Estava a falar no exemplo da República da Irlanda que o faz com os PC-9M, não no nosso dc. No nosso não faz qualquer sentido pois já existe uma estrutura montada há 3 décadas para esse efeito, o QRA(I) em Monte Real com os F-16. Já não posso dizer o mesmo acerca de uma plataforma AEW por razões óbvias.
Pois, tripulações para 12 ST + 2 Esquadras de P-3, etc, todos também querem ver. E, como ainda ontem ouvi dito por um figurão da FAP, o mais provável é que os ST façam a sua carreira toda por cá sem nunca saírem de Beja. E para treino avançado de pilotagem e apoio aéreo próximo haviam outras opções mais adequadas e acessíveis, pelo que esta compra é de cariz político e nada mais.
Sim, eu citei o CdM, porque ele sublinhou a parte dos "slow-movers" da tua mensagem, dando a entender que deveria ser essa a sua função, ao qual respondi. De resto, sim, não só fazia falta um AWACS, nem que fosse baseado no C-295, e a FAP vai ver-se me maus lençóis a ter que arranjar tanto pessoal, nomeadamente pilotos, para tanta aeronave. Ainda há pouco vi uma notícia de que este ano a FAP tinha perdido 35 pilotos ou algo assim.
Quanto a ti Dc, não se trata dos Açores ou Madeira ou continente, mas sim de Portugal.
E para a Defesa de Portugal, o ST não é nem de perto o meio mais útil ou mais indicado. Quando temos tantas lacunas, aeronaves COIN, sejam elas quais forem, não fazem sentido nenhum para Portugal.
Vejo um alarido enorme à volta de uma aquisição normal, como se fosse o fim do mundo.
Não é uma aquisição normal, é uma aquisição meramente política, sem concurso, sem critérios, sem comparar vantagens e desvantagens, nem consequências. Para se ter noção, até para os NPO3S, projecto nacional, houve concurso, mas para os ST já não há?
Não era a tua escolha? Ok, mas também não precisamos estar sempre a bater no ceguinho.
Não era a escolha de absolutamente ninguém. Fomos obrigados a comprá-lo, portanto estamos à vontade para espancar o ceguinho. Os argumentos favoráveis à sua compra, caem por terra assim que se começam a levantar questões básicas.
Não era necessário um avião de treino? Este serve...
Era necessário decidir o que fazer no que respeita ao Treino Avançado da FAP. Entre as opções:
1-aeronave a hélice, barata, em quantidades reduzidas e estritamente para treino, como solução stop-gap
2-aeronave a jacto, mais cara, mas "future proof" para quando tivermos de substituir os F-16, já termos uma aeronave capaz de ministrar treino avançado (e que dependendo da versão, pode oferecer uma capacidade de combate interessante)
3-enviar os pilotos para o estrangeiro, abdicando deste tipo de aeronave, sendo de longe a opção mais barata
Nós fomos escolher uma 4ª opção completamente descabida:
-mais cara e numerosa do que a opção 1
-mais barata mas menos capaz/future proof que a opção 2
-e muito mais cara e onerosa que a opção 3
Não é eventualmente possível utilizá-lo em TO's específicos como em África? É...
É, e esse argumento funciona para tudo, até para as Chaimites. A questão é que o ST obriga o piloto a correr riscos desnecessários, ao sobrevoar território potencialmente hostil, com grupos armados que podem ter acesso a meios AA suficientemente capazes para abater a aeronave. Se um ST cai, tens que colocar outros tantos pilotos em risco para o resgatar numa missão CSAR. Tudo porque não se quis optar por usar UCAVs para ISR/ataque leve.
Não serve para determinado tipo de missões em parte do nosso território? Serve...
Serve, se tiveres verba disponível e pessoal para as ditas missões. Para o ST poder executar missões em território nacional para lá de treino avançado, a FAP tem que arranjar mais pessoal para esta esquadra, e há o risco que para isso se corte nas esquadras de Monte Real.
Não poderá trazer benefícios à nossa economia? Eventualmente...
Quais? Esses benefícios dependem que outro país NATO adquira a aeronave. Algum país até agora demonstrou interesse em adquirir aeronaves COIN? Não. Portanto o retorno para a economia não é "eventual", poderá ser inexistente. Sendo inexistente, os benefícios são negativos, pois ficámos 200M mais pobres, ou as FA perderam 200M que podiam ser usados noutras vertentes mais importantes.
Se nos tivéssemos dado ao trabalho de fazer uma prospecção de mercado, se calhar percebíamos que outros tipos de meio teriam muito mais retorno.
Está escolhido e contratado, por isso é lidar...
Passemos ao novo caça que supostamente será a próxima decisão.
Já está o transporte, combate a incêndios, patrulha marítima, treino e mais algumas coisas...
Agora é modernizar os EH101, os C295 e vender os C130H.
A casa parece começar a ficar arrumada.
A parte que importa, que era ter uma FAP com capacidade de combate relevante, é que fica para último.
Vamos chegar a 2030, com 18 mísseis AIM-9X e uma dúzia de AMRAAM, e zero armamento stand-off nos F-16, e não há meio de fazer o salto tecnológico para que estes tenham radar AESA. Isto não é ficar com a casa arrumada, é fingir que se faz alguma coisa, para ficar tudo virtualmente na mesma.
https://x.com/defesa_pt/status/1868939359023677940?t=s-F0TaZWlCY6lLlrhpB_Jw&s=19
Da notícia saliento...
"Com efeito, desta quantia, 75 milhões de Euros serão aplicados em empresas nacionais altamente tecnológicas que efectuarão a reconfiguração das aeronaves para os padrões técnicos e operacionais da NATO."
Também vi essa notícia, mas não fazem sentido nenhum esses valores. A Embraer não vende 12 STs novos por apenas 125M de euros. Isto poderá querer dizer que vamos comprar aviões capados, e os restantes "75M em empresas nacionais", sejam para comprar e instalar equipamento NATO.
Algo não está bem explicado com esses valores.
Só para colocar em perspectiva, a versão não-NATO:
https://www.riotimesonline.com/uruguay-buys-six-embraer-super-tucano-aircraft-for-100-million/