Coitadinha da Rússia que nenhum vizinho gosta deles, são todos uns maus e os russos uns anjinhos.
Se tivessem melhores relações com os países e povos vizinhos se calhar isto já não acontecia.
O mais engraçado, é que têm sempre a mesma narrativa, de que a NATO forçou a Ucrânia a entrar para a aliança, no entanto é a própria NATO a nunca ter dado garantias de nada quanto à sua entrada até resolverem os conflitos "internos".
Esta malta esquece-se das diferenças fundamentais entre o "expansionismo" da NATO, e o expansionismo russo. Os países que entram na NATO
pedem para entrar, já os países que a Rússia invade/inventa regiões "separatistas", não pediram nada além de paz e sossego. Até a Rússia, se quisesse, podia pedir para entrar na NATO (e qualquer dia ainda vai precisar, se as pretensões expansionistas chinesas forem apontadas aos russos, como num certo mapa que surgiu recentemente
).
Mas continuam a jogar a cartada da vítima, que a NATO, que andava em momento de desmilitarização por parte dos países europeus, e com o país "líder" e mais poderoso militarmente, a mudar o foco para o Pacífico. Realmente, era esta a suposta ameaça à Rússia. Que falta de noção.
Entretanto, gostei da comparação da Ucrânia com o Irão.
Ora, a Ucrânia é um país que procurava tornar-se mais independente da Rússia, não queria ser um estado fantoche como os vizinhos a Norte, e como tal, procurou a entrada para a NATO e UE como solução. E a Ucrânia nunca atacou ninguém entretanto (foi sim atacada). Depois temos o Irão, que é liderado por uma ditadura, que tem pretensões de atacar Israel (e admite-o em praça pública, que o seu propósito é exterminar aquele país), e já tinha um bom historial guerras com os vizinhos, e ainda financia grupos terroristas. Realmente é comparável o direito à soberania entre estes dois estados.
Mas há mais, na questão nuclear, onde ambos os países têm historial, existe uma diferença gigante: a Ucrânia
teve armas nucleares, e
abdicou delas a pedido de toda a comunidade internacional, e com isso obteve acordos de segurança (que a Rússia não cumpriu). Já o Irão,
quer ter, e não as quer para fins "benignos". Agora pergunto, se uma coisa em que toda a comunidade internacional concorda, é a não proliferação de armas nucleares, porque raio é o Irão não há-de receber sanções por ir contra este princípio? Ainda por cima sendo um país que financia grupos terroristas.
Às vezes compara-se o incomparável, sem razão nenhuma.