G-3 por exemplo ! Primeiro exercito ocidental a equipar as suas tropas com uma espingarda de assalto .
Se não houvesse a golpada de Abril, os Mirages , FTBs, C-212s, mais Alouettes, Pumas , mísseis Crotales e RedEyes estavam a caminho !
A G3 foi adoptada pela Bundeswehr antes de Portugal e a CETME (em que a G3 é baseada) foi adoptada pelo Ejercito de Tierra em 1957. Fomos, talvez, o primeiro país a usar a G3 em combate..
Mirage foi uma miragem

A FAP bem queria (sound familiar?) mas a realidade foi outra...
no decorrer do ano de 1971, Portugal avança com o pedido para uma possível aquisição de 18 Mirage III ou 5. Existe, contudo, no seio do Governo francês, a noção de que o regime de Marcello Caetano não dispunha de verbas necessárias para tamanha aquisição. A situação arrasta-se, e só em 1973 é que volta a sofrer novos desenvolvimentos com o Ministro da Defesa, Viana Rebelo, a considerar que a aquisição dos caças se traduziria em “encargos militares pesados”,
Sempre a arrastar e "empurrar com a barriga", como os tó-tós saudosistas gostam muito de acusar os "abrileiros". Foi sempre sem os meios financeiros e a vontade de comprar, e quando se comprou era sempre a conta-gotas.
O que mudou?
Crotale foi um pouco mais além, mas mesmo assim era ainda muito pouco e tardio.

A decisão de adquirir três baterias foi feita com base em relatos de que as Forças de Libertação dos Territórios Ultramarinos já possuíam meios aéreos a jacto, cujo destino seria a defesa do Aeroporto de Bissau, na Guiné; a outra com destino à zona da Diamangue, em Angola e finalmente a outra para defesa da barragem de Cahora-Bassa, em Moçambique. na altura foi adquirido um Pelotão constituído por três viaturas, duas unidades de tiro e uma unidade de aquisição e vigilância.
Em fins de 1973, começou a formação do pessoal, com aulas de Francês e posteriormente, em Maio do ano seguinte, inicia-se em França o Curso de Crotale com uma duração média de três meses, estando repartido numa parte teórica e outra prática.
Sendo adquirido um Pelotão constituído por três viaturas (duas unidades de tiro e uma unidade de aquisição e vigilância) foi este material levantado em Alverca, em Setembro de 1974 e transportado para as instalações do Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea de Cascais, onde técnicos franceses deram apoio à instalação e operação do material, procederam-se a alguns cursos para oficiais e sargentos assim como alguns exercícios táticos com a participação da Força Aérea, no Guincho e Ericeira.
Com as alterações políticas, após o 25 de Abril de 1974 e processo de descolonização, a aquisição deste material deixou de fazer sentido, pelo que em 1976 foi vendido a outro pais.
A procura por melhores meios de defesa continuava, se os Mirage tinham o propósito maior de fazer face aos mísseis Strela, havia ainda a necessidade de equipar as tropas portuguesas com um sistema capaz de fazer face aos caças MiG. Para tal, o regime manifestou o seu interesse em adquirir os mísseis antiaéreos Crotale. Fabricados inicialmente para a África do Sul, pela empresa francesa Thomson-CFS, o Crotale R440 consistia num sistema de defesa aérea contra ataques a baixa altitude (Matos, 2015).
Em 1974, estaria já em curso o processo de aquisição de dois pelotões de mísseis Crotale R440, estando prevista a entrega do primeiro em maio desse mesmo ano, para
defender Bissau, sendo que o segundo chegaria dezoito meses depois. Mesmo com o fim da guerra, Portugal acabaria por adquirir um pelotão de mísseis Crotale, tendo ficado à responsabilidade do Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea e Costa (CIAAC), sediado em Cascais. Contudo, em 1976, é vendido à África do Sul, como modo de reaver as verbas despendidas na aquisição desse sistema (Matos, 2015). Ao mesmo tempo, o Governo tentou uma aproximação aos EUA para a aquisição do
sistema de mísseis coletivos Hawk ou o sistema míssil Red Eye. O regime português socorreu-se do facto de ter facilitado o uso por parte americana da Base das Lages, e apesar das negociações se terem concluído com boas perspetivas acabariam por não se concretizar
em nenhum resultado prático (Cunha, 1977).
FAP
Para cumprir a missão de transporte, a partir de 1961 a FAP tinha ao seu dispor 10 Douglas DC-6, tendo a partir de 1972 começado a ser utilizado o Boing 707. Com recurso a estas duas aeronaves, o regime conseguiu passar a efetuar o transporte de tropas para África, por via aérea, diminuindo drasticamente o tempo de projeção, que até à data era feita por via marítima. Por sua vez, o transporte médio dizia respeito a todo o tipo de transporte tático e logístico que fosse realizado dentro do TO. Para este tipo de missão, Portugal dispunha do modelo C-47 Dakota utilizado maioritariamente para transporte de pessoas, e como lançador de bombas na Guiné. Ao mesmo tempo, era utilizado também o Nord-Atlas, que devido à sua grande robustez e capacidade de descolar e aterrar em pistas curtas e em más condições, sendo inclusivamente utilizado como lançador de tropas para-quedistas, se revelou bastante capaz. Relativamente às aeronaves de observação e ligação, elas tinham como objetivo apoiar as operações terrestres, realizando missões de observação e reconhecimento, podendo também realizar missões de ligação e transporte limitado.
Durante a guerra, Portugal teve à sua disposição a aeronave de origem alemã Dornier DO-27, que viria a desempenhar também missões de combate, devido à possibilidade de ser armada com dois ninhos de rockets de 37 mm. O modelo D.5/160 Husky foi também utilizado em missões deobservação, evacuação e ligação.
Por último, temos os aviões de combate, dispondo Portugal do T-6 Harvard, que conseguia ser armado com bombas e foguetes debaixo das asas, e do caça-bombardeiro americano F-84 G Thunderjet. O também americano F-86 Sabre foi utilizado inicialmente em Angola, mas viria a ser retirado por ser material NATO. Em Moçambique, o modelo de aviões de combate utilizado era o PV2. Um dos modelos mais utilizados foi a aeronave de combate de origem italiana, mas adquirida à Alemanha, o Fiat G-91-R4 (Afonso & Gomes, 2005).
Marinha
Poucos anos antes do início da Guerra Colonial, Portugal não dispunha de meios apropriados para a tipologia de conflitos que encontrou em África. A maioria dos navios que Portugal dispunha, que mereçam destaque, faziam ainda parte dos navios adquiridos em segunda mão após a II Guerra Mundial, à Marinha Britânica e à Marinha Americana.
O processo de aquisição teve início em 1949, com a compra de duas fragatas inglesas da classe River, tendo ainda sido utilizadas na batalha do Atlântico na II Guerra Mundial, a Nuno Tristão e Diogo Gomes. Mais tarde, em 1959, outras duas fragatas foram adquiridas também a Inglaterra, pertencentes à classe Bay, a Álvares Cabral e a Pacheco Pereira, àsquais se juntariam as fragatas D. Francisco de Almeida e Vasco da Gama.
Apesar da inadequação dos sistemas que equipavam as fragatas da Armada Portuguesa, foram estas que, até à sua substituição dez anos mais tarde, desempenharam o
papel de controlo das linhas de comunicação entre as colónias e a metrópole, ao mesmo tempo que tinham à sua responsabilidade a vigilância da zona costeira dos territórios ultramarinos.
A substituição viria a ocorrer por novas fragatas construídas por França, assim como por corvetas encomendadas a Espanha e à Alemanha. Para tentar mitigar a desadequação dos meios navais, foi feito um esforço financeiro por parte do Governo que, em 1964, encomendou a construção, a um estaleiro francês de Nantes, de quatro fragatas com características necessárias à atuação em climas tropicais. São elas as fragatas ComandantesJoão Belo, Comandante Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Comandante Sacadura Cabral, tendo a primeira entrado ao serviço em 1967 e a última em 1969 (Afonso & Gomes,
2005).
Exército
O equipamento do Exército Português, no início da década de 60, pode ser dividido em três períodos distintos de aquisição: o material proveniente da Guerra Civil Espanhola e do início da II Guerra Mundial, seguidamente o material adquirido durante a II Guerra Mundial e, por último, o material adquirido com a entrada de Portugal na NATO.
in "O Marcelismo e a Fase Final da Guerra em África (1968-1974)"
https://1library.org/br/download/873888961116962819Para perceber bem o presente é sempre bom conhecer o passado.