Também estou de acordo sobre a questão do SMO, no entanto, a falta de formação da maioria da população para enfrentar situações de crise pode ser um problema,
A população não está consciente do que pode ser um conflito a nível europeu mesmo que não nos atinja diretamente.
O inimigo realizará seguramente acções hibridas e Portugal não está imune a esse tipo de acção, aliás, está completamente permeável. O numero de fanáticos pro-russos, ou anti-woke, fanatizados, está a aumentar e este tipo de gente, não tem pátria.
O país precisa de legislação para se proteger.
É claro que esta gente vai ficar irritada, quando alguém colocar em causa o que eles acham ser o direito de mentir ...
Calculos recentes indicam que apenas para substituir as tropas americanas estacionadas na Europa, vão ser precisas cerca de cinquenta novas brigadas, o que implica que a estrutura das forças em Portugal passará a incluir mais uma, ou seja, uma força do exército com base em quatro brigadas.
Infelizmente está tudo por fazer e não sabemos por onde o rio vai passar, ainda que saibamos que vai ter que passar por algum lado.
Pode haver por exemplo uma uniformização das brigadas, em que todos os países possuam um estrutura idêntica em termos numéricos.
A questão das brigadas é importante, e estas unidades precisam ser independentes, no caso de serem projetáveis.
A Defesa Coletiva, não pode ser vista da mesma maneira que a defesa territorial e isso vai levar a que provavelmente se volte à ideia da década de 1940 após a II guerra mundial, em que tinhamos as divisões de tipo americano e depois as divisões tradicionais de infantaria, porque os generais portugueses não sabiam o que fazer se não tivessem muitos soldados disponíveis.
Pelo menos uma brigada deverá ter capacidade para ser projetada para um clima frio, a que os militares não estão habituados. Projetar uma brigada não é a mesma coisa que projetar uma companhia, mesmo reforçada.
O proprio conceito do tipo de brigada é neste momento discutivel.
Unidades baseadas em batalhões de carros de combate farão sentido ?
Será preferivel nas forças operacionais, voltar às velhas táticas de distribuir os tanques como forças de apoio da infantaria ?
Na Força Aérea, os atrasos do costume, levam a duvidas ainda maiores, embora aí, a racionalidade implicasse coisas simples ainda que dolorosas...
Não investir na aviação de caça, porque o investimento é demasiado e não compensa.
Considerando o que nos impõe a geografia, a marinha tem sempre que ter mais recursos que todos os outros ramos, e o exército inevitavelmente terá que ter mais recursos que a Força Aérea. 40% dos recursos para a Marinha e 35% para o Exército, deixam 25% para a Força Aérea.
Os três ramos não são iguais, nunca foram e nunca vão ser. E dos 25% para a Força Aérea, o mais importante é a patrulha naval e o reforço da capacidade de transporte tático. Os caças são muito sexy, mas não podem em circunstância alguma ser uma prioridade, o que só por si, corta as pernas a qualquer compra de super caças.
Na marinha, o problema como em outros casos, é o da obsolescência a que deixamos normalmente chegar as coisas.
A tradição portuguesa é usar até ao fio, nunca reparar e nunca manter, porque constantemente sub orçamentamos os custos de manutenção e operação.
Uma fragata, dois submarinos e quatro patrulhas oceanicos, é o que há.
Nada nos leva a crer que os países europeus como a Alemanha vão vender os seus submarinos em segunda mão. O mercado em segunda mão neste momento é uma miragem, com a qual não podemos contar.
Daqui resulta a necessidade de desenvolver a capacidade de patrulha, mas já não a patrulha contra o contrabando e tráfico de droga.
Os quatro NPO estão completamente ultrapassados neste campo e paralelamente com a construção de mais, há que pelo menos dar alguma capacidade aos atuais
Em todo o caso, temos sempre tendência a falar em modernizações, tendo em consideração o mundo que acabou em Novembro de 2024.
Portugal não tem dinheiro para comprar nem metade do que precisa, mesmo que aumente a dívida, porque os preços neste momento são altíssimos.
Um analista francês disse há dias na France24, que o principal desafio da Europa não é o de atingir os 2% do PIB ou mesmo 3% do PIB em defesa.
O principal desafio é acabar com a extrema concorrência que existe entre os países europeus, que não só não querem deixar de fabricar tudo o que puderem, mas ainda por cima querem manter toda a capacidade tecnologica autonoma.
A simples racionalização dos investimentos em defesa, transformaria a Europa numa super potência, mesmo que não ouvesse aumento das despesas.
Com uma economia inimaginavelmente mais poderosa que a Russia, a Europa não deveria ter este tipo de problemas.
Um frase está a tornar-se icone disto:
Mais de 500 milhões de europeus, pedem a 330 milhões de americanos, que os ajudem a defender-se de 140 milhões de russos.