificação para o fazer. A não ser que haja bom senso e respeito pela diferença. Para isso, como já demostrei, é possivel haver outras soluções para a igualdade, e não a mais fácil e a que mais desrespeita, quer para a maioria cristã, quer para as minorias de outras quaisquer religiões . Também não é por haver um crucifixo numa sala de aulas que as pessoas deixam de desempenhar as suas funções como têem feito até aqui, ou será? É como haver um cirurgião que não pode ver sangue!!! Não faz sentido. Se me dissesse que ainda havia, nem que fosse numa só escola, onde as pessoas eram obrigadas a prestar culto religioso, mas que não se indentificassem com essa ou outra religião, aí até poderia contar comigo para protestar, garanto-lhe. Mas como isso acobou (e ainda bem) com o 25 de Abril de 1974, por isso...

Não individualizando e indo um pouco mais longe para reflexão. Quantas cruzes e outros tantos simbolos religiosos, santos por ex. estão expostos sob a forma de esculturas, pinturas em quadros, frescos etc., em momumentos que fazem parte do nosso património histórico e que, na sua grande maioria, estão sob a alçada do próprio estado (laico) através do IPPAR, por ex., não continuarão a serem simbolos religiosos, mesmo que não pertençam á Igreja? Vamos arrazá-los ou apagál-os só porque somos contra os simbolos religiosos? Porque não chegar Mosteiro dos Jerónimos e retirar todos as cruzes e outros símbolos religiosos? Porque não chegar  á Torre de S. Vicente de Belém e apagar as cruzes que se vêm cá de fora? Veja que nem de uma igreja se trata, no entanto dá uma muito boa sala de aulas, mesmo de fora. Será que o ateu ou o laico enjoará se olhar simplesmente para aquilo? Veja quantas visitas de estudo não são feitas a todos esses lugares!!! Será que também não podem ser interpretadas como escolas? Há que ser coerente. Se é por causa dos simbolos religiosos então terá que ser em tudo, porque se se legisla só para uma coisa muito especifica é, no minímo levantar muita suspeita que, a meu ver, só vem demostrar aquilo que também já escrevi mas onde tenho de ser mais claro, que é ele, também um preconceito encapotado contra a religião de fé Católica. O resto é mais deitar poeira para cima dos olhos das pessoas e desviá-las de assuntos muito mais urgentes em nome de uma tal "pedagogia" e/ou liberdade que mais não são uma desculpa, nem que seja, para mostrar trabalho feito (e muito mal, por sinal).

Cumprimentos
« Última modificação: Novembro 28, 2005, 05:40:39 am por Leonidas »
 

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AugustoBizarro

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« Responder #37 em: Novembro 28, 2005, 03:40:58 am »
Não concordo com esta medida.

1. É uma medida estrangeira, não foi pensada independentemente cá,somente sucede por repetição, mais um exemplo de falta de originalidade.


2. Como já foi dito , Portugal é um país predominantemente Católico,
e foi o país que mais espalhou a fé ao longo da sua história, sendo o favorito do Papa. Atacar o Papa é estar ao serviço dos Protestantes, os maiores agressores da figura máxima da Igreja Católica.
Seria interessante ver a reacção do pessoal da Contra-Reforma em relação isto.
http://en.wikipedia.org/wiki/Counter-Reformation

3. Os Protestantes devem estar radiantes, mais uma humilhação, mais um ataque , mais uma cedência.



o próximo passo será , demolir Igrejas e Catedrais porque ofendem a vista de algum turista sensível?


Portugal é Católico, quem não gosta de crucifixos ou cruzes, que não olhe para elas.

E sobretudo que as decisões portuguesas, o sejam verdadeiramente, estas fotocópias de ideias estrangeiras já começam a enjoar.

Ás vezes interrogo-me se ensinar o inglês e o francês nas escolas traz mais benefícios ou más influências. Tem uma certa graça ler a imprensa estrangeira e esperar uns dias até que se ouça o que foi dito e escrito lá fora, traduzido a martelo para português, e repetido por políticos e jornalistas como se tivessem descoberto a verdade.

A verdade de quem? dos outros!

É também por estas razões que o Japão a China e a Espanha, têm a força cultural (e subsequentemente a economia) que têm e nós em declínio.

Os estrangeiros decidem por nós.
 

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PereiraMarques

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« Responder #38 em: Novembro 28, 2005, 08:15:10 pm »
Citação de: "AugustoBizarro"
É também por estas razões que o Japão a China e a Espanha, têm a força cultural (e subsequentemente a economia) que têm e nós em declínio.


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Cumprimentos
B. Pereira Marques
 

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komet

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« Responder #39 em: Novembro 28, 2005, 08:25:31 pm »
Bem, a verdade é que os japoneses honram os seus veteranos de guerra e olham para o bushido com saudosismo, ninguém os censura. Não vejo por exemplo os alemães a fazer o mesmo, por isso não acho que seja por aí.
"History is always written by who wins the war..."
 

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dremanu

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« Responder #40 em: Novembro 29, 2005, 01:22:27 am »
Citação de: "Leonidas"
Saudações guerreiras.

Eu acredito em Deus, e sou praticante.

O retirar dos símbolos religiosos das escolas ou lugares públicos acho que não tem nada a ver com a laiciadade, mas sim, com a cultura do ateísmo. Essa cultura pode muito bem ser vista como uma ofensiva contra a Igreja católica por não ceder em questões que, para determinados setores da sociedade viria, deste modo, dar uma certa credibilidade e até mesmo em alguns casos legitimar as suas ações. A laicidade não pode, por si só, ser “também” uma “religião”, porque não o é. Se o for então tenho uma teoria que, para ele, tal como, para o ateísmo é a cultura do vazio e do superfúlo, caso a pessoa se encontre sem referencias cívicas ou morais mas que não necessáriamente de origens religiosas.

Acho bem que o estado não se identifique com nenhuma religião em particular, seja ela qual for, mas que, isso também, não deve servir como justificação para desrespeitar aqueles que são religiosos e que a frequentam, tal como outros espaços públicos, e que pela liberdade que o estado português (laico) pelas suas leis de igualdade mas também respeito, confere aos cidadãos, seja, ele, o mesmo e o primeiro, desta maneira, a retira essa liberdade de expressão e de religião. Isso não aceitaria nunca, quer para cristãos, quer para as outras religiões. Cá está mais uma contradição.

Aquilo que, a meu ver, é mais racional e que também vai mais ao encontro daquilo que pode ser interpretado como um dever  em Portugal, por ser um (dito) estado democrático, e também laico, mas que se enquadra, perfeitamente também, no espírito cristão, que é a aceitação, nesses mesmos lugares, de outros símbolos religiosos das outras religiões em Portugal. Isto assim é o verdadeiro espírito de democracia para os laicos. Para os cristãos também, acrescido pela sua condição, porque a aceitação daquilo que é diferente faz parte dessa sua mesma cultura, “… pois aquilo que fizerdes aos outros é a Mim que o fazeis…”.

A não aceitação de símbolos religiosos, para mim, é um dos exemplos acabados de uma grande falta de sensibilidade e total desrespeito pelas pessoas que são religiosas. Nesta, como em muitas outras coisas na nossa sociedade, não pode haver contradições onde, a pretexto de uma qualquer liberdade ou outra coisa qualquer, disto e daquilo, se contorne a questão com leis que não passam de mais um abuso e um atentado á própria liberdade. Já agora, isto tudo, pode muito bem ser mais uma tentativa de manipulação para outros objetivos.

Hoje, se calhar, em Portugal há uma corrente forte de opinião contra o catolissísmo por causa de Salazar. Esse idiota só diferiu da URSS, em relação a este assunto, porque deixou que se praticasse o Catolicismo, mas como uma troca para a aceitação do regime. Ele próprio fez questão que o estado se identificasse oficialmente com a Igreja Católica, por razões politicas, nada mais. Ainda bem que houve a clareza de se chamar a atenção para essa nuance.

Hoje há que ter em conta também, a utilização dos símbolos e o que significam pessoalmente para cada um de nós. Isso é fruto da cultura a que fomos sujeitos e que vamos cultivando ao longo da nossa vida. Hoje, muitos de nós não estamos tão vinculados ao cristianismo, porque optamos ou porque não fomos educados com essa cultura. Há aqueles que, pura e simplesmente, a renegam. Por isso, os símbolos diferem, hoje, na sua interpretação por estas razões e outras que possam vir entretanto a lume. Creio, que o mais importantes, o que não convém, esquecer é aquilo que verdadeiramente significam. Isso não é mutável por causa de tudo o que está para trás, ou seja, a história da humanidade e inclusive a história de Portugal.

O cristianismo é uma cultura universal. Por mais que queiramos ele faz parte de toda a nossa história e negar isso será como renegar o passado. A utilização de símbolos religiosos pelas nossas forças armadas é por si só o reconhecimento do que significa. Não é uma usurpação mas sim uma maneira para um propósito superior de destinguir os português, não por serem vistos como superiores, mas como a justa homenagem por todo o seu passado magnifico. A religião foi também um motivo pelo qual se justificou toda a expansão portuguesa além mar a partir de 1415.

A religião é em si, não sendo levada aos extremos, uma excelente arma para o apaziguamento das sociedades e contribui para uma melhor harmonia entre os seus elementos. Religião, é para mim liberdade e disciplina e isso são valores que cada vez menos são cultivados. Consequência disso é uma completa destruturação e desequilíbrio da sociedade. Não é necessário acreditar num deus para sermos “bons”, mas todos sabemos que a lei do homem é tudo menos a perfeita, por isso, á que escolher muito bem as nossas referências.
Aquilo que mais de belo conseguimos encontrar e fazer é seguramente, para mim, uma manifestação cabal que somos mesmo feitos á Sua imagem e semelhança.  

Cumprimentos


Leonidas!? Brezniev!? :wink: Brincadeira...

Muito bem escrito o seu post, concordo plenamente.  

E já agora, bem vindo ao forum. A sua presença adiciona valor aos "debates" contínuos que temos por aqui.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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TOMKAT

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« Responder #41 em: Dezembro 01, 2005, 11:05:25 am »
Citação de: "Leonidas"
Saudações guerreiras.
...
A medida tem tanto de ridiculo como a sua justificação para o fazer. A não ser que haja bom senso e respeito pela diferença. Para isso, como já demostrei, é possivel haver outras soluções para a igualdade, e não a mais fácil e a que mais desrespeita, quer para a maioria cristã, quer para as minorias de outras quaisquer religiões . Também não é por haver um crucifixo numa sala de aulas que as pessoas deixam de desempenhar as suas funções como têem feito até aqui, ou será? É como haver um cirurgião que não pode ver sangue!!! Não faz sentido. Se me dissesse que ainda havia, nem que fosse numa só escola, onde as pessoas eram obrigadas a prestar culto religioso, mas que não se indentificassem com essa ou outra religião, aí até poderia contar comigo para protestar, garanto-lhe. Mas como isso acobou (e ainda bem) com o 25 de Abril de 1974, por isso...
...

Por outro lado não foi Cristo que afirmou segundo um evangelho (não sei qual, estou longe de ser um especilalista):
"A César o que é de César, a Deus o que é de Deus".
Uma escola pública não própriamente uma casa de Deus.

E seguir os Mandamentos de Cristo, ser Cristão, não tem mais a ver com um estado de alma do que com a reverência a um símbolo.

Citação de: "Leonidas"
A relegião foi também um motivo pelo qual se justificou toda a expansão portuguesa além mar a partir de 1415.

E essa mesma Cruz que tranportámos nas nossas conquistas, não foi a mesma Cruz que anos depois mandou para a fogueira pessoas pelo simples facto de serem diferentes ou não se subjugarem a essa Cruz, com consequências desastrosas para Portugal.
« Última modificação: Dezembro 01, 2005, 12:22:49 pm por TOMKAT »
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Luso

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« Responder #42 em: Dezembro 01, 2005, 11:47:32 am »
Citar
E essa mesma Cruz que tranportámos nas nossas conquistas, não foi a mesma Cruz que anos depois mandou para a fogueira pessoas pelo simples facto de serem diferentes ou não se subjugarem a essa Cruz, com consequências desastrosas para Portugal.


Exactamente!!!
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Leonidas

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« Responder #43 em: Dezembro 02, 2005, 01:14:30 am »
Saudações guerreiras.

Citação de: "TOMKAT"
Por outro lado não foi Cristo que afirmou segundo um evangelho (não sei qual, estou longe de ser um especilalista):
"A César o que é de César, a Deus o que é de Deus".
Uma escola pública não própriamente uma casa de Deus.
A frase que pôs entre parentesís encontra-se nos três evangelhos: S.Mateus(22,15);S.Marcos(12,13) e S.Lucas(20,20). Trata-se de uma passagem bíblica, passo a transcrever:
 
Citação de: "Bíblia-Novo Testamento, São Lucas"
Puseram-se então à espreita e mandaram-Lhe espiões que se fingiam justos com o fim de O surpreender em alguma palavra, afim de O entregarem ao poder e á jurisdição do governador. Fizeram-lhe a seguinte pergunta: "Mestre, sabemos que falas e ensinascom retidãoe não fazes aceção de pessoas, mas ensinas o caminho de Deus segundoa verdade. Devemos nós pagar tributo a César ou não?" Conhecendo-lhes a astútcia, Ele respondeu-lhes:"-Mostrai-Me um denário. De quem é a efíge e a inscrição?" "De César." - Disseram eles. Disse-lhes então: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus." Não conseguiram apanhar-Lhe uma palavra em falso diante do povo, mas admirados com a resposta, ficaram calados.

Segundo o que está escrito as "leis" dos homens também têm valor, mas o que é certo é que também valem o que valem. As escolas se forem do estado então não há nada como impedir, mas isso não invalida nada do que eu escrevi anteriormente. Lembro que o estado pode ser laico mas as pessoas, na sua grande maioria não o são e isso deve ser respeitado, também. Deixem-me dar um exemplo daquilo que é ainda um sinal de fé neste estado laico: Nos hospitais públicos há muita gente a reclamar por espaços onde se possam sentir mais confortáveis e a capela (com o crucifixo) é uma delas, garanto-lhe. Muitas das iniciativas têm origem nos próprios devotos para que hajam este tipo de espaços e não uma qualquer "benece", por parte do estado, a o que quer que fosse ou a quem quer que fosse.
Esta "lei dos crucifixos" já existe há muito tempo. Só agora é que se lembraram de fazer outra vez barulho. Mais uma vez, isto cheira mal e só serve para desviar a atenções, nada mais.    

Citação de: "TOMKAT"
E seguir os Mandamentos de Cristo, ser Cristão, não tem mais a ver com um estado de alma do que com a reverência a um símbolo.
Não entendi.

Citação de: "TOMKAT"
E essa mesma Cruz que tranportámos nas nossas conquistas, não foi a mesma Cruz que anos depois mandou para a fogueira pessoas pelo simples facto de serem diferentes ou não se subjugarem a essa Cruz, com consequências desastrosas para Portugal.

Errado. A cruz das caravelas difere da cruz da inquisição nos seus propósitos. Uma serviu como motivo para o avanço em todos os sentidos e a outra serviu com um intuito meramente político e de preseguição e consequente retrocesso.  

Sim, é verdade, trouxe a morte e destruição. A própria Igreja é culpada, mas também não lavemos as mãos como Pilatos, pois a inquisição, esse tribunal e censura, serviu muito especialmente o poder político. Basta ver quem foi que trouxe a inquisição para Portugal, D. João III. Na própria Igreja portuguesa não havia planos para isso. D. João III que era um homem extremamente religioso. Uma das razões pela qual se aponta a mudança da Universidade em Portugal de Lisboa para Coimbra, deve-se ao fato de D. João III querer "proteger" a "Jóia da coroa do ensino" dos heréticos que fervilhavam em Lisboa. Palavras não oficiais de José Hermano Saraiva. Na versão ou nas versões oficiais, não vem lá nada disto, claro.

Os sinais visiveis do preconceito contra a Igreja são bem visiveis em Coimbra. Coimbra deve ser a única ou uma das muito poucas onde os atentados contra o património de origem religiosa mais se fez sentir e ainda hoje são visiveis. Tenho um rolo fotográfico quase a acabar e quando tiver a oprtunidade, lançarei algumas fotos sobre isto que estamos a falar.

Se para muita gente Deus não existe - porque estão no seu direito - então uma cruz não fará diferença nenhuma, não acha?

Cumprimentos
 

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TOMKAT

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« Responder #44 em: Dezembro 02, 2005, 08:17:14 pm »
Citação de: "Leonidas"
Saudações guerreiras.

Esta "lei dos crucifixos" já existe há muito tempo. Só agora é que se lembraram de fazer outra vez barulho. Mais uma vez, isto cheira mal e só serve para desviar a atenções, nada mais.    
Leonidas já manifestei uns post' atrás o que pensava dessa lei...

Citação de: "Leonidas"
Citação de: "TOMKAT"
E seguir os Mandamentos de Cristo, ser Cristão, não tem mais a ver com um estado de alma do que com a reverência a um símbolo.
Não entendi.
Não é necessário haver um símbolo para lembrar aos Cristãos seguirem os Mandamentos de Cristo, não acho que os Cristãos sejam assim tão esquecidos que necessitem da presença constante do simbolo cristão para os afastar do "pecado" qual dedo acusador.
Daí o estado de alma ser mais importante que o simbolo fora do local próprio.
Citação de: "Leonidas"
Citação de: "TOMKAT"
E essa mesma Cruz que tranportámos nas nossas conquistas, não foi a mesma Cruz que anos depois mandou para a fogueira pessoas pelo simples facto de serem diferentes ou não se subjugarem a essa Cruz, com consequências desastrosas para Portugal.
Errado. A cruz das caravelas difere da cruz da inquisição nos seus propósitos. Uma serviu como motivo para o avanço em todos os sentidos e a outra serviu com um intuito meramente político e de preseguição e consequente retrocesso.  
Leonidas não me referia à cruz das caravelas, mas à cruz religiosa que ia na mão do Padre que acompanhava os navegantes e convertia os "selvagens" nos territórios descobertos.
Quanto a essa cruz servir de motivo de avanço em todos os sentidos é no minimo discutível. Se houve avanços foi para os conquistadores  nunca para os conquistados. Civilizações desapareceram devido a esses avanços.
Citação de: "leonidas"
Se para muita gente Deus não existe - porque estão no seu direito - então uma cruz não fará diferença nenhuma, não acha?

Cumprimentos


Sempre me afirmei agnóstico, embora nado e criado católico, e nunca me senti incomodado por cruzes.
Incomodam-me mais certos portadores dessas cruzes.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein