O que digo é que ao invés de cobardemente os incentivarmos contra a Rússia quando sabíamos de antemão que sozinhos não teriam capacidade de resolver o assunto, cinicamente falhámos.
O apoiar a Ucrânia tem a ver com o olhar para o lado quando Putin ocupa a Crimeia com soldados que estão de férias e vão apoiar os pobres russos escravizados ?
Ou apoiaram a Ucrânia com o “olhar para o lado” de Obama quando os russos invadem o Don Bass disfarçados de patriotas ucranianos ?
O incentivo à Ucrânia tem alguma coisa a ver com os negócios sem fim feitos com os Russos e com companhias europeias com Angela Merkel, François Hollande e David Cameron alegremente a negociar com Putin ?
Carregar os russos nas palminhas das mãos, aceita-los em todo o lado, aceitar que comprassem mansões em Londres e darl-lhes títulos de Lord, fou realmente uma forma de incentivar a Ucrânia.
Para enfrentar a Rússia, se era para isso, havia que assumi-lo desde o princípio no terreno.
O problema, é que ninguém queria enfrentar a Russia, muito pelo contrário. é exactamente por isso que os governos da Europa olharam para o lado, desde o tempo em que Putin praticou atos de genocídio na Chechenia (através da Máfia do clã Khadirov, depois de ter falhado a tentativa com a Máfia do clã Madaev), até Fevereiro de 2022, altura em que toda a Europa finalmente entendeu, que não adianta colocar paninhos quentes e ceder a ditadores criminosos, tanto europeus quanto americanos, andaram com Putin nas palminhas, apararam todos os golpes, fingiram que não viam, tudo para garantir que Putin não seguia num caminho que poderia levar a um confronto aberto.
Exactamente da mesma forma que a Europa ocidental não fez nada quando Hitler violou tratados e reocupou a Renânia, da mesma forma que olhou para o lado quando a Alemanha ocupou os Sudetas, da mesma forma que não fez nada quando a Alemanha tomou toda a Checoslováquia, ou quando exigiu a devolução da faixa de Klaipeda (Memel) à Lituânia .
Quando finalmente, foi declarada guerra, também lá estavam os Lapukas de 1939, a pintar as paredes de Paris com frases como “porquê morrer por Danzig”.
Da mesma forma que os Lampukas de 2024, também os de 1939, diziam que deveríamos ter feito qualquer coisa antes, mas cobardemente não fizemos nada.Hitler e Putin agiram exactamente da mesma maneira. Ganharam força e entenderam muito, muito mal o comportamento das democracias. Tanto Hitler quanto Putin, ficaram admirados com a resposta do ocidente.
Ao nazista alemão, tinham-lhe garantido que a invasão da Polónia seria a mesma coisa que a da Checoslováquia. A França e o Reino Unido apresentavam fortes protestos e pronto, tudo seria como dantes.
O nazista russo fez a mesma coisa, acreditou nos relatórios que lhe diziam que os russos seriam recebidos como libertadores, que os países ocidentais apresentavam fortes protestos e até colocariam sanções, mas isso tudo ficava por aí.
Foram as palavras do bêbado profissional Medvedev:
«Vão ladrar muito, mas depois calam-se.»
Depois de finalmente perceberem o erro, Hitler e Putin passaram a fazer-se de vítimas.
Tanto um quanto o outro acusaram o ocidente de estar a atacar os seus respectivos países.
Tanto Hitler como Putin, passaram a ser os campeões da paz.
As democracias não vão para a guerra da mesma forma que as ditaduras.
Quem não entende as democracias, as suas vantagens e desvantagens, não percebe porque agem com o agem.
A culpa de uma guerra, é sempre de quem ataca.
Defender o contrário, é tão lógico como defender a teoria da terra plana.
No entanto, há muitos que nos asseguram que somos estupidos por acreditarmos na Fake News que diz que a terra é uma esfera ...