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Gripen sob ataque30 de outubro de 2024
Nos últimos meses o programa F-X2, que elegeu o caça Saab Gripen E para renovar a aviação de caça do país, tem sido atacado por todos os lados.
Os rumores começaram a se materializar há um ano. No final do mês de outubro de 2023, durante uma apresentação sobre planos estratégicos da FAB, apareceu um slide com o título “Projetos Futuros”. No mesmo slide, logo abaixo do título principal, apareceram as palavras “Novos Caças” entre duas fotos, uma de um Gripen E e outra um F-16. A imagem da slide foi capturada pelo nosso colega Fernando Valduga do site Cavok e está reproduzida abaixo. (...)
(...)Uma aeronave LIFT, como é o caso do M346, se torna indispensável para Forças Aéreas que optaram por caças que não possuem uma versão de conversão operacional do mesmo. O exemplo mais atual é o F-35 Lightning II. Trata-se de um dos caças mais avançados da atualidade, cujas três versões existentes são todas monopostas.
Tirar um candidato a piloto de caça do T-6 Texan II e colocá-lo direto no cockpit do F-35 parece algo impensável para a USAF. Por este motivo a USAF emprega o jato de treinamento T-38 Talon, onde o candidato a F-35 continua a desenvolver suas habilidades numa aeronave com performance mais próxima dos caças de primeira linha como o F-35. Num futuro próximo o T-38 será substituído pelo Boeing/Saab T-7 Red Hawk, mas o conceito do LIFT se manterá.
Raciocínio semelhante pode ser feito com outras forças aéreas que também empregam ou empregarão o F-35, como Itália, Grécia, Polônia, Singapura e Israel. Essas quatro forças aéreas utilizam o M346 como aeronave LIFT e são responsáveis por cerca de 80% das compras do jato até aqui. Em outras palavras, o M346 se tornou uma opção de aeronave LIFT para usuários (ou possíveis usuários) de caças F-35.
Até onde se sabe a FAB não pretende adquirir o F-35. Na verdade, o futuro da aviação de caça da FAB já foi traçado por ela mesma e ele se chama F-39 Gripen. Embora o Gripen E seja um caça monomotor, a FAB fez questão de incluir no programa o desenvolvimento do modelo biposto (Gripen F) do caça tendo como objetivo criar uma aeronave de conversão operacional, capaz também de desempenhar todas as missões do monoposto.
No futuro os candidatos a piloto de caça que deixarem as unidades dotadas de A-29 Super Tucano serão avaliados no Gripen F biposto antes de seguirem para as unidades de caça de primeira linha, num sistema de treinamento que utiliza largamente os simuladores em terra (e inclui parte das missões de conversão também no monoposto – em geral, apenas o primeiro voo de cada nova missão aprendida é realizada no biposto, na sistemática da própria FAB com o F-5EM/FM).
Aliás, a Força Aérea Francesa faz algo parecido. Os alunos do curso de caça deixam o turboélice Pilatus PC-21 e seguem direto para o Rafale biposto.
Graças à tecnologia embarcada o Gripen é uma aeronave de fácil pilotagem. O sistema de controle de voo fly-by-wire digital do caça faz boa parte do trabalho que anteriormente era todo do piloto. Ou seja, espera-se que os candidatos tenham uma adaptação mais rápida e simples às características de voo do Gripen do que tinham em relação ao F-5. (...)