JNSA
Quase que se pode dizer que nada é impossível no campo das alterações, modificações e adaptações. No entanto, há uma realidade da qual não podemos sair. As João Belo voa fazer quarenta anos, e por muito bem cuidadas que tenham sido ao longo destes anos, não há milagres.
Originalmente os navios da classe “Comandant Riviere” foram construídos para transportar um grupo de 80 militares (em caso de necessidade) que seriam transportados para missões de patrulha nas várias colónias francesas, normalmente ilhas.
Claro que estes 80 militares não teriam as melhores condições, no entanto os navios tiveram essa possibilidade. As fragatas portuguesas, foram objecto de estudos para a instalação de mísseis Exocet, e também para a eventual colocação de um hangar e respectiva plataforma de pouso. Portanto, considerando os pesos das armas de 100mm e o que implicaria a construção de um hangar, não seria impossível, remover a super estrutura à popa, o canhão de 100mm e construir uma área destinada a acomodar militares, eventualmente com uma pista para um helicóptero. Tal alteração, permitiria transformar uma João Belo num navio de transporte de tropas. No entanto, o numero de militares que se poderiam transportar, provavelmente andaria pelos 250 no máximo, e mesmo assim, sem ser nas melhores condições.
Por outro lado, o desembarque dessas tropas só se poderia realizar por meio de botes “Zebro”, e por meio de quatro lanchas que se instalassem nas laterais das João Belo. Esses barcos teriam uma capacidade para 30 homens armados, no máximo.
Seria necessário estudar muito bem as alterações nas características de navegabilidade e comportamento, com que o navio ficaria. Além de lhe acrescentar espaço para acomodação, o navio necessitaria igualmente de instalações médicas, e instalações com capacidade para produzir um numero de refeições diárias muito maior (1200 refeições por dia).
Conclusão. O tempo que uma João Belo ficaria nas docas, os projectos de alteração, as provas de mar, homologações, alterações aos projectos iniciais e os imprevistos, tornariam provavelmente mais barato adquirir um navio de transporte turístico adaptado, mesmo que em segunda-mão, do que fazer “obras” num navio com quase quarenta anos.
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Cumprimentos