« Responder #47 em: Fevereiro 19, 2008, 01:55:28 pm »
Pressão desenfreada agrava crise humanitária DarfurA «pressão desenfreada» sobre o governo do Sudão pode prejudicar a resolução da crise humanitária no Darfur, no oeste do país, afirmou hoje aos jornalistas Liu Jianchao, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
«Não deveremos usar uma pressão desenfreada para prevenir o agravamento da situação», afirmou o representante do governo chinês depois de críticos, incluindo o realizador norte-americano Steven Spielberg, terem acusado Pequim de não fazer o suficiente para acabar com o conflito na região.
«Os países envolvidos devem manter a paciência e conduzir um diálogo equilibrado para resolver o assunto adequadamente», acrescentou Liu, em conferência de imprensa de rotina.
O realizador Steven Spielberg anunciou na terça-feira passada o abandono do cargo de assessor artístico das cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos devido ao apoio que a China dá ao governo do Sudão, acusado de genocídio na região de Darfur, no oeste do país.
A China é considerada uma aliada do Sudão e acredita-se que tem influência junto dos líderes sudaneses.
Além de ser o maior fornecedor de armas e equipamento militar estratégico ao país africano, a China é o maior parceiro comercial do Sudão, a quem compra 60% da produção petrolífera.
Liu Jianchao não voltou a comentar a desistência de Steven Spielberg ou a polémica internacional que o caso gerou, limitando-se a fazer as afirmações à imprensa depois de informar que o enviado especial diplomático chinês para o Darfur vai realizar a sua quarta visita à região no final deste mês.
Liu adiantou que as negociações para a paz na região estão «obviamente atrasadas» devido ao envio das forças de paz.
O responsável chinês pediu um aceleramento do processo político e pediu esforços para persuadir os grupos rebeldes a juntarem-se ao diálogo e assim contribuírem para pôr fim a quatro anos de conflito.
Os conflitos étnicos em Darfur causaram já pelo menos 200 mil mortos e 2,5 milhões de desalojados, resultantes dos conflitos étnicos, doenças e morte que devastam a região desde 2003, segundo as Nações Unidas.
Os activistas pelos Direitos Humanos têm vindo a pressionar a China, afirmando que o que consideram ser a falta de intervenção chinesa no conflito do Darfur retira a legitimidade a Pequim para receber os Jogos Olímpicos de 2008.
A China mantém a sua posição e continua a afirmar que os Jogos Olímpicos, que decorrem entre 08 e 24 de Agosto, são um evento desportivo que não deve ser politizado.
Diário Digital / Lusa