Estarão os EUA a ficar para trás?

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Duarte

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“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"
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Trump é o novo Neville Chamberlain, mas com o intelecto de quem não conseguiu completar a 4a classe.
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #857 em: Novembro 14, 2024, 02:49:28 pm »
Bem...pelo menos por enquanto dá para rir!

Quero ver é quando estas criaturas de Deus tomarem posse.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Duarte

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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #858 em: Novembro 14, 2024, 03:16:14 pm »
Bem...pelo menos por enquanto dá para rir!

Quero ver é quando estas criaturas de Deus tomarem posse.

Num país sério, onde reina a lei e a ordem, estes dois não passavam numa investigação do FBI..  agora numa oligarquia onde juizes do supremo tribunal são comprados, bilionários compram votos e criminosos são "eleitos", não sei.. :mrgreen:
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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #859 em: Novembro 14, 2024, 09:28:10 pm »
Quem se lembra dos tempos em que os líderes do mundo livre não tinham registo criminal?  ::)

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miguelbud

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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #861 em: Novembro 15, 2024, 12:26:19 am »
Citação de: miguelbud
isto é simplesmente a logica empresarial americana extrapolada para a politica. Por outras palavras, foi-lhes dado um cargo e exigiram-lhes resultados, como nao atingiram os objectivos foram substituidas/ despedidas.

Peço desculpa, mas isto não tem nada a ver com lógica empresarial americana, a qual não é diferente da lógica empresarial europeia. As empresas concorrem num mercado mundial aberto e as empresas americanas não são assim tão diferentes das europeias.

Se o presidente da assembleia-geral de accionistas de uma grande empresa contrata um diretor executivo (agora é fino dizer CEO) para dirigi-la, não pode andar sempre a demitir o diretor executivo por razões fúteis.

Se o faz, não é porque isso tenha a ver com lógica empresarial, é porque é um presidente incompetente e não tem capacidade para escolher as pessoas certas. Neste caso, a assembleia geral, os accionistas, teriam que o substituir por obvia incapacidade.
Está errado, o facto de as empresas competirem num mercado mundial aberto é irrelevante, o que conta para o caso é o local onde estao sediadas. Em comparaçao com a UE, nos EUA as regulaçoes na America sao menos rigidas, os mercados de capitais muito maiores, as leis laborais mais flexiveis. Isto reflete-se na cultura das empresas e pode crer que a cultura Empresarial americana é muito mais agressiva em geral.

No entanto, eu estava-me a referir á cultura Empresarial de Wall Street que é onde o Trump se movimentou e moviementa (erro meu nao fui explicito) e aqui é a selvajaria total. Este é o sector do Grande Capital, dos fundos privados, da banca, da bolsa de valores, aqui impera muito: a atitude do figure it out, a filosofia de apenas temos de ganhar mais do que aquilo que perdemos e nao existem cortes de despesas, existem sim tesouradas. A titulo pessoal já me aconteceu ter estar ao telefone com um colega americano sobre um negocio de milhoes ás 19:00, pedir-lhe mais informaçao que ele só conseguiria no dia seguinte e reagendarmos o telefonema para as 14:00 do dia seguinte (horas europeias); nao consegui falar com ele, ligo para a sede e disseram-me que durante a noite ele tinha sido despedido e o departamento fechado. Quando indaguei sobre o potencial negocio que estava pendente a resposta foi: don’t worry we’ll figure it out. Isto na Europa é impensavél.

Dito isto, se o Trump achou que ele era incompetente despediu-o e colocou alguém que achou que poderia fazer um trabalho melhor. É a logica de Wall Street.

 Já agora, quem demite o CEO de uma empresa é o Presidente do Conselho Administrativo e nao o da Assembleia Geral.

Trump não passou o mandato a demitir pessoas por elas não cumprirem objetivos, já que Trump nem sequer os tinha...
Essas pessoas foram demitidas normalmente por razões frivolas e pessoais. Trump não gosta que lhe apresentem na mesa os problemas normais que decorrem da governação.
Objectivos é a unica coisa que o Trump tem, nao tem é visao, daí só pensar a curto prazo e ter a impulsividade que lhe é conhecida.

Um excelente exemplo disso foi a mudança da embaixada para Jerusalem, após este dialogo:
Trump: Isto foi aprovado há mais de 40 anos, tem de ser implementado imediatamente.
Conselheiros: Mas as isso vai causar imensas dores de cabeça.
Trump: We’ll figure it out.
Conselheiros: Em consciencia temos de discordar.
Trump: Estao todos despedidos.

Donald Trump não é nem nunca foi um grande empresário. Com excepção dos negócios que o pai lhe deixou no ramo imobiliário, todos os negócios de Donald Trump faliram e obviamente Trump nunca reconheceu a culpa.
As falências são em catadupa. Desde negócios de venda de gravatas, universidades online, hoteis, vinho, artigos de higiene e comida, tudo foi à falência.
Trump conseguiu levar à falência até um negócio que dá sempre dinheiro... os casinos... O casino ganha sempre...
Mas Trump conseguiu levar dois casinos à falência.
Ganhou mais do que aquilo que perdeu, o resto é paleio. Acho que que até com os casinos e hoteis de Atlantic City ele ganhou dinheiro com a falencia, pois logo a seguir recomprou-os por uma fraçao do valor; daí ter dito q as leis de bancarrota nos EUA sao optimas para ele se livrar de divida financeira.

Ah, e nao foi so ele que levou casinos a falencia, em Portugal a Santa Casa, entidade que gere os jogos de azar, também faliu. :mrgreen:

Agora responda-me a esta pergunta: Quantas pessoas reconheram a culpa de uma falencia ou má gestao em Portugal, na Europa ou no Mundo? Basta um exemplo, pois eu nao conheço ninguém e assumo a minha ignorancia. No entanto, de acordo com a sua argumentaçao parece que após uma falencia é normal dizer: A culpa foi só e exclusivamente minha. 

Citação de: miguelbud
A declaraçao colocada ontem a anunciar o departamento de eficiencia mostra que o país vai ser gerido como uma empresa, ie, estado pequeno, eliminaçao de redundancias para salvar custos e para isso há uma data limite. Típico de uma empresa.
O problema neste caso, é que para dirigir um país como uma empresa, não se coloca a dirigi-lo o lider de outra empresa.
Repare que o mesmo poderia ser dito em relaçao ao Trump quando ele ganhou em 2016. E o que me ficou na mente desse mandato foi ele descartar as reponsabilidades para os estados, questoes como o aborto, confinamentos, vacinas, para ele eram tudo questoes estatais e nao federais. Talvez tenha prestado mais atençao ao final desse mandato, mas nao me lembro de algo que se posso classificar como caos, isso foi a nossa Primeira Republica.

E para ser claro, eu nao estou aqui a defender o Trump, a minha intervençao começou pelo simples facto de eu achar que o wokismo teve um papel preponderante no resultado das eleiçoes, porque os EUA sao muito mais que as elites costeiras. Os Democratas mostraram um grande desfazamento com a realidade, pois entre as costas existe uma maioria que nao se identifica com as ideias progressivas apregoadas pelo Partido.
 
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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #862 em: Novembro 15, 2024, 12:43:24 pm »
‘Terrifying’: Trump’s Cabinet picks trigger unease in Europe
While some EU diplomats put a positive spin on China-hawk Marco Rubio, Tulsi Gabbard’s intelligence role is generating greater alarm.

By Nicholas Vinocur and Clea Caulcutt
BRUSSELS — At first, European diplomats even felt some relief about the shape of U.S. President-elect Donald Trump’s new Cabinet when he chose Florida Republican Marco Rubio to be America’s top diplomat.

It didn’t last.

Trump’s subsequent choices — the barely known Fox News host Pete Hegseth for defense secretary and Tulsi Gabbard as director of national intelligence — have heightened fears that Europe may need to prepare for the worst, and be ready to step up without its traditional NATO ally in a world riven by strategic flashpoints.

Gabbard, a former congresswoman who is known for amplifying conspiracy theories, meeting with Syrian leader Bashar Assad and embracing Russian President Vladimir Putin, was viewed as a particularly stunning choice.

“This is really terrifying,” Nathalie Loiseau, former French Europe minister under President Emmanuel Macron and now a European lawmaker in his Renew Europe group, posted on X.

“The time of European restraint and the hope that the USA would protect us is over,” said Marie-Agnes Strack-Zimmermann, the German who heads the European Parliament’s Subcommittee on Security and Defence.

Marek Magierowski, the former Polish ambassador in Washington, was cutting about Gabbard and her past “pro-Russian” comments. Three days after Russia’s February 2022 invasion of Ukraine, she called on the leaders of Russia, Ukraine and the U.S. to “embrace the spirit of aloha” and agree on Ukraine’s becoming a neutral country.

“As she becomes the head of the entire U.S. intelligence community, this is a very disturbing signal for sure,” he said on Polish television.

Early hopes

When Rubio’s name first emerged as Trump’s secretary of state pick at the beginning of the week, the initial reaction was cautiously optimistic, with diplomats, experts and officials in Europe, the U.K. and Israel noting he was an experienced foreign policy hand who backed NATO, was tough on Iran and wanted to defend Taiwan against any Chinese invasion.

Mike Waltz, the former Green Beret chosen as national security adviser, was also seen a safe choice. Foreign policy analyst Ulrich Speck defined the initial reaction as a “big relief.”

A European diplomat who, like others quoted in this story, was granted anonymity to speak freely, said: “They are a bit less awful than others.”

But after Gabbard and Hegseth were named, there is much more confusion.

“I’m not sure whether it’s really possible to make any sensible predictions about the direction of this administration based on the staff picks,” said another European diplomat.

The big question is what the nominations say about Trump’s approach to power and if anyone can be a restraining influence. “What’s clear is that there is not going to be any counterweight to Trump,” said the first European diplomat. “They owe him everything.”

EU officials and diplomats noted Trump had a habit of sidelining Cabinet officials and even U.S. intelligence agencies in pursuit of direct arrangements with autocrats like Putin or China’s Xi Jinping, and were skeptical that anyone could truly temper his instincts.

Rubio and Waltz have considerably altered their lines on Ukraine in recent months to be closer to Trump’s calls for a peace deal, with the Florida senator voting against a major aid package for Kyiv earlier this year, they pointed out.

Given the risk of Trump’s bulldozing foreign policy, a third EU diplomat said the bloc had to get ready to carry more of the weight on Ukraine.

“We know from the first iteration of Trump’s presidency how unpredictable policies might be,” the diplomat said. “Even if these two gentlemen [Rubio and Waltz] were to take a more moderate approach to Ukraine, that does not relieve the EU of the duty of preparing to do more.”

In Kyiv, officials were leery of making any comment for fear of angering Trump.

One intelligence official, who spoke on condition of being granted anonymity, tried to put a positive spin on Gabbard, saying that her job will be “just preparing information for the White House” and will not involve actual policy.

They also tried to downplay her previous pro-Kremlin comments. “All I can say [is] that a person who makes statements that are not pro-Ukraine is not always working for Russian money. He or she just can have [a] different view on things.”

Serious secretary of state

Of Trump’s choices for foreign policy and security roles, Rubio is by far the best-known among Washington’s allies, having visited Europe twice in the past five years — once in 2017 to Germany and France and again in 2020 to the Czech Republic, Poland, Turkey and the United Kingdom.

Tom Tugendhat, a conservative U.K. lawmaker and former minister who said he’d known Rubio for a decade, praised him as a “serious figure” who has been a “clear voice” on topics such as China. Indeed, the two men share a hawkish stance toward Beijing, which has sanctioned Tugendhat.

“He is someone who has for a very long time invested in many relationships around the world and who has demonstrated himself to be a serious player,” Tugendhat said, adding that Waltz was also a “serious person.”

Pavel Fischer, a Czech senator who knows Rubio via their joint work for the Inter-Parliamentary Alliance on China (IPAC), called Rubio an “important leader” who had rallied lawmakers around the world to focus on China.

Rubio’s hawkishness on China made him a “good fit” for Trump, who had pushed European allies to take action against Chinese tech firms Huawei and ZTE during his first term, Fischer said.

Analysts echoed the view that Rubio and Waltz would ramp up pressure on Europe to bolster defense spending, but would ultimately maintain Washington’s prior commitments toward Ukraine and Taiwan.

Rubio has been careful to downplay Trump’s anti-NATO comments. Asked earlier about Trump’s suggestion that he would “encourage” Russia to attack any NATO member country that didn’t meet its alliance financial obligations, Rubio downplayed the statement. “That’s not what happened, and that’s not how I view that statement,” he told CNN in February.

Speck said Rubio was unlikely to back a deal that would allow Putin to declare victory over Kyiv. “With regard to Ukraine, there is now some hope that the U.S. will not simply abandon Ukraine but engage in a serious process that doesn’t give Russia a victory one way or another,” he added.

The fact that Waltz pledged after his appointment, in a post on X, that “America will keep its allies close” and “not be afraid to confront our adversaries” was also taken as a positive sign.

Fears on Gabbard

There is much less optimism regarding Gabbard.

“This is seriously big and bad,” François Heisbourg, senior adviser for Europe at the International Institute for Strategic Studies, posted on X. “I hope the Senate will block her confirmation — but I don’t expect that to happen.”

Even on the earlier appointees, Heisbourg added: “The question is not so much ‘Can they rein in Trump?’ as ‘Will they want to?’ They are on board for the ride.”

Officials like Jim Mattis, a retired Marine Corps general who served as secretary of defense for two years during Trump’s first term, were also seen as restraining forces or “adults in the room” upon their appointment — only to be fired after disagreeing with the president.

John Bolton, who served as Trump’s national security adviser from April 2018 to September 2019, warned in October that the president-elect’s foreign policy stance was likely to be far more radical during his second term than the first, saying: “The odds that he will withdraw from NATO are very high.”

“We’re in for a very, very rough few years in transatlantic relations,” Heisbourg added.

Jamie Dettmer, Jacopo Barigazzi, Veronika Melkozerova, Julius Brinkmann and Nahal Toosi contributed reporting.

https://www.politico.eu/article/donald-trump-europe-cabinet-pick-russia-politics-french-europe-marco-rubio/
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papatango

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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #863 em: Novembro 15, 2024, 02:53:01 pm »


Citação de: miguelbud
Está errado, o facto de as empresas competirem num mercado mundial aberto é irrelevante, o que conta para o caso é o local onde estao sediadas. Em comparaçao com a UE, nos EUA as regulaçoes na America sao menos rigidas, os mercados de capitais muito maiores, as leis laborais mais flexiveis. Isto reflete-se na cultura das empresas e pode crer que a cultura Empresarial americana é muito mais agressiva em geral.

Veja que eu nem sequer coloco em causa que em muitas empresas americanas, especialmente aquelas que não têm negócios fora dos EStados Unidos, haja alguns comportamentos mais ou menos radicais em termos de gestão. No entanto, também tenho algum conhecimento da realidade nos EUA e embora a questão ultrapasse o âmbito da discussão, devo lembrar que:

Uma empresa americana, quando opera na Europa, tem que se reger pelas regras europeias. E em todos os países é assim. O Sr. Musk, teve que pagar uma multa no Brasil, porque violou a lei, o Facebook, tem que pagar centenas de milhões na Europa por violação das leis da concorrência.

Se uma empresa quer ser global, não se pode reger simplesmente pelas leis desreguladas da América. É a realidade em que vivemos.
Eu conheço um bocadinho da cultura empresarial americana e o que lhe posso dizer é o seguinte:

Numa empresa sem grandes problemas, se o Diretor Executivo começa a despedir pessoas sem lógica (ao contrário do que acontece na Europa, onde as pessoas ficam no emprego até à última), isso vai levar os quadros intermédios a procurar emprego.

Na América, existe uma tendência para que os empresários escondam os problemas aos trabalhadores, especialmente aos quadros intermédios. E uma constante mudança de lideranças, é quase sempre um sinal de problemas graves.

Os despedimentos em catadupa em caso de falha em atingir objetivos, são uma realidade, mas são mais as vozes que as nozes e quando isso ocorre, normalmente o problema não tem solução e a empresa está próximo ou do colapso, da falência ou de ser vendida.

Portanto: Só uma administração muito desesperada, opta pela solução de despedir continuamente pessoas em setores chave
No caso do Sr. Trump, o comportamento não terá tanto a ver com lógica empresarial, mas mais com o modus operandi que vem do pai dele, que era conhecido por ser violento.

É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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papatango

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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #864 em: Novembro 15, 2024, 03:05:35 pm »
Já relativamente aos problemas específicos relacionados com Donald Trump e o seu comportamento desviante, eu não estou em completo desacordo com o que afirma o miguelbud, mas se formos por partes, é possível desmontar o raciocínio que nos apresenta de forma relativamente simples.

Começamos pela Santa Casa. Eu não sabia que a Santa Casa era dona de algum casino, para lá de negócios online, por isso, não me posso pronunciar. A Santa Casa gere jogos de azar, em nome do Estado. Não é por isso uma comparação viável, já que o Trump nunca geriu uma organização com fins sociais...

Aquilo que afirma sobre Wall Street e a carnificina da bolsa e do mercado de capitais, é verdade, mas Trump não é um homem de Wall Street e não é um homem do mercado de capitais.
A relação de Trump com Wall Street é basicamente o numero 40 que lhe pertence.

Trump nunca teve uma boa relação com o mundo da alta finança, principalmente porque o mundo da alta finança percebeu da pior maneira, que Trump era um trapaceiro e que vivia de truques, e não de investimentos no mercado de capitais, fossem eles mais ou menos especulativos.

Há duas Nova Iorque invisiveis a olho nú. Uma fica na zona sul de Manhattan, inclui Wall Street e está reservada aos magnatas do mercado de capitais, ao dinheiro muito rápido e às fortunas relâmpago dos gestores de fundos.

Depois há outra cidade, que vive desde a rua 56 até à 96, no lado oriental do Central Park. A zona é conhecida como Upper East Side e ali está o que os americanos chamam "old money". É claro que isto é capilar e há gente dos dois circulos a viver nas duas áreas.
Trump nunca teve boas relações com a Wall Street, e sempre tentou integrar-se entre as pessoas do Upper East Side.

Wall Street via Trump como um interesseiro ladrão, que mentia aos bancos (os bancos que nunca lhe perdoaram).
O pessoal do Upper East Side via Trump como um grosseirão mal educado, que achava que tinha classe por comprar casas e pintar as paredes com tinta dourada.

Trump viu-se rejeitado pelas duas elites da cidade, e por isso abandonou o estado e foi para a Flórida.

É por isso que eu não vejo absolutamente nada de gestão empresarial típicamente americana nas ações do Trump, porque ele sempre foi um outcast, mal visto pelos dois cãs de milionários de Nova Iorque.

As falências existem em todos os setores de atividade, o problema é que o sr. Trump decretou quatro vezes falência (dois grandes casinos fechados, mas quatro falências fraudulentas) dos seus casinos em Atlantic City. E isto se não considerarmos os hoteis, neste caso as falências seriam seis.

Ocorreram várias falências de casinos nos Estados Unidos, isso é verdade, mas não houve falências em série como as de Trump e em 90% dos casos tratava-se de negócios em que estavam envolvidos até 100 milhões (em muitos casos menos de 50 milhões).
Em Atlantic City, Trump foi responsável por muito mais de metade do total dos valores envolvidos nas falências.
Só o Taj Mahal foram 1000 milhões de dolares.

Portanto, não podemos deixar de analisar o contexto. Comparar o que se pode comparar e não confundir uma falência de um casino flutuante, com os mega casinos de Donald Trump.

O problema do Trump falido

Há um problema para o qual nos chama a atenção, que é o de que Trump, falhou em praticamente todos os negócios. Se em alguns casos conseguiu sair por cima sem perder dinheiro, isso teve sempre que ver com a utilização de truques, alguns deles ilegais e que só agora de uma maneira ou de outra lhe chegaram ao bolso.


Mas o mais grave na questão que nos coloca, é que um homem que acha que um país pode ser gerido como uma empresa, não pode ter no seu passado, centenas de falências.

Trump falhou em praticamente todos os negócios em que se meteu.
O facto de o Diretor Executivo ter conseguido sair com algum para-quedas e ter pelo menos conseguido não perder dinheiro não esconde o elefante na sala:


Se a solução final de Trump foi levar as empresas à falência para se salvar, e ele acha que a América é apenas mais um negócio, o que acontecerá quando acontecer o que acontece sempre nos negócios do Trump ???


Perante quem é que ele vai apresentar falência desta vez ?

Eu não sei responder a esta pergunta e acho que ninguém sabe.
Há no entanto uma coisa que tenho a certeza e seguramente toda a gente estará de acordo comigo...

Apresente ele a quem for, a declaração de falência, a culpa, essa nunca será do próprio Trump.





https://news.temple.edu/news/2016-10-25/bankruptcy-expert-studies-trump-casinos

https://www.latimes.com/business/story/2022-05-18/trump-business-partners-outline-his-failed-deals
« Última modificação: Novembro 15, 2024, 03:06:16 pm por papatango »
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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #866 em: Novembro 16, 2024, 03:09:48 pm »

Nas análises sobre a situação da Ucrânia, no podcast diário do The Telegraph de quase uma hora que eles mantêm desde o inicio, já foi referida esta situação.

Há uma curiosidade que os contactos em Washington do pessoal do The Telegraph divulgou e que corre à boca-fechada na capital americana.

Trump designou algumas pessoas absolutamente extremistas, lunaticas, drogados e pedófilos, não para que eles assumam o cargo, mas para ver quem é que dentro dos deputados e senadores da maioria republicana é fiel a Trump.

Nem todos os deputados e senadores eleitos são absolutamente fieis e Trump sabe perfeitamente disso.
Estas nomeações terão como objetivo permitir a Trump saber quem eles são...

« Última modificação: Novembro 16, 2024, 03:15:49 pm por papatango »
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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #867 em: Novembro 17, 2024, 12:08:47 am »
Numa empresa sem grandes problemas, se o Diretor Executivo começa a despedir pessoas sem lógica (ao contrário do que acontece na Europa, onde as pessoas ficam no emprego até à última), isso vai levar os quadros intermédios a procurar emprego.
Depende de muitas variaveis, como a conjuntura economica, as oportunidades de trabalho num raio de 30 milhas, e mesmo até a propria personalidade dos quadros. Mas garanto-lhe uma uma coisa, sempre que our vir ou ler Automation, Synergies, Efficiencies é código para despedimentos em massa. 

A titulo de curiosidade e em relaçao a diferenças a empresas nos USA e UE, nos USA só as empresas cotadas em bolsa é que sao obrigadas a divulgadas a publicar relatórios financeiros, as empresas privadas nao.

Começamos pela Santa Casa. Eu não sabia que a Santa Casa era dona de algum casino, para lá de negócios online, por isso, não me posso pronunciar. A Santa Casa gere jogos de azar, em nome do Estado. Não é por isso uma comparação viável, já que o Trump nunca geriu uma organização com fins sociais...
Entao nao é um casino através dos jogos? A raspadinha é a slot machine, o totoloto é a ruleta e o totobola/ placard sao as apostas desportivas legalizadas. O conceito é o mesmo, o modelo de negocio é que é diferente, porque qualquer café pode ser um casino. Nao sei se chegou a falir, mas teve perdas enormes quando decidiram investir em NFTs e em negocios ruinosos no Brasil. O que dada a sua missao é ainda mais chocante.

Trump nunca teve uma boa relação com o mundo da alta finança, principalmente porque o mundo da alta finança percebeu da pior maneira, que Trump era um trapaceiro e que vivia de truques, e não de investimentos no mercado de capitais, fossem eles mais ou menos especulativos…

… Wall Street via Trump como um interesseiro ladrão, que mentia aos bancos (os bancos que nunca lhe perdoaram).
O pessoal do Upper East Side via Trump como um grosseirão mal educado, que achava que tinha classe por comprar casas e pintar as paredes com tinta dourada.

Trump viu-se rejeitado pelas duas elites da cidade, e por isso abandonou o estado e foi para a Flórida.
Ambas as elites poderiam nao gostar dele, mas nunca o rejeitaram. Nestes meios nunca se queimam pontes. Pessoas como Ike Perlmutter e Nelson Pelz sao visitas assíduas na sua casa. Muito dificilmente alguém neste forum saberá quem sao, mas o ultimo veio agora para a ribalta gabarolar-se que o apresentou ao Elon Musk. E como estes dois acredite que há muitos, mas mesmo muitos mais.
https://fortune.com/2024/11/14/nelson-peltz-elon-musk-donald-trump-matchmaker-disney/

Eu acho que ele só se mudou para a Florida depois do mandato, o que é normal, muitos americanos reformados vao para o Sul gozar os ultimos dias a disfrutar de Sol e jogar golf.

Há um problema para o qual nos chama a atenção, que é o de que Trump, falhou em praticamente todos os negócios. Se em alguns casos conseguiu sair por cima sem perder dinheiro, isso teve sempre que ver com a utilização de truques, alguns deles ilegais e que só agora de uma maneira ou de outra lhe chegaram ao bolso.

Mas o mais grave na questão que nos coloca, é que um homem que acha que um país pode ser gerido como uma empresa, não pode ter no seu passado, centenas de falências.

Trump falhou em praticamente todos os negócios em que se meteu.
O facto de o Diretor Executivo ter conseguido sair com algum para-quedas e ter pelo menos conseguido não perder dinheiro não esconde o elefante na sala:
Nao discordo do que diz, mas como eu disse anteriormente, o que interessa para o caso é que mesmo depois de tantas falencias é um bilionario. E mesmo que seja um mau empresario, é um excelente gestor de fortunas, pois herdou milhoes e multiplicou-os em bilioes (ou milhares de milhoes, como se diz em Portugal); por isso ele pensa que nao consegue fazer nada mal, o facto dele falar usando sempre superlativos mostra isso.
 

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papatango

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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #868 em: Novembro 18, 2024, 06:08:05 pm »
Relativamente aos assuntos acima. Temos que notar que um casino online, não é um casino real e não tem absolutamente nada a ver com um casino fisico. Um casino online pode ser construido na garagem ou na cave de uma casa e é um investimento mínimo.

As falências de casinos (as únicas comparáveis) mais aproximadas, são as dos muitos pequenos casinos que faliram na década de 1990 nos Estados Unidos, mas as falências de Trump ultrapassaram tudo. A expressão que Trump marcou como sua foi “Too big to fail”

No que respeita à relação com as elites de Nova Iorque, eu não disputo que neste mundo ninguém rebenta pontes, porque isso não faria sentido. A questão e o problema para Trump, que levou a que aumentasse o seu desprezo pelas elites da costa leste resulta do facto de todos lhe apertarem a mão, mas muito poucos deixarem de fazer comentários causticos nas costas.

E este desprezo a Donald Trump, é referido pelas suas próprias bases e eu mesmo ouvi as pessoas referir isso, e no estado do Massashussets, que está muito longe de ser um estado republicano. A expressão utilizada foi “They scorned him”, ou seja, qualquer coisa como fizeram pouco dele, mas de uma forma mais violenta.

E Trump utilizou isto, para se mostrar como um paladino do povo e das classes populares, porque afinal, tal como o povo, Trump também foi mal tratado pelas elites.

Quanto aos milhões de Trump, todos sabemos que mudam conforme as necessidades. Quando é para pedir emprestinmos aos bancos, Trump dizia que era um bilionário, mas quando era para pagar impostos afirmava que quase não tinha dinheiro nenhum.

No entanto há uma afirmação difundida em vários meios, que é a seguinte:

Citar
Trump received around $500 million from his father in gifts and other wealth transfers (in 2024 dollars).
Should he have invested that money passively in Manhattan real estate, it would have been worth over $80 billion by 2017 instead of the $2.5 billion that Forbes estimated.

Esta é uma realidade que não deve deixar dúvidas a muitos, sobre as reais capacidades de Trump como gestor.
E isto, é uma - mais uma - afirmação do que referi anteriormente.
Os continuos despedimentos e a gestão do caos, não são necessáriamente uma caracteristica de Wall Street, são muito mais uma caracteristica do negócio do imobiliário, e da construção civil, que evidentemente era o que a elite de Nova Iorque via em Trump.
Um construtor civil, mal educado e corrupto.

Quis vingar-se das elites, e virou presidente, porque a América está doente e quer vingança. O problema é que não sabem em quem é que se querem vingar. Se são os imigrantes, os árabes, os russos, os ucranianos, os mexicanos ou quem sabe até os canadianos.

A América nunca foi tão rica, mas uma parte dela recusa-se a acreditar que não é a nação escolhida por Deus como terra prometida.
« Última modificação: Novembro 18, 2024, 06:10:54 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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Re: Estarão os EUA a ficar para trás?
« Responder #869 em: Novembro 19, 2024, 01:40:08 pm »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.