Acho que teria muito mais lógica na perspectiva de vendas, a LM fazer um preço mais baixo, a rondar os 80 milhões no máximo, para os F-16V. Para países com menores capacidades económicas, nunca comprarão F-35, independentemente do preço a que o F-16V esteja. Assim só perdem clientes para outras empresas.
Se o MLU fosse feito cá, para V claro, ficaria mais caro ou mais barato que feito na Noruega?
Eu penso que, quando no início deste mês o Pentágono afirmou ao Congresso norte-americano que estava a considerar a venda do F-35 a Espanha, Polónia, Grécia e Roménia, podemos perfeitamente ler nas entrelinhas que o nosso país não entra para já nas contas. E como Portugal também não faz parte de nenhum dos consórcios actuais de caças europeus (Eurofighter, Rafale ou Gripen), estamos neste momento, por assim dizer, um pouco por conta própria.
Isso não é uma posição muito confortável, tendo em conta que nações vizinhas e aliadas vão modernizando as suas frotas de aviões de combate enquanto nós estamos estagnados. E antes que alguns se ponham a pensar as tretas do costume por causa de Marrocos, preocupam-me (muito) mais os Su-30MKA e futuros Su-35 argelinos do que qualquer outro cenário, por muito longínquo que um confronto com a Argélia possa ser.
O trunfo das Lajes tem de ser bem jogado, mas apesar disso continuaremos na mão dos norte-americanos e daquilo que nos quiserem vender seja ele o upgrade dos F-16 MLU, Viper novos ou F-35A em primeira ou segunda mãos. O Peace Atlantis I teve um custo total de 68 milhões de contos, cerca de 34M€ numa conversão simples, dos quais o nosso país pagou apenas 26 milhões de contos (13M€) devido ao acordo das Lajes. E foi mais caro, e mais demorado, porque recusámos a oferta inicial de aparelhos A/B Block 10 usados e equipados com o malfadado motor F100-PW-200, apesar de não terem sido C/D Block 50 que estavam a ser construídos lado a lado com os nossos Block 15 OCU na altura.
Resumindo e concluindo: se por um lado o preço de um Viper novo estará no mesmo patamar de um Lightning II, o que pesará em favor do caça de 5ª geração, o upgrade a uma vintena de células, por exemplo, não poderá ser excluído dado o custo proibitivo de ambas as opções que se encontram em cima da mesa. Estamos dependentes da vontade norte-americana que não tem em Portugal um "alvo" preferencial, e daí que a opção de explorar até ao limite os MLU até se decidir lá para 2024/25 quem os irá substituir me pareça a cada dia que passa como a mais credível.