Muito provavelmente não iremos ter F-35A de fábrica. Serão usados e noutra versão, mais em conta e já com algum desgaste claro está. E vocês perguntam "mas quem possivelmente nos poderia fornecer unidades usadas e em conta?"
A resposta é: há um operador que não o quer, e terá um substituto dentro de 20 anos o que é certamente compatível com o tempo de decisão típico do tuga. 
E esse operator é a US navy que foi obrigada a "papar" o F-35C à força, tanto é assim que está em desenvolvimento uma versão NGAD para a marinha. Essa será a nossa oportunidade francamente mais realista. Ficariam felicíssimos se se livrarem de alguns F-35's.
Já existe um precedente: o A-7P corsair. Também na altura tínhamos saído de 2 resgates do IMF e faltava dinheiro. É um paralelo perfeito para os dias de hoje e nas próximas décadas.
Bem-vindo.
É interessante ou no mínimo promitente essa ideia. Como os outros colegas já comentaram, vou só adicionar estes dois cêntimos meus à conversa: a situação da FAP quando vieram os A-7P e o factor EPAF.
Quando os A-7 passaram a ostentar a cruz de Cristo, já alguns países na Europa tinham começado a operar o F-16. Assinamos o primeiro contrato dos A-7P em Maio de 1980, os belgas e os holandeses já tinham começado a receber os primeiros F-16 em 1979, os dinamarqueses receberam o seu primeiro F-16B em Janeiro de 1980 e os noruegueses, que encomendaram os seus F-16 em 1975 também já tinham começado a receber as primeiras aeronaves em 1980.
Já nessa altura o A-7P foi um grande salto tecnológico para nós pois ainda andávamos a operar o Sabre e o G.91. Actualmente, embora o F-35 possa ser muito mais avançado que o F-16, não nos encontramos na mesma situação. Os nossos F-16 poderão dentro de alguns anos deixar de estar a par com o resto dos países NATO e face a novas ameaças mas não existe o poço que existia nos anos 80.
A FAP também vai querer (e terá de) andar à boleia da EPAF para conseguir manter o F-35 actualizado e modernizado; caso contrário não haverá disponibilidade/capacidade (€€€) para manter o F-35 capaz de enfrentar novas ameaças e manter a "paridade" com os restantes membros da NATO. Embora estejamos a falar do mesmo caça, acabam por existir diferenças significativas entre o
hardware e
software do F-35A e o F-35C que vão fazer com que se torne complicado ou impossível (€€€) aproveitar o desenvolvimento e investimento feito pela EPAF na actualização dos F-35A.
Depois temos a questão que nos dias de hoje e no futuro vamos ter a tendência a comprar menos caças mesmo que mais caros, ao contrário de que no passado preferíamos comprar mais aeronaves — podemos até ver que chegamos a ter a possibilidade de comprar uns poucos F-5 ou um par de F-4 ao invés de A-7. Por tanto, a FAP provavelmente ficaria mais satisfeita com uns oito F-35A novos do padrão mais recente do que com uns 20 F-35C em segunda-mão.
Actualmente, a USN também está numa situação delicada. Apostaram e levaram com o F-35C, que deu no que deu e andaram durante mais de uma década a queimar horas de voo dos F/A-18 a fazer apoio aéreo/CAS no Afeganistão e Iraque. Mesmo que não queiram, vão ter de aproveitar ao máximo os seus F-35. Por isso também tenho dúvidas que consigamos ir buscar F-35C em segunda-mão que ainda estejam em bom estado e sejam baratos de modernizar/actualizar para um
block/padrão que valha a pena.
Mas não deixa de ser pertinente e interessante falar do F-35C ao estilo da compra do A-7P. No mínimo, já temos algo de novo e diferente para falar neste tópico.
Como hoje é terça-feira, aproveito para deixar aqui uma espécie de posta de bacalhau,
até mais para picar alguns ex-colegas, que já mandei para o ar no passado:
- Adquirir uns (poucos) 4 a 6 F-35A, para missões NATO, que seriam mantidos numa base de um país da EPAF (p.e. Holanda) por forma a andar à boleia e às costas dos outros para os manter actualizados e poupar na manutenção e no investimento em nova infra-estrutura;
- Adquirir FA-50, ao estilo do que os polacos vão/estão a fazer, para "policiamento aéreo" e restantes missões e uns poucos T-50 como verdadeiro substituto do Alpha Jet.
Cumprimentos,