Eleições Legislativas 2025 - Defesa

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Ataru

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Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« em: Março 17, 2025, 03:13:41 pm »
Com as eleições legislativas antecipadas marcadas para 18 de Maio de 2025, gostaria de lançar aqui uma discussão sobre medidas concretas para a Defesa Nacional que consideram essenciais num programa eleitoral.

Sabemos que o sector tem desafios estruturais há décadas, desde o subfinanciamento crónico até à falta de modernização e retenção de efetivos. Mas, para além do diagnóstico, seria mais interessante discutir propostas objetivas e exequíveis que possam constar de um programa eleitoral.

O que gostariam de ver contemplado? Aumento do orçamento para a Defesa? Nova organização das Forças Armadas? Reformulação do SMO (Serviço Militar Obrigatório) em algum modelo especifico? Reforço de parcerias internacionais? Melhorias na proteção dos militares e veteranos?

Agradeço desde já as vossas opiniões e sugestões.
« Última modificação: Março 17, 2025, 03:14:00 pm por Ataru »
Greater Portugal = Portugal + Olivença + Galiza and the Eonavian Region + border villages that speak galaico-portuguese dialects + Cape Verde + St. Tomé and Principe + Cabinda + Timor
 
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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #1 em: Março 17, 2025, 03:31:32 pm »
Com as eleições legislativas antecipadas marcadas para 18 de Maio de 2025, gostaria de lançar aqui uma discussão sobre medidas concretas para a Defesa Nacional que consideram essenciais num programa eleitoral.

Sabemos que o sector tem desafios estruturais há décadas, desde o subfinanciamento crónico até à falta de modernização e retenção de efetivos. Mas, para além do diagnóstico, seria mais interessante discutir propostas objetivas e exequíveis que possam constar de um programa eleitoral.

O que gostariam de ver contemplado? Aumento do orçamento para a Defesa? Nova organização das Forças Armadas? Reformulação do SMO (Serviço Militar Obrigatório) em algum modelo especifico? Reforço de parcerias internacionais? Melhorias na proteção dos militares e veteranos?

Agradeço desde já as vossas opiniões e sugestões.

Para que partido trabalhas???

ou

Para que empresa de sondagens trabalhas???

Potius mori quam foedari
 

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papatango

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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #2 em: Março 18, 2025, 10:50:34 am »
Citação de: TROLL
Para que partido trabalhas???
ou
Para que empresa de sondagens trabalhas???

Um fórum de discussão serve, ou deveria servir para discutir, apresentar argumentos válidos, aos quais depois acrescentamos o peso que cada um dá aos argumentos apresentados.

Está a desenvolver-se neste fórum, um ambiente em que, por acção descontrolada da moderação, os trolls conseguem destruir qualquer argumento, quando o ou os moderadores, removem argumentos válidos ...
Seria interessante que a administração do forum se pronunciasse sobre estes tristes eventos ...

Continuando com o topico, que é naturalmente interessante ...



A  questão é complexa e implica a tomada de medidas que não podem ser tomadas sem que os restantes países da Europa façam a mesma coisa.
O rearmamento das Forças Armadas tem dois caminhos:

Ou é um rearmamento baseado naquilo que cada país europeu pode trazer de melhor para a defesa comum ...
Ou é um rearmamento em que cada um trata da sua própria defesa, mesmo que com dinheiro de todos ...


Na primeira hipótese, isto implica que, países como Portugal, deveriam focar as suas atenções em campos especificos, onde a geografia e o seu tecido industrial podem de facto fazer algo em termos europeus.

Portugal não tem capacidade para fabricar caças, desenvolver tanques e carros de combate, armas ligeiras ou artilharia.
A pouca capacidade que existe é no campo naval e o que existe em termos de industria aeronautica é controlado por países estrangeiros.

Se é da defesa europeia que falamos, teriamos primeiro que pensar no que é que cada país pode aportar...

Isto evidentemente faz-nos voltar a algo muito antigo, que é o facto de Portugal ser inevitavelmente condicionado pelos grandes movimentos em termos de geoestratégia, não tendo na realidade capacidade para condicionar nada.

O maior exemplo disso, é a suposta enorme Zona Economia Exclusiva, que é nossa no papel, mas que para lá disso, não é nada, porque não temos a mais pequena capacidade para controlar ou policiar sequer uma fração da ZEE.

Países pequenos com pretensões a grandes áreas de território vão sempre ter este problema. Nós já vimos isso na questão do mapa cor-de-rosa e hoje, vemos o que acontece com a Dinamarca se um país mais forte decidir que a Gronelândia lhe pertence...
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #3 em: Março 18, 2025, 11:06:50 am »
Talvez uma das primeiras questões que se deveria colocar, é a de se é viável trazer de volta o serviço militar obrigatório...

Aqui temos um pau de dois gumes...

Infelizmente eu fico com a impressão de que há alguns generais que, não entendendo nada da realidade da guerra, aparentam querer soldados para ficarem na porta-de-armas a fazer continencias ...

A primeira coisa a fazer, é atrair militares, para garantir um mínimo de operacionalidade para uma estrutura minima de três brigadas operacionais.
Essas brigadas devem ter capacidade de projeção, ou seja, o país tem que ser capaz de colocar pelo menos uma brigada num qualquer ponto da Europa.

Pode parecer uma coisa simples, mas é algo tremendamente dificil. Até ao momento, nós não conseguimos mais que colocar companhias ou companhias reforçadas noutro lado.
E essas forças dependem sempre, do apoio de outras entidades ou forças, sem as quais a força destacada se torna inutil.

Esta incapacidade tem a ver com falta de pessoal, é verdade...
Mas par alguns pode haver um problema de falta de qualidade técnica dos oficiais, nomeadamente no exército.
Esta falta de qualidade técnica é um facto, mas eu não colocaria as culpas na maioria do oficialato, mas sim na vergonhosa falta de meios financeiros.

Não podemos culpar os militares por não serem capazes de fazer omoletes sem ovos. Quando se pede a um cozinheiro para fazer omoletes sem ovos, e o cozinheiro coloca na mesa um prato com agua aquecida a dizer que é sopa, não podemos dizer que a culpa é do cozinheiro.



Dito isto...
A primeira coisa a fazer, é pelo menos garantir a volta à operacionalidade das unidades que já existem e que estão a meio gás, não só por falta de pessoal, mas também por falta de meios financeiros, para garantir que pelo menos se podem fazer exercícios dignos do nome.

Já lá vai o tempo, em que os exercícios militares em Portugal, mostravam a realidade nua e crua, de que havia batalhões inteiros que passavam fome durante dois ou três dias, porque a estrutura logística entrava em colapso nas primeiras doze horas.

Espero que a situação tenha mudado pelo menos nessa área. Eu, já lá vão uns aninhos, e ainda no tempo do serviço militar obrigatório presenciei situações em que foi preciso cancelar a semana de campo do pessoal da recruta, porque as cozinhas de campanha não funcionavam, tentou-se alimentar os recrutas com comida fornecida diretamente pelas cozinhas da unidade, mas chegava fria e até avarias nas Berliet, tornavam impossível enviar o reforço à noite.

É preciso equacionar tudo isto, porque o SMO quando existia não resolvia problema nenhum e era apenas a demonstração da ineficiência de uma estrutura pesada e pensada para combater em África.
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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #4 em: Março 18, 2025, 11:27:13 pm »
Com as eleições legislativas antecipadas marcadas para 18 de Maio de 2025, gostaria de lançar aqui uma discussão sobre medidas concretas para a Defesa Nacional que consideram essenciais num programa eleitoral.

Sabemos que o sector tem desafios estruturais há décadas, desde o subfinanciamento crónico até à falta de modernização e retenção de efetivos. Mas, para além do diagnóstico, seria mais interessante discutir propostas objetivas e exequíveis que possam constar de um programa eleitoral.

O que gostariam de ver contemplado? Aumento do orçamento para a Defesa? Nova organização das Forças Armadas? Reformulação do SMO (Serviço Militar Obrigatório) em algum modelo especifico? Reforço de parcerias internacionais? Melhorias na proteção dos militares e veteranos?

Agradeço desde já as vossas opiniões e sugestões.

Boa noite,
No âmbito da defesa europeia, Portugal será chamado, a contribuir com novas capacidades, que serão pagas pelo fundo europeu (em grande parte), por isso a altura de agir é agora, ou seja:
fragatas com capacidade AAW, sistemas de defesa aérea a baixa, média e alta altitude, radares nas ilhas, defesa aérea nas ilhas, comando e controlo C2 e C3, transporte estratégico, reabastecimento em voo, capacidade ASW aérea e naval, drones MALE, helicópteros médios, helicópteros CSAR/RESCOM, veículos blindados de infantaria, artilharia 155, sistemas A/C portáteis, drones etc, sistema de recrutamento misto (voluntariado e serviço obrigatório).

Cps
 
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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #5 em: Março 19, 2025, 08:28:24 am »
Boa noite,
No âmbito da defesa europeia, Portugal será chamado, a contribuir com novas capacidades, que serão pagas pelo fundo europeu (em grande parte), por isso a altura de agir é agora, ou seja:
fragatas com capacidade AAW, sistemas de defesa aérea a baixa, média e alta altitude, radares nas ilhas, defesa aérea nas ilhas, comando e controlo C2 e C3, transporte estratégico, reabastecimento em voo, capacidade ASW aérea e naval, drones MALE, helicópteros médios, helicópteros CSAR/RESCOM, veículos blindados de infantaria, artilharia 155, sistemas A/C portáteis, drones etc, sistema de recrutamento misto (voluntariado e serviço obrigatório).

Cps

Amigo Subsea7, isso é o que está no papel - isto é, mais um plano de intenções que pode uma vez mais dar em nada - ou são exigências externas?
« Última modificação: Março 19, 2025, 10:58:34 am por Charlie Jaguar »
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #6 em: Março 19, 2025, 12:45:10 pm »
SEN? Mas vai-se aumentar o tamanho do Exército? Se sim, quanto tempo e SEN? Não digam que será novamente os 6 meses do meu tempo, por favor!

Na minha perspectiva SEN só faz sentido se o Exército tirar rendimento do pessoal e por isso não pode ser um SEN de curta duração. Ao mesmo tempo ou se aumenta o tamanho do Exército ou teremos meia dúzia a fazer o SEN e grande parte a escapar-se sem problema, tal a disparidade de vagas vs jovens em idade de cumprir esse serviço.
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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LM

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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #7 em: Março 19, 2025, 01:03:36 pm »
SEN de 12 meses mínimo, apenas para completar as vagas dos voluntários (e, muito qb, alguns graduados, para ter "reserva"), seria muito interessante...  não estou a ver isso acontecer, somos (sociedade) demasiado "acomodados"
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 
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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #8 em: Março 20, 2025, 12:08:07 am »
Boa noite,
No âmbito da defesa europeia, Portugal será chamado, a contribuir com novas capacidades, que serão pagas pelo fundo europeu (em grande parte), por isso a altura de agir é agora, ou seja:
fragatas com capacidade AAW, sistemas de defesa aérea a baixa, média e alta altitude, radares nas ilhas, defesa aérea nas ilhas, comando e controlo C2 e C3, transporte estratégico, reabastecimento em voo, capacidade ASW aérea e naval, drones MALE, helicópteros médios, helicópteros CSAR/RESCOM, veículos blindados de infantaria, artilharia 155, sistemas A/C portáteis, drones etc, sistema de recrutamento misto (voluntariado e serviço obrigatório).

Cps

Amigo Subsea7, isso é o que está no papel - isto é, mais um plano de intenções que pode uma vez mais dar em nada - ou são exigências externas?

É ambos.

Cps
 
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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #9 em: Março 20, 2025, 10:10:04 pm »
Boa noite,
No âmbito da defesa europeia, Portugal será chamado, a contribuir com novas capacidades, que serão pagas pelo fundo europeu (em grande parte), por isso a altura de agir é agora, ou seja:
fragatas com capacidade AAW, sistemas de defesa aérea a baixa, média e alta altitude, radares nas ilhas, defesa aérea nas ilhas, comando e controlo C2 e C3, transporte estratégico, reabastecimento em voo, capacidade ASW aérea e naval, drones MALE, helicópteros médios, helicópteros CSAR/RESCOM, veículos blindados de infantaria, artilharia 155, sistemas A/C portáteis, drones etc, sistema de recrutamento misto (voluntariado e serviço obrigatório).

Cps

Amigo Subsea7, isso é o que está no papel - isto é, mais um plano de intenções que pode uma vez mais dar em nada - ou são exigências externas?

É ambos.

Cps
Ou seja são exigências e vai haver verbas ao dispor para investir, fica nas mãos do novo governo a decisão mas se já estão a dar todas as condições para investir vamos ver qual vai ser a desculpa para o próximo governo começar a atrasar decisões como habitual ou vai haver mesmo muita pressão europeia para arrancar com esses programas?
 

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dc

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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #10 em: Março 21, 2025, 03:15:30 am »
O SMO, na minha opinião, não favorece em nada Portugal. Sendo um país marítimo, cujas capacidades militares deviam estar mais focadas em meios aéreos e navais, o SMO apenas vai servir para desviar recursos daquilo em que realmente precisamos de investir.

Fazendo uma soma de todos os membros da NATO, excepto EUA e sem contar com a Ucrânia para as contas, temos mais militares que a Rússia planeia ter. O SMO português será inconsequente no meio destes números.

O que nós precisamos de fazer é, em conjunto com os outros países europeus, reforçar e reerguer capacidades que até agora eram os EUA a proporcionar. É preciso mais aviação de caça, e melhor equipada, mais navios, mais defesas AA, etc.

Eu pessoalmente, começava por:
-"armar até aos dentes" as frotas F-16 (incl. modernização) e P-3 (aumento nº de aeronaves para 8);
-acelerava a substituição das VdG;
-negociava 2 U-212 alemães em segunda-mão;
-edificava 2 BIMec(R) e 2 BIMec(L) nas respectivas brigadas, com a devida compra de equipamento moderno;
-aumentava a encomenda de RapidRanger, e seguia as ideias do ESSI, comprando os sistemas AA mencionadas para as várias camadas;
-ia buscar 2 MRTT;
-comprava UCAVs, nem que fossem Bayraktar para criar a doutrina até o EuroDrone entrar em produção;
-helicópteros médios multifunções para o EP, e Lynx Wildcat para a MGP;
-novos mísseis AT, portáteis, em tripé e em veículos;
-munições;
-modernização/militarização dos Merlin;
-modernização C-295 (armava os 2 VIMAR);
-UAVs, USVs, UUVs e UGVs diversos (modelos aéreos nacionais + USVs e UUVs de desminagem e ASW + UGVs logísticos, de reconhecimento e armados);
-MLRS de rodas;
-criação de algumas unidades de produção de peças e/ou munições em Portugal;
-renovação da frota logística do EP.

Isto assim por alto.
 
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papatango

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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #11 em: Março 22, 2025, 09:45:23 am »
Também estou de acordo sobre a questão do SMO, no entanto, a falta de formação da maioria da população para enfrentar situações de crise pode ser um problema,
A população não está consciente do que pode ser um conflito a nível europeu mesmo que não nos atinja diretamente.

O inimigo realizará seguramente acções hibridas e Portugal não está imune a esse tipo de acção, aliás, está completamente permeável. O numero de fanáticos pro-russos, ou anti-woke, fanatizados, está a aumentar e este tipo de gente, não tem pátria.

O país precisa de legislação para se proteger.
É claro que esta gente vai ficar irritada, quando alguém colocar em causa o que eles acham ser o direito de mentir ...


Calculos recentes indicam que apenas para substituir as tropas americanas estacionadas na Europa, vão ser precisas cerca de cinquenta novas brigadas, o que implica que a estrutura das forças em Portugal passará a incluir mais uma, ou seja, uma força do exército com base em quatro brigadas.

Infelizmente está tudo por fazer e não sabemos por onde o rio vai passar, ainda que saibamos que vai ter que passar por algum lado.
Pode haver por exemplo uma uniformização das brigadas, em que todos os países possuam um estrutura idêntica em termos numéricos.
A questão das brigadas é importante, e estas unidades precisam ser independentes, no caso de serem projetáveis.

A Defesa Coletiva, não pode ser vista da mesma maneira que a defesa territorial e isso vai levar a que provavelmente se volte à ideia da década de 1940  após a II guerra mundial, em que tinhamos as divisões de tipo americano e depois as divisões tradicionais de infantaria, porque os generais portugueses não sabiam o que fazer se não tivessem muitos soldados disponíveis.

Pelo menos uma brigada deverá ter capacidade para ser projetada para um clima frio, a que os militares não estão habituados. Projetar uma brigada não é a mesma coisa que projetar uma companhia, mesmo reforçada.

O proprio conceito do tipo de brigada é neste momento discutivel.
Unidades baseadas em batalhões de carros de combate farão sentido ?
Será preferivel nas forças operacionais, voltar às velhas táticas de distribuir os tanques como forças de apoio da infantaria ?


Na Força Aérea, os atrasos do costume, levam a duvidas ainda maiores, embora aí, a racionalidade implicasse coisas simples ainda que dolorosas...
Não investir na aviação de caça, porque o investimento é demasiado e não compensa.

Considerando o que nos impõe a geografia, a marinha tem sempre que ter mais recursos que todos os outros ramos, e o exército inevitavelmente terá que ter mais recursos que a Força Aérea.  40% dos recursos para a Marinha e 35% para o Exército, deixam 25% para a Força Aérea.

Os três ramos não são iguais, nunca foram e nunca vão ser. E dos 25% para a Força Aérea, o mais importante é a patrulha naval e o reforço da capacidade de transporte tático. Os caças são muito sexy, mas não podem em circunstância alguma ser uma prioridade, o que só por si, corta as pernas a qualquer compra de super caças.



Na marinha, o problema como em outros casos, é o da obsolescência a que deixamos normalmente chegar as coisas.
A tradição portuguesa é usar até ao fio, nunca reparar e nunca manter, porque constantemente sub orçamentamos os custos de manutenção e operação.

Uma fragata, dois submarinos e quatro patrulhas oceanicos, é o que há.
Nada nos leva a crer que os países europeus como a Alemanha vão vender os seus submarinos em segunda mão. O mercado em segunda mão neste momento é uma miragem, com a qual não podemos contar.

Daqui resulta a necessidade de desenvolver a capacidade de patrulha, mas já não a patrulha contra o contrabando e tráfico de droga.
Os quatro NPO estão completamente ultrapassados neste campo e paralelamente com a construção de mais, há que pelo menos dar alguma capacidade aos atuais




Em todo o caso, temos sempre tendência a falar em modernizações, tendo em consideração o mundo que acabou em Novembro de 2024.
Portugal não tem dinheiro para comprar nem metade do que precisa, mesmo que aumente a dívida, porque os preços neste momento são altíssimos.

Um analista francês disse há dias na France24, que o principal desafio da Europa não é o de atingir os 2% do PIB ou mesmo 3% do PIB em defesa.
O principal desafio é acabar com a extrema concorrência que existe entre os países europeus, que não só não querem deixar de fabricar tudo o que puderem, mas ainda por cima querem manter toda a capacidade tecnologica autonoma.

A simples racionalização dos investimentos em defesa, transformaria a Europa numa super potência, mesmo que não ouvesse aumento das despesas.
Com uma economia inimaginavelmente mais poderosa que a Russia, a Europa não deveria ter este tipo de problemas.

Um frase está a tornar-se icone disto:

Mais de 500 milhões de europeus, pedem a 330 milhões de americanos, que os ajudem a defender-se de 140 milhões de russos.
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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #12 em: Março 22, 2025, 10:53:19 am »
Também estou de acordo sobre a questão do SMO, no entanto, a falta de formação da maioria da população para enfrentar situações de crise pode ser um problema,
A população não está consciente do que pode ser um conflito a nível europeu mesmo que não nos atinja diretamente.

O inimigo realizará seguramente acções hibridas e Portugal não está imune a esse tipo de acção, aliás, está completamente permeável. O numero de fanáticos pro-russos, ou anti-woke, fanatizados, está a aumentar e este tipo de gente, não tem pátria.

O país precisa de legislação para se proteger.
É claro que esta gente vai ficar irritada, quando alguém colocar em causa o que eles acham ser o direito de mentir ...


Calculos recentes indicam que apenas para substituir as tropas americanas estacionadas na Europa, vão ser precisas cerca de cinquenta novas brigadas, o que implica que a estrutura das forças em Portugal passará a incluir mais uma, ou seja, uma força do exército com base em quatro brigadas.

Infelizmente está tudo por fazer e não sabemos por onde o rio vai passar, ainda que saibamos que vai ter que passar por algum lado.
Pode haver por exemplo uma uniformização das brigadas, em que todos os países possuam um estrutura idêntica em termos numéricos.
A questão das brigadas é importante, e estas unidades precisam ser independentes, no caso de serem projetáveis.

A Defesa Coletiva, não pode ser vista da mesma maneira que a defesa territorial e isso vai levar a que provavelmente se volte à ideia da década de 1940  após a II guerra mundial, em que tinhamos as divisões de tipo americano e depois as divisões tradicionais de infantaria, porque os generais portugueses não sabiam o que fazer se não tivessem muitos soldados disponíveis.

Pelo menos uma brigada deverá ter capacidade para ser projetada para um clima frio, a que os militares não estão habituados. Projetar uma brigada não é a mesma coisa que projetar uma companhia, mesmo reforçada.

O proprio conceito do tipo de brigada é neste momento discutivel.
Unidades baseadas em batalhões de carros de combate farão sentido ?
Será preferivel nas forças operacionais, voltar às velhas táticas de distribuir os tanques como forças de apoio da infantaria ?


Na Força Aérea, os atrasos do costume, levam a duvidas ainda maiores, embora aí, a racionalidade implicasse coisas simples ainda que dolorosas...
Não investir na aviação de caça, porque o investimento é demasiado e não compensa.

Considerando o que nos impõe a geografia, a marinha tem sempre que ter mais recursos que todos os outros ramos, e o exército inevitavelmente terá que ter mais recursos que a Força Aérea.  40% dos recursos para a Marinha e 35% para o Exército, deixam 25% para a Força Aérea.

Os três ramos não são iguais, nunca foram e nunca vão ser. E dos 25% para a Força Aérea, o mais importante é a patrulha naval e o reforço da capacidade de transporte tático. Os caças são muito sexy, mas não podem em circunstância alguma ser uma prioridade, o que só por si, corta as pernas a qualquer compra de super caças.



Na marinha, o problema como em outros casos, é o da obsolescência a que deixamos normalmente chegar as coisas.
A tradição portuguesa é usar até ao fio, nunca reparar e nunca manter, porque constantemente sub orçamentamos os custos de manutenção e operação.

Uma fragata, dois submarinos e quatro patrulhas oceanicos, é o que há.
Nada nos leva a crer que os países europeus como a Alemanha vão vender os seus submarinos em segunda mão. O mercado em segunda mão neste momento é uma miragem, com a qual não podemos contar.

Daqui resulta a necessidade de desenvolver a capacidade de patrulha, mas já não a patrulha contra o contrabando e tráfico de droga.
Os quatro NPO estão completamente ultrapassados neste campo e paralelamente com a construção de mais, há que pelo menos dar alguma capacidade aos atuais




Em todo o caso, temos sempre tendência a falar em modernizações, tendo em consideração o mundo que acabou em Novembro de 2024.
Portugal não tem dinheiro para comprar nem metade do que precisa, mesmo que aumente a dívida, porque os preços neste momento são altíssimos.

Um analista francês disse há dias na France24, que o principal desafio da Europa não é o de atingir os 2% do PIB ou mesmo 3% do PIB em defesa.
O principal desafio é acabar com a extrema concorrência que existe entre os países europeus, que não só não querem deixar de fabricar tudo o que puderem, mas ainda por cima querem manter toda a capacidade tecnologica autonoma.

A simples racionalização dos investimentos em defesa, transformaria a Europa numa super potência, mesmo que não ouvesse aumento das despesas.
Com uma economia inimaginavelmente mais poderosa que a Russia, a Europa não deveria ter este tipo de problemas.

Um frase está a tornar-se icone disto:

Mais de 500 milhões de europeus, pedem a 330 milhões de americanos, que os ajudem a defender-se de 140 milhões de russos.

Bom comentário, caro Papatango!

Mas discordo na parte da distribuição do esforço pelos ramos. Para mim, claramente, o Exército será o ramosde menor importância.  Marinha e Força Aèrea são as nossas prioridades (em minha opinião, claro). A Marinha pelo imenso mar que temos de vigiar e preservar, a par de termos as ilhas na equação, Necessitamos, pois, de aumentar capacidade submarina, de superfície, guerra de minas e de meios capazes de projectar forças. Já não bastam os zebros dos fuzileiros - que deviam crescer em dimensão e equipamentos, btw. E de os armar convenientemente, claro.

Mas tudo isto só pode ser exercido num contexto de poder aeronaval. Sem uma Força Aérea capaz de pouco nos serviria ter uma Marinha bem equipada, pois pouco duraria ou ficaria com a sua capacidade de acção extremamente limitada. Precisamos de aumentar capacidades na FOrça Aérea (AEW, reabastecimento em vòo, CSAR, transporte estratégico, renovação da aviação de caça) e, claro, de equipar e armar decentemente esses meios

E criar uma capacidade mínima de anti-aérea!

As três brigadas do Exército, se devidamente equipadas e com o pessoal em dotação completa - o que de si já seria um desafio quase irrealizável com os nossos orçamentos - deveriam ser para já suficientes.

Os meus 500's  :)
Cumprimentos,
 

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papatango

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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #13 em: Março 22, 2025, 11:56:05 am »
Citação de: sivispacem
Mas discordo na parte da distribuição do esforço pelos ramos. Para mim, claramente, o Exército será o ramosde menor importância.  Marinha e Força Aèrea são as nossas prioridades (em minha opinião, claro). A Marinha pelo imenso mar que temos de vigiar e preservar, a par de termos as ilhas na equação, Necessitamos, pois, de aumentar capacidade submarina, de superfície, guerra de minas e de meios capazes de projectar forças. Já não bastam os zebros dos fuzileiros - que deviam crescer em dimensão e equipamentos, btw. E de os armar convenientemente, claro.
O exército, em qualquer força militar tem sempre uma importância preponderante. A expressão "Boots on the ground" é uma demonstração de que é com o exército que se ganham as guerras e se ocupa o território.

De qualquer forma, a minha consideração passa por atribuir ao exército as unidades que se dediquem à defesa aérea e os custos em equipamento daí decorrentes. Por esta razão os valores são inferiores ao que seria realista.
De resto, teremos que ter pelo menos capacidade para projetar uma força militar ao nível de uma brigada, e se necessário ter capacidade para fazer a rotação do pessoal, o que desde logo implica, que temos que duplicar um dos três tipos de brigadas, de forma a que isso permitisse fazer a rotação.

Tudo isto implica pessoal, custos com pessoal e manutenção de material, que têm custos elevados.



Citação de: sivispacem
Mas tudo isto só pode ser exercido num contexto de poder aeronaval. Sem uma Força Aérea capaz de pouco nos serviria ter uma Marinha bem equipada, pois pouco duraria ou ficaria com a sua capacidade de acção extremamente limitada. Precisamos de aumentar capacidades na FOrça Aérea (AEW, reabastecimento em voo, CSAR, transporte estratégico, renovação da aviação de caça) e, claro, de equipar e armar decentemente esses meios
Neste aspecto, eu considero que toda a trapalhada em que estamos metidos tem a ver com a Russia.
Logo, nós estamos a muitos milhares de quilómetros da Rússia e por isso, dificilmente numa situação de guerra mais ou menos aberta, algum avião russo chegaria próximo de Portugal.

Como já afirmei anteriormente, a história da guerra mostra-nos que perante uma força inimiga de submarinos (e é a única força russa que nos pode meter medo) a força aérea não tem nem nunca teve real capacidade de combate.
O que tem é capacidade de patrulha, para tentar encontrar e identificar alvos inimigos.

A única coisa que faria sentido seriam aeronves com capacidade para atacar navios, transportar mísseis anti-navio e utiliza-los em conjunto com sistemas de radar aerotransportados.
O que não faz sentido, é termos uma força de caça, com capacidade para enfrentar um inimigo que nunca vamos enfrentar.

Se a Europa tiver uma força militar, com capacidade para pelo menos fazer os russos pensarem duas ou três vezes, alguém acredita que potênciais inimigos no norte de África não vão também entender que é melhor não se meter com os países europeus ?

Num conflito europeu, Portugal não tem como ter uma palavra a dizer, a não ser que se dedique ao que pode fazer melhor. Tentar impedir que o mar entre os Açores e o continente seja controlado por potências hostis.
Para isso, precisamos patrulhas, navios com capacidade anti-submarina, e aeronaves de patrulha e eventualmente com capacidade de ataque, que não precisam ser de topo de gama, apenas precisam de fazer o serviço.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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dc

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Re: Eleições Legislativas 2025 - Defesa
« Responder #14 em: Março 23, 2025, 12:54:30 am »
Acho que preparar a população para um conflito é uma coisa, entrar em aventuras de SMO é outra. Estando Portugal longe da hipotética frente de combate, preparar a população acaba por não ser tão prioritário como é nos estados Bálticos, Polónia, Finlândia e afins. A preparação nacional civil, passa ter FS preparadas para combater a ameaça de espiões e terroristas e outras formas de guerra assimétrica, e preparar a população civil para conseguir contribuir, industrialmente, para a Defesa europeia num contexto de conflito.

No lado militar, convido-vos a fazer um exercício, que é ir à Wikipedia, e contarem 10% de todo o equipamento das FA norte-americanas. Vamos extrapolar em caso de guerra na Europa, estes 10% seriam representativos do apoio dado pelos EUA. Vamos agora supor que, devido à actual administração, este apoio não existiria. Percebem onde quero chegar?

Ora, os números a que vocês chegarem, serão números "por baixo", mas já dá para perceber o tamanho da cratera que seria deixada na capacidade de combate europeia sem o apoio americano. Logo, são estas as lacunas que, no mínimo, têm que ser preenchidas.

Só para se ter uma ideia, estamos a falar de um défice de:
-1 porta-aviões nuclear (por vezes 2) - equivalente a 3 Queen Elizabeth
-8 a 10 escoltas de grande dimensão - equivalente a 16-20 Alvaro de Bazan
-300 caças, e muito mais

Como é que nós, europeus, vamos colmatar o buraco deixado pelos vários Arleigh Burkes que poderão deixar de estar ao "nosso dispor"? Onde é que se arranjam navios com 96 VLS? Navios que fazem BMD? Navios que podem carregar Tomahawks?
E quem é que vai compensar a falta de um Nimitz, com o seu respectivo carrier group? Quem é que vai compensar toda a doutrina SEAD americana? Ou os bombardeiros estratégicos? Ou a sua capacidade logística (transporte estratégico, AAR, etc)? Quase 300 caças? E todas as munições/reservas de guerra?

São estas as questões que temos de resolver, e em Portugal, perceber como podemos ajudar neste aspecto.
-Se calhar ter 28 caças desarmados não ajudam nada na NATO, mas 28 F-16 modernizados e com o melhor armamento possível, já ajudam qualquer coisa.
-Se calhar não temos capacidade de operar Arleigh Burkes, mas devíamos ter fragatas suficientemente capazes para dar à MGP capacidade suficiente equiparável a 2 navios daqueles (com 5/6 fragatas).
-Se calhar não vamos ter capacidade BMD/AA de longo alcance em terra comparável à dos gajos, mas pelo menos devíamos fortalecer-nos no nicho VSHORAD, C-UAS e MRAD.
-Nunca teríamos SSN, mas pelo menos 4 SSK modernos devíamos ter.
-Nunca vamos aeronaves de transporte estratégico? Tudo bem, nós podemos ficar com algumas aeronaves AAR em contraste.
-Não vamos ter caças furtivos tão depressa? Tudo bem, vamos investir forte nas munições stand-off para os nossos F-16 e P-3.
-Não vamos ter helicópteros de transporte pesado, nem helicópteros de ataque? Tudo bem, vamos focar-nos nos helicópteros ASW na MGP, e helicópteros "GP" no EP/FAP.

Existe muitos mais exemplos. O que não pode acontecer, é cair no erro de se achar que se vai resolver alguma coisa com SMOs, ou com mania das grandezas. Se formos obrigados a escolher entre opção A ou B devido ao orçamento, devemos escolher o meio que faz mais sentido para nós, e que mais útil pode ser à NATO.