Relações Portugal – Estados Unidos da América

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Jorge Pereira

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Relações Portugal – Estados Unidos da América
« em: Abril 03, 2005, 12:19:26 am »
Citação de: "Expresso 02 Abril 05"
O Governo socialista está, de resto, empenhado em criar rapidamente laços de confiança com os EUA, através de acções que «recentrem» a posição portuguesa relativamente a Washington.

Já esta semana, na capital do EUA, o director-geral da política externa do MNE, Fernandes Pereira, reuniu com Stephen Hadley, responsável pelo National Security Council (o principal órgão de aconselhamento do Presidente norte-americano em matérias de Defesa e Politica Externa), num acto de uma «ofensiva» destinada a «tornar claro que a posição de Portugal nada tem a ver com a de Espanha», nas palavras de uma fonte do Palácio das Necessidades.


Mais uma excelente notícia. Os laços com os EUA continuarão inalterados apesar da mudança de governo e da polémica em torno da escolha do Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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TOMKAT

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Re: Relações Portugal – Estados Unidos da América
« Responder #1 em: Abril 03, 2005, 11:15:16 am »
Citação de: "Jorge Pereira"
Citação de: "Expresso 02 Abril 05"
O Governo socialista está, de resto, empenhado em criar rapidamente laços de confiança com os EUA, através de acções que «recentrem» a posição portuguesa relativamente a Washington.

Já esta semana, na capital do EUA, o director-geral da política externa do MNE, Fernandes Pereira, reuniu com Stephen Hadley, responsável pelo National Security Council (o principal órgão de aconselhamento do Presidente norte-americano em matérias de Defesa e Politica Externa), num acto de uma «ofensiva» destinada a «tornar claro que a posição de Portugal nada tem a ver com a de Espanha», nas palavras de uma fonte do Palácio das Necessidades.

Mais uma excelente notícia. Os laços com os EUA continuarão inalterados apesar da mudança de governo e da polémica em torno da escolha do Ministro dos Negócios Estrangeiros.


Não deixa de ser uma boa notícia, mas não deixa de impressionar a facilidade com que o nosso MNE alterou o seu discurso ao passar a ser ministro ( ele próprio admitiu isso na sua apresentação na UE em entrevistas aos media: situações novas, discursos novos).
Como se a politica americana tivesse mudado tanto e o (em)Bush(te)
fosse outro.
Incoerências (ou coerências) de político. :?
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Luso

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« Responder #2 em: Abril 03, 2005, 03:00:25 pm »
Só espero é que não se entre em servilismos.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Jorge Pereira

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(sem assunto)
« Responder #3 em: Abril 23, 2005, 10:45:54 pm »
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Freitas convidado a ir a Washington

DiplomaciaMinistro quis provar que tudo está bem nas relações com os EUA Mantida cooperação militar.

Asecretária de Estado norte- americana, Condoleeza Rice, convidou o seu homólogo português a visitar Washington, num encontro decorrido à margem da cimeira da OTAN, em Vilnius, na Lituânia. Anúncio foi feito aos jornalistas pelo próprio Freitas do Amaral, que retribuiu o convite, que fez questão de provar que tudo está bem nas relações entre os dois países.

O breve encontro, de cerca de quinze minutos, entre os dois chefes de diplomacia realizou-se a pedido de Portugal.

"A secretária de Estado disse estar bem informada que as relações entre Portugal e os Estados Unidos são antigas e sólidas e que o novo Governo português já tinha declarado que assim iam continuar, nomeadamente quanto às decisões tomadas anteriormente sobre a participação portuguesa em missões da ONU e da OTAN", disse Freitas, citado pela Lusa.

O ministro português confirmou estas informações referindo que "Portugal foi um dos primeiros países europeus a reconhecer a independência dos Estados Unidos há 200 anos", facto que Condoleeza Rice desconhecia e, segundo Freitas, gostou muito ouvir.

Questionado sobre se espera que este encontro ponha termo às análises que previam uma resistência norte-americana à nomeação de um crítico dos EUA para a chefia da diplomacia portuguesa, Freitas do Amaral respondeu "Obviamente que sim".

"Sempre as achei demasiado pessimistas e exageradas (...) e, para mim, era evidente que a solidez das relações bilaterais se ia manter, mas agora temos prova disso", afirmou. E explicou que a reunião de ontem foi pedida por Portugal, uma vez que Freitas do Amaral ia cruzar-se pela primeira vez com Condoleeza Rice.

Novo acordo de extradição

Entre os temas bilaterais a "trabalhar proximamente", o ministro português referiu a negociação de um acordo de extradição que actualize o existente desde 1908. Esta questão "levanta dificuldades", uma vez que a Constituição portuguesa impede a extradição para países onde exista pena de prisão perpétua ou pena de morte, como os Estados Unidos, mas, segundo o ministro, as negociações "estão próximas de uma solução a merecer o acordo das duas partes".

Outro ponto da agenda bilateral foi a continuação da cooperação militar entre os dois países, no âmbito da qual "está em causa a possível aquisição de algum material militar aos Estados Unidos".

http://jn.sapo.pt/2005/04/22/politica/freitas_convidado_a_a_washington.html

Citar
O ministro português confirmou estas informações referindo que "Portugal foi um dos primeiros países europeus a reconhecer a independência dos Estados Unidos há 200 anos", facto que Condoleeza Rice desconhecia e, segundo Freitas, gostou muito ouvir.

 :roll:

Basta consultar o site do Departamento de Estado para ver essa informação:

Citar
U.S.-PORTUGUESE RELATIONS

Bilateral ties date from the earliest years of the United States. Following the Revolutionary War, Portugal was the first neutral country to recognize the United States. On February 21, 1791, President George Washington opened formal diplomatic relations, naming Col. David Humphreys as U.S. minister.

Contributing to the strong ties between the United States and Portugal are the sizable Portuguese communities in Massachusetts, Rhode Island, New Jersey, California, and Hawaii. The latest census estimates that 1.3 million individuals living in the United States are of Portuguese ancestry, with a large percentage coming from the Azores. There are about 20,000 Americans living in Portugal.

The defense relationship between the United States and Portugal is excellent, centered on the 1995 Agreement on Cooperation and Defense (ACD). Lajes Air Base in the Azores has played an important role in supporting U.S. military aircraft engaged in counter-terrorism and humanitarian missions, including operations in Afghanistan and Iraq. Portugal also provides the United States and other allies access to Montijo Air Base and a number of ports.

Portugal defines itself as "Atlanticist," emphasizing its support for strong European ties with the United States, particularly on defense and security issues. The Portuguese Government has been a key ally in U.S.-led efforts in Iraq, and hosted the Azores Summit that preceded military action. Portugal sees its role as host of NATO's newly renamed "Headquarters West" (formerly SOUTHLANT), located near Lisbon, as an important sign of alliance interest in transatlantic security issues. As a staunch NATO ally since the founding of the organization, Portugal is a participant in NATO peacekeeping. It used its 2002 chairmanship of the OSCE to advance U.S. and European security objectives.

U.S.-Portuguese trade is relatively small, with the United States exporting $863 million worth of goods in 2002 and importing an estimated $1.67 billion. While total Portuguese trade has increased dramatically over the last 10 years, the U.S. percentage of it--both exports and imports--has declined. The Portuguese Government is seeking to increase exports of textiles and footwear to the United States and is encouraging greater bilateral investment. U.S. firms play a significant role in the automotive, pharmaceutical, computer, and retailing sectors in Portugal.


http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/3208.htm
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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dremanu

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« Responder #4 em: Abril 26, 2005, 02:32:39 pm »
Depois de ler estes dois textos fico com a impressão que joga-se um pouco com um "pau de de dois bicos" no que toca a posicionar Portugal perante a USA, e a nossa participação na EU.

Talvez não seja uma estratégia errada...No entanto, lamento que por aqui se alinhe na retórica anti-USA, anti-Israel, acho que é contra-produtiva e não tem nada a ver com a realidade do país, só para se "engraxar" a EU.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Get_It

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Re: Relações Portugal – Estados Unidos da América
« Responder #5 em: Abril 22, 2025, 12:01:46 pm »
Alguém por aqui ficou surpreendido?

Governo dos EUA vai reavaliar restrições a Portugal na compra de chips
(22 de Abril de 2025)
Citação de: Fávio Nunes, ECO
O Governo dos EUA vai reavaliar a decisão de deixar Portugal fora da lista de 18 "aliados" que escapam às últimas restrições à compra de chips para inteligência artificial (IA), onde se incluem as placas gráficas de última geração da Nvidia. O ECO sabe que a exclusão não está fechada, podendo ser revertida após a conclusão da consulta pública no dia 15 de Maio.

As novas regras sobre a difusão da IA foram uma das últimas medidas do anterior Presidente dos EUA. A 13 de Janeiro, Joe Biden decidiu alargar a quase todo o mundo os limites à compra de processadores de alta capacidade e de certos modelos de IA, criando um sistema de três níveis que aprofundou ainda mais a proibição de acesso a estas tecnologias críticas por países como a China.

No entanto, Portugal também passou a estar sujeito a restrições, ainda que a um nível intermédio, equiparado a Israel. Enquanto isso, um conjunto de 18 países considerados "aliados e parceiros" dos EUA ficaram isentos destas novas limitações, incluindo Espanha, França e Itália, numa decisão que apanhou o Governo português de surpresa.

Ao ficar isolado no mapa e sujeito a restrições, ao contrário dos seus vizinhos, a opção dos EUA desencadeou múltiplos esforços de várias entidades, públicas e privadas, incluindo diplomáticos, no sentido de tentar alterar esta medida, oficialmente designada de Enquadramento para a Difusão da Inteligência Artificial.

Além disso, o facto de Portugal não ser considerado um aliado também suscitou uma onda de especulação sobre o que motivou esta escolha do Governo dos EUA. Nos últimos meses circularam várias teorias, mas a razão fundamental por detrás desta opção é também a mais simples e evidente: uma proximidade de Portugal à China que ainda é suficientemente forte para provocar desconforto em Washington.

Desde Janeiro que esta medida da Administração Biden está em consulta pública antes de entrar em vigor, uma opção deliberada para permitir alterações pela nova Administração Trump. Durante esse período, todos os interessados são incentivados a enviarem comentários até ao dia 15 de Maio, e fonte familiarizada com a situação disse ao ECO que o próprio Governo português já terá apresentado os seus contra-argumentos às autoridades norte-americanas.

O ECO também sabe que a decisão de manter Portugal fora da lista de aliados não é definitiva e vai ser reavaliada. Mas todos os cenários permanecem em aberto, incluindo a opção de manter o país sujeito às restrições, até porque Portugal tem factores que jogam contra e a seu favor.

Um dos aspectos que poderão levar os EUA a reconsiderarem as restrições a Portugal é o interesse de várias empresas americanas em investirem em novos data centers no país. Os chips de IA cujas exportações dos EUA ficam limitadas são componentes essenciais para erguer os mais avançados centros de dados nesta nova era tecnológica.

(...)

Portugal tem ainda mais um ponto a seu favor: a deliberação das autoridades portuguesas em 2023 que, na prática, baniu a tecnológica chinesa Huawei de fornecer equipamentos e serviços para as redes 5G. O facto de o país ter optado por ir mais longe do que a maioria dos Estados-membros na aplicação das recomendações da Comissão Europeia ajudou Portugal a ganhar pontos na relação bilateral com os EUA.

Mas o grande 'irritante' continua a ser a proximidade entre Portugal e a China, ilustrada num discurso do Presidente da República no final de 2018, quando o país recebeu a visita oficial do presidente chinês Xi Jinping: "Sinta-se em sua casa, presidente Xi Jinping, tal como nós nos sentimos em nossa casa na China há 500 anos", afirmou então Marcelo Rebelo de Sousa, destacando a cooperação económico-financeira "forte" entre as duas nações.

Outro aspecto é a situação de Macau. As restrições dos EUA à venda de chips para IA coloca a ex-colónia portuguesa ao nível das restrições aplicadas à China, o que na prática significa uma proibição.

[continua]
Fonte: https://eco.sapo.pt/2025/04/22/governo-dos-eua-vai-reavaliar-restricoes-a-portugal-na-compra-de-chips/

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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dc

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Re: Relações Portugal – Estados Unidos da América
« Responder #6 em: Abril 22, 2025, 01:22:37 pm »
Já se sabia que dar o traseiro à China, teria consequências.