E continurá a ser. Já no ultimo acordo sobre as Lages em que os Americanos não queriam dar o que Portugal pedia, o Costa jogou a cartada da China (Disse que se os EUA não queriam então que oferecia o mesmo acordo aos Chineses) e a posição americana mudou logo.
Eu confesso que também gostava que tivessemos tais capacidades para influenciar os americanos, mas as declarações de Costa são de outubro de 2016, altura em que a presidência dos E.U.A. era detida pelo Obama e numa altura em que a possibilidade de Trump chegar à presideência era vista como uma mera possibilidade teórica.
O problema aqui não é "Os americanos" de forma abstrata. O problema que venho a referir neste tema é " Que tipo de americanos são estes ".
A verdade é que a administração Obama que iniciou o projeto de reduzir drásticamente a utilização das Lajes em 2012 acabou por reduzir drásticamente a utilização da base. Os americanos fizeram o que disseram que íam fazer e tanto quanto sei não alteraram a sua decisão !
Foi uma opção pouco fundamentada e já vi várias criticas à decisão da administração Obama, mesmo dos militares americanos já no governo Trump.
Mas a verdade é que a afirmação do Costa foi apenas bluff, e toda a gente sabia que era bluff e que não ía dar em nada, como de facto não deu.
O bluff do Costa não serviu de nada e os americanos fizeram praticamente tudo o que disseram que iriam fazer e nós ficámos a dizer que devia ser melhor e a tapar os buracos...
Os americanos durante a administração Obama, nunca colocaram em cima da mesa a saída dos Açores, o que fizeram foi reduzir a sua presença a menos de metade, e deixar quinhentas pessoas no desemprego.
Do ponto de vista da geoestratégia, toda a gente sabe que a base das Lajes é inutil para a China e que se os chineses quisessem podiam utilizar por exemplo Santa Maria para qualquer investigação cientifica. Mas do ponto de vista militar a sua utilidade é minima.
Nunca estaria em causa qualquer utilização militar por parte dos chineses, principalmente porque os chineses não seriam tontos a esse ponto, nem nós alguma vez teriamos autorização dos países europeus e muito menos dos americanos para o fazer.
Parte do dinheiro que os americanos ainda pagam vai para os Açores e depois há as contrapartidas militares.
Mas nesse caso, nós não podemos adquirir o que quisermos. Estamos limitados à aprovação dos americanos que só cedem (com base nas contrapartidas) o que eles muito bem entenderem e se acharem que é da sua conveniencia.
Logo, o que quer que possa vir como contrapartida pela utilização das Lajes, virá atado com mil atilhos legais.
Por exemplo: Porque é que Portugal adquiriu os torpedos "Black Shark" para os submarinos, e não adquiriu os torpedos americanos que era o que a marinha inicialmente queria ?
Daqui que eu conclua que não podemos olhar para as Lajes como uma espécie de galinha dos ovos de outro.
Os Açores são um pilar importante na ponte entre a Europa e a América, como forma de os americanos apoiarem a Europa.
Mas o pilar não serve de nada se não houver ponte.