Crio este tópico, com o objectivo de se falar acerca de sistemas anti-drone, de se debater quais os modelos que o Exército (e até certo ponto os outros ramos) poderiam/deveriam adquirir, elaborar como podia a indústria nacional ficar envolvida, etc.
Podemos identificar pelo menos 5 tipos de sistemas anti-drone:
-jamming;
-canhões;
-mísseis/foguetes guiados;
-drones interceptores;
-armas de energia dirigida.
De uma forma genérica, o mais adequado é ter um sistema de cada tipo, por diferentes sistemas se adequarem melhor para diferentes contextos, áreas de um conflito e tipos de ameaça.
Entretanto, quero tocar nos drones interceptores.
Criou-se muito alarido em torno destes, como se se tratassem de uma arma milagrosa. Mas na realidade têm imensas limitações, e muitos dos modelos que se vêem não passam de algo para desenrascar.
Para mim, drones interceptores têm que ser fire-and-forget, ou em determinados casos, têm que ser guiados por um sistema automatizado (com iluminador laser ou iluminador radar).
Têm que ter um custo inferior ao de um Stinger ou equivalente, e produzidos em massa.
E é necessário desenvolver modelos "lançados do ombro", e modelos com lançadores dedicados.
A nível internacional, já vimos mísseis Hellfire a interceptar drones. Já vimos os LMM e os APKWS-II. Já vimos AIM-7 e variantes antigas do AIM-9 e outros equivalentes. Já vimos soluções como o Coyote. Além claro de qualquer míssil moderno convencional, que é considerado um desperdício.
Fica claro que os sistemas de guiamento destes servem para esse fim.
Qual seria o impedimento de pegar num sistema de guiamento de um míssil, e colocar num drone desenhado para caçar outros drones?
Esta nova munição ficava mais barata, por não precisar de uma ogiva toda xpto, por não precisar de materiais muito caros que resistam às temperaturas e forças que um míssil tem que aguentar, nem precisa de ter o desempenho dum míssil.
Mas há mais. Nesta solução acima, o seeker seria o componente mais caro. Sabendo que os drones de ataque tendem a não ter contramedidas, para os tornar baratos, isto significa que sistemas de guiamento mais simples poderão não ter problemas em interceptar estes drones.
Isto é, quando um determinado míssil chega ao fim da sua validade, e se desse para aproveitar a sua "cabeça", para incorporar num drone interceptor? Por exemplo, pegar na cabeça de um Stinger mais antigo, e adicionar ao Elanus.
Se isto fosse possível, reduzia-se significativamente o custo de drones interceptores. E também provava que, para drones interceptores, pode-se produzir sistemas de guiamento que não sejam topo de gama, e portanto muito mais baratos do que aqueles que hoje vemos num IRIS-T ou AIM-9X.
