Novos Blindados para o Exército

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JQT

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Limpa-neves em Angola
« Responder #105 em: Maio 11, 2004, 11:12:20 pm »
Cómico mas não tanto. Os Russos e os Cubanos faziam o possível para aumentar artificialmente a dívida de guerra de Angola à URSS, inutilizando material e obrigando à compra de material desnecessário. Quando era preciso fazer a manutenção de, por exemplo, a caixa de velocidades de um camião os mecânicos russos ou cubanos substituíam toda a caixa de velocidades ou pura e simplesmente mandavam o camião para a sucata. Agora imaginem isto aplicado não só a camiões, mas também blindados, tanques, artilharia, helicópteros, aviões e o que fosse. Desta forma, a dívida de Angola para com a URSS tornou-se astronómica. Sabem daqueles depósitos de aviões da Força Aérea e da Marinha dos EUA no deserto? Milhares e milhares de aviões e helicópteros em áreas vastíssimas? Em Angola há vários desses, da mesma dimensão mas de material do Exército Angolano inutilizado, em grande parte propositadamente pelos Russos e pelos Cubanos. O esquema acabou por ser conhecido dos Sul-Africanos, que subornaram gente das FAs angolanas para levarem para a África do Sul material que tinha sido dado de baixa mas que estava em boas condições. Em 1989, alguns pilotos angolanos foram presos e fuzilados por terem levado alguns Mi-8 para a África do Sul.

Não menos cruel foi esta parte do esquema Russo-Cubano: os Noratlas ex-FAP deixados em Luanda aquando da independência foram destruídos pelos Cubanos em "aterragens de emergência" para obrigar Angola a comprar Antonovs. Como o Noratlas tinha o cockpit numa posição alta e segura, os pilotos cubanos perceberam que não corriam perigo ao despenharem os aviões (alguns foram mesmo ao lado do Aeroporto de Luanda). Uma barbaridade que nem sequer era necessária, porque os Noratlas estavam em fim de vida, e Angola teria na mesma de comprar aviões novos para os substituir. Não é por acaso que os Angolanos, mesmo os do MPLA, depressa começaram a odiar os "camaradas" Russos e Cubanos.

Como disse, cómico mas não tanto.

JQT
 

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dremanu

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« Responder #106 em: Maio 11, 2004, 11:17:34 pm »
Uau...Absurdamente triste! E depois ainda se queixavam dos Portuguêses, incrível! Agora têm gente a morrer à fome, andam desesperados, e onde está a ajuda dos camaradas....
« Última modificação: Maio 11, 2004, 11:39:17 pm por dremanu »
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Fábio G.

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« Responder #107 em: Maio 11, 2004, 11:35:19 pm »
Citação de: "JQT"
Não é por acaso que os Angolanos, mesmo os do MPLA, depressa começaram a odiar os "camaradas" Russos e Cubanos.


Neste caso e sem querer ofender os angolanos até tenho bons amigos angolanos, mas "Santa ignorância angolana".

Se deixaram ir tanto material para a sucata quer dizer que não os começaram a odiar muito depressa. :wink:

Se ainda forem hoje á sucata ainda conseguem pôr alguma a funcionar junto com os "limpa-neves". :lol:
 

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komet

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« Responder #108 em: Maio 11, 2004, 11:45:04 pm »
Mais uma acha para a fogueira para eu odiar tanto os comunistas, me perdoem os utilizadores que o sejam  :wink:
"History is always written by who wins the war..."
 

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Fábio G.

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« Responder #109 em: Maio 18, 2004, 12:11:27 pm »
DN Negócios

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Austríacos da Styer à frente no concurso dos blindados
LEONOR MATIAS
Os austríacos da Styer-Daimler estão à frente do concurso para o fornecimento de 322 carros blindados (UBR) para equipar o Exército e a Marinha portuguesa. O relatório preliminar do concurso foi enviado no final da semana passada pelo Ministério da Defesa aos concorrentes, e coloca em primeiro lugar a proposta da Styer, avaliada em 544 milhões de euros, seguindo-se os suíços da Mowag, com uma proposta fixada em 546 milhões e, por último, os finlandeses da Pátria, com 600 milhões de euros. Alexandre Gonçalves, responsável pela área da Defesa do Grupo ETE, que em Portugal representa os interesses da Styer, adiantou ao DN que os concorrentes passam agora «à fase de negociação e é expectável que o vencedor seja conhecido no final do ano».

Em causa está o fornecimento de 320 carros blindados modelo Pandur para equipar o exército e 20 veículos anfíbios para a Marinha portuguesa, para o transporte de tripulações e que ficará ao serviço do navio polivalente logístico, a construir nos Estaleiros de Viana do Castelo, ao abrigo das contrapartidas do contrato dos submarinos. O investimento nos UBR, diz Alexandre Gonçalves, é necessário e justifica-se pelo facto de os últimos blindados datarem dos anos 60. «Trata-se de dignificar as tropas», aludindo ao facto das forças nacionais, em missões no estrangeiro, estarem a operar «à boleia» de outras forças por falta de material, ou a operarem com equipamento «desadequado», como sucede no Iraque.

De entre os concorrentes, a Styer é a única que prevê a montagem dos blindados em Portugal, em concreto na fábrica da Bombardier, na Amadora. Quando entregou a proposta, no dia 26 de Janeiro, a Styer apresentou uma carta assinada pelos responsáveis da multinacional canadiana a disponibilizarem o espaço, mediante uma renda. Alexandre Gonçalves realça que «não vão ocupar toda a fábrica», pelo que podem «coabitar com a EMEF ou outra empresa». A ligação à GOM (Grupo de Operações Metalomecânicas), formada por antigos quadros da Bombardier, é uma mais-valia. O projecto vai criar 150 postos de trabalho e irá dar preferência a antigos quadros da Bombardier. Mas o grupo possui alternativas à Amadora, «localizadas na região de Lisboa».
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #110 em: Maio 18, 2004, 03:53:48 pm »
Citar
à fase de negociação e é expectável que o vencedor seja conhecido no final do ano».


Mais 7 meses de espera, fora os eventuais atrasos. Por este andar só lá para meio de 2006 começam a chegar os primeiros blindados. O Pandur começa a desenhar-se como o futuro blindado de rodas português. Interessante.
Ricardo Nunes
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papatango

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« Responder #111 em: Maio 18, 2004, 03:56:48 pm »
Se o for, acho que ficaremos muito bem servidos.

Aliás, com o Pandur, e o Leopard-II (A5 ou A6) ficaremos com material essencialmente alemão.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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Fábio G.

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« Responder #112 em: Maio 18, 2004, 05:25:40 pm »
Pois essa de o vencedor só ser conhecido no fim do ano não é muito animador, quando os primerios veiculos deviam chegar este ano e no principio do próximo ano assim só lá para o ultimo terço do ano de 2005 chegarão os primeiros.

E a opção por material blindado alemão para mim é uma boa escolha, poderiamos ver o nosso Exército dentro de uns anos com o Leopard, o Pandur (é austriaco e alemão), o PZH2000, ASCOD/Pizarro ou o Puma.  8)  :lol:
 

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Fábio G.

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« Responder #113 em: Maio 23, 2004, 12:30:02 pm »
DD

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Exército: Concurso de blindados contestado por um dos concorrentes

O concurso de blindados para o Exército e para a Marinha pode ficar suspenso 20 dias, na sequência de um protesto entregue no Ministério da Defesa (MDN) por um dos três concorrentes, contestando os termos de avaliação das propostas, refere a edição online do Correio da Manhã, este domingo.

O concurso prevê a aquisição de 322 viaturas blindadas de rodas, envolvendo valores que rondam os 600 milhões de euros, «mas o protesto constitui o primeiro obstáculo que Paulo Portas terá que ultrapassar, num processo de aquisição que, no seu género, é o mais importante em termos de Estados da NATO», refere a mesma fonte.
Na semana passada, outro artigo na imprensa destacava a austríaca Styer- Daimler, como candidata favorita no concurso, após conclusão de relatório preliminar já enviado pelo MDN aos candidatos.

Os outros dois candidatos são a finlandesa Patria, e os suíços da Mowag.



É impressão minha ou todos os programas para as nossas FA dão sempre barraca e há sempre protestos.
 

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Fábio G.

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« Responder #114 em: Maio 23, 2004, 12:35:37 pm »
CM, noticia completa:

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Defesa - Concurso de 600 milhões para compra de armas posto em causa
BLINDADOS DEBAIXO DE FOGO  
O concurso de blindados para o Exército e para a Marinha pode ficar suspenso 20 dias, na sequência de um protesto entregue por um dos concorrentes no Ministério da Defesa (MDN), a contestar os termos de avaliação das propostas.  
Carlos Varela
 
Os 322 blindados em concurso vão substituir os blindados Chaimite com mais de 30 anos de serviço
O concurso prevê a aquisição de 322 viaturas blindadas de rodas, envolvendo valores que rondam os 600 milhões de euros, mas o protesto constitui o primeiro obstáculo que Paulo Portas terá que ultrapassar, num processo de aquisição que, no seu género, é o mais importante em termos de Estados da NATO.

O protesto foi entregue pelo representante em Portugal da Mowag Piranha, da Suíça, e constitui uma resposta ao facto de o Ministério da Defesa – no relatório preliminar do concurso – ter certificado também como válidas as propostas dos outros dois concorrentes, a Steyr-Daimler-Puch, da Áustria, e a Patria, da Finlândia. A Mowag recusou-se a comentar, mas o CM sabe que o protesto foi entregue no MDN na sexta-feira à tarde. Segundo a contestação dos suíços, as duas empresas concorrentes não respeitam os termos do caderno de encargos.

A Steyr é apontada por, na versão do canhão de 105 mm, não ter sobrepressão, ou seja, garantia integral para protecção nuclear, bacteorológica e química (NBQ). Isto obriga a que a guarnição do blindado tenha que operar com máscaras e fatos específicos em ambiente de ameaça NBQ.

Uma outra crítica apontada no protesto diz respeito ao facto de, na versão com a metralhadora pesada de 12,7 mm, a rotação ser de 40.º quando os requisitos apontam para 60. º. Outro argumento repousa, na versão anticarro (ATGM), com míssil TOW, no facto de a torre apenas permitir operar um míssil, ao invés de dois. A Pátria, por sua vez, é criticada por não apresentar a versão ATGM e ainda devido à capacidade anfíbia ser conseguida apenas com a aplicação de flutuadores.

A Piranha considera que todas as questões seriam suficientes para afastar desde logo as duas concorrentes, uma vez que os requisitos do caderno de encargos, acusa, não foram respeitados.

UMA LUTA ENTRE AMERICANOS

O protesto entregue pela Mowag Piranha no Ministério da Defesa vai obrigar à suspensão do concurso durante 20 dias, um período durante o qual, e segundo a lei, as três propostas serão reavaliadas, para validação ou não do protesto dos suíços.

A Patria, no entanto, vai manter a mesma postura, ou seja, esperar que o MDN faça a convocação para testes das viaturas e negociações. Quanto à Steyer, não tomará posição imediata. Curiosamente, no entanto, quer a Steyer Puch quer a Mowag Piranha são de raiz norte-americana, uma vez que a maioria do capital é da General Dynamics, na sequências de operações financeiras desencadeadas entre 2000 e 2003.

AS PROPOSTAS

STEYR

Os autríacos propõem a Pandur II e o valor da proposta é de 544 milhões de euros. A empresa promete instalar em Portugal uma fábrica para montagem dos blindados. A Pandur II é usada pelo Exército austríaco.

MOWAG

Os suíços apresentaram uma proposta de 546 milhões de euros. O blindado proposto é o Piranha III, a base de trabalho para o programa norte-americano ‘stryker’, para brigadas ligeiras de intervenção.

PATRIA

Os finlandeses puseram em cima da mesa o blindado AMV, numa plataforma similar à posta em concurso na Polónia e que foi ganha pelos Finlandeses. Para Portugal, os custos são de 596 milhões de euros.  
 

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Spectral

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« Responder #115 em: Maio 23, 2004, 10:23:33 pm »
Hum... Já começam as questões nos tribunais...
De qualquer maneira, são referidos alguns pontos interessantes na argumentação da Mowag. Mesmo podendo ser apenas uma jogada para ganhar o concurso nos tribunais, pode-se tirar mais alguamas conclusões acerca do programa:

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Uma outra crítica apontada no protesto diz respeito ao facto de, na versão com a metralhadora pesada de 12,7 mm, a rotação ser de 40.º quando os requisitos apontam para 60. º.

Se a metrelhadora for externa ( como por exemplo nos M113) não deveria haver este tipo de problemas. Logo devem estar a referir-se à versão com a MG remota ( que obviamente devia ser a standard). Mas com a natureza modular destes veículos, não deve ser muito difícil mudar de uma montagem da metrelhadora para outra ( e mesmo assim, 60º é pouco!)

Citar
Outro argumento repousa, na versão anticarro (ATGM), com míssil TOW, no facto de a torre apenas permitir operar um míssil, ao invés de dois.


Uma boa notícia. Quer dizer que os requerimentos eram para um sistema com torre. Agora nunca vi foi uma torre anti-tanque que permita operar apenas 1 míssil de cada vez. A mais conhecida é a TUA( para além do "monstro" dos M-901), de origem norueguesa:



Também é outro tipo de equipamento que não deve ser difícil trocar de um dos modelos em concurso para outro.

Cumptos
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emarques

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« Responder #116 em: Maio 23, 2004, 11:24:59 pm »
Mas resta saber qual seria a alteração de preços no caso de serem feitas essas alterações aos projectos.

Também era engraçado eliminar as outras propostas e começar tudo de novo porque "não existe um número sufuciente de propostas". A ver se para a próxima a Mowag era tão rápida a contestar. :D (sim, sim, já sei, "queremos blindados e queremo-los já")
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #117 em: Maio 30, 2004, 08:50:22 pm »
Os primeiros AMV´s polacos ( ainda sem armamento ):



Ricardo Nunes
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Ricardo Nunes

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« Responder #118 em: Julho 27, 2004, 09:26:22 pm »
O ministro da defesa, de estado e dos assuntos do mar, Paulo Portas, anunciou hoje na assembleia da república que o vencerdor do concurso de blindados de rodas para o exército e marinha será anunciado no Dia do Exército ( 17 de Agosto correcto? ) deste ano, precisamente 1 ano depois do início do concurso.

Foi também confirmada a vinda de 2 fragatas OHP já com um referido update (???) pelo preço de 16 milhões de euros.
Ricardo Nunes
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Spectral

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« Responder #119 em: Julho 27, 2004, 09:31:31 pm »
Esse valor nem deve dar para "updatar" (sic) os parafusos das fragatas  :wink:
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