Creio que todos concordam que a racionalização e optimização das forças armadas para que se adaptem à realidade actual é algo que já deveria estar em curso. Os países evoluem, as suas condicionantes geoestratégica também e, como tal, também as forças armadas se devem adaptar às necessidades reais.
A reestruturação ou reorganização dos recursos humanos das FA será sem dúvida o mais difícil de alcançar. Deveria ser construída uma estátua ao ministro da defesa que o conseguisse.. São muitos os tachos que têm de acabar, é necessária uma autêntica purga nos quadros.
Em relação às infraestruturas e equipamentos creio que a maioria de vós aqui no fórum é a favor da concentração de recursos, englobo aqui a extinção de quartéis (com possível alienação de terrenos de elevado valor imobiliário) e de unidades. De facto, o nosso território é pequeno, e não faz sentido manter dezenas de unidades espalhadas pelo país, sobretudo quando não se conseguem manter com a qualidade de funcionamento que devia ser exigida.
A fusão de organismos comuns às 3 forças e que desempenham o mesmo papel também parece óbvia.
O nosso País pode ser pequeno, e não necessitar de umas FA com grandes números, mas estas têm de ter as mínimas condições de dignidade para executar a sua missão.
Não fui militar, não conheço a organização e nem dou palpites acerca da sua estrutura ideal. Não me interessa se são 2, 3 ou 4 brigadas. O que eu acredito é que é temos de ter capacidade de prestar auxílio às populações, nacionais e estrangeiras, com as devidas condições. Não acho que existam actualmente ameaças latentes à nossa integridade nacional que justifiquem um grande arsenal.
Com a racionalização de meios em mente e com as inevitáveis e já tradicionais falhas a nível de financiamento, creio que é fácil perceber onde se deve investir.
Aqui no fórum foram já identificadas muitas necessidades a nível de equipamento, desde os helis para o exército, a sistemas de defesa aérea, passando pela eterna questão da substituição da G3.
É uma simples questão de ver a relação prioridade/capacidade económica, e começar por baixo. Por exemplo, fará sentido falar de um sistema de defesa anti-aéreo? Um sistema do género do NASAMS, custa algumas centenas (700?) de milhões de euros. Não vale a pena comprar material que não seja de qualidade e que não aguente 20 ou 30 anos. Agora, será que é uma prioridade? Não é melhor trocar primeiro a arma ligeira e arranjar viaturas 4x4? O programa Pandur tem mais é que continuar, pode não ter sido a melhor opção mas foi o que se escolheu e agora só a covardia política impede que ande para a frente.
Deixo aqui um apelo para os interessados, para que enumerem as principais necessidades das FA a curto e médio prazo. E já agora, qual a dimensão e estrutura para as FA que defendem, de forma genérica.
Desculpem o longo texto,
Obrigado e cumprimentos,