Guerra contra o terrorismo

  • 832 Respostas
  • 223245 Visualizações
*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1526
  • Recebeu: 205 vez(es)
  • Enviou: 89 vez(es)
  • +264/-319
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #270 em: Janeiro 18, 2013, 07:42:31 pm »
Apesar da França ter enviado para lá tropas, verdade seja dita que não enviou um contingente em número suficiente, e como tal os outros países também se sentem relutantes a entrar, primeiro porque não têm lá interesses, segundos porque muito provavelmente os dados dos serviços secretos não tomam como muito preocupante a ameaça de radicais naquela zona ou caso contrário os próprios EUA já teriam actuado e terceiro ninguém quer arriscar perder homens sem nada em troca. A França se quer realmente ter apoio, até domingo já la devia ter 5000 homens, apoiados mais tarde por mais 2 000 a 5000. Portugal em pouco tempo enviou uma fragata para a Guiné, a França que supostamente devia ser uma potencia vai muito tremida para o local.
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11141
  • Recebeu: 2377 vez(es)
  • Enviou: 3309 vez(es)
  • +748/-1037
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #271 em: Janeiro 18, 2013, 09:42:08 pm »
O Jornal "Publico" do dia de hoje (18-01-2013) explica os interesses da França na região, o artigo é extenso por isso não o vou colar integralmente, vou só dizer o essencial que se resume a não permitir que o fundamentalismo islâmico alastre para os paises vizinhos do Mali, que esses sim interessam à França, como o Níger e a Argélia.

Os números que mostram a muito pouca importância do Mali para a França como pais, posição de riqueza por PIB (170º) num total de 192, posição como exportador para a França (165º), posição como importador da França (87º), tentativas de exploração de urânio ainda não concretizadas por empresas ocidentais.

Os paises que realmente importam:

O Níger, 4º maior produtor de urânio do mundo, fornece mais de 1/3 do urânio da França, a empresa Francesa Areva pretende ainda este ano abrir uma nova mina de exploração de urânio no Niger, será a maior de África e a 2ª maior do mundo.

Do ponto de vista da industria petrolifera Francesa, os seus interesses encontram-se na Nigéria, Angola e Mauritânia, exepto a Mauritânia os outros paises encontram-se afastados do Mali.

A Argélia, fornece 20% do gás natural da Europa.

Penso que se ataques á Argélia continuarem podem catalizar uma maior participação de paises europeus no conflito, na tv disseram que por exemplo a Itália está tão dependente do gás vindo por pipeline da Argélia, que só o ataque que aconteceu recentemente já vai obrigar a um aumento do preço do gás na Itália, Portugal também importa gás vindo por pipelines da Argélia, mas não é tão dependente pois também recebemos gás natural transportado em navios da Nigéria para Sines.
 

*

HSMW

  • Moderador Global
  • *****
  • 12798
  • Recebeu: 3121 vez(es)
  • Enviou: 7662 vez(es)
  • +822/-1355
    • http://youtube.com/HSMW
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #272 em: Janeiro 18, 2013, 11:07:14 pm »
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1526
  • Recebeu: 205 vez(es)
  • Enviou: 89 vez(es)
  • +264/-319
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #273 em: Janeiro 18, 2013, 11:40:46 pm »
Citação de: "Lightning"
O Jornal "Publico" do dia de hoje (18-01-2013) explica os interesses da França na região, o artigo é extenso por isso não o vou colar integralmente, vou só dizer o essencial que se resume a não permitir que o fundamentalismo islâmico alastre para os paises vizinhos do Mali, que esses sim interessam à França, como o Níger e a Argélia.

Os números que mostram a muito pouca importância do Mali para a França como pais, posição de riqueza por PIB (170º) num total de 192, posição como exportador para a França (165º), posição como importador da França (87º), tentativas de exploração de urânio ainda não concretizadas por empresas ocidentais.

Os paises que realmente importam:

O Níger, 4º maior produtor de urânio do mundo, fornece mais de 1/3 do urânio da França, a empresa Francesa Areva pretende ainda este ano abrir uma nova mina de exploração de urânio no Niger, será a maior de África e a 2ª maior do mundo.

Do ponto de vista da industria petrolifera Francesa, os seus interesses encontram-se na Nigéria, Angola e Mauritânia, exepto a Mauritânia os outros paises encontram-se afastados do Mali.

A Argélia, fornece 20% do gás natural da Europa.

Penso que se ataques á Argélia continuarem podem catalizar uma maior participação de paises europeus no conflito, na tv disseram que por exemplo a Itália está tão dependente do gás vindo por pipeline da Argélia, que só o ataque que aconteceu recentemente já vai obrigar a um aumento do preço do gás na Itália, Portugal também importa gás vindo por pipelines da Argélia, mas não é tão dependente pois também recebemos gás natural transportado em navios da Nigéria para Sines.

Concordo, se o mal chegar à Argélia ou à vizinhança (que diga-se de passagem já tem problemas disso embora a uma escala menor) a europa mexe o cu. E a Itália será a primeira a chegar-se à frente porque depende imenso da Argélia em termos energéticos.
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18753
  • Recebeu: 5734 vez(es)
  • Enviou: 6250 vez(es)
  • +7296/-9752
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #274 em: Janeiro 19, 2013, 10:49:31 am »
A GUERRA NO MALI


O país é um Eldorado de urânio, ouro, petróleo e minerais estratégicos


por R. Teichman


O governo francês declarou que "enviaria 2500 soldados para apoiar a tropa do governo do Mali no conflito contra rebeldes islâmicos. A França já deslocou cerca de 750 soldados para o Mali e aviões franceses chegaram a Bamako na manhã de terça-feira ...
Continuaremos a instalação de forças no terreno e no ar ...
Temos um objetivo. Assegurar que quando deixarmos (o país), quando finalizarmos nossa intervenção, o Mali está seguro, tem autoridades legítimas, um processo eleitoral e não há mais terroristas a ameaçar o seu território". [1]

Assim, esta é a narrativa oficial da França e daqueles que a apoiam. E naturalmente isto é amplamente relatado na mídia oficial.

A França é apoiada por outros membros da OTAN. O secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, confirmou que os EUA estavam fornecendo inteligência às forças francesas no Mali. [2] O Canadá, a Bélgica, a Dinamarca e a Alemanha também apoiaram publicamente a incursão francesa, prometendo apoio logístico no esmagamento dos rebeldes. [3]

Se acreditarmos nesta narrativa seremos enganados mais uma vez acerca das razões reais. Uma olhadela nos recursos naturais do Mali revela do que realmente se trata.

Recursos naturais do Mali [4]

Ouro: O Mali é o terceiro maior produtor da África, com exploração em grande escala em andamento. O país é famoso pelo seu ouro desde os dias do grande Império Maliano. Na peregrinação a Meca do Imperador Kankou Moussa, em 1324, a sua caravana transportava mais de 8 toneladas de ouro! O Mali portanto tem sido um país mineiro durante mais de meio milênio.

Atualmente há sete minas de ouro em operação no Mali, as quais incluem: Kalana e Morila no Sul do país, Yatela, Sadiola e Loulo no Ocidente, e minas que recentemente recomeçaram a produzir, nomeadamente Syama e Tabakoto. Projetos de exploração avançada incluem: Kofi, Kodieran, Gounkoto, Komana, Banankoro, Kobada e Nampala.

Urânio: sinais encorajadores e exploração em plena atividade. A exploração está sendo executada por várias companhias com indicações claras de depósitos de urânio. O potencial de urânio localiza-se na área de Falea, a qual abrange 150 km2 da bacia Falea-Guiné do Norte, uma bacia sedimentar neoproterozóica assinalada por anomalias radiométricas significativas. Pensa-se que o potencial de urânio em Falea é de 5000 toneladas. O Projecto Kidal, na parte Nordeste do Mali, com uma área de 19.930 km2, abrange uma grande província geológica cristalina conhecida como L'Adrar Des Iforas. O urânio potencial no depósito Samit, só na região de Gao, é estimado em 200 toneladas.

Diamantes: O Mali tem potencial para desenvolver sua exploração de diamantes. Na região administrativa de Kayes (Região mineira 1), foram descobertos trinta (30) filões quimberlíticos dos quais oito mostram traços de diamantes. Cerca de oito pequenos diamantes foram encontrados na região administrativa Sikasso (Sul do Mali).

Pedras preciosas:
-Círculo de Nioro e Bafoulabe: Granadas e minerais magnéticos raros
-Círculo de Bougouni e Bacia Faleme: Pegmatita
-Le Gourma: granadas e corindons
-L'Adrar des Ilforas: pegmatita e minerais em metamorfose
-Zona Hombori Douentza: quartzo e carbonatos

-Minério de ferro e manganês: Recursos significativos mas ainda não explorados. Segundo estimativas o Mali tem mais de 2 milhões de toneladas de reservas potenciais de minério de ferro localizadas nas áreas de Djidian-Kenieba, Diamou e Bale.
-Bauxita: as reservas são estimadas em 1,2 milhão de toneladas, localizadas em Kita, Kenieba e Bafing-Makana. Traços de manganês foram encontrados em Bafing-Makana, Tondibi e Tassiga.
-Depósitos de rocha calcárea: 10 milhões de toneladas est. (Gangotery), 30 milhões est. (Astro) e Bah El Heri (Norte de Goundam) 2,2 milhões de toneladas est.
-Cobre: potencialidades em Bafing Makan (Região Ocidental) e Ouatagouna (Região Norte)
-Mármore: Selinkegny (Bafoulabe) 10,6 MT de reservas estimadas e traços em Madibaya
-Gesso: Taoudenit (35 MT est.), Indice Kereit (Nord de Tessalit) 0,37 MT est.
-Caulim: Potential de reservas estimadas (1MT) localizado em Gao (Região Norte)
-Fosfato: Reserva localizada em Tamaguilelt, produção de 18 mil t/ano e um potencial estimado de 12 milhões de toneladas. Há quatro outros depósitos potenciais no Norte, de 10 milhões de toneladas.
-Chumbo e zinco: Tessalit na Região Norte (1,7 MT de reservas estimadas) e traços em Bafing Makana (Região Ocidental) e Fafa (Norte)
-Lítio: Indicações em Kayes (Região Ocidental) e potencial estimado de 4 milhões de toneladas em Bougouni (Região Sul)
-Xisto betuminoso: Potencial estimado em 870 milhões de toneladas, indicações encontradas em Agamor e Almoustrat na Região Norte.
-Linhita: Potencial estimado em 1,3 milhão de toneladas, indicações encontradas em Bourem (Região Norte)
-Sal gema: Potencial estimado de 53 milhões de toneladas em Taoudenni (Região Norte)
-Diatomite: Potencial estimado de milhões de toneladas em Douna Behri (Região Norte)

O potencial petrolífero do Mali já atrai interesses significativos de investidores

O potencial petrolífero do Mali tem sido documentado desde a década de 1970 quando pesquisa sísmica e perfurações esporádicas revelaram indicações prováveis de óleo. Com o crescente preço mundial dos recursos de petróleo, o Mali avançou a sua promoção e pesquisa para a exploração, produção e potencial exportação do petróleo. O Mali também poderia proporcionar uma rota de transporte estratégica para as exportações de petróleo e gás subsaarianas para o Ocidente e há a possibilidade de conectar a bacia Taoudeni ao mercado europeu através da Argélia.

Já começaram trabalhos de reinterpretação de dados geofísicos e geológicos efetuados anteriormente, centrando-se em cinco bacias sedimentares no Norte do país incluindo: Taoudeni, Tamesna, Ilumenden, Ditch Nara e Gao.

Isso é o que há

Não importa o que seja dito nas mídias oficiais: o objetivo desta nova guerra não é outro senão despojar mais um país dos seus recursos naturais, assegurando o acesso aos mesmos das corporações internacionais. O que está sendo feito agora no Mali através de bombas e balas está a senso à Irlanda, Grécia, Portugal e Espanha através da escravização pela dívida.

O povo sofre e morre

O Guardian informou há dois dias [5] :

"O custo humano ainda não foi calculado, mas um comunicado lido na televisão do estado sábado passado diz que pelo menos 11 malianos foram mortos em Konna.

"Sory Diakite, o presidente da municipalidade de Konna, afirma que entre os mortos havia crianças afogadas depois de se lançarem a um rio numa tentativa de escapar às bombas.

"Outros foram mortos nos pátios das suas casas, ou fora delas. O povo tentava fugir à procura de refúgio. Alguns afogaram-se no rio. Pelo menos três crianças lançaram-se ao rio. Tentavam nadar para o outro lado. E tem havido danos significativos da infraestrutura", disse o presidente, que fugiu da cidade com a sua família e agora está em Bamako".

Quem sabe qual será hoje o total de mortes?

Deus ajude o povo de qualquer país com recursos naturais a serem explorados.


Notas:
[1] [2] [3] http://rt.com/news/france-mali-french-troops-006/
[4] Toda a informação é extraída de Le Journee Miniere et Petrolieres du Mali (informação do governo) http://www.jmpmali.com/html/miningandpetroleum.html
[5] http://www.guardian.co.uk/world/2013/ja ... tervention

O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/the-war-on ... ow/5319093
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11141
  • Recebeu: 2377 vez(es)
  • Enviou: 3309 vez(es)
  • +748/-1037
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #275 em: Janeiro 19, 2013, 01:51:46 pm »
Esse texto para mim é deturpar a verdade, actualmente já são as empresas ocidentais que exploram essas minas, o que teriam a ganhar em "inventar" uma guerra? Ou um pais pobre como o Mali não pode vender as riquezas que o pais possui? Os paises do golfo pérsico, Venezuela, Nigéria, etc não vende petróleo? A África do Sul não vende ouro? A Russia e a Argélia não vendem gás natural?

Isto é sempre o mesmo complexo, anti-americano, agora transformado em, anti-ocidental de um modo geral. A Argélia também foi atacada pelos fundamentalistas islâmicos e retaliou, a operação de resgate não correu lá muito bem é verdade mas também não é disso que quero falar, e agora a Argélia também é má? Ou só os Franceses é que são maus porque foram apoiar um pais que não tem capacidade militar para controlar o seu territorio com os seus próprios meios?

O que muita gente deve estar frustada, é por os Franceses, até agora, não estarem a criar confusões com a população local como os Americanos fizeram no Iraque, mas já sei que vão dizer que os Malianos que aparecem nas noticias a agradecer a presença Francesa são controlados pelo regime, etc.
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21611
  • Recebeu: 2679 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1194/-1509
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #276 em: Janeiro 19, 2013, 02:27:13 pm »
Assalto final na Argélia e Reuters fala num português libertado


As forças especiais argelinas parecem ter lançado o assalto final à central de gás em In Amenas, unidade tomada desde quarta-feira por um grupo armado que ainda mantinha um número indeterminado de reféns. Segundo a Reuters, foram libertados 16 estrangeiros entre os quais um português.

As forças especiais do exército argelino descobriram nas últimas horas cadáveres de 15 reféns e terroristas na central de gás em In Amenas.

Segundo o jornal Ennahar, entre os corpos, estão tanto raptores como reféns, não avançando detalhes.

Os cadáveres estarão calcinados e foram descobertos entre a noite de sexta-feira e a manhã de hoje.

Os últimos dados oficiais, conhecidos durante a noite, apontavam para a morte de 12 reféns e de 18 terroristas, no entanto, cerca de 30 reféns estrangeiros permanecem dentro do complexo de produção de gás.

Os terroristas avançam números diferentes e dizem que são sete os reféns de nacionalidade não argelina.

Um grupo de homens armados atacou na quarta-feira a central de gás - que a empresa britânica BP explora juntamente com a norueguesa Statoil e a argelina Sonatrach - em In Amenas, no sudeste da Argélia, e sequestrou um número indeterminado de reféns argelinos e estrangeiros.

A situação é confusa na central, onde o exército argelino continua a operação que começou há dois dias para tentar resgatar os reféns que continuam retidos, com números não confirmados sobre baixas entre os sequestrados argelinos e estrangeiros.

Lusa
 

*

typhonman

  • Investigador
  • *****
  • 5146
  • Recebeu: 743 vez(es)
  • Enviou: 1637 vez(es)
  • +8537/-4167
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #277 em: Janeiro 19, 2013, 03:46:27 pm »
Citação de: "Lightning"
Esse texto para mim é deturpar a verdade, actualmente já são as empresas ocidentais que exploram essas minas, o que teriam a ganhar em "inventar" uma guerra? Ou um pais pobre como o Mali não pode vender as riquezas que o pais possui? Os paises do golfo pérsico, Venezuela, Nigéria, etc não vende petróleo? A África do Sul não vende ouro? A Russia e a Argélia não vendem gás natural?

Isto é sempre o mesmo complexo, anti-americano, agora transformado em, anti-ocidental de um modo geral. A Argélia também foi atacada pelos fundamentalistas islâmicos e retaliou, a operação de resgate não correu lá muito bem é verdade mas também não é disso que quero falar, e agora a Argélia também é má? Ou só os Franceses é que são maus porque foram apoiar um pais que não tem capacidade militar para controlar o seu territorio com os seus próprios meios?

O que muita gente deve estar frustada, é por os Franceses, até agora, não estarem a criar confusões com a população local como os Americanos fizeram no Iraque, mas já sei que vão dizer que os Malianos que aparecem nas noticias a agradecer a presença Francesa são controlados pelo regime, etc.

Ora bem...


Já mete nojo essa dos "interesses", se forem ler a coluna do avante sobre a operação no Mali, dizem exactamente o mesmo...
 

*

HSMW

  • Moderador Global
  • *****
  • 12798
  • Recebeu: 3121 vez(es)
  • Enviou: 7662 vez(es)
  • +822/-1355
    • http://youtube.com/HSMW
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #278 em: Janeiro 19, 2013, 05:40:19 pm »
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21611
  • Recebeu: 2679 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1194/-1509
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #279 em: Janeiro 21, 2013, 10:23:37 am »
Crise dos reféns acaba com 55 mortos


O sequestro no campo de exploração de gás de In Amenas, na Argélia, terminou com a morte de 23 reféns estrangeiros e argelinos e de 32 raptores, segundo o balançao divulgado pelas autoridades argelinas.

Centenas de argelinos e dezenas de estrangeiros foram feitos reféns na quarta-feira, no campo de exploração de gás natural de In Aménas, 1300 quilómetros a sudeste de Argel.

O alegado chefe dos raptores, Abdelrahmane, conhecido como "o nigeriano", terá ameaçado fazer explodir os reféns se o exército se aproximasse demasiado, segundo uma gravação audio divulgada pela agência de notícias mauritânia ANI. A gravação terá sido feita na quinta-feira, depois do primeiro assalto do exército argelino.

"Alguns reféns ainda estão vivos e estão retidos por alguns dos nossos irmãos no campo de gás, que Alá seja louvado", afirmou "o nigeriano", segundo a tradução do SITE, o centro norte-americano de vigilância de sites islamitas. "Por Alá, vamos fazê-los explodir se o exército argelino se aproximar de nós", alertou.

As forças argelinas empreenderam o assalto final no sábado, tendo sete dos reféns sito executados pelos terroristas. Vários sobreviventes tinham contado que os reféns tinham sido envoltos em explosivos e colocados em camiões armadilhados.

Segundo o balanço provisório do Ministério do Interior, as forças especiais do exército argelino, que lançaram uma operação na quinta-feira, libertaram 685 funcionários argelinos e 107 cidadãos estrangeiros e mataram 32 raptores, membros do grupo "Signatários pelo Sangue", com alegadas ligações à Al-Qaida e liderado pelo argelino Moktar Belmokhtar. Um dos seus tenentes é precisamente Abdelrahmane.

Além dos 21 reféns mortos no cativeiro, duas pessoas - um argelino e um britânico - foram assassinadas num ataque contra um autocarro que transportava trabalhadores do campo. O ataque, perpetrado pelo mesmo grupo islamita, ocorreu antes do início da tomada de reféns.

O Ministério do Interior argelino não revelou a identidade dos reféns. Contudo, França, Estados Unidos, Roménia e Reino Unido já confirmaram a morte de seus concidadãos.

Os raptores apresentaram a tomada de reféns como uma resposta a uma intervenção militar francesa no Mali, que beneficiou do apoio logístico de Argel.

DN
« Última modificação: Janeiro 21, 2013, 01:41:30 pm por Lusitano89 »
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 7566
  • Recebeu: 1002 vez(es)
  • +4700/-895
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #280 em: Janeiro 21, 2013, 12:55:47 pm »
Realmente já mete impressão. Sempre que há uma intervenção qualquer, seja ela a que for, mesmo que seja para salvar reféns ou para evitar que criminosos controlem um país, é logo descoberto petroleo, urânio, ouro, gás natural e por aí fora.

Então havia petroleo no Mali e quando era lógico investir ali, quando os árabes começaram a aumentar o preço, ninguém se lembrou de ir lá busca-lo ?  :shock:
É incrivel.  :roll:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21611
  • Recebeu: 2679 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1194/-1509
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #281 em: Janeiro 23, 2013, 08:40:11 pm »
Guerra no Mali já custou à França cerca de 30 Milhões de €€€


A intervenção militar que a França iniciou há doze dias contra grupos islamitas no Mali já custou cerca de 30 milhões de euros, anunciou hoje o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian.
 
"A operação mais cara para nós, até ao momento, tem sido a operação de logística, de transporte," explicou o governante à comunicação social francesa.
 
De acordo com Jean-Yves Le Drian, a intervenção francesa no Mali já terá custado algo como "30 milhões de euros", uma estimativa que ainda é provisória.
 
O governante lembrou que são disponibilizados anualmente ao Ministério da Defesa francês "630 milhões de euros para operações externas", pelo que, garantiu, o seu ministério "não está com dificuldades de tesouraria".
 
Jean-Yves Le Drian escusou-se a precisar se a França prevê reforçar o contingente de militares destacados no Mali, atualmente fixado em 2300 homens.
 
"Talvez esse número possa mudar. Talvez, em algum momento, também possa ser reduzido", afirmou, vincando que a França "não tem vocação para permanecer para sempre" no Mali.
 
O ministro da Defesa francês adiantou que as mais recentes incursões da aviação francesa em território maliano visaram "um conjunto de alvos em Gao e Timbuctu, depósitos de combustível e de munição, e campos de treino", entre outros, de forma a evitar que os grupos islamistas se reorganizem.
 
"Nunca imaginámos uma operação relâmpago. Todos os esforços que estamos a levar a cabo visam estabelecer as condições para que a MISMA [missão internacional de apoio ao Mali] possa cumprir com a missão que lhe foi entregue pela Nações Unidas".
 
A Misma é esperada no Mali para revezar os militares franceses que combatem, desde 11 de janeiro, com o apoio dos soldados malianos, os grupos islamitas armados do Norte.

Lusa
 

*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1526
  • Recebeu: 205 vez(es)
  • Enviou: 89 vez(es)
  • +264/-319
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #282 em: Janeiro 24, 2013, 07:01:54 pm »
Pudera... a enviarem a logística e tropas exclusivamente por via aérea seria mais que natural que os custos fossem elevados. Porque não enviam o porta-aviões para a costa do Senegal? Ficaria provavelmente mais barato do que andar a enviar tudo aos bochechos.
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21611
  • Recebeu: 2679 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1194/-1509
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #283 em: Janeiro 26, 2013, 09:11:23 pm »
"Africanistão" ganha forma




Do Atlântico ao Mar Vermelho, estende-se por África uma faixa de mais de 5.000 quilómetros semidesérticos de pouca gente e um número crescente de problemas.
O Sahel, a margem sul do grande deserto do Saara, é por estes dias palco de uma nova frente de guerra entre o Ocidente e o Islão radical, à medida que os drones norte-americanos levam a melhor no Iémen e na fronteira afegano-paquistanesa. O novo epicentro da luta é agora o Mali, onde este mês interveio a França contra uma frágil coligação entre separatistas tuaregues e extremistas afectos à al-Qaeda.

Mas a história faz-se de outros datas e locais. A guerra civil na Argélia, travada entre 1991 e o início da década passada entre o regime militar apoiado por Paris e o partido islamista que tinha vencido as primeiras eleições multipartidárias da antiga colónia francesa, foi uma escola para mujahedines de todo o mundo – como foi o conflito entre afegãos e soviéticos nos anos 80. Um dos seus formandos foi Mokhtar Belmokhtar, suposto líder da acção terrorista que vitimou pelo menos 67 pessoas na semana passada na refinaria de In Amenas, leste da Argélia.

O combatente, que também tem uma passagem pelo Afeganistão no currículo, alinhou no GIA (Grupo Islâmico Armado que combateu o regime argelino) e foi posteriormente um destacado líder do Grupo Salafista para a Prédica e o Combate e da filial magrebina da al-Qaeda (a AQMI).

Belmokhtar chegou a ser declarado «emir do Sahel» pelos aliados de Osama Bin Laden, mas acabaria afastado da AQMI após uma luta interna pelo poder. Agora lidera o seu próprio grupo, mas continua a combater pela mesma causa que une radicais de várias proveniências no norte do Mali, e foi na Argélia que o extremista e destacado contrabandista saariano lançou a primeira grande acção de represália pela acção francesa.

Outros o seguirão. Nos fóruns online dos extremistas islâmicos e dos candidatos a mujahedines, a intervenção gaulesa no Mali teve o efeito de virar as atenções dos radicais para a luta entre os defensores da charia, que vigora agora em Timbuctu e Gao, e os «cruzados». Onde antes dominavam as discussões sobre a Síria (onde continuam a chegar voluntários árabes, chechenos e paquistaneses), ganham agora destaque os artigos e as imagens provenientes do Sahel, o que poderá atrair combatentes estrangeiros para o terreno. Nos mesmos fóruns, Argélia, Marrocos e Mauritânia são apontados como países «traidores» da causa muçulmana em África e como potenciais alvos de represálias.

Mas é França quem está no topo da "lista negra" dos salafistas virtuais. De resto, sucedem-se as ameaças de um «11 de Setembro» em Paris como o que foi tentado em 1994, quando radicais argelinos tomaram um avião da Air France para tentar despenhá-lo contra a torre Eiffel – as autoridades gaulesas travaram a operação em Marselha.

Da Mauritânia à Eritreia, o "Africanistão"

No crescente conflito regional entra também a Mauritânia, onde a ameaça da al-Qaeda foi mediatizada em 2008 com o cancelamento da edição daquele ano do rali Dakar. O exército local, treinado por franceses e norte-americanos, é dos mais habilitados da região. Tem perseguido com relativo sucesso os rebeldes na sua parcela do Saara e travou vários planos de ataque à capital Nouakchott. É também na Mauritânia que está o que se suspeita ser o órgão oficial dos extremistas da região – a agência noticiosa independente ANI, que relatou com surpreendente precisão a operação de Belmokhtar em In Amenas.

A norte, em Marrocos, está um dos centros de recrutamento para a jihad no Mali. Nos últimos meses, a organização extremista Ansar Achariaa foi alvo de operações policiais que comprovaram ligações tanto à AQMI como ao Ansar Dine, outro grupo radical.

A leste do Mali, prossegue no Níger a aliança instável e intermitente entre a al-Qaeda e os tuaregues. Foi às portas da capital Niamey que, em 2008, Belmokhtar sequestrou um enviado das Nações Unidas.

A norte do Níger, na Líbia, a queda do regime ditatorial de Muammar Kadhafi desatou as mãos aos extremistas locais e provocou uma sangria de armamento e mercenários para os países vizinhos.

No Chade e no Sudão, sem mão aparente da al-Qaeda, o Sahel continua a sangrar com o conflito entre negros e árabes instrumentalizados pelos regimes dos dois países. No extremo leste desta faixa semidesértica atingida pela guerra, a fome e a falta de água, a Eritreia foi notícia na segunda-feira por uma tentativa frustrada de golpe militar.

SOL
 

*

mafets

  • Investigador
  • *****
  • 8865
  • Recebeu: 3372 vez(es)
  • Enviou: 1016 vez(es)
  • +4069/-6530
Re: Guerra contra o terrorismo
« Responder #284 em: Janeiro 27, 2013, 07:34:46 pm »
O debate aqui presente lembra-me uma célébre intervenção norte-americana na Somália...

Se o Mundo soubesse o que sabe hoje a propósito dos acontecimentos no "corno de Africa" e nas regiões adjacentes como o Yemen, etc, do mais ferrenho marxista-leninista ao mais conservador capitalista, todos tinham aplaudido de pé a entrada das tropas norte-americanas em Mogadiscio e tinha-se assistido a um engarrafamento no Mar-Vermelho tantos eram os paises a enviar LST, LPD e LHA carregadinhos  de fuzileiros prontos a desembarcar... :mrgreen:

Não será para evitar os erros do passado que desde Antonovs a C17, todos aparecem a descarregar tropas e material frances em Bamako?

Votos de boa noite a todos
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/