Portanto o problema dos F35 é ser americano. O F16 é, sei lá, indiano.
O problema é de qualquer sistema americano, numa altura em que a fiabilidade do fornecedor apresenta problemas complicados.
O caso específico do F-35 não é necessáriamente ser americano.
Do meu ponto de vista,o principal problema é o custo astronómico de um equipamento cuja utilização pode estar condicionada...
O problema de ter gripas made brasil que mal os consegue fazer para eles, e sendo do BRIC já não interessa?
Desengane-se. O problema não é só o país onde o avião é fabricado, é a origem dos sistemas nele integrados. Os americanos também podem colocar problemas aos Gripen se quiserem.
Como se tivessem lá republicanos ou democratas alguma vez isso contribuísse para problemas com material americano.
Peço desculpa se pareço menos próprio, mas esta é a pior de todas.
Eu não posso aqui explicar-lhe toda a situação. Para aprender sobre o tema você vai ter que consultar livros, nomeadamente sobre as relações entre Portugal e os Estados Unidos depois da II guerra mundial, e até às memórias do último embaixador em Washington durante o regime da ditadura, que continuou lá, mesmo com o Mário Soares como ministro dos negócios estrangeiros.
Em mais de três quartos de século, as relações entre Portugal e os Estados Unidos foram sempre condicionadas pelo partido que esteve no poder.Com muito poucas excepções elas foram sempre mais positivas, ou muito, mas muito mais positivas com o partido repúblicano que com o partido democrata. Bastaria dizer que com os republicanos fomos colocados na NATO, mesmo sendo uma ditadura, enquanto que com os democratas, até apoio à FNLA os americanos deram, sem que o governo de Kennedy mexesse uma palha.
Foram os democratas que lideraram o boicote à utilização de armas americanas a Portugal e com os republicanos, conseguimos comprar Boeing 707 e Boeing 747, que permitiam rodar tropas com muito mais facilidade, além de até negociações para a compra de mísseis anti-aéreos para a Guiné ter sido levada a cabo em 1973.
Além disso, está a relação previligiada com o Pentagono, por oposição com o departamento de estado, onde tivemos problemas, mesmo com os republicanos, como foi o caso do Kissinger.
A lista é enorme e eu pensava que isso fosse do conhecimento da maioria.
Os Açores viram a sua importância ser reduzida, com, adivinhou ... o democrata Barak Obama.
Qual é no entanto hoje o problema ?
A pergunta lógica é se não será melhor ganhar o Trump.
Tragicamente a resposta é NÃO.
E é Não, porque o Partido Republicano, com o qual Portugal teve normalmente mais facilidade de relacionamento em Washington, pura e simplesmente desapareceu.
Ou seja... Se Portugal (ou a diplomacia portuguesa) tiver tido algum tipo de capacidade para trazer água para o nosso moinho (e isso aparenta ser óbvio) isso dependeu de estruturas que podem não estar lá se o Trump chegar ao poder.
Os anunciados planos de Trump, e do candidato a vice-presidente, para garantir o absoluto controlo presidencial das estruturas do poder em Washington, tornam qualquer ação da diplomacia portuguesa, uma coisa do passado.
A somar a isto, o facto de os representantes na Câmara e no Senado, que têm alguma relação com Portugal, seram na sua maioria do Partido Democrata.