O Cavaco Silva tem muitos defeitos, mas a desindustrialização ocorreu por selecção natural. Por exemplo, as pescas receberam dinheiro para abaterem a frota e comprarem navios novos e mais bem equipados, mas com o dinheiro na mão, bem sei que um Mercedes ou uma vivenda ficam melhor no inventário pessoal, apesar de não produzirem nada!!!!
Eu lembro-me muito bem de entrarmos na UE em 1986 e as conservas nacionais vinham com uma chave para abrir!!!!! Tal e qual como no início do século XX!!!!!
Os Fundos Comunitários vieram supostamente para modernizarmos a nossa indústria. Nem o Cavaco nem a Europa têem culpa que os fundos servissem para tudo, menos modernizar a indústria!!!!!!
Muita da indústria que sobreviveu até 1986 vivia num circuito fechado e protegido, que até 1974 tinha um amplo mercado (Angola, Moçambique, Guiné Bissáu, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe.... e Portugal), a partir daí o mercado encolheu imenso para apenas Portugal continental + Madeira e Açores. Quando aderimos ao mercado único, muitas empresas nacionais desapareceram por clara obsolescência!
Vejam o que se passou com a toda-poderosa FNAC (a dos ar condicionado, não a francesa), que tinha o chamado Varão Vermelho, que ganhou a sua fortuna a partir do PREC e que colecciona "casos" (
https://www.cmjornal.pt/exclusivos/detalhe/barao-vermelho-com-empresa-falida);- UMM
- Farinha Amparo
- Laranjina C
- Molin
- Pasta de dentes Couto
Etc, etc......
Muitas destas empresas viviam numa redoma que começou a colapsar em 1974 (PREC, nacionalizações e independência dos territórios ultramarinhos) e levou a machadada final em 1986.
Mas depois dessa fase de desconcerto, nasceram muitas empresas nacionais que dão cartas lá fora.
Vamos ver é quantas sobrevivem a esta pandemia.
Não esqueço que em 2019, as empresas a operarem em Portugal (nacionais ou estrangeiras), exportaram qualquer coisa como 60 mil milhões de euros, praticamente o mesmo que o orçamento de estado nacional!!!!!!!!!