Preparar as FA para um conflito no curto prazo

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papatango

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #285 em: Fevereiro 18, 2025, 02:22:59 pm »
Atenção que relativamente às clausulas que permitem criar dívida para pagar armamentos, há dúvidas relativamente ao que a Van Der Leyen disse e sobre qual o sistema a que se estava a referir:
https://www.euractiv.com/section/economy-jobs/news/we-havent-heard-anything-von-der-leyens-defence-spending-scheme-bewilders-diplomats/

A reunião de algumas das cabeças coroadas da Europa, ao contrário do que tem sido divulgado, não aparenta ter sido sobre a Ucrânia, mas muito mais sobre a América.
A inclusão dos ingleses é meio esquisita, mas eles querem pelo menos tentar ser mediadores entre os americanos e a UE.

A acreditar nas palavras do Vance, os britânicos  estão metidos no mesmo saco que os restantes europeus. Há poucos dias atrás, até o extremista Nigel Farage, veio dizer que a Ucrânia deve fazer parte da NATO.

Alguma coisa terá que ser feita.
A reunião em Paris não era suposto ter nenhuma conclusão e todos vão esperar pelos resultados da eleição na Alemanha.
Se a extrema-direita se afirmar, mesmo que não ganhando, os alemães vão agir de forma mais cautelosa. Se os resultados puderem ser vistos pelos outros partidos de forma positiva (não aumento significativo da votação) então o virtual vencedor, a CDU, poderá levar a um endurecimento da posição alemã perante a Rússia.

Nesta Estória o elo mais fraco é a Itália, com a Meloni muito amiga do Ellon-Wooke-Musk. A Espanha também está demasiado à esquerda, mas aí tem as coisas mais facilitadas, porque na peninsula ibérica, a imagem geral da Russia sempre foi negativa ou muito negativa.


Entretanto os americanos mandaram um memorandum para os países europeus, a perguntar se estariam dispostos a enviar tropas para a Ucrânia e a perguntar quais seriam as suas necessidades em termos materiais, de forma a ver como é que os americanos podem ajudar.

Isto é claramente o TRump a tentar evitar que a Europa diga, que sim senhor, vamos rearmar, mas é com armas europeias e não americanas...

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É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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Mentat

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #286 em: Fevereiro 18, 2025, 03:11:43 pm »
Entretanto os americanos mandaram um memorandum para os países europeus, a perguntar se estariam dispostos a enviar tropas para a Ucrânia e a perguntar quais seriam as suas necessidades em termos materiais, de forma a ver como é que os americanos podem ajudar.

Isto é claramente o TRump a tentar evitar que a Europa diga, que sim senhor, vamos rearmar, mas é com armas europeias e não americanas...

O Trump acha que, ao atraiçoar a Ucrânia e (ao mesmo tempo) colocando em causa toda a decana política da NATO, poderá usar os Europeus para pagar a fatura ao vasto complexo industrial-militar dos EUA. Deixar a batata quente nas nossas mãos enquanto engorda mais um pouco a sua economia.  ::)

Seria preciso que os líderes europeus fossem, enquanto um todo, bem mais fracos e prostituídos do que creio serem. Não acredito neste cenário, mas não consigo dizer liminarmente que é impossível.
 

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #287 em: Fevereiro 18, 2025, 05:46:24 pm »
Muito provavelmente na sequência da cimeira de emergência de Paris, a Dinamarca decidiu aumentar os seus gastos na Defesa para 3% do PIB.

https://lignesdedefense.ouest-france.fr/le-danemark-va-annoncer-un-plan-massif-de-rearmement-et-porter-sont-budget-de-la-defense-a-3-du-pib/
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
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Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #288 em: Fevereiro 18, 2025, 05:54:11 pm »
Muito provavelmente na sequência da cimeira de emergência de Paris, a Dinamarca decidiu aumentar os seus gastos na Defesa para 3% do PIB.

https://lignesdedefense.ouest-france.fr/le-danemark-va-annoncer-un-plan-massif-de-rearmement-et-porter-sont-budget-de-la-defense-a-3-du-pib/

O investimento dos nossos aliados pode ser muito bom para Portugal

Pode ser que passa a existir espaço para pagar uns 40-60% de três novas fragatas para nós  :mrgreen: :mrgreen:
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #289 em: Fevereiro 18, 2025, 06:15:28 pm »
Muito provavelmente na sequência da cimeira de emergência de Paris, a Dinamarca decidiu aumentar os seus gastos na Defesa para 3% do PIB.

https://lignesdedefense.ouest-france.fr/le-danemark-va-annoncer-un-plan-massif-de-rearmement-et-porter-sont-budget-de-la-defense-a-3-du-pib/

O investimento dos nossos aliados pode ser muito bom para Portugal

Pode ser que passa a existir espaço para pagar uns 40-60% de três novas fragatas para nós  :mrgreen: :mrgreen:

100% ou nada  :mrgreen:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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sivispacem

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #290 em: Fevereiro 18, 2025, 07:06:51 pm »
Muito provavelmente na sequência da cimeira de emergência de Paris, a Dinamarca decidiu aumentar os seus gastos na Defesa para 3% do PIB.

https://lignesdedefense.ouest-france.fr/le-danemark-va-annoncer-un-plan-massif-de-rearmement-et-porter-sont-budget-de-la-defense-a-3-du-pib/

O investimento dos nossos aliados pode ser muito bom para Portugal

Pode ser que passa a existir espaço para pagar uns 40-60% de três novas fragatas para nós  :mrgreen: :mrgreen:

100% ou nada  :mrgreen:

80% e não se fala mais no assunto, prontus!!!  :mrgreen:
Cumprimentos,
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #291 em: Fevereiro 18, 2025, 07:13:35 pm »
Entretanto os americanos mandaram um memorandum para os países europeus, a perguntar se estariam dispostos a enviar tropas para a Ucrânia e a perguntar quais seriam as suas necessidades em termos materiais, de forma a ver como é que os americanos podem ajudar.

Isto é claramente o TRump a tentar evitar que a Europa diga, que sim senhor, vamos rearmar, mas é com armas europeias e não americanas...

O Trump acha que, ao atraiçoar a Ucrânia e (ao mesmo tempo) colocando em causa toda a decana política da NATO, poderá usar os Europeus para pagar a fatura ao vasto complexo industrial-militar dos EUA. Deixar a batata quente nas nossas mãos enquanto engorda mais um pouco a sua economia.  ::)

Seria preciso que os líderes europeus fossem, enquanto um todo, bem mais fracos e prostituídos do que creio serem. Não acredito neste cenário, mas não consigo dizer liminarmente que é impossível.

Demorou muitos, demasiados, anos até que fosse possível alguém escrever isto aqui no fórum.

Se não estou em erro, o armamento é a 3a maior importação dos EUA para a UE.

Seria um osso difícil de engolir para a indústria americana, mas não impossível, pois com excepção dos famosos caças stealth e dos mísseis anti balísticos, a europa tem opções para quase tudo.

 
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dc

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #292 em: Fevereiro 18, 2025, 10:35:27 pm »
Cabo verde e marrocos já são do lado ocidental o problema é o eixo do sahel desde as guinés até ao sudão é tudo pro russos tirando alguma zona controlada por rebeldes...

Sim, mas é preciso mais. É preciso perceber se, num cenário de guerra global, teriam algum tipo de participação, seja militarmente, seja na cedência de bases/portos, caso se abrisse uma frente em África.

O que é certo, é que um país como Cabo Verde, se não permitisse ajuda estrangeira, seria facilmente controlado por forças do "Eixo". Se a Rússia ou particularmente a China, conseguissem usar Cabo Verde como base de operações, o status quo no Atlântico fica complicado para nós, principalmente com os EUA mais focados no Pacífico. Isto sem falar no risco real de haverem bases chinesas e/ou russas noutros países africanos.

Como escrito mais acima, um militar do séc XXI precisa de meses de formação e nalguns casos de anos pois as armas são cada vez mais complexas...
 
Em caso de conflito, há muita diferença entre mobilizar gente que nunca usou uma arma em relação a pessoal que já as sabe utilizar mesmo sumáriamente.
Formação à parte, há outro critério que conta muito para a eficácia das F.A. : a experiência operacional.

Argumento por uma tropa profissional :
Na instituição que eu servi por cerca de 10 anos diz-se e com razão que só ao fim do primeiro contrato de 5 anos é que se tem um soldado formado e aguerrido, por isso se incentiva a que os "velhos"  (e bons) soldados voltem a assinar um novo contrato. Em Portugal tradicionalmente era o contrário : corriam com o pessoal contratado ao fim de poucos anos de serviço. Nem durante as guerras de África se formaram regimentos profissionais, o que foi um absurdo. Enviavam bandos de tropa miliciana para o terreno. O resultado mostra-nos que de cerca de 9000 mortos mais de metade sucumbiu devido a tretas que nada a tinham a ver com a guerra : muitos acidentes quer com armas quer fora de serviço e uma incrível indisciplina no seio da maioria das unidades da "tropa miliciana"...é só ler os relatos de antigos combatentes que o escreveram ou ouvir as estórias dos nossos familiares que serviram em África.

Argumento para o SMO :
Em caso de mobilização geral, o pessoal que já serviu voltará a ser chamado para os quartéis, é pois muito importante ter uma boa reserva de mobilização baseada em gente já com alguma experiência da vida militar.

Concluo :
O melhor sistema, na minha opinião,  seria combinar os dois tipos de engajamento : profissional e miliciano de maneira a que em muito pouco tempo pudéssemos reunir pelo menos 1% da população (100 000 soldados) para o serviço activo. Isto implica ter uma reserva activa, ou seja, civis (ex-militares que fazem períodos de treino 1 ou 2 vezes por ano) capazes de, em caso de necessidade, largar o seu posto de trabalho para se apresentar no quartel...mais ou menos o mesmo principio dos bombeiros volontários ou dos antigos regimentos de ordenanças.

Voilà, voilà, é esta a minha opinião  :)

O melhor sistema, seja ele qual for, passa por um sistema que não vá roubar recursos (nomeadamente financeiros) ao necessário investimento em equipamento. O SMO clássico, tem o grave problema de ser o sonho molhado dos generais formados na doutrina da "carne para canhão".

Em Portugal, quando se fala em SMO, a retórica é esta, de arranjar uma carrada de gente, e depois "tudo ao molho e fé em Deus".

De notar que, o SMO debativo N vezes, e tão falado por oficiais e outros tantos, nada tem de profissional. Também não tem nada a ver com reservistas. É à boa moda antiga, de encher fileiras com putos de 18 anos, e atirá-los às feras.

Este modo de SMO não apoio de forma alguma, principalmente se a existência/independência do país não estiver em risco. Para contribuirmos para a NATO numa hipotética guerra mundial, não é preciso mobilizar uma percentagem significativa da população, é preciso termos umas FA minimamente capazes e eficazes.

Mobilizar 100 mil soldados, é impossível para Portugal, sendo este um país que não tem reservas para sustentar combates durante mais do que 1 semana. Teríamos uma grande quantidade de militares nas fileiras, pessimamente equipados. Para mim isto não tem nexo.

Agora, abrir a condição de reservistas, particularmente para as funções mais críticas e difíceis de formar pessoal, sem dúvida.
Criar uma unidade tipo Legião Estrangeira, com uns 1000-2000 elementos, idem.

De resto, tenhamos FA modernas e bem equipadas, e que se mobilize pessoal civil que permita que estas FA funcionem de forma sustentada.

Mobilizar o Zé, dar-lhe uma formação básica de umas semanas, e atirá-lo para a linha da frente, para morrer passado dois dias, não traz vantagem nenhuma.
Mobilizar o Zé, para produzir munições usadas pelos nossos militares, e conseguir desempenhar a sua função por um longo período de tempo, é muito mais útil.
Como o Zé, podemos ter o João, alocado à manutenção de viaturas do Exército, o Tiago num estaleiro a fazer manutenção de navios de guerra, a Maria na produção de fardamento, e por aí em diante.
 

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legionario

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #293 em: Fevereiro 18, 2025, 10:57:00 pm »
O pessoal ficou traumatizado com o regresso da guerra das trincheiras, eu atrevo-me a dizer que essa maneira de fazer a guerra é uma especificidade russo-ucraniana. Os russos também se atolam em trincheiras porque têm o escrupulo de evitar bombardeamentos massivos para poupar a população civil, ... se assim não fosse tinham feito como Israel , arrazado tudo e passado por cima dos escombros para atingir os seus fins.

Eu não vou repetir os meus argumentos, seria inútil não é verdade ?

« Última modificação: Fevereiro 18, 2025, 10:57:49 pm por legionario »
"De joelhos diante de Deus, de pé diante dos homens"
António Ferreira Gomes, bispo
 

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Drecas

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #294 em: Fevereiro 19, 2025, 12:17:52 am »
O direito ao voto foi um erro fogo....
 

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Duarte

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #295 em: Fevereiro 19, 2025, 12:25:50 am »
Os russos também se atolam em trincheiras porque têm o escrupulo de evitar bombardeamentos massivos para poupar a população civil

Isto é o Fórum Defesa, ou o Fórum Comédia?  :mrgreen:

Pensei que se escondiam em trincheiras porque não queriam morrer.  Quanto a "evitar bombardeamentos massivos para poupar a população civil" bem temos visto os resultados do humanismo e da benevolência dos russos.  ::)
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"
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Trump é o novo Neville Chamberlain, mas com o intelecto de quem não conseguiu completar a 4a classe.
 

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dc

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #296 em: Fevereiro 19, 2025, 03:33:37 am »
O pessoal ficou traumatizado com o regresso da guerra das trincheiras, eu atrevo-me a dizer que essa maneira de fazer a guerra é uma especificidade russo-ucraniana. Os russos também se atolam em trincheiras porque têm o escrupulo de evitar bombardeamentos massivos para poupar a população civil, ... se assim não fosse tinham feito como Israel , arrazado tudo e passado por cima dos escombros para atingir os seus fins.

Eu não vou repetir os meus argumentos, seria inútil não é verdade ?

Os russos não fazem "bombardeamentos massivos" porque não conseguem, pois perdiam uma grande parte da sua frota de aeronaves ao tentar realizar ataques desses, sem conseguir suprimir/destruir as defesas AA ucranianas. Achar que é benevolência da parte russa, é só parvoíce.

Ninguém está traumatizado com a guerra de trincheiras naquele conflito, e já se sabe que num conflito de larga escala, possivelmente com várias frentes, nunca se iria resumir a esse tipo de guerra.

No caso português, o SMO é virtualmente inútil, quando a maior parte do nosso território é marítimo e um conflito seria primariamente aeronaval. De que nos serve ter 100 mil soldados sentados à espera que o inimigo dê à costa? Se o interesse desse inimigo for um dos arquipélagos, nem sequer temos capacidade de mover tanta gente e o respectivo material do continente para as ilhas. Torna-se uma medida inconsequente.
Na NATO sofremos de outro problema: não faltam países capazes de "dar" exércitos de dimensão considerável, e muito melhor equipados do que o nosso alguma vez seria se tivesse SMO. Uma brigada ligeira bem equipada, uma brigada média/pesada (mista) bem equipada, uma força naval moderna e uma força aérea bem composta, é tudo o que precisamos de "dar" à NATO.

Com SMO, íamos formar soldados à pressa, e a enviá-los mal equipados para uma frente para a qual não estão preparados. Não precisa de ser uma trincheira, basta serem enviados para uma frente mais a Norte no inverno, e seria um desastre.
Se para equipar um Exército bastante pequeno, com os mínimos aceitáveis em termos de equipamento individual, já é um pesadelo, o que seria com 50 a 100 mil soldados.  ::)

Um SMO às três pancadas não tem nexo. Não temos meios (veículos, navios, aeronaves) para tirar real partido de tanta gente, nem temos reservas de guerra que permitam formar esse pessoal, tal como não temos equipamento individual para todos.

A prioridade devia ser sempre ter umas FA bem equipadas e com capacidade de dissuasão, que permitam que uma guerra seja combate lá longe, ao invés do nosso próprio território. O SMO é tipo o plano C, caso os planos A e B falhem.

Entretanto, a "militarização" da GNR, podia servir de alternativa a um SMO. Aumentava-se o efectivo com uma força primariamente para defesa territorial, que já tem o pessoal no activo, e que permitia que o EP se focasse nas linhas da frente do conflito.
Dado emprego primariamente interno, as necessidades de equipamento/armamento para esta força seriam muito mais reduzidas, logo o investimento seria muito reduzido.
 

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sivispacem

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #297 em: Fevereiro 19, 2025, 09:51:44 am »
Bom, vou-me explicar melhor. Até parece que sou um fá do SMO. Não é o caso. Mas defendo que essa possibilidade tem de ser equacionada, nestes tempos que atravessamos que não sáo de guerra mas também já não são de paz.

E isso significa que nos temos de preparar. Se é óbvio que no caso nacional  (e não só, como é evidente) desde há algum tempo que aumentou o nível de exercícios - e espero que isso tenha também tido correspondència no aumento dos níveis de manutenção e disponibilidade dos equipamentos em serviço - parece-me também óbvio que a hipótese de SMO tem de ser equacionada.

Isso não significa que - caso seja o mesmo reactivado - o seja de forma generalizada. Como os finlandeses, creio, apenas seriam chamados os elementos necessários, não a totalidade do contingente. E para as funções consideradas adequadas (para as mais técnicas seriam a componente profissional), pelo tempo considerado necessário. Por exemplo.

Mas isso obrigaria a um meritoso trabalho prévio de análise e preparação, incluindo quem, quantos, como, no quê. por quanto tempo, a que custo, etc, etc.,
Não creio que a rejeição tout court do SMO seja a decisão mais apropriada. Há que ter planos B-
« Última modificação: Fevereiro 19, 2025, 09:54:22 am por sivispacem »
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #298 em: Fevereiro 19, 2025, 10:20:18 am »
O pessoal ficou traumatizado com o regresso da guerra das trincheiras, eu atrevo-me a dizer que essa maneira de fazer a guerra é uma especificidade russo-ucraniana. Os russos também se atolam em trincheiras porque têm o escrupulo de evitar bombardeamentos massivos para poupar a população civil, ... se assim não fosse tinham feito como Israel , arrazado tudo e passado por cima dos escombros para atingir os seus fins.

Eu não vou repetir os meus argumentos, seria inútil não é verdade ?

Os russos não fazem "bombardeamentos massivos" porque não conseguem, pois perdiam uma grande parte da sua frota de aeronaves ao tentar realizar ataques desses, sem conseguir suprimir/destruir as defesas AA ucranianas. Achar que é benevolência da parte russa, é só parvoíce.

Ninguém está traumatizado com a guerra de trincheiras naquele conflito, e já se sabe que num conflito de larga escala, possivelmente com várias frentes, nunca se iria resumir a esse tipo de guerra.

No caso português, o SMO é virtualmente inútil, quando a maior parte do nosso território é marítimo e um conflito seria primariamente aeronaval. De que nos serve ter 100 mil soldados sentados à espera que o inimigo dê à costa? Se o interesse desse inimigo for um dos arquipélagos, nem sequer temos capacidade de mover tanta gente e o respectivo material do continente para as ilhas. Torna-se uma medida inconsequente.
Na NATO sofremos de outro problema: não faltam países capazes de "dar" exércitos de dimensão considerável, e muito melhor equipados do que o nosso alguma vez seria se tivesse SMO. Uma brigada ligeira bem equipada, uma brigada média/pesada (mista) bem equipada, uma força naval moderna e uma força aérea bem composta, é tudo o que precisamos de "dar" à NATO.

Com SMO, íamos formar soldados à pressa, e a enviá-los mal equipados para uma frente para a qual não estão preparados. Não precisa de ser uma trincheira, basta serem enviados para uma frente mais a Norte no inverno, e seria um desastre.
Se para equipar um Exército bastante pequeno, com os mínimos aceitáveis em termos de equipamento individual, já é um pesadelo, o que seria com 50 a 100 mil soldados.  ::)

Um SMO às três pancadas não tem nexo. Não temos meios (veículos, navios, aeronaves) para tirar real partido de tanta gente, nem temos reservas de guerra que permitam formar esse pessoal, tal como não temos equipamento individual para todos.

A prioridade devia ser sempre ter umas FA bem equipadas e com capacidade de dissuasão, que permitam que uma guerra seja combate lá longe, ao invés do nosso próprio território. O SMO é tipo o plano C, caso os planos A e B falhem.

Entretanto, a "militarização" da GNR, podia servir de alternativa a um SMO. Aumentava-se o efectivo com uma força primariamente para defesa territorial, que já tem o pessoal no activo, e que permitia que o EP se focasse nas linhas da frente do conflito.
Dado emprego primariamente interno, as necessidades de equipamento/armamento para esta força seriam muito mais reduzidas, logo o investimento seria muito reduzido.

Sobre a GNR : estou completamente de acordo.

A GNR é uma força que quadrilha todo o território nacional, pelo menos o território continental. Ninguém melhor do que a Guarda conhece o país. Acho que deveriam estar equipados com material para fazer face a ameças inesperadas : intervenção imediata, ação contra-comando, sabotagens de infraestruturas, ...também deveriam ter reservistas (como a Gendarmerie francesa)

O SMO permite de ter uma reserva de mobilização a partir de pessoal já formado, não se trata pois de "formar à pressa" miúdos de 18/20 anos, estou a falar de homens feitos que seguem um programa periódico de treino mesmo depois de passar à disponibilidade.
Há muitos países para além da Suiça e de Israel que têm forças de reservistas, parte das quais preparadas para assumir imediatamente as suas funções.
Portugal, em teoria  tem 200 000 homens na reserva, na prática sabemos que só existe no papel mas seria uma boa ideia  aproveitar pessoal volontário proveniente das forças especiais, da logística, etc para selecionar uma pequena força reservista de reação rápida.

Concluindo, a principal vantagem do SMO é a de formar pessoal e de assegurar que em caso de necessidade, não seremos obrigados a formar às pressas pessoal que, de outro modo, se assustaria com o disparo de uma arma ou com a vida num quartel (muito diferente da vida doméstica).
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Cabeça de Martelo

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #299 em: Fevereiro 19, 2025, 04:14:56 pm »
O pessoal ficou traumatizado com o regresso da guerra das trincheiras, eu atrevo-me a dizer que essa maneira de fazer a guerra é uma especificidade russo-ucraniana. Os russos também se atolam em trincheiras porque têm o escrupulo de evitar bombardeamentos massivos para poupar a população civil, ... se assim não fosse tinham feito como Israel , arrazado tudo e passado por cima dos escombros para atingir os seus fins.

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