Outra, é virem com aquela desculpa de "eu não posso programar aquisições de meios, se não souber com que pessoal posso contar". Ora que caraças, não podem adquirir meios, se não houver pessoal para eles, nem podem contratar pessoal, se não houver meios para operarem, portanto, mais vale deixar tudo na mesma!

Falta de noção que, com o mesmo pessoal que hoje opera os M114 (em números brutos), consegue-se operar praticamente o dobro de um sistema AP mais moderno, como o Caesar ou ATMOS. Ou que em termos brutos, o nº de pessoal necessário para operar 3 fragatas das actuais (160+ cada), daria para operar 4 fragatas recentes de guarnição de 120, em simultâneo.
Além de que, sistemas mais modernos, também afectam positivamente as condições de trabalho (principalmente navios), onde não se veria, em princípio, casos como tomar banho com tachos.
E por fim, dá perfeitamente para encomendar por exemplo 3 fragatas, e dado o tempo de construção ser 3 ou mais anos para cada uma, dá tempo suficiente para ir formando pessoal.
Esta lógica de estar à espera que haja pessoal suficiente e formado/pensado para uma função e/ou meio, não tem qualquer lógica. A lógica não pode ser "temos pessoal X, vamos organizar as FA com base neste pessoal que temos".
Outra coisa que não me parece fazer sentido nenhum, é planificar as FA e os meios a adquirir, com base naquilo que "podemos dar" à NATO, sendo que isto apenas serve de pretexto para investir apenas nos mínimos necessários para a NATO. Ora um exemplo dado no podcast, é que nos comprometemos a dar uma brigada. E eu aí pergunto, então e se o TO não for adequado à Brigada que podemos disponibilizar (BrigInt)? Se o TO pedir algo mais pesado, como a BrigMec, vamos buscar os cacos em que esta brigada se tornou, e envia-se, ou vai-se ser cabeçudo e enviar na mesma a BrigInt, com os riscos que isso pode acarretar?
Se calhar em vez de nos focarmos naquilo que nos comprometemos a dar à NATO, devíamos era ter umas FA minimamente completas. Exige dinheiro sim, mas dinheiro que é necessário investir, num mundo cada vez mais virado do avesso.