Cabo verde e marrocos já são do lado ocidental o problema é o eixo do sahel desde as guinés até ao sudão é tudo pro russos tirando alguma zona controlada por rebeldes...
Sim, mas é preciso mais. É preciso perceber se, num cenário de guerra global, teriam algum tipo de participação, seja militarmente, seja na cedência de bases/portos, caso se abrisse uma frente em África.
O que é certo, é que um país como Cabo Verde, se não permitisse ajuda estrangeira, seria facilmente controlado por forças do "Eixo". Se a Rússia ou particularmente a China, conseguissem usar Cabo Verde como base de operações, o status quo no Atlântico fica complicado para nós, principalmente com os EUA mais focados no Pacífico. Isto sem falar no risco real de haverem bases chinesas e/ou russas noutros países africanos.
Como escrito mais acima, um militar do séc XXI precisa de meses de formação e nalguns casos de anos pois as armas são cada vez mais complexas...
Em caso de conflito, há muita diferença entre mobilizar gente que nunca usou uma arma em relação a pessoal que já as sabe utilizar mesmo sumáriamente.
Formação à parte, há outro critério que conta muito para a eficácia das F.A. : a experiência operacional.
Argumento por uma tropa profissional :
Na instituição que eu servi por cerca de 10 anos diz-se e com razão que só ao fim do primeiro contrato de 5 anos é que se tem um soldado formado e aguerrido, por isso se incentiva a que os "velhos" (e bons) soldados voltem a assinar um novo contrato. Em Portugal tradicionalmente era o contrário : corriam com o pessoal contratado ao fim de poucos anos de serviço. Nem durante as guerras de África se formaram regimentos profissionais, o que foi um absurdo. Enviavam bandos de tropa miliciana para o terreno. O resultado mostra-nos que de cerca de 9000 mortos mais de metade sucumbiu devido a tretas que nada a tinham a ver com a guerra : muitos acidentes quer com armas quer fora de serviço e uma incrível indisciplina no seio da maioria das unidades da "tropa miliciana"...é só ler os relatos de antigos combatentes que o escreveram ou ouvir as estórias dos nossos familiares que serviram em África.
Argumento para o SMO :
Em caso de mobilização geral, o pessoal que já serviu voltará a ser chamado para os quartéis, é pois muito importante ter uma boa reserva de mobilização baseada em gente já com alguma experiência da vida militar.
Concluo :
O melhor sistema, na minha opinião, seria combinar os dois tipos de engajamento : profissional e miliciano de maneira a que em muito pouco tempo pudéssemos reunir pelo menos 1% da população (100 000 soldados) para o serviço activo. Isto implica ter uma reserva activa, ou seja, civis (ex-militares que fazem períodos de treino 1 ou 2 vezes por ano) capazes de, em caso de necessidade, largar o seu posto de trabalho para se apresentar no quartel...mais ou menos o mesmo principio dos bombeiros volontários ou dos antigos regimentos de ordenanças.
Voilà, voilà, é esta a minha opinião 
O melhor sistema, seja ele qual for, passa por um sistema que não vá roubar recursos (nomeadamente financeiros) ao necessário investimento em equipamento. O SMO clássico, tem o grave problema de ser o sonho molhado dos generais formados na doutrina da "carne para canhão".
Em Portugal, quando se fala em SMO, a retórica é esta, de arranjar uma carrada de gente, e depois "tudo ao molho e fé em Deus".
De notar que, o SMO debativo N vezes, e tão falado por oficiais e outros tantos, nada tem de profissional. Também não tem nada a ver com reservistas. É à boa moda antiga, de encher fileiras com putos de 18 anos, e atirá-los às feras.
Este modo de SMO não apoio de forma alguma, principalmente se a existência/independência do país não estiver em risco. Para contribuirmos para a NATO numa hipotética guerra mundial, não é preciso mobilizar uma percentagem significativa da população, é preciso termos umas FA minimamente capazes e eficazes.
Mobilizar 100 mil soldados, é impossível para Portugal, sendo este um país que não tem reservas para sustentar combates durante mais do que 1 semana. Teríamos uma grande quantidade de militares nas fileiras, pessimamente equipados. Para mim isto não tem nexo.
Agora, abrir a condição de reservistas, particularmente para as funções mais críticas e difíceis de formar pessoal, sem dúvida.
Criar uma unidade tipo Legião Estrangeira, com uns 1000-2000 elementos, idem.
De resto, tenhamos FA modernas e bem equipadas, e que se mobilize pessoal civil que permita que estas FA funcionem de forma sustentada.
Mobilizar o Zé, dar-lhe uma formação básica de umas semanas, e atirá-lo para a linha da frente, para morrer passado dois dias, não traz vantagem nenhuma.
Mobilizar o Zé, para produzir munições usadas pelos nossos militares, e conseguir desempenhar a sua função por um longo período de tempo, é muito mais útil.
Como o Zé, podemos ter o João, alocado à manutenção de viaturas do Exército, o Tiago num estaleiro a fazer manutenção de navios de guerra, a Maria na produção de fardamento, e por aí em diante.