Saudações guerreiras.
Eu acredito em Deus, e sou praticante.
O retirar dos símbolos religiosos das escolas ou lugares públicos acho que não tem nada a ver com a laiciadade, mas sim, com a cultura do ateísmo. Essa cultura pode muito bem ser vista como uma ofensiva contra a Igreja católica por não ceder em questões que, para determinados setores da sociedade viria, deste modo, dar uma certa credibilidade e até mesmo em alguns casos legitimar as suas ações. A laicidade não pode, por si só, ser “também” uma “religião”, porque não o é. Se o for então tenho uma teoria que, para ele, tal como, para o ateísmo é a cultura do vazio e do superfúlo, caso a pessoa se encontre sem referencias cívicas ou morais mas que não necessáriamente de origens religiosas.
Acho bem que o estado não se identifique com nenhuma religião em particular, seja ela qual for, mas que, isso também, não deve servir como justificação para desrespeitar aqueles que são religiosos e que a frequentam, tal como outros espaços públicos, e que pela liberdade que o estado português (laico) pelas suas leis de igualdade mas também respeito, confere aos cidadãos, seja, ele, o mesmo e o primeiro, desta maneira, a retira essa liberdade de expressão e de religião. Isso não aceitaria nunca, quer para cristãos, quer para as outras religiões. Cá está mais uma contradição.
Aquilo que, a meu ver, é mais racional e que também vai mais ao encontro daquilo que pode ser interpretado como um dever em Portugal, por ser um (dito) estado democrático, e também laico, mas que se enquadra, perfeitamente também, no espírito cristão, que é a aceitação, nesses mesmos lugares, de outros símbolos religiosos das outras religiões em Portugal. Isto assim é o verdadeiro espírito de democracia para os laicos. Para os cristãos também, acrescido pela sua condição, porque a aceitação daquilo que é diferente faz parte dessa sua mesma cultura, “… pois aquilo que fizerdes aos outros é a Mim que o fazeis…”.
A não aceitação de símbolos religiosos, para mim, é um dos exemplos acabados de uma grande falta de sensibilidade e total desrespeito pelas pessoas que são religiosas. Nesta, como em muitas outras coisas na nossa sociedade, não pode haver contradições onde, a pretexto de uma qualquer liberdade ou outra coisa qualquer, disto e daquilo, se contorne a questão com leis que não passam de mais um abuso e um atentado á própria liberdade. Já agora, isto tudo, pode muito bem ser mais uma tentativa de manipulação para outros objetivos.
Hoje, se calhar, em Portugal há uma corrente forte de opinião contra o catolissísmo por causa de Salazar. Esse idiota só diferiu da URSS, em relação a este assunto, porque deixou que se praticasse o Catolicismo, mas como uma troca para a aceitação do regime. Ele próprio fez questão que o estado se identificasse oficialmente com a Igreja Católica, por razões politicas, nada mais. Ainda bem que houve a clareza de se chamar a atenção para essa nuance.
Hoje há que ter em conta também, a utilização dos símbolos e o que significam pessoalmente para cada um de nós. Isso é fruto da cultura a que fomos sujeitos e que vamos cultivando ao longo da nossa vida. Hoje, muitos de nós não estamos tão vinculados ao cristianismo, porque optamos ou porque não fomos educados com essa cultura. Há aqueles que, pura e simplesmente, a renegam. Por isso, os símbolos diferem, hoje, na sua interpretação por estas razões e outras que possam vir entretanto a lume. Creio, que o mais importantes, o que não convém, esquecer é aquilo que verdadeiramente significam. Isso não é mutável por causa de tudo o que está para trás, ou seja, a história da humanidade e inclusive a história de Portugal.
O cristianismo é uma cultura universal. Por mais que queiramos ele faz parte de toda a nossa história e negar isso será como renegar o passado. A utilização de símbolos religiosos pelas nossas forças armadas é por si só o reconhecimento do que significa. Não é uma usurpação mas sim uma maneira para um propósito superior de destinguir os português, não por serem vistos como superiores, mas como a justa homenagem por todo o seu passado magnifico. A religião foi também um motivo pelo qual se justificou toda a expansão portuguesa além mar a partir de 1415.
A religião é em si, não sendo levada aos extremos, uma excelente arma para o apaziguamento das sociedades e contribui para uma melhor harmonia entre os seus elementos. Religião, é para mim liberdade e disciplina e isso são valores que cada vez menos são cultivados. Consequência disso é uma completa destruturação e desequilíbrio da sociedade. Não é necessário acreditar num deus para sermos “bons”, mas todos sabemos que a lei do homem é tudo menos a perfeita, por isso, á que escolher muito bem as nossas referências.
Aquilo que mais de belo conseguimos encontrar e fazer é seguramente, para mim, uma manifestação cabal que somos mesmo feitos á Sua imagem e semelhança.
Cumprimentos