Preparar as FA para um conflito no curto prazo

  • 508 Respostas
  • 44805 Visualizações
*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 9774
  • Recebeu: 4984 vez(es)
  • Enviou: 843 vez(es)
  • +5349/-1040
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #270 em: Fevereiro 17, 2025, 12:42:16 am »
Guerra assimétrica faz sentido, na perspectiva do país ser realmente invadido. Tirando Espanha, nenhum outro país "adversário" iria invadir Portugal por terra. No máximo, poderá haver uma tentativa de atacar e ocupar um dos arquipélagos (ou ambos). Para responder a esta possibilidade, investir em guerra assimétrica era começar a construir a casa... pela mobília e electrodomésticos, quando o que é preciso para defender um arquipélago, é capacidade de dissuadir de forma séria e eficaz um potencial adversário.

Os nossos antepassados realizaram guerra assimétrica com sucesso, numa altura em que o diferencial do poderia militar entre Portugal e outras nações era muito mais reduzido. Hoje a diferença é tão grande em termos militares, que a única coisa que se garantia, era a destruição do país, muitos portugueses mortos, e mais nada.

Eu antes prefiro "levar a guerra até eles", ao invés de desinvestir nas capacidade primárias, e depois colocar a população toda a dar o corpo às balas.

IMHO há duas medidas que Portugal deve equacionar ontem no actual quadro geo-político:
1 - Retracção do dispositivo e meios na RCA. Há prioridades mais urgentes e não temos meios para dispersar
2 - Analisar muito seriamente o regresso do SMO: em que termos, qual o impacto na sociedade e FA's, custos, etc

1 - Não concordo. Em primeiro lugar porque retracção de militares em FND faria sentido se o país já estivesse em conflito. Não estando em conflito, e com aquela FND a não custar nada por aí além, é benéfico do ponto de vista geopolítico e de ganho de experiência dos militares que lá estão.
Em segundo lugar, porque África pode ser um dos grandes TOs de uma 3ª Guerra Mundial. Quanto menos presença Ocidental houver em África, maiores os riscos da influência e da presença militar do "Eixo" Rússia, China, Irão, o que dificulta mais o trabalho da NATO caso tenha que combater um conflito, ao se abrir uma enorme frente com muitos kms quadrados. Até acho que a influência em África, deveria aumentar, puxando mais países para a esfera de influência do Ocidente. Casos tipo Cabo Verde e Marrocos são 2 exemplos, passando por Moçambique, etc.

O que não faz sentido, é investir em meios dedicados para missões de nicho em África, sendo preferencial a compra de meios que tenham utilidade nos TOs de baixa intensidade, mas também de alta intensidade.

2 - Também não concordo. SMO é caro, face aos ganhos reais de capacidades. Não estamos a falar de um SMO para termos pessoal suficiente para guarnecer 10 fragatas, operar 200 Leopard, pilotar 50 F-16... seria um SMO para ter carne para canhão, com pessoal mal equipado, e depois sem dinheiro para adquirir meios modernos e capazes.
Seria muito mais lógico tornar a FAP mais aliciante para manter pilotos de F-16 (e ir buscar ex-pilotos), e assim reforçar a frota de caças com mais pilotos e consequentemente mais aeronaves.

E numa altura em que devíamos aumentar a nossa indústria de Defesa, não faz muito sentido abdicar de uma parte considerável da população, que poderia trabalhar nesta área, para um SMO que não traz grandes ganhos às FA.
 

*

sivispacem

  • Investigador
  • *****
  • 1413
  • Recebeu: 792 vez(es)
  • Enviou: 795 vez(es)
  • +431/-482
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #271 em: Fevereiro 17, 2025, 10:25:49 am »
Citação de: dc link=topic=13912.msg460468#msg460468 date=1739752936
[quote author=sivispacem link=topic=13912.msg460456#msg460456 date=1739746334
IMHO há duas medidas que Portugal deve equacionar ontem no actual quadro geo-político:
1 - Retracção do dispositivo e meios na RCA. Há prioridades mais urgentes e não temos meios para dispersar
2 - Analisar muito seriamente o regresso do SMO: em que termos, qual o impacto na sociedade e FA's, custos, etc

1 - Não concordo. Em primeiro lugar porque retracção de militares em FND faria sentido se o país já estivesse em conflito. Não estando em conflito, e com aquela FND a não custar nada por aí além, é benéfico do ponto de vista geopolítico e de ganho de experiência dos militares que lá estão.
Em segundo lugar, porque África pode ser um dos grandes TOs de uma 3ª Guerra Mundial. Quanto menos presença Ocidental houver em África, maiores os riscos da influência e da presença militar do "Eixo" Rússia, China, Irão, o que dificulta mais o trabalho da NATO caso tenha que combater um conflito, ao se abrir uma enorme frente com muitos kms quadrados. Até acho que a influência em África, deveria aumentar, puxando mais países para a esfera de influência do Ocidente. Casos tipo Cabo Verde e Marrocos são 2 exemplos, passando por Moçambique, etc.

O que não faz sentido, é investir em meios dedicados para missões de nicho em África, sendo preferencial a compra de meios que tenham utilidade nos TOs de baixa intensidade, mas também de alta intensidade.

2 - Também não concordo. SMO é caro, face aos ganhos reais de capacidades. Não estamos a falar de um SMO para termos pessoal suficiente para guarnecer 10 fragatas, operar 200 Leopard, pilotar 50 F-16... seria um SMO para ter carne para canhão, com pessoal mal equipado, e depois sem dinheiro para adquirir meios modernos e capazes.
Seria muito mais lógico tornar a FAP mais aliciante para manter pilotos de F-16 (e ir buscar ex-pilotos), e assim reforçar a frota de caças com mais pilotos e consequentemente mais aeronaves.

E numa altura em que devíamos aumentar a nossa indústria de Defesa, não faz muito sentido abdicar de uma parte considerável da população, que poderia trabalhar nesta área, para um SMO que não traz grandes ganhos às FA.
[/quote]

Eu discordo de si. Em primeiro lugar porque o conflito já está aí. Depois porque a dimensão da ameaça na RCA é tal que náo e uma companhia de comandos que faz alterar o balanço de forças. Mas principalmente porque nos será solcitado um reforço dos meios no quadro da NATO e particularmente pelo enorme défice de militares que o EP tem (consequencia de um conjunto de factores difíceis de ultrapassar - demografia, baixas condições, pouco adesáo à vida militar, etc)
O eventual regresso do SMO idem - não para ter tripulações para 10 fragatas que não temos nem teremos, como é óbvio - mas antes pela necessidade de prever uma eventual situação de regresso ao passado. um pouco como acontece já noutros países europeus. Numa situação de conflito ou 'pré-conflito' tal passo será inevitável e há que analisar as suas possiveis consequèncias, como apontei, TEmos de nos preparar, no mínimo, e duvido que entre nós existam planos e/ou a logística para essa eventualidade.

Por isso defendo que se analisem melhor esses dois pontos
Cumprimentos,
 

*

legionario

  • Investigador
  • *****
  • 1723
  • Recebeu: 403 vez(es)
  • Enviou: 414 vez(es)
  • +397/-7132
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #272 em: Fevereiro 17, 2025, 11:01:39 am »
Quanto ao SMO :
Um militar do século XXI tem que ser um verdadeiro técnico formado nas modernas tecnologias. Um soldado SMO que serve durante 1 ou 2 anos nunca terá tempo para adquirir o calo necessário, mas apesar disso eu sou a favor do SMO. Os jovens devem sentir que fazem parte de uma comunidade e que esta tem de ser defendida da mesma maneira que a comunidade os deve defender (em todos os aspectos da vida).
O individualismo, apesar de estar na moda,  não convém a uma comunidade nacional, esta conversa daria pano para mangas, não sei se existe aqui pessoal com conhecimentos na área da sociologia ou da psicologia, estes poderiam desenvolver o tema melhor que eu. Dá-me muito trabalho organizar as ideias e expô-las por escrito e eu venho aqui para passar o tempo não para me esforçar muito.

Sobre a nossa presença em África. Se alguém pensa que a nossa liberdade e o nosso modo de vida se defende sómente dentro das nossas fronteiras está muito enganado, Preciso mesmo de justificar o que acabei de escrever ?

Se um inimigo nos atacar dentro de nossa casa nós temos que possuir absolutamente a capacidade de o golpear dentro das suas próprias fronteiras, seja ele quem for ! como o faremos e com que  meios é um outro debate.
"De joelhos diante de Deus, de pé diante dos homens"
António Ferreira Gomes, bispo
 

*

sivispacem

  • Investigador
  • *****
  • 1413
  • Recebeu: 792 vez(es)
  • Enviou: 795 vez(es)
  • +431/-482
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #273 em: Fevereiro 17, 2025, 12:08:52 pm »
Quanto ao SMO :
Um militar do século XXI tem que ser um verdadeiro técnico formado nas modernas tecnologias. Um soldado SMO que serve durante 1 ou 2 anos nunca terá tempo para adquirir o calo necessário, mas apesar disso eu sou a favor do SMO. Os jovens devem sentir que fazem parte de uma comunidade e que esta tem de ser defendida da mesma maneira que a comunidade os deve defender (em todos os aspectos da vida).
O individualismo, apesar de estar na moda,  não convém a uma comunidade nacional, esta conversa daria pano para mangas, não sei se existe aqui pessoal com conhecimentos na área da sociologia ou da psicologia, estes poderiam desenvolver o tema melhor que eu. Dá-me muito trabalho organizar as ideias e expô-las por escrito e eu venho aqui para passar o tempo não para me esforçar muito.

Sobre a nossa presença em África. Se alguém pensa que a nossa liberdade e o nosso modo de vida se defende sómente dentro das nossas fronteiras está muito enganado, Preciso mesmo de justificar o que acabei de escrever ?

Se um inimigo nos atacar dentro de nossa casa nós temos que possuir absolutamente a capacidade de o golpear dentro das suas próprias fronteiras, seja ele quem for ! como o faremos e com que  meios é um outro debate.

Vã dizer isso aos israelita....

A formação e literacia dos nossos jovens já não tem nada a ver com a dos anos 60 ou 90 do século passado. Há funções que seriam impensáveis de exercer então e que agora seriam normais - drones, fpv ou não, IT skills, etc, etc.
Há que pensar nisso tudo, é o que eu estou a dizer

Cumprimentos,
 

*

legionario

  • Investigador
  • *****
  • 1723
  • Recebeu: 403 vez(es)
  • Enviou: 414 vez(es)
  • +397/-7132
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #274 em: Fevereiro 17, 2025, 01:50:48 pm »
A necessidade obrigou Israel a criar o excelente sistema de mobilização que eles têm...aliás os palestinos também são mentalizados e preparados para a guerra desde pequenos.
Se bem percebi o que escreveu, o colega é contra o SMO mas por outro lado citou o exemplo israelita que tem um SMO, fiquei sem perceber a sua ideia.
"De joelhos diante de Deus, de pé diante dos homens"
António Ferreira Gomes, bispo
 

*

sivispacem

  • Investigador
  • *****
  • 1413
  • Recebeu: 792 vez(es)
  • Enviou: 795 vez(es)
  • +431/-482
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #275 em: Fevereiro 17, 2025, 04:32:50 pm »
A necessidade obrigou Israel a criar o excelente sistema de mobilização que eles têm...aliás os palestinos também são mentalizados e preparados para a guerra desde pequenos.
Se bem percebi o que escreveu, o colega é contra o SMO mas por outro lado citou o exemplo israelita que tem um SMO, fiquei sem perceber a sua ideia.

Eu não contra nem a favor. Ou melhor, em tempo de paz acho que não se justifica o SMO- Mas em tempo de guerra é claro que ele tem de existir. Por acho acho - como digo desde o ínício - que se tem de pensar na sua reintrodução. "Pensar", repito....
Cumprimentos,
 

*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 9774
  • Recebeu: 4984 vez(es)
  • Enviou: 843 vez(es)
  • +5349/-1040
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #276 em: Fevereiro 17, 2025, 04:38:36 pm »
Eu discordo de si. Em primeiro lugar porque o conflito já está aí. Depois porque a dimensão da ameaça na RCA é tal que náo e uma companhia de comandos que faz alterar o balanço de forças. Mas principalmente porque nos será solcitado um reforço dos meios no quadro da NATO e particularmente pelo enorme défice de militares que o EP tem (consequencia de um conjunto de factores difíceis de ultrapassar - demografia, baixas condições, pouco adesáo à vida militar, etc)
O eventual regresso do SMO idem - não para ter tripulações para 10 fragatas que não temos nem teremos, como é óbvio - mas antes pela necessidade de prever uma eventual situação de regresso ao passado. um pouco como acontece já noutros países europeus. Numa situação de conflito ou 'pré-conflito' tal passo será inevitável e há que analisar as suas possiveis consequèncias, como apontei, TEmos de nos preparar, no mínimo, e duvido que entre nós existam planos e/ou a logística para essa eventualidade.

Por isso defendo que se analisem melhor esses dois pontos

O conflito não está aí ainda, porque o que hoje decorre, não nos envolve directamente (ainda). Depois, temos de olhar para o que é que a NATO realmente precisa, e analisando os diferentes exércitos dos estados membros (mesmo ignorando os EUA por causa do Trump), o problema nunca será falta de pessoal. O que não falta na Europa são países continentais, que não têm dinheiro para investir em Força Aérea, nem precisam de Marinha, e esses sãos os países que recorrerão a um SMO para reforçara sua componente terrestre.

No caso português, o foco deveria ser a qualidade e não a quantidade, e principal ênfase nos meios aéreos e navais. O SMO serve apenas para desviar o foco destas prioridades, e permite às chefias passar a imagem de que o país está preparado para uma guerra, sem de facto estar.
A única situação que vejo onde um SMO poderia ser visto como verdadeiramente necessário (isto partindo do pressuposto que é improvável uma invasão do país), é se o conflito se alastrasse de tal forma a África, e fosse necessário ter tropas no terreno, e aí sim, dado desafio, ser necessário reforço das fileiras do Exército.

Na NATO, o papel de Portugal em conflito, é compensar o facto de países como a Albânia não possuírem Força Aérea e Marinha. E o papel de países como a Albânia, Bulgária e tantos outros, é compensar o facto de países como Portugal terem exércitos reduzidos e com pouco pessoal.

Em Portugal, o SMO pode colocar em risco o necessário investimento nos meios que são prioritários (e até na indústria de Defesa). Noutros países europeus, tipo Holanda, até pode fazer sentido um SMO, sendo aquele um país que tem FA modernas e capazes, e que portante, na perspectiva deles, falta pessoal para complementar esta qualidade com alguma quantidade.

Nos TOs em África, acho importante Portugal, e a CPLP e a UE/NATO, terem maior presença, precisamente para evitar que os russos e chineses usem os países africanos como base de operações, e até para obter mais "carne para canhão". A ideia seria puxar para o nosso lado o maior número de países possível, e impedir que se juntem a um eixo com a Rússia e a China.
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Ghidra

*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 9774
  • Recebeu: 4984 vez(es)
  • Enviou: 843 vez(es)
  • +5349/-1040
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #277 em: Fevereiro 17, 2025, 05:01:31 pm »
Sou da opinião que, as soluções encontradas por outros países para enfrentar a ameaça de um conflito, nem sempre podem/devem ser replicadas por cá.

Como tal, um país que faz fronteira com a Rússia, ou que não tenha outra forma de contribuir para a NATO, olha para o SMO como opção, nós temos N outras maneiras de o fazer.

Uma mobilização portuguesa, na minha opinião, não pode ser feita como o típico SMO - que normalmente apenas serve para encher as fileiras de soldados, servindo-se deles de carne para canhão - mas sim para algo que faça sentido para um país cuja integridade territorial, à partida, não esteja em risco.

Tem muito mais valor mobilizar mecânicos de veículos e aeronaves, mobilizar pessoal para a construção/manutenção naval, mobilizar pessoal para a produção de munições e afins, do que mobilizar 20 mil soldados para atirar para as "trincheiras" com capacetes velhos, sem NVG e com G-3.

É muito mais valioso para a NATO, Portugal ter uma mão cheia de estaleiros (com o tal pessoal mobilizado) capazes de realizar reparações/manutenção de navios nacionais e aliados. É mais valioso conseguirmos fornecer, durante um conflito, algumas dezenas de mecânicos para fazer manutenção de carros de combate mais perto da linha da frente. O mesmo para mecânicos de aeronaves (nomeadamente F-16, mas não só).

Até num conflito que se arraste durante vários anos, este é um formato muito mais sustentável ao longo do tempo face ao SMO. Se com o SMO a esperança média de vida dos militares é relativamente curta, ao mobilizar pessoal civil para fins logísticos/de apoio, a esperança média de vida é muito maior, e podem exercer funções durante muito mais tempo.

Dentro da NATO, não deverão faltar soldados, poderá sim faltar aquele pessoal que permita que a aliança se mantenha em conflito de forma prolongada.
 

*

sivispacem

  • Investigador
  • *****
  • 1413
  • Recebeu: 792 vez(es)
  • Enviou: 795 vez(es)
  • +431/-482
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #278 em: Fevereiro 17, 2025, 05:02:31 pm »
Bem sei que é sobre as FA's da Alemanha. Mas publico aqui por achar que há muito de comum nesta reportagem entre PT e DE

https://sicnoticias.pt/programas/reporteres-do-mundo/2025-02-15-video-oplano-secreto-da-alemanha-temos-de-acelerar-para-estarmos-prontos-antes-da-russia-546ab07a
Cumprimentos,
 

*

Malagueta

  • Analista
  • ***
  • 801
  • Recebeu: 260 vez(es)
  • Enviou: 314 vez(es)
  • +165/-127
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #279 em: Fevereiro 17, 2025, 06:15:10 pm »
Ao que parece  de acordo com a comunicação social Portugal não foi convidado, o que dá bem a imagem como somos vistos lá fora,

https://cnnportugal.iol.pt/videos/portugal-nao-recebeu-convite-varios-lideres-europeus-reunem-se-para-cimeira-de-emergencia-em-paris/67b303240cf28cf88767c4d2

Relativamente ao SMO, gostava mais de um modelo Norueguês, que só são chamados os números necessários para preencher as vagas em falta ( sejham homems ou mulheres )

"Todos os anos, as Forças Armadas norueguesas precisam de 8 a 10 mil novos recrutas, que serão escolhidos agora dentro de um universo de 60 mil homens e mulheres. "Nós não estamos implementando a obrigatoriedade às mulheres porque precisamos de mais soldados, mas porque queremos recrutar os melhores - não importa quem eles sejam", afirma a ministra da Defesa."

Este sistema teve um efeito na sociedade bastante peculiar, como só chamam os melhores, a sociedade civil, reconhece estes jovem que são chamados, sendo um motivo de orgulho e  prestigio, e  uma mais valia no currículo, para serem chamados nas futuras carreiras profissionais.
« Última modificação: Fevereiro 17, 2025, 06:18:37 pm por Malagueta »
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: LM

*

legionario

  • Investigador
  • *****
  • 1723
  • Recebeu: 403 vez(es)
  • Enviou: 414 vez(es)
  • +397/-7132
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #280 em: Fevereiro 17, 2025, 06:16:17 pm »
Como escrito mais acima, um militar do séc XXI precisa de meses de formação e nalguns casos de anos pois as armas são cada vez mais complexas...
 
Em caso de conflito, há muita diferença entre mobilizar gente que nunca usou uma arma em relação a pessoal que já as sabe utilizar mesmo sumáriamente.
Formação à parte, há outro critério que conta muito para a eficácia das F.A. : a experiência operacional.

Argumento por uma tropa profissional :
Na instituição que eu servi por cerca de 10 anos diz-se e com razão que só ao fim do primeiro contrato de 5 anos é que se tem um soldado formado e aguerrido, por isso se incentiva a que os "velhos"  (e bons) soldados voltem a assinar um novo contrato. Em Portugal tradicionalmente era o contrário : corriam com o pessoal contratado ao fim de poucos anos de serviço. Nem durante as guerras de África se formaram regimentos profissionais, o que foi um absurdo. Enviavam bandos de tropa miliciana para o terreno. O resultado mostra-nos que de cerca de 9000 mortos mais de metade sucumbiu devido a tretas que nada a tinham a ver com a guerra : muitos acidentes quer com armas quer fora de serviço e uma incrível indisciplina no seio da maioria das unidades da "tropa miliciana"...é só ler os relatos de antigos combatentes que o escreveram ou ouvir as estórias dos nossos familiares que serviram em África.

Argumento para o SMO :
Em caso de mobilização geral, o pessoal que já serviu voltará a ser chamado para os quartéis, é pois muito importante ter uma boa reserva de mobilização baseada em gente já com alguma experiência da vida militar.

Concluo :
O melhor sistema, na minha opinião,  seria combinar os dois tipos de engajamento : profissional e miliciano de maneira a que em muito pouco tempo pudéssemos reunir pelo menos 1% da população (100 000 soldados) para o serviço activo. Isto implica ter uma reserva activa, ou seja, civis (ex-militares que fazem períodos de treino 1 ou 2 vezes por ano) capazes de, em caso de necessidade, largar o seu posto de trabalho para se apresentar no quartel...mais ou menos o mesmo principio dos bombeiros volontários ou dos antigos regimentos de ordenanças.

Voilà, voilà, é esta a minha opinião  :)
"De joelhos diante de Deus, de pé diante dos homens"
António Ferreira Gomes, bispo
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Subsea7, Ghidra

*

Ghidra

  • Membro
  • *
  • 192
  • Recebeu: 68 vez(es)
  • Enviou: 56 vez(es)
  • +194/-72
  • 🙈🙉🙊
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #281 em: Fevereiro 17, 2025, 07:00:52 pm »
Guerra assimétrica faz sentido, na perspectiva do país ser realmente invadido. Tirando Espanha, nenhum outro país "adversário" iria invadir Portugal por terra. No máximo, poderá haver uma tentativa de atacar e ocupar um dos arquipélagos (ou ambos). Para responder a esta possibilidade, investir em guerra assimétrica era começar a construir a casa... pela mobília e electrodomésticos, quando o que é preciso para defender um arquipélago, é capacidade de dissuadir de forma séria e eficaz um potencial adversário.

Os nossos antepassados realizaram guerra assimétrica com sucesso, numa altura em que o diferencial do poderia militar entre Portugal e outras nações era muito mais reduzido. Hoje a diferença é tão grande em termos militares, que a única coisa que se garantia, era a destruição do país, muitos portugueses mortos, e mais nada.

Eu antes prefiro "levar a guerra até eles", ao invés de desinvestir nas capacidade primárias, e depois colocar a população toda a dar o corpo às balas.

IMHO há duas medidas que Portugal deve equacionar ontem no actual quadro geo-político:
1 - Retracção do dispositivo e meios na RCA. Há prioridades mais urgentes e não temos meios para dispersar
2 - Analisar muito seriamente o regresso do SMO: em que termos, qual o impacto na sociedade e FA's, custos, etc

1 - Não concordo. Em primeiro lugar porque retracção de militares em FND faria sentido se o país já estivesse em conflito. Não estando em conflito, e com aquela FND a não custar nada por aí além, é benéfico do ponto de vista geopolítico e de ganho de experiência dos militares que lá estão.
Em segundo lugar, porque África pode ser um dos grandes TOs de uma 3ª Guerra Mundial. Quanto menos presença Ocidental houver em África, maiores os riscos da influência e da presença militar do "Eixo" Rússia, China, Irão, o que dificulta mais o trabalho da NATO caso tenha que combater um conflito, ao se abrir uma enorme frente com muitos kms quadrados. Até acho que a influência em África, deveria aumentar, puxando mais países para a esfera de influência do Ocidente. Casos tipo Cabo Verde e Marrocos são 2 exemplos, passando por Moçambique, etc.

O que não faz sentido, é investir em meios dedicados para missões de nicho em África, sendo preferencial a compra de meios que tenham utilidade nos TOs de baixa intensidade, mas também de alta intensidade.

2 - Também não concordo. SMO é caro, face aos ganhos reais de capacidades. Não estamos a falar de um SMO para termos pessoal suficiente para guarnecer 10 fragatas, operar 200 Leopard, pilotar 50 F-16... seria um SMO para ter carne para canhão, com pessoal mal equipado, e depois sem dinheiro para adquirir meios modernos e capazes.
Seria muito mais lógico tornar a FAP mais aliciante para manter pilotos de F-16 (e ir buscar ex-pilotos), e assim reforçar a frota de caças com mais pilotos e consequentemente mais aeronaves.

E numa altura em que devíamos aumentar a nossa indústria de Defesa, não faz muito sentido abdicar de uma parte considerável da população, que poderia trabalhar nesta área, para um SMO que não traz grandes ganhos às FA.
Cabo verde e marrocos já são do lado ocidental o problema é o eixo do sahel desde as guinés até ao sudão é tudo pro russos tirando alguma zona controlada por rebeldes...
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 21359
  • Recebeu: 6887 vez(es)
  • Enviou: 7916 vez(es)
  • +8068/-12619
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #282 em: Fevereiro 17, 2025, 07:03:23 pm »
Acho muito bem que Portugal não seja convidado.
Convidar uns parasitas que não servem para nada, só atrapalham, para quê?

"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Charlie Jaguar, nelson38899, sivispacem, HSMW, Subsea7

*

sivispacem

  • Investigador
  • *****
  • 1413
  • Recebeu: 792 vez(es)
  • Enviou: 795 vez(es)
  • +431/-482
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #283 em: Fevereiro 17, 2025, 09:27:16 pm »
Detesto ser desmancha-prazeres mas.....

https://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/alemanha-e-paises-baixos-rejeitam-aumentar-a-divida-da-ue-para-gastar-na-defesa

(lá se vão os sonhos do rearmamento nacional)

Por outro lado, fica aqui uma sugestão para financiamento alternativo do aumento dos gastos com a Defesa: https://cnnportugal.iol.pt/tachos/tachinhos/cargos-politicos-batem-recorde-no-governo-de-montenegro/20250217/67b2f8b3d34ef72ee4425afd
« Última modificação: Fevereiro 17, 2025, 09:29:26 pm por sivispacem »
Cumprimentos,
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: P44, Charlie Jaguar

*

Charlie Jaguar

  • Investigador
  • *****
  • 6740
  • Recebeu: 7397 vez(es)
  • Enviou: 5017 vez(es)
  • +10179/-2918
Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #284 em: Fevereiro 18, 2025, 10:20:07 am »
Acho muito bem que Portugal não seja convidado.
Convidar uns parasitas que não servem para nada, só atrapalham, para quê?

Não querendo fazer de advogado do Diabo, mas muitas outras nações da UE e NATO Europe também não foram convidadas: Bélgica, Noruega, Suécia, Finlândia, República Checa, Grécia, Roménia, Estados Bálticos, etc, etc. "Principais países europeus", como apareceu muitas vezes para a descrição desta cimeira de emergência.

E Portugal, por mérito/culpa própria, nem na 2ª divisão dos países europeus se encontra por esta altura. A relevância a todos os níveis é cada vez mais insignificante, e pelos indicadores que têm vindo a público a vontade da grande maioria da classe política e dirigente do nosso país é que assim permaneça.  ::)
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: P44, Cabeça de Martelo, mafets, PTWolf