ESA pretende aterrar na Lua em 2018
Descrição da missão: aterragem autónoma com grande precisão, próximo do pólo sul lunar, uma região muito acidentada, com grandes declives. O objectivo proposto pela Agência Espacial Europeia (ESA) é analisar as paisagens desconhecidas da Lua e testar tecnologias novas para futuras viagens humanas.
O projecto que envolve voos tripulados à região deu um importante passo em frente, esta semana, com a assinatura de um contracto de estudo entre a EADS-Astrium, em Berlim, na Alemanha. O objectivo é aterrar nos terrenos montanhosos e cheios de crateras do pólo sul lunar em 2018. A região pode ser o principal local de chegada dos futuros voos de exploração humana já que oferece exposição solar quase contínua, para a produção de energia, e acesso potencial a recursos vitais, como a água em forma de gelo.
Para atingir a superfície em segurança, o módulo tem de navegar com precisão até ao pico de uma montanha ou às profundezas de uma cratera, evitando cuidadosamente os grandes declives, para então poisar gentilmente e captar uma das mais fantásticas vistas do Sistema Solar.
A Lua é um alvo preferencial para as missões de exploração humana, delineadas no âmbito da «Estratégia de Exploração Global» por 14 agências espaciais de todo o mundo. A estratégia apoia a exploração espacial internacional e apela a estudos complementares da Lua e de Marte – sítios “onde os humanos irão um dia viver e trabalhar”, diz a ESA.
Esforço de 18 meses
O contrato foi assinado por Simonetta Di Pippo, directora de Voos Tripulados da ESA, e Michael Menking, da EADS-Astrium, na presença de Peter Hintze, secretário de Estado no Ministério da Economia e da Tecnologia alemão. “Enquanto nos preparamos para nos juntar aos Estados Unidos, Rússia e Japão na decisão de utilizar a Estação Espacial Internacional (ISS) por mais dez anos, pelo menos, também estamos a trabalhar para posicionar a Europa ao nível de competências e capacidades necessárias para a exploração global”, disse Di Pippo. Com uma presença forte e bem sucedida em órbitas baixas, a Lua é o próximo destino natural comum.
Segundo a directora de Voos Tripulados da ESA, “a Europa está naturalmente presente, e com sucesso, nos projectos globais, como a ISS, o que contribui para reforçar o nosso papel como um continente moderno, dinâmico e inovador”.
“As capacidades já demonstradas do Veículo de Transferência Automatizado são representativas das capacidades e experiência da Astrium nos procedimentos de aproximação e acoplagem”, afirmou Michael Menking, vice-presidente para os Sistemas Orbitais e Exploração Espacial da Astrium.
“O conceito do novo estudo baseia-se nas tecnologias do ATV e esta habilidade única irá possibilitar o desenvolvimento de tecnologias chave; não seria possível conceber a aterragem de um veículo robótico na Luas sem elas”, acrescentou.
Realidade do hardware
O início deste estudo de fase B1 (Phase-B1) é um marco importante porque agora, depois dos planos preliminares e estudos de exequibilidade, o desenho da missão irá continuar sob a liderança da EADS-Astrium Bremen e algumas das tecnologias chave serão desenvolvidas e testadas pela primeira vez.
Primeiro, os dados topográficos mais recentes do pólo sul lunar serão analisados em detalhe, de forma a serem encontrados os locais de aterragem mais promissores. A área não é bem conhecida e só agora começamos a receber informação necessária para a avaliação da aterragem e operação da missão naquele local.
Depois, o módulo lunar robótico será desenhado ao nível dos seus vários subsistemas, tais como a propulsão e a navegação. O contrato culminará com uma Revisão dos Requisitos Preliminares do Sistema, em 2012, o que irá fornecer a base para o desenho final da missão e do módulo.
Ciência Hoje