É curioso que há uns anos só se falava em MRAP e agora é em viaturas ultra ligeiras, a indústria não pára
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Os Fuzos (tal como os Paras e acho que os Comandos) tem ambição de operações de nivel companhia, e pode haver situações em que transportar veículos Vamtac para o TO pode não ser possível, como no caso de operações da FRI, e para estas forças acho que as Polaris são pequenas (eu sei que os Royal Marines andam a equipar com elas), um veículo que me parece mais vocacionado para estas forças pode ser o ISV, um veículo ligeiro feito a partir do chassis de uma pick-up que os americanos vão equipar as 82a e 101a Divisões Aerotransportadas, é um veículo que cabe dentro de C-130, Chinook, e pode ser transportado em carga suspensa por Black Hawk, capacidade máxima de transporte de 9 militares.
Mas mesmo assim para os nossos fuzos pode ser "pesado" demais, pois o lynx não o consegue transportar...
Mas poderia ser uma viatura interessante para equipar uma companhia que estivesse na FRI, não seria preciso ter para todos.
Também não nos podemos esquecer que existem os Land Rover Comando que são mais ou menos parecidos com a viatura que referi.
PS: não sei qual é a ideia por trás de tudo isto, sem blindagem, viaturas rápidas, forças dispersas, será que é para esconder/escapar aos drones?
O uso de viaturas tácticas não blindadas já acontecia antes, inclusive em Portugal:
https://www.operacional.pt/as-fav-dos-para-quedistas-portugueses/E a questão resume-se à necessidade de ter diferentes tipos de veículos para conseguir responder a todas as necessidades, já que não há uma versão/modelo que faça tudo bem. Vais ver o Exército Alemão, e aquilo é uma mistela de viaturas tácticas blindadas e não blindadas.
Uma viatura não blindada tem a vantagem de ser mais leve, de consumir menos combustível, mais fácil de transportar, de ser mais fácil de trabalhar nela e de se resolver problemas durante a missão (veículo atolado na lama por exemplo). Para estas vantagens, abdica da protecção, algo que dependendo da missão, pode ser tolerável ou não.
Não me parece que faça sentido limitar os Fuzileiros a uma "doutrina" de leveza, pois irão surgir missões onde vão desejar ter acesso a viaturas com alguma protecção.
Uma mudança de doutrina dos Fuzileiros tão radical, para mim só se justificaria se a ideia fosse fazer algo similar ao que o USMC está a fazer para operar no Pacífico, ou seja dando primazia a operações em ilhas, em vez de operações anfíbias clássicas. Por cá não é carne nem peixe, não havendo grande reforço de nenhuma das doutrinas, apenas uma ligeirização de uma força que já era bastante ligeira.