Lucro da EDP no Brasil aumentou 61% em 2009
O lucro da EDP no Brasil aumentou 60,8 por cento para 625 milhões de reais (258,3 milhões de euros), em 2009, face a 2008, disse hoje o presidente do grupo português.
António Pita de Abreu disse que foi o "melhor resultado de sempre" da EDP no Brasil, registado apesar dos efeitos negativos da crise global no setor elétrico brasileiro.
"Convém não esquecer que 2009 foi um ano complicado, uma vez que as áreas de concessão (do grupo no Brasil) sofreram muito o impacto da crise", salientou o responsável, numa conferência de imprensa, em São Paulo.
O resultado do grupo, em 2009, foi consequência do aumento do consumo de energia elétrica, nomeadamente a partir do segundo semestre do ano, com a recuperação da economia brasileira diante da crise global.
Contribuiu igualmente para o resultado de 2009 o efeito extraordinário da venda da ESC90, uma empresa de telecomunicações, controlada pelo grupo, permitindo um encaixe de 121 milhões de reais (50 milhões de euros).
Em 2009, o EBITDA (resultados antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 1,42 mil milhões de reais (585,2 milhões de euros), um aumento de 4,1 por cento, na comparação anual.
Os custos em 2009 diminuíram 9,8 por cento em relação a 2008, desempenho em linha com a estratégia do grupo de controlo dos gastos, salientou Pita de Abreu.
No primeiro trimestre, a EDP registou desligamentos e diminuição do consumo industrial na sua área de atuação por causa da crise, antes da recuperação consolidada a partir do terceiro trimestre, disse o executivo.
"No quatro trimestre, não tivemos efeitos extraordinários, o que traduz bem a recuperação que o Brasil teve em termos de consumo de energia elétrica", disse Pita de Abreu.
No último trimestre de 2009, o lucro foi de 175 milhões de reais (72,31 milhões de euros), um aumento de 75 por cento em relação ao período homólogo de 2008.
Um dos destaques do ano foi a distribuição secundária de ações no total de 9,9 por cento do capital do grupo a investidores dos Estados Unidos, Canadá e do Brasil.
Pita de Abreu sublinhou que houve uma procura quatro vezes superior à oferta de ações na operação, num resultado que permitiu um encaixe de 441,8 milhões de reais (182,56 milhões de euros), recursos que serão investidos no plano de expansão do grupo.
"Os resultados em 2009 mostram que atingimos um patamar positivo de eficiência, mantendo as margens operacionais e garantimos o financiamento necessário para o plano de expansão", afirmou o responsável.
No Brasil, a EDP controla atualmente empresas de distribuição (Bandeirante e Escelsa), de comercialização (Enertrade) e de produção de energia (Energest, Enerpeixe e EDP Lajeado).
Lusa