Uma coisa é certa, aquelas mortes são consequência de uma retaliação completamente desproporcionada. "Que não fique pedra sobre pedra" ou "que sejam todos passados pelo fio da espada" é aqui levado à letra .
Nisto estamos de acordo. Israel não cometeu o mesmo nível de atrocidades que o Hamas, por isso a resposta israelita tem sido desproporcional. Se a resposta fosse proporcional, Israel procurava matar civis intencionalmente (algo que o Hamas tinha como objectivo primário quando atacou Israel), ao invés de tentar evitá-lo.
De notar que Israel tinha lançado há uns dias, um total de 6000 bombas (provavelmente inclui projécteis de vários tipos e não apenas bombas) contra Gaza. E fontes locais (de Gaza) falavam em menos de 3000 mortos. Ou seja, cada bomba/munição de artilharia, matava em média 0.5 pessoas por disparo.
Portanto, das duas uma, ou Israel usa bombas de brincar, ou de facto tentaram sempre evitar ao máximo baixas civis.
Se o Hamas tivesse acesso a tantas bombas e a tanta precisão e aos caças para as lançar, acham que este rácio seria igual? Obviamente que não. Agora como é que Israel, que muitos dizem que tenta matar civis de forma propositada, consegue atacar uma área tão densamente povoada, e matar tão pouca gente com tantas bombas.
Entretanto a pergunta que se faz, é o que é que considerariam uma resposta "proporcional" contra o Hamas? Já que bombardear as suas posições é "desproporcional", uma invasão por terra é "desproporcional"... proporcional é o quê, chegar à vedação que divide os dois territórios, fazer o dedo do meio "toma, toma" e voltar para casa? Até haver uma tecnologia que torne possível eliminar terroristas (estalar os dedos e os gajos entram em combustão espontânea por exemplo), sem uma única baixa civil pelo meio, como é que se resolve este grave problema?
Eu até acho que nem devia ser Israel a ter que dar o corpo às balas (tanto literalmente como figurativamente, devido à opinião pública internacional), e devia sim ser a ONU a fazer a limpeza deste grupo terrorista. Mas como sabemos, na ONU não têm tomates sequer para considerar o Hamas como um grupo terrorista, mesmo depois do que fizeram no dia 7, e muito menos terão, para organizar uma força de combate que possa entrar em Gaza, com o aval de todos os membros, incluindo países árabes e Israel, para pôr fim aos grupos extremistas, proceder a uma desmilitarização do território, e reconstruir.
Ao não acontecer isto, temos a ONU que só pede "paz", deixando Israel entre a espada e a parede, pois sabem que se permitirem que o Hamas sobreviva depois do que fizeram, volta a repetir este tipo de ataque, e que não podem agir porque a comunidade internacional vai exigir sempre a "paz". É óbvio que nenhum outro país aceitava ser colocado nesta situação, de ter um grupo terrorista activo no país vizinho (e ainda por cima no poder!), que ganha uma espécie de imunidade diplomática.
Mas lá está, muitos dos que pedem paz no conflito entre Israel e Hamas, são os mesmos que pedem que a Ucrânia pare de combater para que haja paz naquele conflito.