Os Crossover têm que ser capazes de transportar todos os meios do Corpo de Fuzileiros Holandês.
Não esquecendo que para eles, nunca será navio único. No nosso caso, com um LPD, seria um navio único, que transporta "muita" gente, que por sua vez continua a ser pouco para uma operação de média/grande envergadura. Há quem sonhe que um único navio daqueles faz milagres, mas não, seriam precisos no mínimo 3, dos quais 2 deles conseguiriam estar disponíveis em simultâneo (3º em manutenção), para que ou desembarques logo 1000 homens de uma vez e respectivo equipamento, ou desembarques 500 numa primeira vaga, depois este navio volta para casa para ir buscar mais "tralha", enquanto vem o segundo desembarcar a segunda vaga, e por aí fora. Agora imaginem fazer isso sem escoltas modernas, nem capacidade de sustentar a força desembarcada, ou garantir a sua defesa contra ameaças (nomeadamente aéreas).
Dito isto...
Bem vindos a era das Bimby(crossover).
Os Cross, para os Fuzileiros já dava e bem, não dava era para desembarcar um exército de CC, artilharia pesada etc nas praias de Angola ou Guiné para salvar......nada, Só se fossem a um churrasco no Mussulo com altas entidades locais e malta da cena vip
Um par de Crossover chegava perfeitamente, para uma força de Fuzileiros de número reduzido. Não só chega para as funções que os Fuzos teriam, como é irrealista achar que se vai transportar a BrigMec ou a BrigInt para um mega desembarque onde quer que seja, quando estas forças nem uns míseros sistemas SHORAD têm, que viabilizem minimamente a sua operação em ambiente potencialmente hostil.
Quem diz Crossover, diz um LPD mais pequeno, ou como já disse, os LSTs, que seriam o "substituto espiritual" das LDG, com a vantagem que são navios muito mais capazes e versáteis, e com uma guarnição minimalista. Ora estes últimos, capazes de transportar 200 Fuzileiros (na versão de 100 metros) e 300+ (na versão de 120 metros), encaixavam que nem uma luva. Com o acréscimo que faziam muito mais sentido, do que usar um navio de 160 metros, e com uma guarnição de perto de 150, para desembarcar pacotes de leite e bilhas de gás numa ilha.
Os Crossover favorecem uma doutrina mais leve e de "reacção rápida" dos Fuzileiros, por serem consideravelmente mais rápidos que qualquer outro navio anfíbio, serem mais armados, terem melhores sensores, e podendo desempenhar outras missões como combate à pirataria, recorrendo ao uso de CB-90 ou similar. O poder de choque seria tremendo. A acrescentar que, este tipo de navio, não impedia de forma alguma a que os Fuzos viessem a ter ST5 ou até uns ACV.
Os LST seria semelhante, excepto na parte da velocidade e poder de fogo. Transportam mais que os XO, e são mais baratos que as alternativas típicas, e possuem uma guarnição muitíssimo menor, permitindo ter não 1 (LPD) mas sim 2 ou até mais navios (LST). Acrescentar que, tal como no exemplo dado acima do transporte de pacotes de leite e bilhas de gás, é também uma forma muito mais "cost effective" de treinar, já que para treinar o desembarque de algumas dezenas/uma centena de Fuzos, não é necessário um mega navio, caro e com uma guarnição enorme.
Perante estas duas opções, é escolher. A doutrina dos Fuzos, podendo ser modernizada para meios mais racionais para uma unidade ligeira, como também o são os Comandos e Paraquedistas, sem estar limitada pela falta de um meio de desembarque decente.
Agora é deixarem-se de pensar como 8 ou 80. Porque passamos do LPD, navio grande para 500 Fuzileiros e Pandur e afins, para transportar viaturas leves em helicóptero por falta de LPD, como se não houvesse nenhuma alternativa intermédia no mercado que safe.