Uma fábrica de automoveis que tinha 15.000 trabalhadores, hoje precisa de apenas 2.000 para produzir o mesmo numero de carros.
Os restantes 13.000 desempregados não foram empregos que migraram para a Europa ou para a China...
Isto e também muitas empresas simplesmente mudaram a produção para o exterior, fechando fábricas nos EUA para ter acesso a mão de obra baratíssima. São os mesmos bilionários que os lixaram em que estes tó-tós MAGA votam. 
Evidentemente, que quando a fábrica de 15.000 trabalhadores fecha, os 2.000 que eram precisos têm "skills" muito diferentes.
Há uma curiosidade quanto à mão de obra muitíssimo mais barata.
Os chineses estão a fabricar carros com um nível de automatização e robotização que chega a ser superior aos europeus.
Já nem sequer o argumento de que os robots chineses são mal pagos e não têm sindicato pode ser utilizado.
O mito das vantagens do ultra-liberalismoUm dos problemas aqui, é que a América vive desde o tempo do Reagan, numa espiral que consiste em cortar os impostos aos ricos e muito ricos.
A ideia é que estes muito ricos vão criar muitos empregos, porque querem ser mais ricos ainda e isso faz-se com empresas e negócios.
E se os ricos forem muito mas mesmo muito ricos, as migalhas deles vão dar de comer aos pobres ...
A realidade é no entanto terrivelmente diferente.A América nas estatísticas está rica, mas muito mais rica que a Europa. Os ditos "liberais" apontam isso como prova do sucesso das suas ideias economicas. Não pagar impostos, entregar tudo a privados e deixar os muito ricos ficarem apenas mais ricos.
Os americanos muito ricos, ficaram muito, mas muito mais ricos.
O ultra-liberalismo criou riqueza na América, mas essa riqueza está cada vez mais mal distribuida.
A atual situação com os votantes MAGA, resulta de eles terem percebido que alguma coisa está a funcionar mal, muito mal, mas continuarem a ver a Fox-News porque afinal, é a televisão em que o pastor baptista, evangélico ou o padre católico local aparecem.
A América para turistas, continua a vender uma realidade da Disney (ou da Universal) em Orlando na Florida, mas quando se viaja de carro e se sai das "interstates" ou as autoestradas americanas, vemos uma realidade que não chega à Europa. E aqui falo mais da região rural entre a Virginia e a Florida.
Continua a haver gente rica, mas há demasiados sinais de demasiada pobreza.
O absurdo da situação, é que a atual vaga do ultraliberalismo anarquista religioso, quer aparentemente apagar fogos com gasolina.
O que fazia a américa rica e os governos americanos na década de 1960 e 1970 terem iniciado programas de apoio social vastos, resultava de os impostos recolhidos serem impostos sobre as empresas, que começaram a pagar menos após a chegada de Reagan ao poder.
Reagan chega ao poder, em grande medida com o apoio da direita religiosa, a mesma que vemos hoje, e que estava indignada com o que via como a decadência da América. A dissolução de costumes na década de 1960, a derrota na guerra do Vietname, o movimento Hippie eram os sinais do final dos tempos ( wooke anyone.... anyone ? ? ? )
A conveniente solução contra estes problemas, foi, cortar os impostos às grandes empresas e grandes fortunas.
Hoje, a América vive de uma enorme taxação sobre a classe média porque as empresas pagam cada vez menos.
É por isso que o Trump quer tentar resolver o problema, com a ideia de taxar as importações, porque de forma alguma quer taxar as grandes aglomerações de dinheiro.
Isto não resolverá nada.E é por tudo isto que quando alguém fala que é preciso esperar estes quatro anos, para que chegue um presidente menos burro à Casa Branca, eu fico muito desconfiado da argumentação ...
A América está doente. Donald Trump não é a doença, é apenas um sintoma.
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