É realmente uma questão interessante.
Ou seja, em vez de falar na substituição das Vasco da Gama por outras fragatas, mais ou menos armadas, e mais duas fragatas anti-aéreas, a opção poderia ser:
Pura e simplesmente acabar com as fragatas de 3000/4000 toneladas na marinha (Vasco da Gama e O.H.Perry). Uma fragata "menos armada" como a Naasen da Noruega, acaba sendo muito cara (por volta de 300 milhões). Em contrapartida, considerava-se a possibilidade de adquirir (em condições e lugar de construção a negociar), três contra-torpedeiros, ou fragatas de defesa anti-aérea, que devem andar pelos 500 milhões dada um, 600 milhões com helicopteros e misseis., portanto 1.800 milhões de Euros, que pagos em 15 anos, dá 120 milhões (a acrescentar os juros) de Euros por ano.
Com um aumento do dinheiro disponível, pela própria redução de pessoal e racionalização de serviços, é possível, dentro do orçamento de estado, atingir um valor de 600 milhões de Euros, por ano, para renovação de material.
O problema é que se a marinha tivesse 30% desse valor, isso dava 180 milhões de Euros por ano.
Portanto 66.7% do orçamento da marinha, ía para pagar os contra-torpedeiros.
A parte boa, é que ao acabar com as Vasco da Gama e "corvetizar" a frota, poderiamos "substituir as Vasco da Gama, por NPO's "corvetizados" equipados com ESSM, HARPOON e um radar e director de tiro capazes. Isto mandava esses NPO's para os 80 milhões de Euros cada um (mas seriam fabricados em Portugal) 4 x 80 = 320 milhões. Para pagar isto em 10 anos, seriam mais 32 milhões por ano,.
Em termos de material, sobrariam cerca de 30 milhões por ano, para financiar, ao longo de 10 anos a aquisição de outro Navio de Apoio logístico, por exemplo.
estas aquisições não seriam necessáriamente coincidentes.
Mas isto implicaria um gasto de 1% (um por cento do PIB) e um grande controlo de gastos.
Isto são contas de merceeiro, mas, servem para demonstrar que o mito da falta de dinheiro, muitas vezes é apenas isso: mito. Portugal tem dinheiro para pensar numa marinha constituida por:
3 x Contra-torpedeiros anti-aéreos
4 x Corvetas (ou pequenas fragatas)
10 x NPO's
2 x Submarinos *
1 x Navpol tipo Rotterdam
1 x Navpol-II de deck corrido tipo Enforcer.
20 x Patrulhas costeiros
* (já deu para ver que pelas minhas contas não há dinheiro para o terceiro submarino)
Conceito de utilização
Os contra-torpedeiros, seríam, como hoje são as Vasco da Gama, a nossa comparticipação em termos de defesa. Um navio com estas características, é para ninguém botar defeito.
As corvetas, poderiam servir, para por exemplo honrar compromissos com países fora da Europa. (O caso dos acontecimentos na Guiné, é um exemplo). Uma corveta mais sofisticada, continuará a ser um navio poderoso num cenário pouco intenso. Claro que teriam forçosamente que ter um longo raio de acção e autonomía.
Os NPO's servem para patrulha marítima, e podem ser apoiados em caso de necessidade pelas corvetas.
Os Navios de Apoio Logístico, são utilizados com protecção das corvetas ou dos contra-torpedeiros, conforme o teatro para onde forem enviados.
Não deixa de ser uma hipotese interessante.
Mas, claro, que isto de ter uma esquadra de corvetas, já deu muito que falar há uns anos na Marinha. Com apenas três grandes unidades combatentes, há menos possibilidades de promoção
Cumprimentos