Então de onde depois aparecem os custos, porque do que tenho lido e ouvido é um meio caríssimo de possuir?
Convém sabermos dos factos todos para depois não termos surpresas.
É que não estou a ver alguém ter um produto que supostamente é superior em tudo e ainda o vender mais barato.
A velha máxima do "barato sai caro"...
Custos de aquisição é diferente de custos de operação. Se estavam à espera que um caça de 5ª geração, viesse a ter custos de operação equivalentes aos mais baratos caças de geração 4.5, viviam numa ilusão. Da mesma forma que os custos de manutenção e de seguradora entre um Fiat Panda e um BMW série 5, são bem diferentes.
E nem do lado americano dizem que o F-35 é barato de operar. Existe sim o potencial daquele novo motor que estão a desenvolver, traga um F-35 melhor e mais barato de operar (mas possivelmente mais caro de adquirir), sendo que se nós conseguíssemos receber desses F-35, se calhar ficávamos melhor servidos.
Quanto a novos caças europeus, não só vão demorar tempo a surgir, como, se olharmos para o Typhoon e Rafale, serão tudo menos baratos, e os custos de operação ainda são uma incógnita. O caça da Saab ainda não passa de uma intenção. Eles ainda vão ter que debater internamente se compensa os custos de fazerem tudo sozinhos.
Este sonho de que vai surgir uma opção milagrosamente mais barata, não passa disso, um sonho, exceptuando o caso do KF-21 sul-coreano (que poderá ter preços equivalentes ou ligeiramente inferiores ao F-35).
Esqueçam caças de geração 4.5, esses não vão ser dissuasor suficiente numa altura em que uma percentagem considerável de países à nossa volta começar a ter caças de 5ª geração, ou caças de 4.5 em números muito superiores. Ao menos o F-35 equilibra a balança, servindo de dissuasor.
Atirar-nos para o FCAS ou Tempest, pode não parecer má ideia, mas teria de correr tudo na perfeição, e os custos não podiam subir muito. Já sabemos o que a casa gasta, e mal o custo unitário subisse, saíamos do programa como noutros programas anteriores, e a FAP ficava pendurada.
Neste momento, o que se pede, é modernizar os F-16 PA I para V, e substituir os restantes por uns 12 F-35 por volta de 2030. Isto acabou de ficar muito mais difícil, visto que se vai comprar Super Tucanos, que afinal sendo novos, ficarão muito mais caros do que se antecipava (colocava a estimativa entre os 200 e 300 milhões), e ainda por cima querem dar-lhes todo o tipo de missões, havendo o risco dos F-16 perderem "protagonismo" e consequentemente (mais um) um corte na frota.
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Parceria com a Saab, façam-na no que se refere a radares terrestres e navais, e drones. Esqueçam os caças, e esqueçam essa ilusão que um futuro caça de 5ª ou 6ª geração desenvolvido por eles, vai ser milagrosamente mais barato que os concorrentes europeus ou americanos.
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Neste momento, é um erro é andar a torrar dinheiro a reparar e a colocar operacional tralha obsoleta (a revisão da LPM assenta em grande parte nisto). É preciso mais dinheiro para a Defesa, e é preciso começar a colmatar lacunas ASAP. Gastar centenas de milhões a polir esterco, é dinheiro muito mal gasto. Só para as VdG serão uns 120 a 140 milhões. Mas a prioridade é comprar cargueiros e aviões COIN, em vez de andar a substituir as fragatas.