Fui bem claro, alternativa.
Ou seja, em condições especiais que fossem vantajosas ou fazendo parte do "pacote" para entrarmos num novo projecto. Ou pensam que se entra só porque sim?
Quanto a ser um consórcio à nossa dimensão, porque na realidade seria com países mais próximos da nossa realidade militar ou económica.
Certamente num consórcio com alemães, franceses, ingleses ou até espanhóis não teremos o mesmo peso.
Tudo isto nasce da saída, errada, do A400.
Provavelmente neste momento poderíamos estar aí, no C295, NH90, quem sabe no Typhoon ou na lista do novo projecto europeu. Mas a partir do momento que saímos e agora esses consórcios têm alguma solidez, muito dificilmente voltamos a entrar aí.
Alternativas?
Ou temos dinheiro para ser apenas compradores como os árabes e outros?
Normalmente, "alternativas", é algo mais barato para tapar buracos ou algo equivalente que execute a mesma função. Ir comprar Gripens não é nenhum dos dois, pois não será barato, nem fará o mesmo que o F-35 ou caças de gerações mais baratas. Alternativa realista, existe uma e apenas uma: modernizar os F-16.
Se com condições vantajosas, te referes a benefícios para determinadas elites, assim está bem, que será a única vantagem que podem tirar. De resto, temos é que ser realistas, que não se abrem fábricas para fabricar produtos em pequeníssimas quantidades e durante um muito curto espaço de tempo. Em muitos casos, há que aceitar que vamos ser apenas compradores, porque inventar muito, dá sempre asneira (como vimos com programas no início deste milénio). Imagina se em todos os programas para as FA, seguissem esse racional... abriam 50 fábricas em Portugal para fabricar quantidades ridículas.
Um consórcio com que países então? Países sul-americanos e africanos? Antigas republicas soviéticas? É que a realidade militar da Suécia é bem diferente da nossa, não só em dimensão/tipologia do território, como orçamento e necessidades. Vários países ali ao lado deles, com "realidades" parecidas, optaram por... F-35.
Nós não temos empresas com know-how nenhum na área do desenvolvimento de caças, muito menos de 5ª/6ª geração, nem vamos encomendar os mesmos números que outros participantes em projectos multinacionais, portanto é óbvio que não vamos ter tanto "peso" num projecto desses. E num projecto com a Saab, também não vamos ter o mesmo peso (mas a necessidade de investirmos vai ser maior, do que se fosse para um projecto como o FCAS com vários países bem mais ricos a participar e a financiar tudo).
O consórcio europeu tem tanta solidez, que os italianos e britânicos, participantes no programa Eurofighter, juntaram-se para o Tempest, e a França que andava a fazer as coisas sozinha, juntou-se a outros 2 participantes do programa Eurofighter, para o FCAS.
Convém também frisar que o programa Eurofighter já decorria, e estava bem avançado, quando nós saímos do programa A400. Manter-nos neste programa, não significava que íamos entrar no programa Eurofighter (que além de caro, os restantes membros do programa não iam investir de propósito em Portugal para envolver a nossa indústria na produção de uns míseros 20).
Não é uma questão de apenas ter ou não dinheiro. É uma questão de que não vais, num país tão pequeno, conseguir ter fábricas para tudo e mais alguma coisa. Há programas de defesa onde se pode envolver a indústria nacional, pois as quantidades assim o justificam, outros não.