O Expresso fala em 27 caças que custarão algo em torno dos 5 mil milhões de euros ao longo de 20 anos, um facto que este semanário habilmente e de forma até algo sensacionalista se esqueceu de colocar na capa de hoje, preferindo antes escrever que esta compra equivaleria ao total das nossas aquisições militares para os próximos 12 anos. 

A Dinamarca encomendou em 2016 27 F-35A por 3mM$ USD (hoje em dia 2,8mM€), é membro-fundador deste programa, e estima que vá gastar uma verba a rondar os 6mM€ ao longo dos próximos 20 anos para operação, manutenção e sustentação da frota. A diferença é que aqui em Portugal ninguém quer ter a batata quente na mão, ou como disse o Subsea7 "assinar o cheque", e parangonas destas não ajudam absolutamente nada à perceção da população do que está em causa, antes pelo contrário. Está visto que o F-35 se vai tornar no novo caso dos submarinos. 
A notícia de hoje do Expresso está um pouco mais esplanada noutros sites:
Portugal poderá ter de gastar 5 mil milhões de euros em aviões F-35 sob pena de perder “soberania aérea”
Por Revista de Imprensa 09:06, 17 Mai 2024
Portugal necessita de substituir os 28 obsoletos F-16 (com já 30 anos de serviço) pelos jatos invisíveis F-35, que os aliados da NATO estão a comprar: em causa, de acordo com o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, “está uma questão essencial, que é a integridade e a defesa aérea do nosso país, a nossa soberania. Sem caças credíveis, não existe”, explica o general Cartaxo Alves, em declarações ao semanário ‘Expresso’.
No entanto, os F-35 são a arma mais cara do mundo: 27 aviões custam 5 mil milhões de euros ao longo de 20 anos, o que equivale a todas as compras militares em Portugal nos últimos 12 anos. Quando o Governo aprovar a entrada de Portugal neste programa, “o primeiro avião só chegará ao fim de entre 8 e 10 anos”, pelo que os F-16 terão na altura mais de 40 anos, e como tal, “deixam de ser relevantes”.
Sem a entrada no programa, Portugal arrisca-se a perder a soberania aérea e a credibilidade da NATO num momento crítico de insegurança internacional. “Estamos a ficar sozinhos”, alerta o general, destacando que se Portugal ficar fora da quinta geração de caças de combate, “alguém tem de vir aqui” fazer o policiamento aéreo. “É uma perda de soberania. E nós acompanhamos muitos aviões russos que sobrevoam as nossas águas, porque é o circuito da aviação russa de longo curso até à Venezuela.”
Os custos de manutenção dos ‘velhinhos’ F-16 têm aumentado. “Tínhamos um programa em que comprávamos tudo em conjunto e assim conseguíamos preços mais favoráveis”, explica o general: no entanto, conforme os aliados deixaram de atualizar este modelo, “a obsolescência destes caças começa a ser crescente: só mudar o radar a 18 dos F-16 portugueses custaria mil milhões de euros”, exemplifica.
“Quando Dinamarca, Bélgica, Países Baixos e Noruega começarem a voar operacionalmente o F-35, deixamos de ser chamados para a linha da frente”, antevê Cartaxo Alves. “Passamos a ser uma liabitity (vulnerabilidade) para todos os outros. Ou seja, passam a ter de estar preocupados connosco, em vez de estarem preocupados com o inimigo.”
https://executivedigest.sapo.pt/noticias/portugal-podera-ter-de-gastar-5-mil-milhoes-de-euros-em-avioes-f-35-sob-pena-de-perder-soberania-aerea/
https://observador.pt/2024/05/17/portugal-podera-ter-de-gastar-5-mil-milhoes-de-euros-em-avioes-f-35-sob-pena-de-perder-soberania-aerea/
Charlie, a situação da Dinamarca ou de qualquer outro País que tenha participado como membro da JSF Team é irrelevante para o caso Português.
O F-35A a ser adquirido para a FAP, será através do FMS.
A oferta mais recente (Janeiro deste ano) de F-35A para um País da NATO através do FMS é para a Grécia, são 8.6 mil milhões de dólares para 40 aparelhos, 42 motores e um pacote básico de treino e manutenção, o que quer que seja proposto a Portugal vai ser muito semelhante a isto.
O que estamos a falar são mais de 5 mil milhões de Euros para 27/28 aparelhos, treino para 3 anos, um pacote básico para manutenção "and thats it".
Se vamos pagar este valor a "20 anos" ao valor de 5 e tal mil milhões de Euros temos de juntar os juros.
Ou o Governo aumenta o valor do orçamento para o Ministério da Defesa (os tais utópicos 2% do PIB), ou desiste da aquisição de outros equipamentos para os vários ramos e mete o valor da LPM todo na aquisição de F-35A ou... empurra com a barriga...
Até termos uma carta do FMS a dizer "Portugal", "F-35A", etc, toda esta conversa não passa de wishful thinking da FAP.