F-35A Lightning II na FAP

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #405 em: Abril 20, 2024, 11:27:02 am »
O cavok é  conhecido por ser tanga por isso perguntei


O CEMFA podia perfeitamente ser um dos nossos colegas aqui no Forum.

O CEMFA declarou que, na opinião dele, ele acharia fixe que o F-35 pudesse vir a ser o substituto do F-16.
É como o presidente da CP declarar que gostava de ter o TGV de França porque dá 500km/h. Quando sabemos que aqui só vai poder circular a 250.

Gostava de ter é diferente de bater o dinheiro.

Interessante é a "abertura" demonstrada para acreditar no CAVOK quando normalmente aqui nem se quer ouvir falar de Brasileiros.

Para mim é impensável investir 5.5Mil Milhões sem um concurso com vários concorrentes.
Com um peso alto atribuido a contrapartidas.

A contrapartida do F-35 é passarmos a fazer parte da:    Lockheed Martin Bitch Consortium.

Já somos da Embraer bitch consortium

Alas...

Os dois temos piada...

Mas um está mais longe da verdade que o outro.

Por o dinheiro que damos á EMBRAER, recebemos contrapartidas significativas.
Não me peça para dizer quais porque já foi dito aqui vezes suficientes para todos saberem quais foram.

Pela compra do F-35, e julgando pelo que outros "pequenos clientes" receberam, afigura-se que a contrapartida será uma mão cheia de nada.

Como dizem os Americanos:
Neste momento, o negócio dos F-35 é um "seller's market". O vendedor manda.
(Até se pode dizer o mesmo do negócio de modernizar os F-16 - estamos na mão do vendedor)

Com as apirações que temos quanto ao nosso lugar neste mundo, não deveriamos entrar nesse luxo.

Em contrapartida, o negócio dos GRIPEN é um "buyer's market". O comprador tem poder e a Suécia tem muito que nos pode oferecer em termos de contrapartidas.

Se não o é já, o GRIPEN-E está a ser preparado para colaborar com o F-35, com "sensor fusion" ao nível do deste, ou melhor.
Há muito que existe sensor fusion entre GRIPEN-As.

E o nosso lugar no mundo é colaborarmos - quanto baste.   8)


A FAP utiliza um aparelho equivalente ao Gripen vai para três décadas.
A FAP tem toda uma estrutura de logística, treino, manutenção e upgrade montada à volta do F-16, um aparelho que por acaso é da LM...
Seria necessário uma paragem cerebral de um tamanho MONUMENTAL se alguém no Ministério da Defesa levasse a sério a ideia de substituir toda a estrutura  logística e treino atual (com os consequentes custos) isto para adquirir um aparelho Sueco que tem uma base de utilizadores minúscula e que é equivalente a uma versão modernizada do que já cá temos.
Para tornar as coisas claras, as possibilidades realistas a médio prazo são:

1° Continuar a voar com os F-16 que  andam por cá, com umas atualizações tipo... pintura e pouco mais
2° Adquirir novos F-16
3° Adquirir F-35A

E o resto é conversa fiada.

A FAP descartou o "2", tenho sérias dúvidas que exista dinheiro para o "3", estou desconfiado que a realidade vá ser o "1" durante (pelo menos) década e meia.
 
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #406 em: Abril 20, 2024, 11:47:22 am »

A FAP utiliza um aparelho equivalente ao Gripen vai para três décadas.
A FAP tem toda uma estrutura de logística, treino, manutenção e upgrade montada à volta do F-16, um aparelho que por acaso é da LM...
Seria necessário uma paragem cerebral de um tamanho MONUMENTAL se alguém no Ministério da Defesa levasse a sério a ideia de substituir toda a estrutura  logística e treino atual (com os consequentes custos) isto para adquirir um aparelho Sueco que tem uma base de utilizadores minúscula e que é equivalente a uma versão modernizada do que já cá temos.
Para tornar as coisas claras, as possibilidades realistas a médio prazo são:

1° Continuar a voar com os F-16 que  andam por cá, com umas atualizações tipo... pintura e pouco mais
2° Adquirir novos F-16
3° Adquirir F-35A

E o resto é conversa fiada.

A FAP descartou o "2", tenho sérias dúvidas que exista dinheiro para o "3", estou desconfiado que a realidade vá ser o "1" durante (pelo menos) década e meia.

Não colocas a hipótese de opção "1.5" ie o "upgrade" para versão V (mesmo que "light") da frota "Peace Atlantis I"? 
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #407 em: Abril 20, 2024, 12:13:26 pm »
Claro que não.  Elea anda aqui a tentar vender o gripen. Não sei porque carga de água,  até parece que nós aqui decidimos alguma coisa.  :mrgreen:

Para pôr o F35 de lado faz-se o upgrade para o F16V

Agora passar de cavalo para burro, e trocar F16 por gripen, enfim há malucos para tudo.
Claro que não  é  o caso dele que anda aqui a vender o seu peixe.
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #408 em: Abril 20, 2024, 12:19:05 pm »
Convém não embandeirar em arco porque nada está ainda preto no branco.

Sabe-se, e nas palavras do CEMFA:

1 - que o escolhido é o F-35A;
2 - que o programa deverá custar em torno de 5,5MM€ a 20 anos;
3 - que após ser colocada formalmente a encomenda, o primeiro Lightning II só deverá ser entregue 7 anos mais tarde;
4 - que para a chegada da(s) primeira(s) aeronave(s) ser em 2031, isso significava encomendá-las ainda este ano (2024 + 7 = 2031), e não é líquido que isso venha a acontecer;
5 - que os F-16M (ou V) deverão pelo menos chegar aos 40 anos de serviço na FAP.


Agora resta aguardar pelo poder político. O CEMFA até pode não ter um caderno de encargos para entregar ou apresentar ao novo MDN, mas já deixou bem claro o que o ramo espera e deseja ver concretizado.

Mais alguns pontos a juntar áquilo que o Charlie escreveu acima.

1° Não é de forma alguma liquido que as chefias da Marinha e do Exército, já para não falar do CEMGFA, concordem que a Força Aérea leve a totalidade do investimento de uma década de Lei de Programação Militar para colmatar a substituição de um único item.
2° Não é liquido que o Primeiro Ministro e/ou o Ministro das Finanças concordem com este investimento, principalmente se atrelado a estes 5.5 mil milhões de Euros vierem pedidos para mais dois Submarinos, atualização de Fragatas (ou Bimbys plus plus), a substituição de metade do parque de veículos e a totalidade da artilharia do Exército, etc, etc.
3° Mesmo que os pontos 1 e 2 sejam pacíficos (não serão com toda a certeza), vai ser necessário mexer na LPM e isto vai ao Parlamento... Fazer aprovar uma coisa destas no atual Parlamento? Dividido como está?
Boa sorte.

No momento em que apareça uma carta com a descrição da oferta no site Foreign Military Sales do DOD, então sim, podemos levar a sério o interesse da FAP no F-35A. Até lá, entrevistas, declarações publicas, etc, por parte da chefia da FAP não passa de wishful thinking.

Eu também gostava de substituir o Civic a diesel em segunda mão de 2013 por um Aston, mas o Primeiro Ministro (leia se a Esposa) e o Ministro das Finanças (leia se a conta Bancária) não deixam...

Meu caro,
Há certos programas que são fulcrais na defesa do país, os dois principais, serão os F-35A e as futuras fragatas e submarinos, totalizando muitos ME....
A decisão está tomada, no que toca a FA, falta formalizar.
Se essas duas decisões acima não avançarem, as FA portuguesas continuam, como nos últimos 30 anos, somente a receber salários ao fim do mês e a gastar papel higiénico, além de consolidarem a sua vertente de proteção civil, basta ver os UH-60A e os Koala.
PS: Falta adicionar a FA, os substitutos dos P-3 e futuros drones MALE.
CPS
 
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #409 em: Abril 20, 2024, 12:22:25 pm »

A FAP utiliza um aparelho equivalente ao Gripen vai para três décadas.
A FAP tem toda uma estrutura de logística, treino, manutenção e upgrade montada à volta do F-16, um aparelho que por acaso é da LM...
Seria necessário uma paragem cerebral de um tamanho MONUMENTAL se alguém no Ministério da Defesa levasse a sério a ideia de substituir toda a estrutura  logística e treino atual (com os consequentes custos) isto para adquirir um aparelho Sueco que tem uma base de utilizadores minúscula e que é equivalente a uma versão modernizada do que já cá temos.
Para tornar as coisas claras, as possibilidades realistas a médio prazo são:

1° Continuar a voar com os F-16 que  andam por cá, com umas atualizações tipo... pintura e pouco mais
2° Adquirir novos F-16
3° Adquirir F-35A

E o resto é conversa fiada.

A FAP descartou o "2", tenho sérias dúvidas que exista dinheiro para o "3", estou desconfiado que a realidade vá ser o "1" durante (pelo menos) década e meia.

Não colocas a hipótese de opção "1.5" ie o "upgrade" para versão V (mesmo que "light") da frota "Peace Atlantis I"?

Tenho sérias dúvidas que seja sequer possível fazer esse upgrade. Não tenho conhecimento da Lockheed Martin fazer essa oferta para airframes abaixo do Block 50.
Há cerca de uma década atrás numa conversa online com o Stephen Trimble da Flight Global (creio que já não trabalha lá) ele afirmou me que á altura a LM  estava a tentar vender F-16V novos para a FAP. Fiz o comentário que isso não tinha lógica, que para isso a FAP fazia mais um upgrade aos aparelhos que já tinha e a resposta que levei foi que ele tinha a certeza que não tinha sido essa a oferta, estávamos a falar de aviões novos.
« Última modificação: Abril 20, 2024, 12:22:59 pm por Sintra »
 
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #410 em: Abril 20, 2024, 12:33:16 pm »
Convém não embandeirar em arco porque nada está ainda preto no branco.

Sabe-se, e nas palavras do CEMFA:

1 - que o escolhido é o F-35A;
2 - que o programa deverá custar em torno de 5,5MM€ a 20 anos;
3 - que após ser colocada formalmente a encomenda, o primeiro Lightning II só deverá ser entregue 7 anos mais tarde;
4 - que para a chegada da(s) primeira(s) aeronave(s) ser em 2031, isso significava encomendá-las ainda este ano (2024 + 7 = 2031), e não é líquido que isso venha a acontecer;
5 - que os F-16M (ou V) deverão pelo menos chegar aos 40 anos de serviço na FAP.


Agora resta aguardar pelo poder político. O CEMFA até pode não ter um caderno de encargos para entregar ou apresentar ao novo MDN, mas já deixou bem claro o que o ramo espera e deseja ver concretizado.

Mais alguns pontos a juntar áquilo que o Charlie escreveu acima.

1° Não é de forma alguma liquido que as chefias da Marinha e do Exército, já para não falar do CEMGFA, concordem que a Força Aérea leve a totalidade do investimento de uma década de Lei de Programação Militar para colmatar a substituição de um único item.
2° Não é liquido que o Primeiro Ministro e/ou o Ministro das Finanças concordem com este investimento, principalmente se atrelado a estes 5.5 mil milhões de Euros vierem pedidos para mais dois Submarinos, atualização de Fragatas (ou Bimbys plus plus), a substituição de metade do parque de veículos e a totalidade da artilharia do Exército, etc, etc.
3° Mesmo que os pontos 1 e 2 sejam pacíficos (não serão com toda a certeza), vai ser necessário mexer na LPM e isto vai ao Parlamento... Fazer aprovar uma coisa destas no atual Parlamento? Dividido como está?
Boa sorte.

No momento em que apareça uma carta com a descrição da oferta no site Foreign Military Sales do DOD, então sim, podemos levar a sério o interesse da FAP no F-35A. Até lá, entrevistas, declarações publicas, etc, por parte da chefia da FAP não passa de wishful thinking.

Eu também gostava de substituir o Civic a diesel em segunda mão de 2013 por um Aston, mas o Primeiro Ministro (leia se a Esposa) e o Ministro das Finanças (leia se a conta Bancária) não deixam...

Meu caro,
Há certos programas que são fulcrais na defesa do país, os dois principais, serão os F-35A e as futuras fragatas e submarinos, totalizando muitos ME....
A decisão está tomada, no que toca a FA, falta formalizar.
Se essas duas decisões acima não avançarem, as FA portuguesas continuam, como nos últimos 30 anos, somente a receber salários ao fim do mês e a gastar papel higiénico, além de consolidarem a sua vertente de proteção civil, basta ver os UH-60A e os Koala.
PS: Falta adicionar a FA, os substitutos dos P-3 e futuros drones MALE.
CPS

Mas tens alguma dúvida que as Forças Armadas estão no fundo das preocupações do atual (ou do anterior) Governo?
É claro que as Forças Armadas vão continuar "como nos últimos 30 anos".
O Governo acabou de cortar 1.5 mil milhões no IRS e com toda a certeza não vai cortar na Segurança Social e na Saúde.
Se as Forças Armadas tiverem alguns aumentos de ordenados já vai ser bom.

Até aparecer uma carta de oferta no Foreign Military Sales a descrever uma venda de F-35A's para Portugal, toda esta conversa não passa de "desejos".

 

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #411 em: Abril 20, 2024, 12:36:31 pm »

A FAP utiliza um aparelho equivalente ao Gripen vai para três décadas.
A FAP tem toda uma estrutura de logística, treino, manutenção e upgrade montada à volta do F-16, um aparelho que por acaso é da LM...
Seria necessário uma paragem cerebral de um tamanho MONUMENTAL se alguém no Ministério da Defesa levasse a sério a ideia de substituir toda a estrutura  logística e treino atual (com os consequentes custos) isto para adquirir um aparelho Sueco que tem uma base de utilizadores minúscula e que é equivalente a uma versão modernizada do que já cá temos.
Para tornar as coisas claras, as possibilidades realistas a médio prazo são:

1° Continuar a voar com os F-16 que  andam por cá, com umas atualizações tipo... pintura e pouco mais
2° Adquirir novos F-16
3° Adquirir F-35A

E o resto é conversa fiada.

A FAP descartou o "2", tenho sérias dúvidas que exista dinheiro para o "3", estou desconfiado que a realidade vá ser o "1" durante (pelo menos) década e meia.

Não colocas a hipótese de opção "1.5" ie o "upgrade" para versão V (mesmo que "light") da frota "Peace Atlantis I"?

Tenho sérias dúvidas que seja sequer possível fazer esse upgrade. Não tenho conhecimento da Lockheed Martin fazer essa oferta para airframes abaixo do Block 50.
Há cerca de uma década atrás numa conversa online com o Stephen Trimble da Flight Global (creio que já não trabalha lá) ele afirmou me que á altura a LM  estava a tentar vender F-16V novos para a FAP. Fiz o comentário que isso não tinha lógica, que para isso a FAP fazia mais um upgrade aos aparelhos que já tinha e a resposta que levei foi que ele tinha a certeza que não tinha sido essa a oferta, estávamos a falar de aviões novos.

Importante dado... eu, por exemplo, sempre apostei "todas as fichas" na hipótese de "upgrade" para versão V da frota "Peace Atlantis I".
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #412 em: Abril 20, 2024, 12:55:08 pm »
imagens sem contexto





 

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #413 em: Abril 20, 2024, 12:57:58 pm »
Tenho sérias dúvidas que seja sequer possível fazer esse upgrade. Não tenho conhecimento da Lockheed Martin fazer essa oferta para airframes abaixo do Block 50.
Há cerca de uma década atrás numa conversa online com o Stephen Trimble da Flight Global (creio que já não trabalha lá) ele afirmou me que á altura a LM  estava a tentar vender F-16V novos para a FAP. Fiz o comentário que isso não tinha lógica, que para isso a FAP fazia mais um upgrade aos aparelhos que já tinha e a resposta que levei foi que ele tinha a certeza que não tinha sido essa a oferta, estávamos a falar de aviões novos.

A modernização V nos A/B Block 20 de Taiwan (que no fundo eram Block 15 OCU, mas virtualmente construídos como MLU e daí se ter decidido pela designação Block 20) comprova que é possível, sim. 

Como é óbvio, para a LM o melhor seria vender-nos aparelhos novos a um custo proibitivo. 500M€ para o "upgrade" de 28/30 aeronaves (preço de 2017, que hoje em dia deverá ser mais caro), não são 2,5MM€ para 28 F-16V novos saídos de Greenville (90M€/unidade, flyaway cost).

O importante nisto tudo é que se avance de uma vez por todas para algo, seja F-16V, F-35A ou ambos como tem sido relatado. Do que estão à espera os governantes nacionais para se começarem a mexer, que as forças russas um dia destes estejam junto à fronteira da Polónia, Hungria, Eslováquia e Roménia?
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #414 em: Abril 20, 2024, 01:43:29 pm »
Tenho sérias dúvidas que seja sequer possível fazer esse upgrade. Não tenho conhecimento da Lockheed Martin fazer essa oferta para airframes abaixo do Block 50.
Há cerca de uma década atrás numa conversa online com o Stephen Trimble da Flight Global (creio que já não trabalha lá) ele afirmou me que á altura a LM  estava a tentar vender F-16V novos para a FAP. Fiz o comentário que isso não tinha lógica, que para isso a FAP fazia mais um upgrade aos aparelhos que já tinha e a resposta que levei foi que ele tinha a certeza que não tinha sido essa a oferta, estávamos a falar de aviões novos.

A modernização V nos A/B Block 20 de Taiwan (que no fundo eram Block 15 OCU, mas virtualmente construídos como MLU e daí se ter decidido pela designação Block 20) comprova que é possível, sim. 

Como é óbvio, para a LM o melhor seria vender-nos aparelhos novos a um custo proibitivo. 500M€ para o "upgrade" de 28/30 aeronaves (preço de 2017, que hoje em dia deverá ser mais caro), não são 2,5MM€ para 28 F-16V novos saídos de Greenville (90M€/unidade, flyaway cost).

O importante nisto tudo é que se avance de uma vez por todas para algo, seja F-16V, F-35A ou ambos como tem sido relatado. Do que estão à espera os governantes nacionais para se começarem a mexer, que as forças russas um dia destes estejam junto à fronteira da Polónia, Hungria, Eslováquia e Roménia?

Neste momento optar por F-16V novos, era um erro total e sem justificação lógica, igual ou pior que os Gripen.
 
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #415 em: Abril 20, 2024, 02:04:25 pm »
Tenho sérias dúvidas que seja sequer possível fazer esse upgrade. Não tenho conhecimento da Lockheed Martin fazer essa oferta para airframes abaixo do Block 50.
Há cerca de uma década atrás numa conversa online com o Stephen Trimble da Flight Global (creio que já não trabalha lá) ele afirmou me que á altura a LM  estava a tentar vender F-16V novos para a FAP. Fiz o comentário que isso não tinha lógica, que para isso a FAP fazia mais um upgrade aos aparelhos que já tinha e a resposta que levei foi que ele tinha a certeza que não tinha sido essa a oferta, estávamos a falar de aviões novos.

A modernização V nos A/B Block 20 de Taiwan (que no fundo eram Block 15 OCU, mas virtualmente construídos como MLU e daí se ter decidido pela designação Block 20) comprova que é possível, sim. 

Como é óbvio, para a LM o melhor seria vender-nos aparelhos novos a um custo proibitivo. 500M€ para o "upgrade" de 28/30 aeronaves (preço de 2017, que hoje em dia deverá ser mais caro), não são 2,5MM€ para 28 F-16V novos saídos de Greenville (90M€/unidade, flyaway cost).

O importante nisto tudo é que se avance de uma vez por todas para algo, seja F-16V, F-35A ou ambos como tem sido relatado. Do que estão à espera os governantes nacionais para se começarem a mexer, que as forças russas um dia destes estejam junto à fronteira da Polónia, Hungria, Eslováquia e Roménia?

Badajoz  :mrgreen:
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #416 em: Abril 20, 2024, 02:44:23 pm »
Neste momento optar por F-16V novos, era um erro total e sem justificação lógica, igual ou pior que os Gripen.

Claro que sim, seria um completo contrassenso. Quando mencionei o F-16V referia-me obviamente ao upgrade(zito) do equivalente a uma Esquadra, tal como está em cima da mesa. E as aeronaves do Peace Atlantis I ainda possuem em média entre 3500 a 4000HV nas suas células, o que segundo estudos levados a cabo pela FAP as capacitaria a poder voar até 2042.

Agora tem que se avançar, der por onde der. Estagnados já nós nos encontramos há muito tempo, e se um primeiro F-35A nacional supostamente só sairá da fábrica 7 anos após a tinta ter secado no papel, quanto mais tempo se perder, mais para trás na fila ficaremos. Entretanto, que se avance de uma vez com a modernização F-16V, mesmo que seja nos modestos moldes que todos antecipamos, e se prepare a chegada da 5ª geração.
Saudações Aeronáuticas,
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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #417 em: Abril 20, 2024, 03:44:47 pm »
O Gripen faz o mesmo que o F16 e é da mesma geração. E se estamos a falar de uma questão de motores, o que vale ao F35 ter um se não o pode usar em pleno, além de levar 36 horas a desmontar? o Rafale tem dois e leva 75 minutos a desmontar cada um. Mas enfim, siga o F35, gripens e seus muchachos...  ::)



Saudações

P.S. Dois caças significam duas linhas de logística. Se não faz sentido para aviões de treino, de transporte, muito menos para caças.

https://www.airforce-technology.com/projects/f-16v-viper-fighting-falcon-multi-role-fighter/



P.S. Para a solução F35, preferia o complemento do Leonardo M346. Fazia treino, intercepção no espaço continental, etc. Mas é só uma opinião.  :-P



Espero que não esteja a ser incluído no "grupinho"  :mrgreen: mesmo não sendo  propriamente fã do Gripen, no entanto dado o desprezo que o poder politico devotou às FA durante décadas tenho que frisar alguns pontos:

1- Baixo custo de manutenção deixaria verba para comprar munições decentes (estou a pensar nos misseis meteor, no míssil antinavio RBS-15, qiçá até mesmo o stormshadow).

2- outro risco é o seu elevado custo operational e necessidades de manutenção especiais do F-35 (reparação do revestimento stealth por meio de projetores laser num edifício construído para o propósito) Tenho receio que os compremos por uma questão de imagem, e não por realismo custo beneficio face ás possibilidades financeiras do país para depois os encostar num armazém a seguir como foi com os Leos, (com as tradicionais e inevitáveis canibalizações).

3- Au acho que comprar o F-35 constitui um maior risco operacional considerando que Portugal é o ultimo país europeu a substituir os seus caças e tem mais inercia em o fazer. Neste momento a maior parte da sua mais-valia está no facto que é stealth. Se surgir algum desenvolvimento futuro que negue esta vantagem (mais rapido de desenvolver um sensor que um caça) o F-35 não tem mais pontos fortes que lhe valham. Por outras palavras, se o F-22 perdesse a sua capacidade stealth hoje continuaria ainda assim ser o melhor caça do mundo por uma larga margem. O mesmo será verdade para o FCAS, tempest e os NGAD (USAF+USN). O F-35 não tem esta polivalência.

4- às vezes mais vale um caça barato que pode ser operado a partir de uma garagem do que os ter inutilizados no solo, especialmente para um país barateiro, sujeito a decisões populistas e sem planeamento de futuro como o nosso.

Resumindo, não é o avião que quero para Portugal mas é o avião que vejo realisticamente a ser operado com elevados níveis de disponibilidade e com tolerância para ser maltratado pelos donos  :mrgreen:.

Plenamente de acordo, mas para termos Gripen actualizamos os F16. Faz a mesma coisa, já temos logística e experiência, além de que nações como a Grécia, Turquia e Polónia continuam a operar.  ;)

Saudações

P.S. Novos a meu ver só justifica um caça de quinta geração. Se não existe guito, mais vale os F16. :-P



"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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« Responder #418 em: Abril 20, 2024, 07:18:17 pm »
Convém não embandeirar em arco porque nada está ainda preto no branco.

Sabe-se, e nas palavras do CEMFA:

1 - que o escolhido é o F-35A;
2 - que o programa deverá custar em torno de 5,5MM€ a 20 anos;
3 - que após ser colocada formalmente a encomenda, o primeiro Lightning II só deverá ser entregue 7 anos mais tarde;
4 - que para a chegada da(s) primeira(s) aeronave(s) ser em 2031, isso significava encomendá-las ainda este ano (2024 + 7 = 2031), e não é líquido que isso venha a acontecer;
5 - que os F-16M (ou V) deverão pelo menos chegar aos 40 anos de serviço na FAP.


Agora resta aguardar pelo poder político. O CEMFA até pode não ter um caderno de encargos para entregar ou apresentar ao novo MDN, mas já deixou bem claro o que o ramo espera e deseja ver concretizado.

Mais alguns pontos a juntar áquilo que o Charlie escreveu acima.

1° Não é de forma alguma liquido que as chefias da Marinha e do Exército, já para não falar do CEMGFA, concordem que a Força Aérea leve a totalidade do investimento de uma década de Lei de Programação Militar para colmatar a substituição de um único item.
2° Não é liquido que o Primeiro Ministro e/ou o Ministro das Finanças concordem com este investimento, principalmente se atrelado a estes 5.5 mil milhões de Euros vierem pedidos para mais dois Submarinos, atualização de Fragatas (ou Bimbys plus plus), a substituição de metade do parque de veículos e a totalidade da artilharia do Exército, etc, etc.
3° Mesmo que os pontos 1 e 2 sejam pacíficos (não serão com toda a certeza), vai ser necessário mexer na LPM e isto vai ao Parlamento... Fazer aprovar uma coisa destas no atual Parlamento? Dividido como está?
Boa sorte.

No momento em que apareça uma carta com a descrição da oferta no site Foreign Military Sales do DOD, então sim, podemos levar a sério o interesse da FAP no F-35A. Até lá, entrevistas, declarações publicas, etc, por parte da chefia da FAP não passa de wishful thinking.

Eu também gostava de substituir o Civic a diesel em segunda mão de 2013 por um Aston, mas o Primeiro Ministro (leia se a Esposa) e o Ministro das Finanças (leia se a conta Bancária) não deixam...

Meu caro,
Há certos programas que são fulcrais na defesa do país, os dois principais, serão os F-35A e as futuras fragatas e submarinos, totalizando muitos ME....
A decisão está tomada, no que toca a FA, falta formalizar.
Se essas duas decisões acima não avançarem, as FA portuguesas continuam, como nos últimos 30 anos, somente a receber salários ao fim do mês e a gastar papel higiénico, além de consolidarem a sua vertente de proteção civil, basta ver os UH-60A e os Koala.
PS: Falta adicionar a FA, os substitutos dos P-3 e futuros drones MALE.
CPS

Oxalá que sim falta o poder politico aprovar isto, vai haver muito circo mediático à volta disto uma vez que nunca adquirimos um caça topo de gama e ainda há PTSD mediático à volta do tridente (que graças a deus foi para a frente). Já estou a ver a Ana Gomes ir aos arames se Caças+submarinos avançarem.  :mrgreen:
« Última modificação: Abril 20, 2024, 07:24:14 pm por Pilotasso »
 

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dc

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #419 em: Abril 21, 2024, 12:45:12 am »
Portugal não tem que ter uma capacidade fixa para enviar uma força X com capacidade Y. Portugal tem que contribuir, de forma séria, para a NATO, tal como todos os países da aliança. Vai dar asneira, se toda a gente cumprir os 2% do PIB, ou mesmo os já falados 3%, e Portugal ser o único a não o fazer, ou a fingir que o faz. Se um conflito a sério romper, que será quase de certeza combatido em várias frentes, vai ser necessário muito mais do que "2500 militares, 1 navio de guerra e uns quantos caças para a NATO".

Agora, a escolha pelo F-35, é mais do que óbvia e racional, até porque se é para gastar tamanha quantia em caças, então que seja o melhor que se pode comprar.
É que aqui nem sequer estamos a falar de uma situação em que o preço do F-35 é muito mais elevado do que o da concorrência. Por exemplo no caso de fragatas ou submarinos, existe uma clara diferença do custo de aquisição de um modelo topo de gama vs um modelo que se situe uns furos mais abaixo tecnologicamente. No caso do F-35 vs concorrência, essa diferença de preço não existe.

Por outras palavras:
-tens um Audi A4 novo, da geração mais recente (2023/24) e com toda a tecnologia disponível hoje, por 50 mil euros;
-tens outro Audi A4 igualmente novo, de uma geração anterior (2018) e com tecnologia da altura, também por 50 mil euros.

Qual é que seria a escolha óbvia aqui? O modelo mais antigo, que custa o mesmo e vai ser descontinuado, com alguma da tecnologia a dar sinais da idade, ou o modelo novo, que acaba por ser tudo o que o anterior era, mas mais evoluído?
A escolha penso que seja óbvia.