Kalil posso estar equivocado mas penso que o Exército neste momento só tem três unidades de cariz territorial e são os Regimentos de Guarnição n1, 2 e 3 (Açores e Madeira).
As nossas três Brigadas estão pensadas para termos uma Brigada Ligeira (BrigRR), Média (BrigInt) e Pesada (BrigMec). As unidades de cada Brigada refletem essa natureza, como tal temos a GAC da BrigRR com os Light Gun (105mm) e os Tampella (120mm), a GAC da BrigInt com os M114 (155mm) e finalmente a GAC da BrigMec com os M109 A5 (155mm).
Destes o meio que não cumpre as normas estabelecidas pela NATO são os M114 da BrigInt e é exactamente o meio que o Exército quer substituir.
A Brigada de Intervenção, assemelha-se muito à Strike Brigade Combat Team, (SBCT), do Exército Norte-Americano e nesse tipo de Brigadas as GAC são compostas por três baterias a seis bocas de fogo e é equipado pelo M777 de 155mm.
Já li inúmeros trabalhos feitos por Oficiais do Exército e nem eles sabem qual é a melhor opção e estão divididos entre o Caesar e o M777.
Está área da artilharia não é, de todo, uma que eu costumo acompanhar.
Agora olhando para a disposição de meios mencionada, nós temos um pouco de tudo, muito pouco, embora nada de particular qualidade.
Em termos exclusivamente de doutrina, existem exércitos com orientações diversas.
Alguns praticamente abandonaram o uso de artilharia fixa, como o grego. Outros não abdicam dela, como o finlandês (não há vantagem nem é possível ter grande mobilidade num país repleto de florestas) e penso que eles tem grande tradição nesta arma.
Numa entrevista que li recentemente, um oficial do exército espanhol diz que o uso de artilharia sobre rodas (155mm) é muito mais ajustado à realidade operacional que a movida a lagartas. E que o uso do 105 só mesmo nas unidades aerotransportadas.
Os franceses, embora tenham disponível um 105mm super leve produzido pela Giat/Nexter, baseiam as suas baterias quase exclusivamente em peças de 155mm (CAESAR sobretudo) e em morteiros 120mm.
E mesmo ao nível dos morteiros, há imensas opções de morteiros instalados em viaturas desde 4x4 a 8x8, cada vez mais em detrimento dos fixos/rebocados.
Há ainda o G7 da Denel, que sendo um 105mm consegue alcances quase ao nível dos 155mm. Embora o 105 seja um calibre "intermédio" que está a perder terreno.tem
E o "Gold Standard" da artilharia continuam a ser os PZH2000 ou os K9, extremamente pesados e claro que dispendiosos. Este último, curiosamente, foi a opção de países como a Noruega, a Finlândia ou à Estónia, com as unidades em 2a mão a custar cerca de 3,5M eur.
Onde é que eu quero chegar? Não seria uma hipótese, dado o reduzido efectivo e a eterna falta de verba, tentar perceber qual a solução que melhor se aplica às nossas necessidades e, em vez de tentarmos ter todos estes equipamentos, escolhermos os realmente úteis e adquirir material moderno e em quantidade suficiente para as 3 brigadas?
Só uma mera especulação, para um futuro talvez muito distante, claro..
Cumprimentos