Cómico mas não tanto. Os Russos e os Cubanos faziam o possível para aumentar artificialmente a dívida de guerra de Angola à URSS, inutilizando material e obrigando à compra de material desnecessário. Quando era preciso fazer a manutenção de, por exemplo, a caixa de velocidades de um camião os mecânicos russos ou cubanos substituíam toda a caixa de velocidades ou pura e simplesmente mandavam o camião para a sucata. Agora imaginem isto aplicado não só a camiões, mas também blindados, tanques, artilharia, helicópteros, aviões e o que fosse. Desta forma, a dívida de Angola para com a URSS tornou-se astronómica. Sabem daqueles depósitos de aviões da Força Aérea e da Marinha dos EUA no deserto? Milhares e milhares de aviões e helicópteros em áreas vastíssimas? Em Angola há vários desses, da mesma dimensão mas de material do Exército Angolano inutilizado, em grande parte propositadamente pelos Russos e pelos Cubanos. O esquema acabou por ser conhecido dos Sul-Africanos, que subornaram gente das FAs angolanas para levarem para a África do Sul material que tinha sido dado de baixa mas que estava em boas condições. Em 1989, alguns pilotos angolanos foram presos e fuzilados por terem levado alguns Mi-8 para a África do Sul.
Não menos cruel foi esta parte do esquema Russo-Cubano: os Noratlas ex-FAP deixados em Luanda aquando da independência foram destruídos pelos Cubanos em "aterragens de emergência" para obrigar Angola a comprar Antonovs. Como o Noratlas tinha o cockpit numa posição alta e segura, os pilotos cubanos perceberam que não corriam perigo ao despenharem os aviões (alguns foram mesmo ao lado do Aeroporto de Luanda). Uma barbaridade que nem sequer era necessária, porque os Noratlas estavam em fim de vida, e Angola teria na mesma de comprar aviões novos para os substituir. Não é por acaso que os Angolanos, mesmo os do MPLA, depressa começaram a odiar os "camaradas" Russos e Cubanos.
Como disse, cómico mas não tanto.
JQT