Não percebo a ideia de quererem helis civis...
Eu não quero nada. Bem, até que quero, mas o que estamos aqui a fazer é discutir rumores e alternativas, por mais estranhas que sejam, a estava novela toda dos Alouette III.
A ideia é arranjar um helicóptero que sirva para treinar pilotos para os Merlin, que são "só" um dos helicópteros mais complexos do mundo, mas querem fazer esse treino em helicópteros Jet Ranger?
Neste contexto, a substituição do Alouette III por um helicóptero pequeno do género dos Schweizer, Robinson, ou Jet Ranger nunca ficaria por aí e iria necessitar de outras alterações. E aqui iriam existir três opções:
- Helicóptero pequeno c/ aviónicos avançados + uso extensivo de simuladores de voo para preparar os pilotos para o EH-101 ou Lynx
- Helicóptero pequeno c/ aviónicos avançados + envio de pessoal para receber instrução no estrangeiro (p.e. Reino Unido)
- Helicóptero pequeno + helicóptero [ligeiro ou médio] utilitário multi-usos
Depois temos de nos lembrar que a nós dá-nos jeito um helicóptero polivalente, e isto implica algumas características que os helis civis não apresentam, como é o caso de levar armamento, capacidade de sobrevivência em combate, sensores modernos (ou capacidade para os instalar), etc. Para nós, já que o dinheiro é escasso, convêm comprar o que é polivalente, não aquilo que simplesmente é barato! E é aqui que entram helicópteros ligeiros como o EC-635 e o AW-109, que podem ser mais caros que os seus equivalentes civis, mas respondem a muitos mais requisitos e têm capacidade de executar muitas mais missões. Queremos algo que faça tudo o que o Alouette fazia e muito mais, seja SAR, seja missões de combate... as forças armadas precisam do que é polivalente e do que possa complementar outros meios em algumas missões (neste caso o heli ligeiro complementar o Merlin nas missões SAR, ou UAV's de combate complementarem os F-16 em missões de ataque ao solo, por aí em diante).
Isso seria o ideal: num país como o nosso, pequeno e com bastantes restrições financeiras, existir um maior aproveitamento dos recursos pelo menos a nível de meios aéreos. Infelizmente, devido à nossa realidade política e falta de dinheiro continuamos a viver estas autênticas novelas quanto à substituição de material. Por isso lá surgem estas ideias de comprar algo barato, não só a nível de aquisição mas também operacional, para garantir pelo menos que se continue a efectuar a instrução em helicópteros.
Obviamente que existe sempre uma terceira alternativa/opção: retirada ao serviço do Alouette III sem um substituto. E aqui seria feito o
outsourcing total da instrução de pilotagem em helicópteros para empresas privadas e/ou forças aéreas aliadas, SAR costeiro passava a ser feito por meios da Protecção Civil (sejam Kamov ou meios alugados), e missões de combate do tipo anti-carro, reconhecimento armado e escolta ficariam para um dia em que o Exército conseguisse adquirir helicópteros ligeiros (gargalhada).
Esta terceira opção seria até muito bem-vinda por muitas pessoas. As empresas privadas de meios aéreos não corriam o risco de perderem horas nos seus contratos; pois um helicóptero moderno poderia dar a oportunidade à FAP de fazer algumas missões a nível de combate a incêndios, transporte de doentes e apoio às forças de segurança. O Exército, onde alguns ainda sonham de vez em quando com helicópteros ligeiros, teria ainda alguma chance de no futuro vir a adquirir esses meios. A classe política iria-se livrar da batata quente, iria parar de sofrer pressão por parte de terceiros, e já não se teria de preocupar com o impacto de uma aquisição de material militar teria nas campanhas eleitorais.
Mas sim, concordo com o dc quanto à necessidade de um helicóptero polivalente para a Força Aérea/Forças Armadas (comando conjunto de helicópteros?). Entretanto, vamos entretendo-nos a discutir este assunto aqui e no tópico «
Alouette III ainda estão ai para as curvas».
Cumprimentos,